Mais de 95% do lixo nas praias brasileiras é plástico, indica estudo

  Até TV já foi encontrada nas praias brasileiras. Foto: divulgação.
























Mais de 95% do lixo encontrado nas praias brasileiras é composto por itens feitos de plástico, como garrafas, copos descartáveis, canudos, cotonetes, embalagens de sorvete e redes de pesca.


Esta é uma das principais conclusões de um trabalho de monitoramento realizado desde 2012, em 12 delas, pelo Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IO-USP), em parceria com o Instituto Socioambiental dos Plásticos (Plastivida), uma associação que reúne entidades e empresas do setor.

As pesquisas sobre a questão do lixo no mar ainda são escassas e incipientes, tanto no Brasil como no exterior. 

Mas, em termos mundiais, sabe-se que os resíduos sólidos nos oceanos possuem diversas proveniências.

Estima-se que 80% deles tenham origem terrestre. 

Entre as causas disso estão a gestão inadequada do lixo urbano e as atividades econômicas (indústria, comércio e serviços), portuárias e de turismo. 

A população também tem parte da responsabilidade pelo problema, devido principalmente à destinação incorreta de seus resíduos que, muitas vezes, são lançados deliberadamente na rua e nos rios, gerando a chamada poluição difusa.

Os 20% restantes têm origem nos próprios oceanos, gerados pelas atividades pesqueiras, mergulho recreativo, pesca submarina e turismo, como os cruzeiros, por exemplo.


No ranking dos países mais poluidores dos mares, o Brasil 
ocupa a 16ª posição, segundo estudo americano  
| Foto: Elisa Van Sluys Menck


No ranking dos países mais poluidores dos mares, o Brasil ocupa a 16ª posição, segundo um estudo realizado por pesquisadores americanos e divulgado em 2015.

Eles estimaram a quantidade de resíduos sólidos de origem terrestre que entram nos oceanos em países costeiros de todo o mundo. Aqui, todos os anos são lançados nas praias entre 70 mil e 190 mil toneladas de materiais plásticos descartados.

Ainda de acordo com o mesmo levantamento, a China, a Indonésia e as Filipinas são as nações que mais jogam lixo nos oceanos, com até 3,5 milhões de toneladas de plásticos por ano. 

Esses três países também aparecem nos primeiros lugares de outro estudo, realizado pela ONG americana Ocean Conservancy. 

Ao lado da Tailândia e do Vietnã, são responsáveis pelo descarte de 60% dos resíduos plásticos encontrados nos mares do mundo.


Privada também foi encontrada na areia em uma das praias
| Foto: Divulgação

Resultados

O IO-USP e Plastivida realizaram o levantamento no litoral brasileiro para conhecer em mais detalhes a situação do Brasil.

Ele foi feito em seis praias do Estado de São Paulo (Ubatumirim, Boraceia, Itaguaré, do Uma, Jureia e Ilha Comprida), três da Bahia (Taquari, Jauá e Imbassaí) e três de Alagoas (do Francês, Ipioca e do Toco). 

No total, foram realizadas seis coletas, inicialmente com intervalos de seis meses e depois de um ano.

"Dessas, as mais poluídas são Boraceia e Itaguaré, Praia do Francês e Taquari", conta o biólogo Alexander Turra, do IO-USP, coordenador do trabalho.

Ele explica que as coletas foram realizadas seguindo um protocolo estabelecido pelo programa das Nações Unidas para o meio ambiente (ONU Meio Ambiente).

"Primeiro, nós limpamos uma área de 500 metros da areia seca, onde a maré não alcança, e das dunas ou restinga, atrás da praia", diz. 

"Depois, voltamos ao local de seis em seis em seis meses para recolher, identificar e quantificar o lixo nos 100 metros centrais dessa área."

O monitoramento constatou que, em São Paulo, o maior volume se acumula nas dunas ou restingas e é proveniente das atividades de pesca. 

No Nordeste, o grosso do material é encontrado na areia seca e vem do turismo.

A história que levou à assinatura do convênio entre o IO-USP e a Plastivida começou em 2011, quando foi criado o Compromisso de Honolulu, para discutir a questão de resíduos nos mares em nível global.

Dirigido a governos, indústrias, organizações não governamentais e demais interessados, o documento tem como objetivo servir como instrumento de gestão para a redução da entrada de lixo nos oceanos e praias, bem como retirar o que já existe.


Levantamento foi feito em seis praias paulistas, três baianas 
e três alagoanas | Foto: Elisa Van Sluys Menck

Como consequência desse documento, no mesmo ano, foi assinada a Declaração Global Conjunta da Indústria dos Plásticos, da qual a Plastivida é signatária. 

Foi para implementar aqui esse compromisso mundial que a associação, como uma das entidades representantes da cadeia produtiva dos plásticos no país, e o IO-USP assinaram o convênio em 2012. 

A meta é se capacitar e desenvolver estudos científicos para embasar as discussões sobre o tema no Brasil.

Desde então, além do levantamento do resíduos nas praias, a parceria resultou em vários outros trabalhos. 

"O convênio é um arranjo inovador, que junta a universidade com a iniciativa privada para resolver questões importantes para a sociedade", diz Turra. 

"Ele visa entender o problema, ver onde ele é mais crítico e verificar se as medidas para combater o lixo no mar estão surtindo efeito."

Além disso, foi criado o Fórum Setorial dos Plásticos Online - Por Um Mar Limpo, para ampliar os debates sobre os caminhos e as alternativas de mitigação para o problema dos resíduos nas praias e nos oceanos.

Trata-se de uma plataforma online, que reúne todas as informações e o conhecimento obtidos desde 2012, além das propostas de educação ambiental, prevenção, coleta e reciclagem. 

Desse Fórum resultou a Declaração de Intenções, um documento que estabelece os compromissos da cadeia produtiva dos plásticos no Brasil sobre o tema.

Combatendo o problema

Os participantes do Fórum pretendem pesquisar alternativas para que o setor industrial e a população possam combater o lixo no mar.

"O Instituto Oceanográfico é um moderador desse diálogo", diz Turra. "Nós auxiliamos as empresas a canalizarem as informações científicas corretas e a realizar as melhores ações concretas possíveis."

De acordo com ele, os principais objetivos do IO-USP nesses projetos são a educação ambiental em relação ao consumo consciente e à destinação correta do material descartado. A ideia é que, bem informadas sobre o tema, as pessoas possam ajudar a manter os oceanos e as praias limpas.

Segundo o presidente da Plastivida, Miguel Bahiense, o conhecimento gerado durante os anos de existência da parceria é de que se trata de um problema que só será resolvido em conjunto pelos vários setores relacionados ao problema.

"Estamos realizando um trabalho de educação, informação e coordenação de ações como campanhas de descarte adequado, conscientização, entre outras, que vão demandar o envolvimento compartilhado de toda a sociedade - poder público, indústria de diversos setores, varejo e a população de forma geral -, para o mesmo fim, que é a preservação dos oceanos e do meio ambiente", diz.


Pesquisador defende trabalho conjunto entre vários setores 
para combater o problema | Foto: Lab Manejo

"Todo o estudo reunido nos fez entender que a questão do lixo nos mares vai além dos municípios costeiros", avalia Turra.

"Ela envolve todas as cidades, Estados, a gestão dos resíduos sólidos, o saneamento básico, a educação ambiental e toda uma cultura social que deve ser estruturada. 

Acreditamos que o Fórum será um marco transformador da sociedade, por envolver diferentes setores na busca do desenvolvimento sustentável."

Fonte: Evanildo da Silveira - De São Paulo para a BBC Brasil.

Stefano Boeri Architetti projeta primeiro edifício de habitação social com floresta vertical

por Ella Thorns Traduzido por Vinicius Libardoni


Stefano Boeri Architetti projeta primeiro edifício de habitação social com floresta vertical, © The Big Picture
© The Big Picture
O novo projeto de habitação social de Stefano Boeri Architetti é o primeiro edifício deste tipo a integrar uma floresta vertical em uma torre residencial popular, oferecendo um espaço mais agradável para seus moradores. A estrutura verde, que será construída na cidade de Eindhoven, contará com 5.200 arbustos e 125 árvores plantadas ao longo de seus 75 metros de altura.
O edifício conhecido como "Trudo Vertical Forest" abrigará 125 unidades para pessoas de baixa renda, especialmente famílias jovens. Cada unidade contará com uma varanda repleta de verde, árvores e arbustos construindo uma floresta ascendente em meio à cidade.
© The Big Picture
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A integração da vegetação na arquitetura, neste caso na fachada de um edifício em altura, colabora com a neutralização da poluição, absorvendo o dióxido de carbono da atmosfera. O Trudo Vertical Forest também foi concebido como um ecossistema próprio e autêntico que reúne mais de 70 espécies diferentes, colaborando com a prosperidade das plantas e animais, promovendo o desenvolvimento da biodiversidade dentro de Eindhoven.
O projeto da torre de Eindhoven é uma prova de que é possível combinar soluções inteligentes para atender tanto a escassez de habitação popular quanto aos desafios das mudanças climáticas. Os parques urbanos não apresentam apenas melhorias no meio ambiente das cidades, mas também uma oportunidade para melhorar as condições de vida dos seus habitantes mais vulneráveis. - Stefano Boeri
O projeto fará amplo uso de pre-fabricação na sua construção, soluções técnicas avançadas foram pensadas para o sistema de fachada que incorporará a floresta vertical, otimizando os recursos naturais e viabilizando a construção desta inovadora proposta de habitação social.
Florestas verticais tem se tornado mais conhecidas desde que Stefano Boeri surgiu no mundo da arquitetura. Ele chamou a atenção para a importância destas propostas para o meio ambiente urbano através de uma publicação no mês passado, incentivando a construção de novos parques e jardins, florestas verticais e fachadas verdes. No vídeo ele afirma que "novas árvores e novos projetos sustentáveis podem colaborar com a purificação do ar poluído, reduzir drasticamente o CO2 na atmosfera, minimizando o consumo de energia e o efeito de ilha de calor nas cidades, além de aumentar a biodiversidade e tornar as cidades ambientes mais agradáveis, saudáveis e atraentes para se viver".
Milão, Nanjing, Paris, Xangai, Lausanne, Utrecht e Tirana já apresentaram projetos de florestais verticais propostos pelo escritório Stefano Boeri Architetti, inspirando os arquitetos a incorporar mais áreas verdes em seus projetos urbanos.
© The Big Picture
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Localização: Strijp-S, EindhovenHolandaCliente: Sint Trudo; Construtora: Stam + De Koning; Arquitetos: Stefano Boeri Architetti; Associado: Stefano Boeri; Diretora do projeto: Francesca Cesa Bianchi; Lider do projeto: Paolo Russo; Equipe: Giulia Chiatante; Elisa Versari Inbo; Coordenador de projeto: Aron Bogers; Constultor de paisagismo: Studio Laura Gatti; Consultor de fachada: SCE Project; Estrutura:Adviesbureau Tielemans; Projetos Complementares: Ten Hooven Execução de paisagismo: Dupre; Imagens: The Big Picture Visual

Sustentabilidade não é moda, é necessidade!

Tema urgente, a sustentabilidade passa por quase todos os aspectos da vida. 

Atos simples ajudam a reciclar, fazer compras conscientes, usar o resíduo orgânico como compostagem e, desse modo, a preservar. 

Que tal começar hoje?

Desenvolvimento sustentável foi definido, em 1987, por um relatório de 1987 da Organização das Nações Unidas (ONU) como “aquele que satisfaz às necessidades das gerações atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atenderem ao que necessitam”. 

Tema necessário e imediato, a ideia precisa estar presente no cotidiano de cada um. 

“Aqui em Fortaleza não existe a cultura de reciclagem. O que é uma lástima em um mundo que cada dia produz mais lixo”, aponta a professora do curso de Energias Renováveis da Universidade Federal do Ceará (UFC), Marisete de Aquino. 

O tempo livre do sábado pode ser usado para iniciar essa rotina, cada dia mais necessária em nossas vidas. 

A Política Nacional de Resíduos Sólidos, criada em 2010, definiu a responsabilidade compartilhada para o destino do lixo. 

Fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e até consumidores têm deveres sobre o lixo produzido. 

A rede que produz e fornece tem obrigação, segundo a professora, de recolher e dar a destinação correta. 

Já ao consumidor fica o dever de separação e de entrega desse material. É a chamada logística reversa. 

Mas não é isso que encontramos na prática. Veja como é possível consumir com responsabilidade.


FOTOS AURÉLIO ALVES/ESPECIAL PARA O POVO

EM CASA, a professora de educação física Luciana Melo, 50, começou separando o lixo orgânico - restos de alimentos, frutas, cascas, entre outros - do resíduo seco. 

Uma dica é dividir os resíduos em dois recipientes e, ao fim do mês, separar o lixo reciclável por tipos (vidro, madeira, pilhas, baterias, papel). Ela também separa óleo de cozinha para entregar em um Ecopontos da Prefeitura. Fortaleza tem 25 Ecopontos. 

Encontre o mais próximo a sua casa: bit.ly/2ESqexs 

MEDICAMENTOS fora do prazo de validade e embalagens de remédio não podem ser depositado em reservatório comum. 

Por lei, devem ser recebidos pelas farmácias onde foram comprados. 

OUTRA AÇÃO de reciclagem da professora é usar panelas velhas e latas como decoração. 

Com um verniz vermelho, por exemplo, caçarolas se transformam em vaso de planta. 

Os Ecopontos da Prefeitura também recebem o recipientes para cozinhar. 

LOJAS QUE vendem pneus também deve realizar a logística reversa. O material dos pneus são usados em fábricas de cimento. 

RESTOS ORGÂNICOS como folhas, cascas de verduras, frutas, ovos e restos de comida podem ser usados para fazer compostagem. 

Depois de pronto, o composto orgânico pode ser misturado à terra do jardim, da horta e dos vasos. 

NO SUPERMERCADO, Luciana sempre leva sacolas retornáveis, para não utilizar sacos plásticos. Na hora de embalar os frios, ela também pede que o atendente não use bandeja de isopor - não existe, no Ceará, fábrica de reciclagem de isopor. 

Ela recomenda que as pessoas levem vasilhas de casa ou, em casos excepcionais, peçam ao atendente que envolva o frio somente com o plástico. 

VIDRO, METAL, PAPEL, plástico (garrafas pet e embalagem de água sanitária, por exemplo), óleo de cozinha e embalagens Tetrapak (caixas de leite e sucos) podem ser trocados por créditos em um dos 39 Ecopontos, a partir do peso e do valor de cada item em tabela de preços. 

Para isto, eles precisam estar livres de sobra de alimentos. 

O valor pode ser convertido em créditos no Bilhete Único ou em descontos na conta de energia. 

Para o cadastro, o cidadão precisa levar uma conta de energia ou o Bilhete Único e receber o cartão Recicla Fortaleza. 

No ato da entrega dos materiais, o crédito é destinado e deve ser conferido pelo beneficiário na próxima conta recebida. 

ANGÉLICA FEITOSA

Renovado, ‘Banespão’ reabre com onze andares de atrações

Fechado há dois anos para reforma, o Edifício Altino Arantes agora é Farol Santander e conta com pista de skate, mostra de Vik Muniz e loft de luxo

Por Ana Carolina Soares


Edifício Altino Arantes, que reabre após dois anos sob o 
nome Farol Santander (Leo Martins. Agradecimento: 
Condomínio Prédio Martinelli/Veja SP)

Erguido em 1947 para abrigar a sede do Banco do Estado de São Paulo (Banespa), o Edifício Altino Arantes, no centro, recebeu o nome do então presidente da instituição. 

Nos anos seguintes, o local acabou sendo rebatizado pelos paulistanos com apelidos como “Banespão” ou “nosso Empire State”, esse último em referência ao arranha-céu nova-iorquino que serviu de inspiração para o arquiteto Plínio Botelho do Amaral.

Com 35 andares e 161 metros de altura, o prédio virou cartão-postal da metrópole e manteve durante mais de uma década o posto de construção mais alta da cidade — perdeu a liderança em 1960, para os 170 metros do Condomínio Mirante do Vale, no Vale do Anhangabaú. 

Em 2000, ao adquirir a antiga instituição financeira, o Santander tornou-se o dono do imóvel e manteve a concorrida visita ao mirante. 

Em junho de 2015, no entanto, a empresa fechou o lugar para iniciar uma reforma.

Na quinta (25), dia do 464º aniversário de São Paulo e poucos meses depois de o edifício completar setenta anos, esse ícone paulistano recebe nome e visual novos. 

Às 20h30, 124 luminárias serão acesas no seu topo para marcar a inauguração do Farol Santander, um centro de empreendedorismo, cultura e lazer. 

Na sexta, o local abre as portas ao público (a capacidade máxima é de 800 visitantes por dia).


O campeão mundial Bob Burnquist projetou uma pista de street 
(Leo Martins/Veja SP)

Se antes havia apenas o mirante do 26º piso, agora ele vai oferecer onze andares para visitação, com atrações para todos os gostos, como um museu com a história do Banespão, exposições de arte, palestras sobre empreendedorismo, um loft e até uma pista de skate. 

Estima-se que o projeto tenha consumido mais de 30 milhões de reais, informação não confirmada pelo banco.

A decisão de tirar os escritórios de lá surgiu em janeiro do ano passado. 

Desde então, uma equipe de aproximadamente 2 000 pessoas tocou diversas obras de restauração e instalação de novos ambientes no espigão, tombado desde 2014 pelo conselho estadual de patrimônio histórico, o Condephaat. 

Há diferentes modos de usufruir o lugar. O mais simples é optar pelo tradicional passeio ao mirante, por 15 reais (entradas podem ser adquiridas na portaria ou pelo site www.farolsantander.com.br).

De lá é possível desfrutar uma visão de 360 graus, com direito à observação da Serra do Mar, do Pico do Jaraguá, de prédios da Avenida Paulista e das principais construções do centro, região que vem passando nos últimos anos por um processo de revitalização. 

Todos esses pontos estarão sinalizados em novas placas de vidro, para aumentar a segurança e facilitar a orientação dos visitantes. 

O espaço também ganhou uma unidade do Suplicy Cafés Especiais, que oferecerá almoço executivo (a partir de 42 reais), brunch nos fins de semana (a partir de 65 reais) e drinques.


O ponto turístico ganhou vidros com sinalização das atrações 
da cidade (Leo Martins/Veja SP)

As demais atrações são divididas em quatro eixos: memória, arte, lazer e empreendedorismo. 

No caso do primeiro, há um roteiro para visitação a quatro andares (custa 17 reais e inclui a ida ao mirante). 

O tour começa no 2º andar, onde um vídeo apresenta a história do prédio. 

No 3º, um painel interativo resgata a história do nosso dinheiro, dos réis ao real. 

O 4º traz uma exposição permanente do artista Vik Muniz, com sete painéis feitos com mais de 10 toneladas de sucata. As imagens retratam o entorno do edifício. 

No 5º, o Núcleo de Memória Institucional da Coleção Santander Brasil reuniu alguns móveis originais, produzidos pelo tradicional Liceu de Artes e Ofícios.

No setor de arte, o 22º e o 23º andares abrigarão sempre dois profissionais, um nacional e o outro estrangeiro, que abordarão um mesmo tema em temporadas de quatro meses. 

Na estreia, uma reflexão sobre paisagens. Os russos do coletivo Tundra apresentam a instalação The Day We Left Field. 

Em um ambiente com iluminação especial, sons diversos e paredes espelhadas, o grupo espalhou grama sintética no teto e no chão. 

No piso inferior, a paulistana Laura Vinci apresenta a instalação Diurna. Com as janelas abertas, são projetadas sombras de árvores nas paredes e espalhadas pela sala 150 folhas fundidas em latão e banhadas em ouro.


Peça de cristal com 13 metros de altura, 10 000 itens e 
1,5 tonelada foi restaurada (Leo Martins/Veja SP)

A curadoria dessa seção é do empresário Facundo Guerra, que adotou o conceito da arte imersiva, em que o visitante interage com as obras. 

“Com os celulares e as redes sociais, o público não se contenta mais em apenas ver os trabalhos”, diz. 

Para passear por lá, o visitante desembolsa 17 reais (com direito ao mirante) ou 20 reais (se quiser ver também a área de memória).

No pacote de entretenimento, o principal destaque é uma pista de skate projetada pelo campeão mundial Bob Burnquist. 

Localizada no 21º andar, ela conta com um percurso de street, a estrutura para iniciantes e avançados. 

Para andar ali será preciso pagar 50 reais por hora. No local também haverá aulas, com preço entre 120 e 200 reais.

O 25º piso abrigará um loft criado pelo premiado escritório de arquitetura Triptyque. Por uma diária de 4 000 reais, será possível hospedar-se no apartamento de 350 metros quadrados com vista panorâmica (as reservas serão feitas pelo Airbnb). 

O imóvel tem capacidade para abrigar cinco pessoas, e a estada inclui um guia turístico. 

A banda americana Foo Fighters, que se apresenta na capital em fevereiro, deve se instalar ali. 

Também será possível alugar o espaço para eventos com até cinquenta pessoas.


Móveis de executivos do Banespa, produzidos pelo Liceu de Artes 
e Ofícios, estarão expostos (Leo Martins/Veja SP)

No eixo de empreendedorismo, a Garimpo de Soluções coordena, no 8º andar, palestras quinzenais aos sábados para uma plateia de até 100 pessoas. 

A primeira ocorrerá no próximo dia 3, sobre moda sustentável, com Juliana Pirani, do eFitFashion, e Enrica Arena, da empresa italiana Orange Fiber.

O conjunto de atividades e atrações foi concebido para transformar o velho Altino Arantes em um novo ponto turístico na cidade. 

“A grandiosidade de São Paulo merecia um presente à altura”, afirma Marcos Madureira, vice-presidente executivo de comunicação, marketing, relações institucionais e sustentabilidade do Santander Brasil.

ESPIGÃO DE ATRAÇÕES

A distribuição das novidades que ocuparão os vários andares do famoso prédio da região central

Mirante

O ponto turístico ganhou vidros com sinalização das atrações da cidade, além de mesinhas na varanda do Suplicy Cafés Especiais

Pista de Skate

O campeão mundial Bob Burnquist projetou uma pista de street com capacidade para até quinze pessoas por hora

Vik Muniz

O artista plástico exibe sete painéis com retratos do prédio produzidos à base de 10 toneladas de sucata


O artista plástico Vik Muniz exibe sete painéis 
com retratos do prédio 
(Leo Martins/Veja SP)

Memória

Móveis de executivos do Banespa, produzidos pelo Liceu de Artes e Ofícios, estarão expostos

Lustre 

Peça de cristal com 13 metros de altura, 10 000 itens e 1,5 tonelada 
foi restaurada

Farol Santander. Rua João Brícola, 24, centro. www.farolsantander.com.br
Ter. a dom., 9h às 20h. 17 a 20 reais.

Luxo consciente: designer criciumense investe em acessórios sustentáveis




Barbara Barbosa

A preocupação com sustentabilidade alcançou também os acessórios femininos. Uma das provas de que a Moda passou a incorporar o novo modelo de produção baseado na sustentabilidade é o exemplo de uma empresa de semijoias de Criciúma. 

As peças são feitas a mão e seguem um rígido controle de produção, em relação à procedência dos materiais utilizados.

Movida pelo compromisso de aproveitar os recursos naturais com consciência, sem comprometer a disponibilidade para as futuras gerações, a designer Flávia Conti queria, ainda, oferecer acessórios que estivessem de acordo com tendências de moda, seguindo o design clean e minimalista. 

“A ideia surgiu não só como um ateliê de acessórios, mas também com uma preocupação enorme com o impacto que ela causa no mundo. 

Todo o sistema de produção segue o slow fashion, onde se valoriza a qualidade do material, a exclusividade do produto e em uma produção que seja o menos agressiva possível ao meio ambiente”, detalha.


Consumo Consciente

A oportunidade de investir nesse mercado surgiu após os conflitos que existem entre os segmentos. 

“A moda tem essa pegada muito descartável e até consumista. Para se ter uma ideia, 30% do lixo é tecido. 

A vida média de uma peça de roupa é de seis meses. Já na faculdade eu pensava em formas de fugir disso, sem perder de vista o lado fashion. Essa foi a solução que encontrei. 

Tanto é que caso você não queira mais a peça, é só nos enviar que reutilizamos o material”, aponta.

A própria designer fica à frente da criação e produção das peças em seu atelier. “Aqui, fazemos tudo com metal de liga de zinco e cobre, ambos de alta durabilidade. Os banhos são feitos a ródio, livre de níquel”, relata. 

O cuidado com os materiais reflete na saúde das consumidoras. ”Então não há riscos de alergias, bolhas e nem coceiras na pele. 

Como as peças são voltadas para mulheres modernas e atarefadas, temos que pensar em produtos versáteis que não incomodem e nem pesem”, arremata.

A seleção das pedras que compõem as joias também passa pelo rigor do conceito. 

“Não utilizamos pedras naturais, só sintéticas e metálicas. Justamente porque não sabemos se a cadeia produtiva dela também inclui o aspecto da sustentabilidade”, ressalta.


Controle do Processo

A dificuldade em mapear a procedência da extração das pedras impulsiona o trabalho da designer. 

“Trabalho escravo moderno, licenças ambientais burladas, poluição de rios, extração de partes ambientais junto à pedra, mineradoras extrativistas. 

Esses são alguns pontos que ficam por trás das peças e que muita gente não sabe. É disso que queremos ter certeza que não contribuímos”, discorre.


Próximos passos

Para estender a proposta às roupas, a designer já antecipa que uma linha de camisetas e bolsas está a caminho. “Para o ano que vem decidimos ampliar esse conceito para as roupas e bolsas também”, complementa ela. 

“É preciso uma mudança comportamental, de se questionar o que há por trás de cada produto. 

O consumo tem de ser consciente”, aponta Flávia.