A produção de biodiesel a partir da gordura animal pode representar um novo passo rumo à sustentabilidade da cadeia produtiva de suínos e aves.
Pesquisas da Embrapa têm como proposta converter o resíduo poluente gerado nos abatedouros em um produto energético de valor comercial. Além de beneficiar o meio ambiente, a tecnologia trará vantagens econômicas aos criadores, já que poderá ser reutilizada no aquecimento dos animais.
Na opinião do engenheiro agrícola Paulo Abreu, pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, a utilização de resíduos da gordura animal para a produção de biodiesel representa uma alternativa viável e promissora para os produtores.
Essa tecnologia possibilita a conversão de um resíduo altamente impactante em uma fonte de energia renovável. Além disso, vai criar novas alternativas de renda para pequenos produtores, tanto pelo surgimento de demanda por insumos como também a disponibilização de um subproduto que pode ser reutilizado. Trata-se do glicerol, que serve de matéria-prima para a fabricação de sabonete — explica.
A proposta da produção do combustível a partir da gordura animal se diferencia do atual processo de produção de biodiesel, que é feito a partir dos grãos de oleaginosas. Enquanto o processo convencional utiliza o metil, que é totalmente importado e cuja origem é de fontes não renováveis, o processo de produção a partir de gordura animal utiliza a rota etílica, cujo produto, o etil, é oriundo dos canaviais brasileiros.
A produção de biodiesel a partir da gordura animal já foi realizada com sucesso em laboratório. Agora, o projeto está em fase de avaliação a campo. Ainda não é possível estimar quando a tecnologia estará disponível para os produtores, mas, após a conclusão da etapa de pesquisas em laboratório, no final desse ano, será possível definir quando a tecnologia chegará às mãos dos criadores.
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