Tecnologia e sustentabilidade fizeram produção de guaraná no Amazonas crescer 30% em 2011

Para vencer o desafio de aumentar a produção do fruto no Estado sem aumentar os desmatamentos, Ambev investiu no melhoramento genético da planta

MONICA PRESTES
 
As melhores variedades de plantas são definidas de acordo com o início e volume de produção

As melhores variedades de plantas são definidas de acordo com o 
início e volume de produção (Bruno Kelly)

A produção de guaraná nos sete municípios produtores fornecedores da Ambev gira em torno de 300 toneladas por ano. Em 2011, essa produção cresceu cerca de 30%, comparado ao ano anterior, segundo o gerente fabril da Arosucos, a fábrica da Ambev, Edivaldo Galetti.

Com a demanda industrial crescente, o desafio é aumentar a produção sem aumentar o desmatamento nas áreas produtivas, destacou a engenheira agrônoma da Ambev, Mirian Frota. A saída, aponta ela, é aliar tecnologia e sustentabilidade, investindo na mecanização do solo e no melhoramento genético das plantas, aumentando a produtividade sem depender do aumento das lavouras.

“O guaraná selecionado geneticamente cumpre esse objetivo. Após anos de pesquisa, selecionamos as melhores variedades genéticas, que apresentam melhor produção. Enquanto um pé de guaraná normal produzia 100 gramas de sementes, hoje temos plantas que produzem até 5 kg”, explicou.

O tempo para o início da produção das plantas também foi reduzido, passando de quatro para dois anos, em média.

Um exemplo dessa otimização da produção do guaraná pode ser conferido na própria fazenda Santa Helena, campo de produção e unidade experimental da Ambev, para aprimoramento genético da planta. A fazenda é o maior berço genético de guaraná no Brasil.

Segundo Mirian, na década de 1990 a fazenda Santa Helena produzia 44 toneladas de grãos de guaraná em uma área produtiva de 423 hectares (ha), que correspondia a quase 40% da área total da fazenda, de 1070 ha.

Para se adequar às mudanças no Código Florestal ocorridas nas últimas duas décadas, a área produtiva da fazenda foi reduzida para 187 ha, pouco mais de 17% da propriedade. No entanto, a produção atual da fazenda é de 100 toneladas de grãos.

“Estamos tentando fazer o mesmo nas pequenas propriedades, mas em menor escala. E, com o incremento da produção, será possível recuperar essas áreas degradadas nas décadas passadas”, disse.

Economia

Presente desde 1983 no Amazonas, a Ambev mantém cinco fábricas e um centro de distribuição direta no Estado. A filial Manaus concentra a produção de cerveja e refrigerante com capacidade para produzir três milhões de hectolitros de bebida por ano.

Com cinco linhas de produção, a unidade abastece os mercados do Amazonas, Roraima e parte do Pará e Acre. Com produção exclusiva do extrato de guaraná, a filial Arosuco Manaus tem capacidade para gerar 280 mil litros por ano, que são distribuídos para todo o Brasil, Japão e Portugal.

Somente em 2010, a Ambev gerou mais de R$ 187,6 milhões em impostos estaduais e federais no Amazonas, além de empregar diretamente mais de mil pessoas na região. Também no ano passado, a Ambev, junto com o Guaraná Antarctica, investiu cerca de R$ 5,5 milhões na região e, até 2013, esse investimento deve ultrapassar a marca dos R$ 70 milhões.

Produtos

Apesar de ser o berço do guaraná e de produzir o extrato do refrigerante da Ambev mais vendido no mundo inteiro, o Amazonas ainda está de fora do mercado quando o assunto são os lançamentos da Ambev.

É que refrigerantes lançados em 2010 no mercado brasileiro, como o Guaraná Açaí e o Guaraná Ice, e também o energético Fusion, lançado em março deste ano, ainda não são produzidos nem comercializados no Amazonas, apesar de já estarem presentes em outras regiões do País.

E, segundo o gerente de Estratégia Jovem da empresa, Thiago Guedes, ainda não há previsão para que esses produtos cheguem ao Estado. “A disponibilidade das fábricas, o início da produção e da distribuição demoram um pouco para acontecer. Mas não é intenção da Ambev que qualquer produto fique restrito a uma ou outra região”, explicou.

Seguindo as mesmas regras de mercado, o Amazonas também pode ficar de fora de um possível lançamento que a Ambev venha a lançar para a Copa de 2014, que a empresa ainda mantém em sigilo.

Outra novidade que devem chegar ao mercado consumidor – inicialmente no Sudeste brasileiro – é a garrafa pet reciclada. Ainda não há previsão de quando essa inovação deve chegar ao Amazonas, informou Guedes.

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