A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que a Política  Nacional de Resíduos Sólidos (lixo) estabelece um “novo quadro” para a  reciclagem. 
A nova lei responsabiliza as empresas pelo recolhimento de  produtos descartáveis (logística reversa), estabelece a integração de  municípios na gestão dos resíduos e responsabiliza toda a sociedade pela  geração de lixo. A ministra acredita que a legislação poderá mudar o  padrão de consumo diminuindo a produção de resíduos e formalizando o  trabalho dos catadores que era voluntário. A lei que tramitou no  Congresso Nacional por 21 anos será sancionada nesta segunda-feira (2),  às 16h, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ministra comemorou a  aprovação da lei e afirmou à Agência Brasil estar “com a alma lavada e  enxaguada”.
A professora e pesquisadora do Centro de Desenvolvimento Sustentável  da Universidade de Brasília (CDS/UnB) Izabel Zaneti afirma que o  trabalho de coleta e reciclagem é cada vez mais importante. “Os resíduos  estão crescendo em quantidade e complexidade”, disse, lembrando dos  resíduos de aparelhos eletrônicos, como as baterias dos telefones  celulares e outros materiais que contém metais pesados de alto impacto  ambiental.
A sanção da lei também é comemorada pelo Movimento Nacional dos  Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) que espera que os  trabalhadores possam ser remunerados pela prestação de serviços às  prefeituras pela coleta, separação e reciclagem do lixo.
O movimento espera que a lei aumente a renda dos recicladores.  Atualmente a renda média de um catador é de cerca de um salário mínimo  (R$ 510). “Queremos ser enxergados de outra forma, não  assistencialista”, disse Roberto Rocha, da coordenação nacional do  movimento, esperando que as prefeituras contratem as cooperativas e  paguem o serviço de uma forma melhor. O MNCR ainda não tem estimativa de  quanto a renda dos catadores poderá ser incrementada.
Apesar de apoiar a lei, o movimento, no entanto, questiona o  “aproveitamento energético” dos gases gerados nos aterros sanitários com  a incineração do material acumulado, conforme previsto na lei. “O  Brasil não precisa queimar lixo”, criticou Roberto Rocha. Segundo ele,  os principais materiais a serem incinerados são feitos de plástico, um  dos produtos mais valorizados na cadeia de reciclagem.
A lei dos resíduos sólidos proíbe a existência de lixões e determina a  criação de aterros para lixo sem possibilidade de reaproveitamento ou  de decomposição (matéria orgânica). Nos aterros, que poderão ser  formados até por consórcios de municípios, será proibido catar lixo,  morar ou criar animais. As prefeituras poderão ter recursos para a  criação de aterros, desde que aprovem nas câmaras de vereadores uma lei  municipal criando um sistema de reciclagem dos resíduos. (Fonte: Agência Brasil)
 

 
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