EXCLUSIVO: Estudo relaciona poluição veicular a aumento de casos de internação por doenças respiratórias

Poluição faz mal à saúde. O crescimento das frotas de veículos nas grandes cidades traz à tona uma preocupação que vem sendo discutida por diversos setores da sociedade há anos. Estudos realizados na Faculdade de Saúde Pública, FSP, da Universidade de São Paulo, USP, indicam que há, sim, uma relação entre a emissão de poluentes pelos veículos, com o aumento dos riscos do desenvolvimento de doenças respiratórias.


A bióloga Giovana Iara Ferreira Moser de Toledo, com a orientação da professora Adelaide Cássia Nardocci, do Departamento de Saúde Ambiental da FSP, analisou a quantidade de poluentes em cada área da cidade de São Paulo.
As concentrações foram divididas em quatro níveis, sendo o menos poluído, com até 25% de poluição, chegando ao mais poluído, com mais de 75% de concentração de poluentes. Segundo informações da universidade, os 2.499 setores censitários da cidade de São Paulo, demarcados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, foram estudados e distribuídos entre essas categorias.
“Com um estudo mais detalhado você pode definir áreas prioritárias para intervenção, levando em conta não só a fluidez do trânsito, mas também a saúde da população do entorno”, destacou a bióloga, ressaltando que outros estudos analisavam a poluição de forma mais abrangente.
As conclusões apontaram que as áreas mais poluídas, como a região central do centro expandido da cidade, apresentam mais riscos de jovens internados com doenças respiratórias.
Outras variáveis fizeram parte do estudo como os períodos de inverno e verão e as condições socioeconômicas dos jovens. Na região mais poluída, durante o inverno, as chances do desenvolvimento de doenças do aparelho respiratório chegam a 78%, e 45%, no verão. Nas localidades menos poluídas, a chance de internação é de 56% no inverno e 21% no verão.

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