Seria isso um barco-cozinha?

Localizada no Canadá, Vancouver, esta sala de jantar flutuante chama a atenção pela beleza, sofisticação e também pela curiosidade.
As pessoas se perguntam: como “isso” está boiando no meio da água? A resposta é simples e ecologicamente correta. Foram usadas cerca de 1700 garrafas PET para que o ambiente pudesse se sustentar em cima das águas.
Desenvolvida pelo escritório Good Weather, a sala de jantar é também um projeto acadêmico da Fish Foundation, organização que tem como objetivo formar novos chefs de cozinha que se preocupem com a pesca amiga do meio ambiente.
A cozinha-balsa pode acomodar cerca de 12 pessoas e abre todas as noites. Para a construção do piso, as garrafas foram arrumadas em fileiras e sobrepostas por um piso de madeira, o que garantiu a segurança do projeto.
Até setembro, os chefs da cozinha flutuante estarão ministrando um curso sobre vinhos. Para fazer parte do time seleto, o interessado terá que desembolsar cerca de R$400.

Arquiteto cria cidade ecologicamente correta

Já imaginou os cidadãos das grandes metrópoles residindo em casas vegetais, andando em dirigíveis e aproveitando espaços verdes?

A cidade 'Eco-utopia' ainda é um sonho, mas pode se realizar nos próximos 150 anos(EFE)
A cidade 'Eco-utopia' ainda é um sonho, mas pode se realizar nos próximos 150 anos
Não é necessário ser um futurista para imaginar uma cidade autossuficiente, construída com materiais orgânicos não poluentes, que tenha somente veículos inteligentes interligados entre si e moldáveis aos pequenos espaços, e embelezada com jardins flutuantes para reduzir o efeito do aquecimento urbano e depurar as águas residuais.
O certo é que não estamos muito longe de começar a materializar esta utopia. Na atualidade já há vários especialistas, entre arquitetos, engenheiros, cientistas, urbanistas e ecologistas que se reúnem ao redor do mundo para desenhar projetos urbanísticos ecológicos.
A ideia dos trabalhos destes progressistas radica em combinar arquitetura, tecnologia e urbanismo com a ecologia, sustentabilidade e autossuficiência, visando à construção da cidade do amanhã.
Fonte: MSN

ECOLOGIA E SUAS DIVISÕES: Ambiental, Social, Mental e Integral.




Ambiental
Ecologia ambiental
Esta primeira vertente se preocupa com o meio ambiente, para que não sofra excessiva desfiguração, com qualidade de vida e com a preservação das espécies em extinção. Ela vê a natureza fora do ser humano e da sociedade. Procura tecnologias novas, menos poluentes, privilegiando soluções técnicas. Ela é importante porque procura corrigir os excessos da voracidade do projeto industrialista mundial, que implica sempre custos ecológicos altos.
Se não cuidarmos do planeta como um todo, podemos submetê-lo a graves riscos de destruição de partes da biosfera e, no seu termo, inviabilizar a própria vida no planeta.

Social
Ecologia social
A segunda _a ecologia social_ não quer apenas o meio ambiente. Quer o ambiente inteiro. Insere o ser humano e a sociedade dentro da natureza. Preocupa-se não apenas com o embelezamento da cidade, com melhores avenidas, com praças ou praias mais atrativas. Mas prioriza o saneamento básico, uma boa rede escolar e um serviço de saúde decente. A injustiça social significa uma violência contra o ser mais complexo e singular da criação que é o ser humano, homem e mulher. Ele é parte e parcela da natureza.
A ecologia social propugna por um desenvolvimento sustentável. É aquele em que se atende às carências básicas dos seres humanos hoje sem sacrificar o capital natural da Terra e se considera também as necessidades das gerações futuras que têm direito à sua satisfação e de herdarem uma Terra habitável com relações humanas minimamente justas.
Mas o tipo de sociedade construída nos últimos 400 anos impede que se realize um desenvolvimento sustentável. É energívora, montou um modelo de desenvolvimento que pratica sistematicamente a pilhagem dos recursos da Terra e explora a força de trabalho.
No imaginário dos pais fundadores da sociedade moderna, o desenvolvimento se movia dentro de dois infinitos: o infinito dos recursos naturais e o infinito do desenvolvimento rumo ao futuro. Esta pressuposição se revelou ilusória. Os recursos não são infinitos. A maioria está se acabando, principalmente a água potável e os combustíveis fósseis. E o tipo de desenvolvimento linear e crescente para o futuro não é universalizável. Não é, portanto, infinito. Se as famílias chinesas quisessem ter os automóveis que as famílias americanas têm, a China viraria um imenso estacionamento. Não haveria combustível suficiente e ninguém se moveria.
Carecemos de uma sociedade sustentável que encontra para si o desenvolvimento viável para as necessidades de todos. O bem-estar não pode ser apenas social, mas tem de ser também sociocósmico. Ele tem que atender aos demais seres da natureza, como as águas, as plantas, os animais, os microorganismo, pois todos juntos constituem a comunidade planetária, na qual estamos inseridos, e sem os quais nós mesmos

Mental
Ecologia mental
A terceira, a ecologia mental, chamada também de ecologia profunda, sustenta que as causas do déficit da Terra não se encontram apenas no tipo de sociedade que atualmente temos. Mas também no tipo de mentalidade que vigora, cujas raízes alcançam épocas anteriores à nossa história moderna, incluindo a profundidade da vida psíquica humana consciente e inconsciente, pessoal e arquetípica.
Há em nós instintos de violência, vontade de dominação, arquétipos sombrios que nos afastam da benevolência em relação à vida e à natureza. Aí dentro da mente humana se iniciam os mecanismos que nos levam a uma guerra contra a Terra. Eles se expressam por uma categoria: a nossa cultura antropocêntrica. O antropocentrismo considera o ser humano rei/rainha do universo. Pensa que os demais seres só têm sentido quando ordenados ao ser humano; eles estão aí disponíveis ao seu bel-prazer. Esta estrutura quebra com a lei mais universal do universo: a solidariedade cósmica. Todos os seres são interdependentes e vivem dentro de uma teia intrincadíssima de relações. Todos são importantes.
Não há isso de alguém ser rei/rainha e considerar-se independente sem precisar dos demais. A moderna cosmologia nos ensina que tudo tem a ver com tudo em todos os momentos e em todas as circunstâncias. O ser humano esquece esta realidade. Afasta-se e se coloca sobre as coisas em vez de sentir-se junto e com elas, numa imensa comunidade planetária e cósmica. Importa recuperarmos atitudes de respeito e veneração para com a Terra.
Isso somente se consegue se antes for resgatada a dimensão do feminino no homem e na mulher. Pelo feminino o ser humano se abre ao cuidado, se sensibiliza pela profundidade misteriosa da vida e recupera sua capacidade de maravilhamento. O feminino ajuda a resgatar a dimensão do sagrado. O sagrado impõe sempre limites à manipulação do mundo, pois ele dá origem à veneração e ao respeito, fundamentais para a salvaguarda da Terra. Cria a capacidade de re-ligar todas as coisas à sua fonte criadora que é o Criador e o Ordenador do universo. Desta capacidade re-ligadora nascem todas as religiões. Precisamos hoje revitalizar as religiões para que cumpram sua função religadora.

Integral
Ecologia integral
Por fim, a quarta - a ecologia integral - parte de uma nova visão da Terra. É a visão inaugurada pelos astronautas a partir dos anos 60 quando se lançaram os primeiros foguetes tripulados. Eles vêem a Terra de fora da Terra. De lá, de sua nave espacial ou da Lua, como testemunharam vários deles, a Terra aparece como resplandecente planeta azul e branco que cabe na palma da mão e que pode ser escondido pelo polegar humano.
Daquela perspectiva, Terra e seres humanos emergem como uma única entidade. O ser humano é a própria Terra enquanto sente, pensa, ama, chora e venera. A Terra emerge como o terceiro planeta de um Sol que é apenas um entre 100 bilhõesbilhões de outras do universo, universo que, possivelmente, é apenas um entre outros milhões paralelos e diversos do nosso. E tudo caminhou com tal calibragem que permitiu a nossa existência aqui e agora. Caso contrário não estaríamos aqui. Os cosmólogos, vindos da astrofísica, da física quântica, da biologia molecular, numa palavra, das ciências da Terra, nos advertem que o inteiro universo se encontra em cosmogênese. Isto significa: ele está em gênese, se constituindo e nascendo, formando um sistema aberto, sempre capaz de novas aquisições e novas expressões. Portanto ninguém está pronto. Por isso, temos que ter paciência com o processo global, uns com os outros e também conosco mesmo, pois nós, humanos, estamos igualmente em processo de antropogênese, de constituição e de nascimento.
Três grandes emergências ocorrem na cosmogênese e antropogênese: (1) a complexidade/diferenciação, (2) a auto-organização/consciência e (3) a religação/relação de tudo com tudo. A partir de seu primeiro momento, após o Big-Bang, a evolução está criando mais e mais seres diferentes e complexos (1). Quanto mais complexos mais se auto-organizam, mais mostram interioridade e possuem mais e mais níveis de consciência (2) até chegaram à consciência reflexa no ser humano. O universo, pois, como um todo possui uma profundidade espiritual. Para estar no ser humano, o espírito estava antes no universo. Agora ele emerge em nós na forma da consciência reflexa e da amorização. E, quanto mais complexo e consciente, mais se relaciona e se religa (3) com todas as coisas, fazendo com que o universo seja realmente uni-verso, uma totalidade orgânica, dinâmica, diversa, tensa e harmônica, um cosmos e não um caos.
As quatro interações existentes, a gravitacional, a eletromagnética e a nuclear fraca e forte, constituem os princípios diretores do universo, de todos os seres, também dos seres humanos. A galáxia mais distante se encontra sob a ação destas quatro energias primordiais, bem como a formiga que caminha sobre minha mesa e os neurônios do cérebro humano com os quais faço estas reflexões. Tudo se mantém religado num equilíbrio dinâmico, aberto, passando pelo caos que é sempre generativo, pois propicia um novo equilíbrio mais alto e complexo, desembocando numa ordem, rica de novas potencialidades.
Fonte: Diário do Verde - 2009/2010 . All rights reserved. Todos os direitos reservados. / Antonio Gabriel Cerqueira Gonçalves

Você sabia?

Cobertura Refletiva (White Roof)

Imagem Simplesmente pintando com uma tinta refletiva o topo da edificação, você consegue diminuir em até 30 graus a temperatura da superfície pintada em um dia de verão.
Dados da Environmental Energy Technologies Division, dos Estados Unidos, mostram que os revestimentos brancos são capazes de refletir de 70 a 80% da energia do sol. E diminuem o gasto com ar-condicionado em até 20%.

Benefícios dos telhados brancos:

- Diminuição das ilhas de calor dos prédios/casas;
- Diminuição da emissão de CO2.
- Ajuda a refletir raio solar de volta para espaço;
- Fácil aplicação e pouca manutenção;
- Resultado imediato;
- Reduz custo de ar condicionado em até 20%;
- Ação eficiente no combate ao aquecimento global.

Teto Verde

Imagem Uma medida que alia estética, modernidade e conscientização. Ideal para grandes edifícios, consiste no plantio de um jardim, recobrindo todo o telhado.
A vegetação tem um grande potencial de absorção de raios solares e água das chuvas, tornando todo o ambiente a seu redor muito mais fresco. Uma simulação realizada pela Environmental Protection Agency (EPA), mostra que aumentar em 5% a extensão de áreas verdes na cidade de Los Angeles permitiria baixar a temperatura do verão em cerca de 4 graus e reduzir em 10% a poluição.

Benefícios dos telhados verdes:


- Controle do fluxo de água pluvial e redução de enchentes;
- Diminuição das ilhas de calor dos prédios/casas;
- Economia com gastos de energia (ar condicionado);
- Redução da reverberação de som, que proporciona maior conforto acústico.

Este é um programa do Green Building Council Brasil em prol da qualidade de vida em cidades de todo o Brasil.Com o One Degree Less é possível diminuir a temperatura das ilhas de calor nos grandes centros urbanos em 1 grau.
E o melhor: de uma maneira realmente simples.
Isso significa mais conforto para todos que vivem nas cidades. E também mais economia de energia.

Para informações completas acesse o site do evento:

Tamarana Metais, Joyful e Masisa apresentam práticas de sucesso na BAWB

Conferência sobre práticas sustentáveis em negócios acontece dias 31 de agosto e 1º de setembro, em Londrina. As inscrições podem ser feitas no site www.bawb.org.br 
O que as empresas Tamarana Metais, de Tamarana, Joyful, de Curitiba, e Masisa, de Ponta Grossa, têm em comum? Todas possuem experiências inovadoras que transformam práticas sustentáveis em negócios. Os exemplos bem sucedidos serão apresentados dia 1º de setembro na Conferência BAWB (Business as an Agent of World Benefit - Empresas como Agentes em Benefício do Mundo) 2010, que acontece em Londrina. A Tamarana Metais apresentará o Programa de Responsabilidade Ambiental Compartilhada (Prac), desenvolvido em conjunto com a Rondopar Energia Acumulada Ltda. Já a Joyful, empresa de confecção de Curitiba, apresentará o Malha Eco Chic, um projeto pioneiro no Brasil, que prevê a aplicação do conceito da sustentabilidade em todo o processo produtivo das peças da Joyful, desde o tipo de matéria-prima utilizada para a confecção das roupas até o ponto de venda. Já a Masisa, de Ponta Grossa, fabricante de painéis para a indústria moveleira e arquitetura de interiores, apresentará a gestão pelo Triplo Resultado, uma forma de gestão que avalia não apenas os resultados financeiros, mas também sociais e ambientais de cada decisão de negócios
O evento
A abertura do evento será dia 31, com a palestra do professor do Departamento de Operações da FGV-EAESP, Moysés Simantob, que falará sobre como criar valor sustentável para os negócios. A conferência, realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Sesi-PR e Unindus, universidade corporativa do Sistema Fiep, com o patrocínio do Sesi Nacional, será a primeira de uma série, em todas as regiões do Brasil. A Conferência BAWB acontece no Village Praça de Eventos (Rod. 165, Cambé).
As inscrições podem ser feitas aqui.

Sustentar o quê, para quem?

Ambiente: No mundo dos economistas, cultiva-se o mito de que existe um sistema neutro para a natureza.
Ao ler as entrevistas que integram o excelente livro "O Que os Economistas Pensam sobre Sustentabilidade", do jornalista Ricardo Arnt, somos tomados por uma sensação de abandono e falta de respostas claras sobre as ações necessárias para mudar nosso rumo, ao lado do pouco tempo para responder aos estragos já impostos aos mecanismos de sustentação da vida na Terra. Tudo depende daquilo em que acreditamos: como não são os humanos que dão as regras, mas o planeta, torna-se inaceitável o mito de total separação entre economia e ambiente, presente na maioria das análises.
A economia tem ignorado as questões ambientais e sociais, apesar de tantas evidências. É um erro científico monumental. Ao bicho da economia não importa de onde vêm os recursos, nem para onde vão os dejetos. Ele só tem sistema circulatório, só gera benesses que se somam no PIB e flutuam num Jardim do Éden. Esse mundo de faz de conta poderia estar até em Marte, e as conclusões seriam as mesmas.
Não é mencionada nas entrevistas a maior extinção em massa da vida deste planeta nos últimos 65 milhões de anos, causada pela pressão humana sobre os ecossistemas finitos da Terra. O paleontólogo e biólogo Stephen Jay Gould (1941-2002) escreveu que é muita ingenuidade achar que essa extinção jamais vai se voltar contra seus causadores, já que na Terra todos os seres vivos dependem de todos os seres vivos e respectivos ecossistemas. Aquecimento global não é o problema, mas um deles. E nem é o mais importante, além de ser mera consequência. Faltou, na maioria das entrevistas, dar ênfase às causas - uma delas, o crescimento econômico -, mencionadas com clareza e crítica apenas por José Eli da Veiga e Ricardo Abramovay.
Nelson Perez/Valor
Foto Destaque
Os conceitos de energia limpa e de economia de baixo carbono precisam ser aprimorados, porque produzir mais energia, mesmo com processos mais avançados, não significa ter melhores resultados (na foto, usina de álcool)
Vários economistas entrevistados raciocinam sob influência dos erros da teoria neoclássica, segundo a qual a economia pode ser maior que o planeta. Não se trata mais de discutir quem está certo ou errado, mas de discriminar as visões de mundo que estão em acordo ou desacordo com a realidade complexa à nossa volta. A economia aplicada, baseada em premissas falsas, sofreu uma quebra de paradigma que, estranhamente, ainda não foi reconhecida pelos seus principais usuários.
As citações do matemático e economista Nicholas Georgescu-Roegen (1906-1994) ignoram a dureza da sua crítica irrefutável. Com sua profunda análise do sistema econômico nos anos 1970, ele previu as tragédias planetárias dos anos 1990 em diante: "Se a economia do descarte imediato dos bens e do desperdício continuar, seremos capazes de entregar a Terra ainda banhada de sol apenas à vida bacteriana".
Se esse vaticínio tivesse sido incorporado ao pensamento econômico como uma contribuição, e não como heresia, teria evitado a maior parte das catástrofes já observadas.
Esse desastre não diz respeito às gerações futuras, pois quem já sofre os danos são as gerações atuais, viventes. Não dá mais para achar o contrário, como na resposta do professor Antonio Delfim Netto, quando lhe foi perguntado se não o preocupava a finitude da capacidade de resistência do planeta: "Eu me preocupo, mas o que posso fazer? Esse futuro eu não vou viver". Essa perda de referência nos faz imaginar que não temos mesmo nada a fazer. Temos sim.
Para falar de sustentabilidade, os economistas devem iniciar pela crítica de Roegen, que recorre às leis da mecânica clássica para explicar processos econômicos. Cultiva-se o mito de um sistema econômico neutro para a natureza: podemos passar um trator na Amazônia, dar marcha à ré e nada aconteceria, porque o sistema econômico é neutro, previsível e absolutamente reversível.
Isso cria ideias estapafúrdias, como a infinita substituição dos recursos da natureza, mas o pecado maior apareceu na teoria de crescimento de Robert Solow: um dia, o ser humano será capaz de produzir outros fatores materiais que não os da natureza - esse capital (máquinas, equipamentos etc.) seria um perfeito substituto da natureza. Não existem outros fatores materiais que não os da natureza, avisam os físicos à sua irmã siamesa, a economia.
O mito da tecnologia aparece amiúde nas respostas dos entrevistados, como solução milagrosa dos problemas, mas há oposição: Eduardo Giannetti e outros pedem que não se conte com milagres tecnológicos. Ao mito do crescimento eterno junta-se outro que tudo justifica: todas as benesses sociais derivam do crescimento. Os economistas precisam também reavaliar os resultados sociais. Há pinceladas sobre esse tema nas entrevistas, mas nada conclusivo.
O Clube de Roma apenas evidenciou, tal como Roegen, que há limite para a economia dentro de um planeta finito. Essa visão simples continua válida, com vários graus de acerto. Não há exercício de futurologia aí. Apenas, recomenda-se reconhecer a incompatibilidade de um subsistema sempre crescente dentro de um planeta finito.
Pouco entendimento é mostrado por grande parte dos entrevistados sobre o cálculo da Global Footprint Network, pelo qual hoje a humanidade já faz uso de 1,3 planeta e não há mais tempo para a regeneração da maior parte dos 20 serviços ecológicos de sustentação da vida, que já estão em colapso.
A mesma conclusão está presente nos dois relatórios do Millenium Ecossystem Assessment, o mais recente dos quais intitulado "Civilization Collapse". A revista "New Scientist" também tocou nesse tema no texto "The folly of growth", no qual pergunta aos cientistas quantas pessoas o planeta sustentaria no padrão de vida dos países ricos. Resposta: apenas 200 milhões.
Veiga e Abramovay fizeram propostas interessantes no âmbito de soluções institucionais, endossadas indiretamente por outros economistas. A discussão sobre renováveis quase sempre foi dirigida para oportunidades de negócios e exportações e não em revogação da rota de colisão com a Terra. Fica clara a necessidade de rever o conceito de energia limpa e suas reais limitações e remover o desperdício monumental (de tudo), como o do sistema de transportes (e não copiar os chineses, que começam a proibir bicicletas nas principais cidades). André Lara Resende tocou nesse ponto com razão. Transformar nosso sistema de transportes, ineficiente energeticamente, evitaria a construção de várias usinas Belo Monte. Na verdade, ter mais energia não significa ter melhores resultados.
O conceito de energia limpa também precisa ser aprimorado, bem como o da economia de baixo carbono, por uma razão muito simples: produzir mais energia, mesmo que com tecnologias mais limpas, aumentará a pressão humana sobre a Terra, e não o contrário. Acima de tudo, não se pode esquecer que não temos só um problema de energia, mas de matéria. É um erro acreditar que o único desafio é obter uma fonte de energia limpa e infinita e com isso construir um novo planeta (crença muito difundida).
O erro de Malthus é o mesmo da visão dominante atual e é hilário ele ser citado como exemplo contrário. Malthus, como todos, não via a menor restrição para o crescimento ininterrupto da população. Apenas recomendava correspondência com o ritmo aritmético de produção de alimentos. Se, por acaso, ele soubesse que os alimentos iriam apresentar crescimento geométrico, não teria visto o menor problema no crescimento populacional.
Uma ideia estranha, similar, está relacionada com a queda dos regimes comunistas. A derrocada do comunismo nada tem a ver com organização política, mas, sim, com colapsos ambientais e falta de recursos naturais - rota igualmente seguida pelo Ocidente, o que sugere um alerta para os regimes ditos "vitoriosos".
Exportações não são uma solução econômica viável para país nenhum, quando não se leva em conta a questão ambiental e planetária. É uma demanda estrangeira sobre os ecossistemas do Brasil, com poucos benefício para a população e impacto negativos até no emprego. A comissão Stiglitz-Fitoussi-Senn recusou o conceito de pegada ecológica, pelo seu viés contrário ao comércio global. O maior furor ambientalista na Europa, hoje, é concentrar-se em produtores locais, para evitar a tragédia carbônica do transporte transoceânico, ignorada também pelo sistema de preços.
O comércio global, principal causa do colapso ambiental civilizatório, pela primeira vez na história da humanidade permitiu aos países ricos exportar esse mesmo colapso para o resto do mundo, a custo zero. Se os Estados Unidos (ou a China, ou outro país rico) fossem o único território deste planeta e não tivessem nenhum lugar onde explorar recursos para sua "prosperidade", já teriam entrado em colapso há muito tempo.
É correta a crítica pela qual não podemos aceitar a tese de que, se os ricos poluíram e destruíram, devemos fazer o mesmo. Precisamos, sim, propor internacionalmente uma forte compensação monetária por salvarmos o resto do planeta. Manter a Amazônia em pé parece ser consenso de todos. Resta saber por que, com tanta unanimidade, a cada ano temos menos floresta e estamos mais próximos de sua resiliência. Segundo Niro Higuchi, cientista brasileiro membro do Intergovernmental Panel on Climate change (IPCC), a floresta retém carbono equivalente a 150 anos de atividade industrial e, se sua resiliência (ou padrão de umidade) desaparecer, não há como impedir que desapareçam bilhões de seres humanos.
É estranho, e errado, achar que a limitação ecológica só existe quando nos aproximamos dela. Em outras palavras, não haveria erro na análise, só no momento em que nos aproximamos do precipício.
No fundo, se a teoria econômica não fosse tão capenga em relação às questões essenciais da humanidade e sua posição vulnerável em relação ao planeta, as potencialidades que teríamos atingido teriam sido muito maiores. O fato de os recursos causarem a impressão de serem inesgotáveis no passado, como respondeu Edmar Bacha, e terem sido tratados como bens livres, é um erro secundário decorrente dos mitos que regem os princípios de conservação e axiomas do pensamento econômico tradicional.
Enfim, o livro é de uma riqueza de análise interessantíssima para abrir um debate que não pode mais ser adiado. Não deixa de ser positivo o fato de os economistas serem chamados a pensar a respeito de um assunto sobre o qual nunca se debruçaram. Mas faltou coragem para reconhecer os erros e as falhas do pensamento atual. Só assim teremos um progresso verdadeiro.
Hugo Penteado é economista formado pela Universidade de São Paulo, autor do livro "Ecoeconomia - Uma Nova Abordagem" (Lazuli, 2003 e 2008)

Biodiesel de gordura animal torna produção mais sustentável

Tecnologia converte resíduo altamente impactante em fonte de energia renovável e gera renda extra para produtores
 
A produção de biodiesel a partir da gordura animal pode representar um novo passo rumo à sustentabilidade da cadeia produtiva de suínos e aves.


Pesquisas da Embrapa têm como proposta converter o resíduo poluente gerado nos abatedouros em um produto energético de valor comercial. Além de beneficiar o meio ambiente, a tecnologia trará vantagens econômicas aos criadores, já que poderá ser reutilizada no aquecimento dos animais.
Na opinião do engenheiro agrícola Paulo Abreu, pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, a utilização de resíduos da gordura animal para a produção de biodiesel representa uma alternativa viável e promissora para os produtores.
Essa tecnologia possibilita a conversão de um resíduo altamente impactante em uma fonte de energia renovável. Além disso, vai criar novas alternativas de renda para pequenos produtores, tanto pelo surgimento de demanda por insumos como também a disponibilização de um subproduto que pode ser reutilizado. Trata-se do glicerol, que serve de matéria-prima para a fabricação de sabonete — explica.
A proposta da produção do combustível a partir da gordura animal se diferencia do atual processo de produção de biodiesel, que é feito a partir dos grãos de oleaginosas. Enquanto o processo convencional utiliza o metil, que é totalmente importado e cuja origem é de fontes não renováveis, o processo de produção a partir de gordura animal utiliza a rota etílica, cujo produto, o etil, é oriundo dos canaviais brasileiros.
A produção de biodiesel a partir da gordura animal já foi realizada com sucesso em laboratório. Agora, o projeto está em fase de avaliação a campo. Ainda não é possível estimar quando a tecnologia estará disponível para os produtores, mas, após a conclusão da etapa de pesquisas em laboratório, no final desse ano, será possível definir quando a tecnologia chegará às mãos dos criadores.

Livro lista dez princípios básicos para a mobilidade sustentável

escadas-bicicletas
Um dos casos estudados e apresentados no livreto é o da Cidade do México/Foto: Divulgação
Segundo o Institute for Transportation and Development Policy (ITDP), em 2030 a expectativa é que 60% da população mundial, cerca de 5 bilhões de pessoas, viverão em áreas urbanas - e a maioria delas em países em desenvolvimento.
Como meio de minimizar os efeitos do crescimento populacional na qualidade do transporte das cidades, o programa Our Cities Ourselves do ITDP, em parceria com o urbanista dinamarquês Jan Gehl, desenvolveu um livreto (em inglês) para estimular o debate de ideias e a implantação de uma política de mobilidade pública mais inteligente.
A publicação lista dez princípios básicos para transformar qualquer cidade em um modelo de mobilidade sustentável. São eles:
  • Direito de andar: Todos os indivíduos são pedestres, é essencial ter um ambiente de trânsito a pé de qualidade;
  • Transporte não poluente: O melhor meio de transporte é aquele que não polui, o uso das bicicletas e de não motorizados deve ser encorajado com vias específicas;
  • Mobilidade coletiva: Para maiores distâncias, a melhor alternativa é o transporte coletivo de qualidade;
  • Restrição ao acesso de veículos: Em lugares de grande trânsito de pedestres e muitas construções, o acesso de veículos e coletivos deve ser reduzido;
  • Serviços de entregas sustentável: As entregas delivery devem ser realizadas da maneira mais limpa e segura possível;
  • Integração: Um bom bairro é aquele que integra áreas residenciais às comerciais e de lazer. Essa diversidade atrai as pessoas para trabalharem, comprar ou simplesmente aproveitar o espaço;
  • Preencher espaços: Moradores e visitantes são atraídos para lugares onde podem realizar a maioria das tarefas diárias a pé. Preencher espaços baldios pode facilitar a vida da comunidade quando se busca uma feira ou posto dos correios;
  • Preservação cultural: Uma comunidade se torna mais atrativa quando expõe a sua própria cultura, belezas naturais e tradições. Essas qualidades tornam o lugar único;
  • Conectar espaços: Conexões entre quarteirões diminuem a distância entre os destinos e possibilitam o trânsito a pé ou em bicicletas;
  • Pensar longe: Investir a longo prazo em construções de vias públicas torna o transporte mais sustentável, já que o gasto com reparações é menor e a durabilidade maior.
A publicação faz parte de uma das exposições do programa Our Cities Ourselves, que funcionará até o dia 11 de setembro, na cidade de Nova York. Até a data final serão realizadas 10 apresentações, de 10 arquitetos diferentes, sobre visões para melhorar o transporte público de 10 cidades do mundo.

Carreiras socialmente responsáveis em finanças

Seguindo o tripé de resultados Econômicos, Sociais e Ambientais, novas oportunidades surgem para os profissionais de finanças. 
 

Pensando em como incluir sustentabilidade na sua carreira? Se você está interessado na área de finanças, talvez também preocupe-se em como seus interesses podem levar a um equilíbrio entre trabalho, valores e crenças. Seguindo o tripé de resultados Econômicos, Sociais e Ambientais, novas oportunidades surgem para os profissionais de finanças. As vagas passam pelo investimento social privado, microfinanciamentos e rentáveis investimentos em novos negócios sustentáveis.
As finanças sociais podem abrir as portas para muitas soluções e dilemas. Embora pareçam novidade, elas já existem desde que o primeiro indivíduo posicionou-se contra o lucro a qualquer custo. Um peregrino calvinista não iria financiar a escravidão antes da guerra de secessão, assim como um opositor consciente não iria financiar máquinas de guerra hoje. Antes que tenha uma epifania sobre suas metas de carreira, você pode querer saber mais sobre as várias facetas das finanças sociais, as oportunidades de carreira que estão abertas e a formação que você pode precisar para correr atrás de seus sonhos. 
Finanças sociais definidas 
Finanças sociais nada mais são que instrumentos financeiros usados para promover metas sociais. Entre esses instrumentos estão o crédito, a poupança, os investimentos e os empréstimos, entre outros dispositivos. Estas ferramentas ajudam as classes sociais mais baixas a lidarem melhor com o risco, tirar vantagem de oportunidades de geração de renda, organizar-se e ter voz. Estas ferramentas também incorporam valores pessoais e preocupações sociais com decisões de investimento, onde indivíduos ou grupos esperam ajudar inciativas de negócios sustentáveis.
 Historicamente, as finanças sociais pertenceram a governos e organizações de caridade ou religiosas. Contudo, com um foco no aquecimento global e com notícias sobre dificuldades encontradas por indivíduos em países subdesenvolvidos, o setor privado se envolveu nesse campo especializado. Enquanto alguns negócios e indivíduos procuram usar fundos para a filantropia, outros querem contribuir com um olho no lucro. 
Então, enquanto as metas sociais parecem ser as mesmas entre os financiadores sociais, as tentativas por trás destas metas podem ser grandes. Por exemplo, uma corporação pública e um indivíduo podem querer ajudar populações de baixa renda. A corporação pode querer eliminar a pobreza para criar um novo mercado consumidor para os seus produtos enquanto o indivíduo pode trabalhar na mesma meta para concretizar uma crença na igualdade social. 
Algumas carreiras nas finanças sociais
Se você está interessado em questões financeiras, você já sabe que os mercados têm se integrado até um certo nível, e que esta integração – ou globalização – significa que vários países tornaram-se mais interdependentes. O capital financeiro está fluindo para mercados pré-emergentes e emergentes, onde estes fundos ajudam indivíduos e comunidades a encontrarem suas necessidades sociais.
Carreiras em finanças sociais se expandiram ao ponto em que é possível frequentar uma universidade como a School for Social Entrepreneurs em Londres, que se foca unicamente no empreendedorismo social. Quer seus interesses estejam voltados para uma participação não-lucrativa ou lucrativa neste ramo especializado, você pode imaginar onde suas oportunidades estão.
Alguns postos de trabalho em finanças sociais podem incluir:
Investidor comunitário: O investidor comunitário trabalha para arrecadar, supervisionar e dirigir capital para as oportunidades de investimento da comunidade nas áreas local ou regional, e internacional. As comunidades em questão geralmente foram mal servidas ou ignoradas pelos serviços financeiros comuns. Você pode saber mais sobre investimentos comunitários e algumas organizações envolvidas com esta expansão no fórum do investimento social do Community Investing Center (Centro de Investimento Comunitário).
Geralmente, investidores comunitários respondem a um conselho de diretores e, em última instância, aos acionistas de uma companhia que organiza os esforços de investimento. Mas você pode trabalhar para se tornar um capitalista de risco que se foca nos potenciais da comunidade, em vez de se concentrar em novos negócios. Ou você pode achar um lugar dentro das várias organizações ou em seus conselhos. 
Micro-Financiador: investidores comunitários podem também se tornar micro-investidores, um papel muito similar ao do capitalista de risco mas que não demanda retorno no investimento em todos os casos. Este indivíduo procura fornecer a indivíduos ou comunidades pobres os meios para investir ou realizar empréstimos para negócios ou desenvolvimento da comunidade. Geralmente estas transações financeiras eliminam a necessidade de colaterais, e elas requerem investimentos menores que a média.
O micro-financiador pode trabalhar sozinho ou para companhias que variam de negócios financeiros a organizações não governamentais (ONGs). Como investidor solo, você pode também se tornar envolvido com oportunidades oferecidas por redes de micro-financiamento que se focam em ajudar indivíduos tão diversos como os membros da sua própria família até desconhecidos em países em desenvolvimento. 
Setor sem fins lucrativos: O setor sem fins lucrativos é, talvez, o braço mais tradicional da rede de finanças sociais. Quando você trabalha para uma organização sem fins lucrativos ou fundação privada, você geralmente vai responder a um conselho de diretores ou curadores, dependendo da estrutura legal da organização. O setor sem fins lucrativos é diversificado, pois varia do interesse pelas artes até os direitos dos animais.
O setor sem fins lucrativos é também o mais diversificado quando se fala em oportunidades. Enquanto alguns indivíduos se satisfazem em voluntariar para esforços sem fins lucrativos, você também pode procurar uma carreira como executivo ou trabalhar como redator de subvenções freelance ou coordenador de projetos. Os postos de trabalhos freelance podem lhe permitir satisfazer seus desejos de fornecer ajuda a várias organizações e ainda pagar o aluguel. 
Empreendedor social: Diferentemente dos capitalistas de risco, os empreendedores sociais fornecem soluções inovadoras para difíceis problemas sociais geralmente sem buscar lucro pessoal. Este empreendedor é similar ao empreendedor de negócios no que diz respeito a procurar construir alguma coisa do nada com criatividade e ambição. Empreendedores sociais, entretanto, vêem pessoas ou comunidades necessitadas em vez de novos negócios como seus mercados de reserva.
Empreendimentos sociais incluem negócios que medem seu sucesso pelos lucros e pelos benefícios à comunidade. Dito isto, uma carreira como empreendedor social poderia combinar as características altruístas das organizações sem fins lucrativos com micro-financiamento pró-lucro para criar uma oportunidade híbrida de financiamento social. Os indivíduos envolvidos em ambos os fins geralmente definem se a oportunidade tem ou não finalidades lucrativas, mas em todos os casos o projeto comumente ajuda a melhorar a situação social da comunidade.  
O que esperar 
Se você está realmente atraído por uma carreira financeira em contabilidade, investimento, pesquisa, bolsa de valores, ramo bancário ou outras áreas, então você sabe as emoções específicas que ganha com seu(s) interesse(s). Se você quer incorporar um viés social ao seu objetivo de carreira, você também vai precisar expandir suas habilidades e experiência por meio de educação e trabalho.
Você pode esperar os seguintes ganhos:
Habilidades interdisciplinares: você vai ganhar habilidades entre as disciplinas, já que pode precisar de experiência em outros campos que não o da administração financeira. Sociologia, antropologia, ciência política e outros estudos que estão listados sob o nome de Ciências Sociais ou Humanas irão ajudá-lo a alcançar seus objetivos. Você pode também se focar nas facetas tecnológicas, ambientais ou de liderança das carreiras financeiras. Suas necessidades interdisciplinares irão depender da sua decisão em se focar mais no aspecto social ou financeiro dentro deste campo.
Oportunidades de liderança: financiamento social é um meio de criar maneiras inovadoras de melhorar ambientes sociais, e este campo precisa de líderes criativos que possam tomar a iniciativa em muitas situações. Financiamento social é focado no dinheiro, mas esta é apenas metade da equação. O aspecto “social” requer indivíduos que possam identificar recursos não-usuais, além do dinheiro que possam ser usados para melhorar a situação de um indivíduo ou comunidade.
Então você pode escrever propostas de doações para projetos, ou pode procurar alternativas para fundos para resolver um problema. Ou você pode doar dinheiro suficiente para se sentar junto ao conselho da organização, ou doar seu tempo e energia para alcançar o mesmo objetivo. Habilidades de liderança nos negócios, como aquelas encontradas em administração organizacional, sem fins lucrativos ou de projetos, pode abrir portas para muitas oportunidades. 
Flexibilidade: Carreiras em financiamento social atualmente podem ser vagas e muito indefinidas. Você pode achar um caminho para viajar pelo mundo ou pode procurar uma situação na qual esteja sozinho e rodeado de livros e materiais de arquivos. Como este campo está crescendo, contudo, você pode achar que seu trabalho vai demandar um pouco desses dois mundos e mais. Esta flexibilidade é parte do que muitos empregadores de finanças sociais procuram, já que seus voluntários e funcionários geralmente fazem várias coisas ao mesmo tempo.
A habilidade de ser flexível com uma situação é também definida como “criativa” e “inovadora”, especialmente quando situações inesperadas são encaradas com pouca reclamação. Uma situação flexível pode também ser significativa, já que um trabalho dentro do setor de finanças sociais vai bem a calhar para pessoas que querem usar suas habilidades, talentos, educação e dinheiro para concretizar mudanças sociais. 
Conhecimento global: Mesmo que você termine num escritório apertado cercado de livros de contabilidade financeira, você aprende muito sobre como as pessoas vivem em outras comunidades ao redor do mundo. Este conhecimento global contém muitas vantagens para uma pessoa que procura ascender na carreira das finanças sociais ou para o indivíduo que eventualmente quer se tornar um capitalista de risco ou empreendedor. Sem conhecimento sobre política, influências culturais e outros temas que influenciam o desenvolvimento global, o financiador social vai perder tempo, habilidades e dinheiro.
Além disso, a globalização requer conhecimento especializado sobre como países e comunidades se tornam interdependentes. Quer você aprove ou não a globalização, a tendência à interdependência está em curso. Você pode usar sua participação numa carreira nas finanças sociais para apoiar as suas crenças.  Onde começar  Se uma carreira em financiamento social intriga você, você pode querer pesquisar mais e definitivamente querer experimentar este campo para saber até onde ele vai. Seu foco pode incluir voluntariado local, leituras online, aperfeiçoamento de educação e conversas com indivíduos que trabalham no campo. 
Comece com voluntariado: Se você quer saber mais sobre como o “social” se conecta com as “finanças”, você pode se oferecer como voluntário para trabalhar com uma organização sem fins lucrativos. Você não apenas vai ganhar experiência no terreno, como também vai conhecer indivíduos que podem ajudar a apontar direções na sua carreira. Você pode também expandir seus horizontes para trabalhar em outras regiões. 
Encontre outros financiadores sociais: Quando você se relaciona com outros indivíduos de mesma mentalidade, você pode aprender mais sobre o que esperar das suas aspirações na carreira. Se você planeja ir na direção do capitalista de risco, você pode achar outros indivíduos que pensam como você na National Venture Capital Association. Mesmo que os indivíduos dentro desta organização possam não participar de financiamentos sociais, eles podem ajudar você a ganhar conhecimento sobre o campo de investimentos. 
Expanda sua educação: Mesmo se você já tiver alcançado o diploma de doutorado, você sempre pode expandir a sua educação para atingir as expectativas interdisciplinares requeridas por este ramo. Você pode cogitar esta faculdade em Londres ou encontrar cursos similares em empreendedorismo social na Duke University ou na Red Cross (Cruz Vermelha) para fundos sociais ou o fórum de investimento social pode oferecer oportunidades de aprender mais sobre investimentos que variam de iniciativas “verdes” a fundos que apóiam grupos minoritários.
Não importa a sua direção uma vez que você tenha entrado neste campo, você pode aprender que oportunidades financeiras nem sempre levam à gula, luxúria e depravação. Nem todas elas vão levar a uma vida sem necessidades vitais de sobrevivência. Quer você se incline na direção de carreiras com ou sem fins lucrativos, você pode achar uma área que precisa da sua ajuda e interesse. Você pode descobrir que a sua nova carreira vai ajudar você a “fazer o bem” e se dar bem.  
Jimmy Atkinson (Editor do Forex Blog)
Fonte: Agenda Sustentável (www.agendasustentavel.com.br)

Vírus transformam roupas em baterias recarregávies de última geração


Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/08/2010
Vírus transformam roupas em baterias recarregáveis de última geração


[Imagem: Angela Belcher Group]
A base das baterias de vestir é o vírus bacteriófago M13, um vírus filamentoso, composto de 2.700 cópias de uma proteína externa (pVIII), que é muito fácil de ser modificado genética e quimicamente.
Baterias na roupa
Cientistas do MIT descobriram como usar um vírus comum para desenvolver materiais a serem utilizados em uma nova geração de baterias recarregáveis de íons de lítio de alto desempenho.
A principal vantagem dessa biotecnologia é que as baterias serão flexíveis o suficiente para serem incorporadas na roupa, alimentando equipamentos eletrônicos portáteis e "computadores de vestir".
Segundo Mark Allen, que apresentou o avanço nesta segunda-feira durante a reunião anual da American Chemical Society (ACS), essas "baterias confortáveis" poderão alimentar telefones celulares, tocadores de MP3, GPS e vários outros equipamentos de baixo consumo.
"Nós estamos falando sobre tecidos que também são baterias," disse Allen. "As baterias, uma vez tecidas nas roupas, poderão fornecer energia para uma vasta gama de dispositivos de alta tecnologia, incluindo rádios portáteis, aparelhos de GPS e assistentes pessoais digitais."
Baterias de vírus
As baterias produzem eletricidade convertendo energia química em energia elétrica através de dois eletrodos - um anodo e um catodo - separados por um eletrólito.
O que os pesquisadores fizeram foi desenvolver novos catodos feitos de fluoreto de ferro, um material que poderá em breve permitir a fabricação de baterias leves e flexíveis.
Teoricamente, essas baterias terão perda mínima de potência quando sem uso e suportarão um número de ciclos de carga e descarga muito superior às atuais.
Allen está prosseguindo o trabalho da sua orientadora, Angela Belcher, cujo grupo foi o primeiro a projetar um vírus que serve como uma espécie de molde biológico para a criação dos anodos e catodos para baterias de lítio - veja Baterias feitas com vírus estão a um passo de chegar ao mercado.
O vírus, chamado bacteriófago M13, é um vírus filamentoso, composto de 2.700 cópias de uma proteína externa (pVIII), que é muito fácil de ser modificado genética e quimicamente. O M13 infecta bactérias mas é inofensivo para os seres humanos.
Baterias verdes
"Usar o bacteriófago M13 como um molde é um exemplo de química verde, um método de fabricar baterias que respeita o meio ambiente," disse Allen. "[A técnica] permite o processamento de todos os materiais à temperatura ambiente e na água."
E esses materiais, segundo ele, seriam menos perigosos do que aqueles usados nas atuais baterias de íons de lítio porque eles produzem menos calor, o que reduz os riscos de que peguem fogo - uma boa notícia, uma vez que a ideia é que as pessoas vistam essas baterias.
Segundo Allen, o grupo está nos estágios iniciais dos testes e da fabricação em maior escala das baterias feitas com vírus, incluindo experimentos para a alimentação de aviões robóticos não-tripulados para operações de vigilância.
Fonte: www.inovacaotecnologica.com.br

Sustenta 2010 discutirá desenvolvimento sustentável




O Seminário de Sustentabilidade no Ambiente Urbano (Sustenta 2010) será realizado de 24 a 27 de agosto, Local: no novo Auditório Edifício Sede da Odebrecht (Av. Luis Viana nº 2841 – Paralela – Salvador/BA). O evento é gratuito e irá apresentar e debater temas relacionados com o desenvolvimento sustentável no ambiente urbano.

Estão previstas 59 atividades, entre elas mini-cursos, palestras, exposição de cases e workshops, ministrados pelos principais especialistas do País. Entre alguns assuntos do Sustenta 2010 estão: Manejo e conservação da vida silvestre em áreas urbanas, Gestão da qualidade no ar, Iluminação pública inteligente, Programa Cidade bicicleta, Demolição sustentável, Arborização urbana com essências nativas e Qualidade da água potável consumida em Salvador.

A iniciativa é resultado da parceria entre instituições públicas e privadas, meio acadêmico e comunidade soteropolitana, tendo como facilitadora a administração da sede da Odebrecht em Salvador.

O evento será realizado no novo auditório do edifício sede da Odebrecht, que está em vias de aquisição do selo Green Building, ou seja, segue o padrão estabelecido pela certificação Leadership in Energy and Environmental Design (LEED).

Confira a programação completa em  http://www.sustenta2010.com.br.
Fonte: (Envolverde/Pauta Social) www.envolveverde.com.br

Motor elétrico feito em Curitiba está pronto

O engenheiro eletrônico Wel­­ling­­ton Larcipretti – que há 30 anos trabalha com pesquisa, desenvolvimento e inovação, no Brasil e no exterior – decidiu, em 2001, que era a hora de entrar na onda do carro elétrico. 
Numa viagem aos Estados Uni­dos ele co­­nheceu um conceito elétrico da Mitsubishi e voltou decidido a desenvolver um mo­­tor. Depois de mais de oito anos de trabalho e de um investimento de R$ 300 mil em materiais, o motor elétrico ma­­de in Curitiba está pronto.

Nesse período foram desenvolvidos quatro protótipos e finalmente a equipe de Larcipretti chegou a uma versão final. O engenheiro lembra que metade dos oito anos foi gasta no desenvolvimento do software e a outra metade no projeto da bateria. Para a primeira tarefa ele contou com o apoio do seu filho, Nicolas Lar­cipretti, estudante de Ciências da Computação na Univali, em Flo­rianópolis (SC), e funcionário da Dígitro Tecnologia, também na capital catarinense.

Motor de carro elétricoO trabalho de Larcipretti, do seu filho e da equipe da Costa Sul Autocenter, de Curitiba, deu origem a um motor elétrico que gera uma potência equivalente a 50 cavalos, desenvolve a velocidade má­­xima de 120 km/h e tem uma au­­tonomia que varia de 60 a 80 km, conforme a maneira de conduzir do motorista.

Na tomada
Quando a bateria descarrega, bas­­ta colocar o carro numa tomada comum pelo período de quatro a cinco horas. Hoje, Larcipretti usa uma bateria tracionária, que é industrial, ideal para empilhadeiras. Ela é de chumbo, mas não se trata da mais recomendada pa­­ra automóveis, segundo o en­­ge­­nheiro.

Por isso, ele e sua equipe desenvolveram uma bateria própria para o seu projeto de carro elétrico, também de chumbo. Ela poderá ser recarregada em apenas 90 minutos, afirma Larcipretti. Ago­­ra é preciso que ele encontre uma indústria que se proponha a fabricar a bateria, que além de ser re­­carregada com mais rapidez ainda poderá dar ao veículo uma autonomia de 120 a 130 km.

Larcipretti prevê que a bateria vai custar de R$ 300 a R$ 400, cerca de duas a três vezes mais do que os modelos mais baratos usados hoje pelos veículos com motor a combustão.

Na balança
O projeto de Larcipretti não previa o desenvolvimento de um novo modelo de veículo, mas sim de um motor elétrico. Então ele decidiu usar um Gurgel para fazer a transformação. “Queria algo com 100% de engenharia brasileira”, explica. Do carro original foram retirados aproximadamente 300 quilos. O engenheiro conta que sobraram o chassi, suspensão, rodas, freio e direção. Hoje, o veículo pesa cerca de 500 quilos, sendo que 260 quilos são das baterias.

Equipe que desenvolveu carro elétricoO funcionamento do veículo com motor elétrico projetado por Larcipretti é bastante simples. É como se fosse um carro automático. Tem acelerador e freio e as marchas são somente para frente ou para trás. O propulsor não tem partida, basta somente acionar a chave na posição “ligado”. Sem marcha lenta, quando o carro para o motor desliga automaticamente e religa quando é pressionado o pedal do acelerador.

O engenheiro eletrônico ex­­plica que o veículo só se movimenta se as portas estiverem fechadas e se o cabo que alimenta a bateria não estiver na tomada. Questão de segurança. E também, como o motor quase não faz barulho, Larcipretti desenvolveu um leve “apito” para os momentos de bai­­xa velocidade, como durante as manobras para estacionar, que tem o objetivo de alertar os pedestres.

No bolso
O principal apelo do carro elétrico é o ecológico, mas se isso não é suficiente para convencer os motoristas, Larcipretti cita o econômico. Segundo ele, o gasto de energia elétrica numa recarga da bateria pode chegar a R$ 5, ou seja, o custo por quilômetro rodado é de R$ 0,06 a R$ 0,08. Para um carro flex, compara, o custo varia de R$ 0,20 a R$ 0,25. “Isso sem falar da economia com manutenção, já que o carro elétrico não tem filtros, correias, mangueiras, escapamento e não precisa de óleo, por exemplo”, completa o engenheiro.

E as oficinas mecânicas? Será que a onda do carro elétrico preocupa os profissionais? O mecânico Hantony Poul, que trabalha na Costa Sul, arrisca dizer que vai reduzir em 70% o volume de trabalho com o motor elétrico. Mas ele não vê isso como um problema porque só o que vai mudar é o tipo de trabalho. O profissional tem que se atualizar, diz ele.

Para Larcipretti, o Brasil possui as condições ideais para o carro elétrico porque 87% da matriz energética no país é limpa (predominantemente hidráulica). Ou seja, nós não poluímos ao produzir energia elétrica, ao contrário do que acontece em outros países. Onde a energia vem das termoelétricas, por exem­­plo, não adianta pensar no veículo elétrico como menos poluidor porque se estará agredindo o meio ambiente ao produzir a energia.
Fonte: www.cimm.com.br

Reciclagem de "bitucas" em processo natural é possível

AULA DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL -  Reciclagem de Bitucas de Cigarros - Processo Natural de reciclagem
 


“Precisamos ser mais ergonômicos com o Planeta Terra” Zaza Jardim

Zaza Jardim, artista plástica descobriu como reciclar filtro de cigarros de forma natural, sem o uso de químicos protegendo os mananciais.

Todo o processo de reciclagem pode ser implantado em condomínios, bairros, hotéis, hospitais, bares, empresas, associações e até prefeituras.

Sugerimos a participação na empresa de um profissional de governança e/ou manutenção outro de recursos humanos, criando assim uma célula de trabalho.

A vantagem da implantação da reciclagem de papéis “in company” é a inovação de resolver o problema dos resíduos de papéis porosos (com exceção dos de papel couchê e com grande quantidade de verniz), gerando automaticamente o bulbo limpo do resíduo já seco.

Essa iniciativa visa uma resolução focada, eliminando o processo logístico de transportes de grande volume, economizando diversos fatores: transporte, consumo de combustível, peças mecânicas de manutenção, emissão de poluentes, carregamentos, permitindo que o problema se resolva diretamente no foco poluidor.

Do processo de produção podem ser reciclados todos os elementos: jornais, filtro de café, papel, documentos, sacos de cimento e os filtros de cigarros. O resíduo de produção é água reutilizável, e dos cigarros gera fungicidas naturais. Nenhum produto é depositado no ambiente e não necessita de decantadores de ralos.

Desta forma é possível imediatamente implantar o processo de reciclagem, iniciando em pequena escala e se estendendo de acordo com a percepção da empresa e aumento de captação até mesmo de resíduos dos próprios funcionários e terceiros.

Em prol da proteção do meio ambiente, Zaza presta consultoria onde for necessário e ensina como gerar uma matéria prima que pode ser utilizada até para o setor de recursos humanos em atividades de treinamento e de terapia ocupacional dos funcionários.

É importante ressaltar que o processo de implantação é um investimento fundamental a todas as pessoas e grupos de pessoas que produzem resíduos sólidos e precisamos dar prioridade à finalidade destes resíduos em prol da qualidade de vida, conscientização de geração de lixo e preservação do planeta, um valor inegociável nos dias de hoje. Não cabe mais analisar este tipo de iniciativa como geração de recursos para compra de produtos de limpeza e outros fins.

Mais valia, portanto, é a inserção deste tipo de atitude profunda, seja no indivíduo ou mesmo como um padrão de qualidade adotado pela empresa digno de exemplo de conduta perante a sociedade em convivência e de relacionamento em negócios.

"Existe diferença entre reciclado e reciclável.
RECICLADO é quando o produto adquirido já vem de um processo de reuso.
RECICLÁVEL é todo o produto que deixa de ser lixo e possui destinação correta, gerando um produto reciclado." Suzana Jardim

Não adianta a empresa somente comprar reciclados e jogar o reciclado no lixo comum, o processo de retirada de resíduos na vala comum é como um tratamento pós cirúrgico no mundo. Para todos nós essa iniciativa é emergencial.

Vale informar que todo o processo de reciclagem de papéis proposto por Zaza Jardim é totalmente natural. Não utiliza nenhum produto químico no processo e não gera em absoluto nenhuma conseqüência de saúde para quem dele participa, permitindo até mesmo ser ensinado para crianças em suas residências e escolas, com exceção da polpa produzida a partir de filtro de cigarros que se trata de resíduos químicos.

A cada aula de até 5 alunos, Zaza Jardim produz um Papiro com as polpas da reciclagem. Esta obra será doada para uma entidade carente da região para ser adquirida da melhor forma em prol da entidade.

In Company:
O contratante deverá fornecer local com:
Pia, bancada, liquidificador, e baldes.
Luvas e máscaras descartáveis.
Ou pode ser realizado para até 2 pessoas no ateliê de Zaza em São Paulo Zona Sul.

Fornecemos apostila e certificado de participação, capacitando o funcionário no conhecimento do processo de reciclagem em seu currículo profissional.

Zaza Jardim está em São Paulo e pode promover a aula em qualquer lugar, desde que seja fornecido: passagem, hospedagem e alimentação.

Consultar agenda:
Email: reciclagemdebitucas@yahoo.com.br
www.zazajardim.tumblr.com

Uma nova e boa moda: Produzir roupas com Descarte Zero

Você sabia que na produção de camisetas, calças e outras peças de vestuário 15% a 20% do tecido é jogado fora?
Um número alto e custoso para a o meio-ambiente que sofre com a chegada diária de milhares de toneladas de lixo. O mais preucupante é que toda esta matéria-prima poderia ser utilizada de forma mais inteligente ou reaproveitada para criar novos produtos, mas acaba indo diretamente para os lixões.
Percebendo este quadro, estilistas sustentáveis inventaram uma maneira criativa de resolver o problema: criaram o conceito do Descarte Zero do inglês “Zero Waste”.
O conceito consiste em aproveitar cada centimetro do tecido, criando desenhos que não deixem nenhuma sobra.
Cada estilista investiu em uma técnicas diferente, Mark Liu define a sua  como “corte de quebra-cabeças” , a técnica consiste em desenhar no tecido figuras em forma de peças de quebra-cabeça para que cada uma delas se encaixe no momento da costura sem desperdiçar nenhum centimetro do tecido.
Outros estilistas prefrerem utilizar um pedaço de tecido e criar a peça sem nenhum corte. Independente da técnica o resultado é a eficiência no uso dos tecidos e uma notável redução do impacto ambiental.
O movimento que despontou na Europa apesar de ser pequeno esta crescendo muito rapidamente e esta conseguindo apoio de grandes instituições como a Parsons the New School for Design,  famosa escola do “Project Runway” que irá realizar o primeiro curso sobre o tema.
O livro “Modelando a moda sustentável: Modificando a maneira como nós fazemos e usamos as roupas escrito por Alison Gwilt e Timo Rissanen será lançado em Fevereiro de 2011  e também  focará no tema.  Alias o Tim Rissanen mantém o melhor blog sobre o assunto chamado Zero Fabric Wast Fashion, vale a pena seguir.
Aqui no Brasil já existem boas práticas como o reaproveitamento de tecido. As sobras são utilizadas para a fabricação de de tapetes e outros produtos artesanais.  Apesar de ser uma ação louvável o grande diferencial e eficiência provêm lá do início no momento da criação do estilista. Evitar o desperdicio é a melhor e mais sustentável alternativa.
Estilistas, criatividade e mãos a obra =D

10 princípios para uma gestão responsável de produtos

A participação de todos os profissionais em cada etapa do ciclo de vida de uma mercadoria é a chave para torná-la mais segura e sustentável
 
 
Parece haver um pressuposto crescente de que é possível fazer produtos totalmente seguros, sem riscos para a saúde ou o meio ambiente, que não esgotem os recursos naturais, sem uso de energia líquida, sem resíduos, sem o aquecimento global e que isentem seus usuários de responsabilidade.
Desculpa, mas até onde eu saiba a segunda lei da termodinâmica ainda persiste, ou em português claro, não existe almoço grátis (do ditado americano “there’s no free lunch”). Não podemos desfrutar dos benefícios de alguns produtos sem a degradação do meio ambiente e alguns riscos para a saúde. Mas podemos ser mais seguros e sustentáveis na forma como fazemos e utilizamos esses produtos, se adotarmos a gestão de produtos.
Minha definição de gestão de produtos: ocorre quando todos os envolvidos em seu ciclo de vida assumem a responsabilidade de reduzir o risco de efeitos adversos dos impactos ambientais, à saúde e à segurança, para obter o máximo valor desse produto.
O uso deste termo por parte de governos e ONGs, como o Product Stewardship Institute (Instituto de Gestão de Produtos), para transferir aos fabricantes os custos de reciclagem (ou seja, "responsabilidade ampliada do produtor"), não é o objetivo desse artigo. Enquanto a logística reversa de produtos pode ser a solução correta para alguns fabricantes, o gerenciamento de produtos possui um valor mais amplo, que se aplica a todos os participantes do ciclo de vida de um bem e encoraja a consideração desse ciclo por todos.
Os 10 princípios abaixo são a chave para alcançar a responsabilidade pelo produto e se aplicam a cada uma das etapas de vida de qualquer mercadoria:
1. Responsabilidade compartilhada: assumir a responsabilidade para garantir que os produtos sejam geridos de forma segura em todo o seu ciclo de vida, sejam eles fornecidos, fabricados, distribuídos, utilizados, descartados ou reciclados. O fabricante de um produto não tem o controle completo sobre todos os atores ao longo da vida desse item. Não importa quão "infalível" um produto seja, cada um de nós tem a obrigação de garantir a melhor gestão.
2. Pensar no ciclo de vida: trabalhar para prevenir ou reduzir significativamente os riscos e aumentar a sustentabilidade em todo o ciclo de vida do produto. Isto pode variar desde o redesenho do produto até a regulamentação para a retirada do item do mercado. Um programa de devolução de produtos pode ser um componente efetivo e eficiente de gestão, em alguns casos, assim como seria substituir componentes por versões mais seguras. Mas cuidado com as consequências inesperadas, pois você pode corrigir um problema apenas para criar outro.
3. Conhecimento: compreenda os potenciais riscos ambientais, para saúde e segurança de suas ações – os perigos inerentes associados aos materiais aplicados e os riscos que podem causar. Além disso, compreenda os outros impactos do ciclo de vida. O maior peso para o desenvolvimento do conhecimento dos perigos de um produto recai sobre o fabricante, pois é ele quem define o que é o produto. Compreender outros componentes de risco e exposição é mais difícil. Os desafios de adquirir o tipo correto de informação são abordados por alguns dos princípios a seguir e são temas de debates vigorosos em torno da ciência, das informações comerciais de propriedade, da transparência e das políticas públicas sobre como e quando algo é "suficientemente seguro".
4. Comunicação com a cadeia de fornecimento: compartilhe as informações necessárias com os outros, a fim de compreender os riscos e gerenciá-los em sua parte da cadeia de abastecimento. Os produtos fazem parte de sistemas complexos que envolvem uma série de fornecedores e clientes (incluindo manipuladores de resíduos). Você precisa ajudar as pessoas atrás e à frente na cadeia, a fim de minimizar o impacto do ciclo de vida total e promover práticas mais sustentáveis.
5. Stakeholders: compreenda as preocupações do conjunto de participantes que influenciam o sucesso do produto – funcionários, acionistas, fornecedores, vizinhos, governos, parceiros e grupos de interesse público. Determine o que você precisa fazer para garantir a esses interessados que um produto é gerido de forma segura. Trabalhe em conjunto para encontrar as melhores soluções para preservar os benefícios e reduzir os riscos. Os stakeholders determinarão o que é "suficientemente seguro".
6. Trabalho em equipe: determine quem sabe o quê, onde, por que e o como de um produto, para assim encontrar soluções mais sustentáveis. Gestores de produtos não trabalham sozinhos. Eles devem trabalhar em estreita colaboração e confiar nos especialistas de cada aspecto do ciclo de vida de um produto. De modo que os riscos possam ser caracterizados e controlados (marketing de fabricação, pesquisa, jurídica, saúde e meio ambiente, relações públicas etc). Equipes de peritos também são necessárias para continuar a desenvolver padrões confiáveis para avaliar e comunicar informações sobre os riscos para os clientes.
7. Consciência: procure novas informações relativas a riscos e produtos mais seguros. Disponha de processos que gerenciam e respondam rapidamente às mudanças que podem afetar a segurança do produto, tais como mudanças em recursos, processos, ciência, tecnologias, usos, usuários/clientes e as expectativas de regulamentação. Tente antecipar-se e chegar à frente das mudanças.
8. Inovação: um compromisso com a gestão do produto estimula a inovação para reduzir riscos e melhorar o valor, para assim atender ao cliente e as necessidades da sociedade com novos processos e produtos melhores. Sustentabilidade e segurança aliadas ao processo de concepção do produto é a maneira mais eficaz de uma empresa realizar a gestão do produto.
9. Gestão: implemente práticas que se modifiquem continuamente para o gerenciamento de produtos. Crie um ciclo contínuo de planejamento, ação, verificação e modificação em curso e todas as outras ferramentas de gestão que você já usa para aplicar a gestão de produtos, tal como qualquer outra atividade. Mais importante ainda, a gestão do produto não é um projeto de uma única empreitada, é uma maneira de pensar e agir responsavelmente.
10. Integração: a gestão do produto deve ser parte integrante da atuação e cultura de uma empresa. Não pode ser um programa descolado do dia a dia da empresa, realizado por um grupo de funcionários de uma filial, afastado do organograma. Cada função contribui para o impacto do ciclo de vida de um produto. Os consumidores individuais também devem ser guardiões do produto, sempre que comprarem, usarem e descartarem qualquer mercadoria. Todos nós devemos nos perguntar: "Isso é a coisa responsável a fazer?" Os princípios da boa gestão de produtos devem se tornar senso comum.
Georjean Adams (Presidente da EHS Strategies, Inc)
Fonte: Agenda Sustentável (WWW.agendasustentavel.com.br)