Key Players in the Wind Energy: Pausing for Thought

The wind industry has been a renewable energy star pupil since its widespread adoption but its teenage years are throwing up new and unfamiliar issues. 
 
By David Beattie, Associate Editor, Renewable Energy World magazine
 
London, UK -- According to the latest BTM 'World Market Update' report, approximately 23,000 turbines, capable of generating more than 38 GW of wind energy, were installed worldwide in 2009, pushing the global total to a figure in excess of 160 GW — a record year for the industry.

Ecocity 2020 : maior mina do mundo vira cidade sustentável

Livia Aguiar



O buracão da segunda maior mina já escavada pelo homem, na Rússia, será preenchido por uma cidade sustentável, que irá funcionar toda debaixo da terra.
Localizada na Sibéria, a mina de diamantes de Mirniy abriu uma cratera de um quilômetro de diâmetro e 550 m de profundidade! A Ecocity 2020 vai ser construída para preencher esse buraco da mina. Será uma cidade vertical com jardins, florestas, áreas de lazer, setores residenciais e comerciais.

Atualmente, o buraco parece um funil entupido…

Quem morar por lá vai ter que malhar as pernas (ou usar os prováveis elevadores e rampas) e também estará comprometido com reciclagem e reaproveitamento: as regras ambientais da cidade serão muito rígidas.
Haverá uma cúpula de vidro para cobrir todo o local, de forma a proteger a Ecocity das temperaturas extremas da Sibéria – lá, pode chegar a fazer -40ºC no inverno! O “teto” da cidade também terá células fotovoltaicas para gerar energia para todos os 100 mil habitantes que a cidade vai comportar. A construção da Ecocity é um grande passo para a Rússia e também para a engenharia e arquitetura sustentáveis: se der certo, vai virar um modelo de reaproveitamento de espaços devastados pela ação humana que eram considerados improdutivos.
(imagens: Evolo)

O verde que dá lucro

Por Tatiana Vaz
Finalmente as empresas brasileiras estão lucrando com a venda de créditos de carbono. E podem ganhar ainda mais nos próximos anos. 
 As empresas brasileiras, enfim, aprenderam a ganhar dinheiro com os créditos de carbono, espécie de moeda ambiental trocada por projetos que promovam a redução da emissão de gás carbono na atmosfera. A Suzano Papel e Celulose vendeu por US$ 100 mil, em junho deste ano, os créditos adquiridos com a não emissão de 25 mil toneladas de carbono. “Sabemos que esse será um dos negócios mais lucrativos no futuro”, diz Luiz Cornacchioni, diretor de relações institucionais da Suzano.
O valor poderia ser maior. Isso porque esses créditos foram provenientes de florestas nativas. As vendas resultadas dessa modalidade não são negociadas nas bolsas de valores credenciadas pela ONU. Por isso, esses créditos são vendidos a preços baixos até dez vezes menores, em mercados voluntários, como a Bolsa do Clima de Chicago. Em breve isso pode mudar.


Na 15ª Conferência Mundial das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, a ser realizada em dezembro, em Copenhague, na Dinamarca, o governo brasileiro irá propor que esses créditos sejam negociados nas bolsas credenciadas pela ONU. Se isso acontecer, tanto o País quanto as empresas brasileiras que mantêm áreas preservadas podem multiplicar seus ganhos com as não emissões.
“Apenas em 2008, as vendas de carbono feitas pelo Brasil somaram US$ 20,8 milhões”, afirma Maurik Jehee, superintendente das vendas de crédito de carbono do Santander Brasil. “Se as florestas do País pudessem ser vendidas nas bolsas certificadas pela ONU, esse número subiria para US$ 350 milhões ao ano”, completa Jehee. Segundo Bracelpa, Associação Brasileira de Celulose e Papel, apenas o setor de papel e celulose é capaz de gerar atualmente 42 milhões de toneladas de crédito de carbono. A mudança chegaria num momento especial para as empresas brasileiras. O motivo: depois de anos, elas começam a ganhar dinheiro com a venda de créditos de carbono.
Para se ter uma ideia, o Brasil é hoje o terceiro país que mais apresenta projetos de não emissão à ONU, atrás da China e da Índia, respectivamente. Esses processos evitaram que, em 2008, 35 milhões de toneladas de dióxido de carbono fossem jogadas no ar pelas companhias e algumas, finalmente, já começam a lucrar com isso.
Uma delas é a fabricante de papel e celulose International Paper, que realizou sua primeira venda de créditos no ano passado. Com a troca de energia combustível por limpa em uma das fábricas, a empresa deixou de emitir 211 mil toneladas de gás. Conclusão: os créditos foram vendidos por US$ 1,2 milhão na bolsa de valores de Chicago, nos EUA. Mais 78 mil toneladas deverão ser comercializadas no próximo ano.
“Estamos investindo em outras formas de redução porque queremos ganhar muito mais com isso”, afirma Robson Laprovitera, gerente florestal da International Paper. Se por enquanto os créditos emitidos por preservação de florestas têm de ser vendidos apenas em bolsas voluntárias, os provenientes de outros processos podem ser comercializados diretamente para empresas estrangeiras. Foi o que fez a siderúrgica Arcelor Mittal Tubarão.
A companhia recebeu em setembro o primeiro pagamento da venda que fez ao banco alemão KFW de 213 mil toneladas de gás deixados de emitir. Só nesta negociação, a Arcelor faturou e 2,6 milhões e a intenção é poluir menos para lucrar muito mais nos próximos anos. Um outro lote de 100 mil toneladas está sendo auditado para ser vendido ainda este ano. “Nas vendas diretas para empresas, a vantagem é que conseguimos barganhar preços melhores”, diz Luiz Antonio Rossi, gerente de meio ambiente.
Fonte: Isto é Dinheiro

O que é crédito de carbono?

Créditos de Carbono são certificados que autorizam o direito de poluir. O princípio é simples. As agências de proteção ambiental reguladoras emitem certificados autorizando emissões de toneladas de dióxido de enxofre, monóxido de carbono e outros gases poluentes.  

 
Inicialmente, selecionam-se indústrias que mais poluem no País e a partir daí são estabelecidas metas para a redução de suas emissões. A empresas recebem bônus negociáveis na proporção de suas responsabilidades. Cada bônus, cotado em dólares, equivale a uma tonelada de poluentes. Quem não cumpre as metas de redução progressiva estabelecidas por lei, tem que comprar certificados das empresas mais bem sucedidas.  O sistema tem a vantagem de permitir que cada empresa estabeleça seu próprio ritmo de adequação às leis ambientais.
Estes certificados podem ser comercializados através das Bolsas de Valores e de Mercadorias, como o exemplo do Clean Air de 1970, e os contratos na bolsa estadunidense. (Emission Trading – Joint Implementation).
  Há várias empresas especializadas no desenvolvimento de projetos que reduzem o nível de gás carbônico na atmosfera e na negociação de certificados de emissão do gás espalhadas pelo mundo se preparando para vender cotas dos países subdesenvolvidos e países em desenvolvimento, que em geral emitem menos poluentes, para os que poluem mais. Enfim, preparam-se para negociar contratos de compra e venda de certificados que conferem aos países desenvolvidos o direito de poluir.
 Crédito de Carbono é então, uma espécie de moeda ambiental, que pode ser conseguida por diversos meios:Projetos que absorvam GEE (Gases de Efeito Estufa) da atmosfera, reflorestamento, por exemplo:  
Redução das emissões provenientes da queima de combustíveis fósseis;


Substituição de combustíveis fósseis por  energia limpa e renovável, como eólica, solar, biomassa, PCH (Pequena Central Hidrelétrica) etc;  
 Aproveitamento das emissões que seriam de qualquer forma descarregadas na atmosfera (metano de aterros sanitários), para a produção de energia.
 No Brasil temos um grande potencial para a geração de “créditos de carbono”. O porte de nosso setor florestal é inigualável, nossa matriz energética é peculiar e não nos faltam fatores físicos, geográficos e climáticos favoráveis ao desenvolvimento de fontes energéticas ambientalmente sadias.
 
Como é feita a quantificação do carbono?
A quantificação é feita com base em cálculos, os quais demonstram a quantidade de dióxido de carbono a ser removida ou a quantidade de gases do efeito estufa que deixará de ser lançada na atmosfera com a efetivação de um projeto. Cada crédito de carbono equivale a uma tonelada de dióxido de carbono equivalente. Essa medida internacional foi criada para medir o potencial de aquecimento global (GWP – Global Warmig Potencial) de cada um dos seis gases causadores do efeito estufa. Por exemplo, o metano possui um GWP de 23, pois seu potencial causador do efeito estufa é 23 vezes mais poderoso que o CO2. Em países como a China e a Índia, ainda é utilizado na indústria de refrigeração, um gás chamado HFC 23 que possui um GWP de 11.700, ou seja, muito mais poderoso que o CO2 e que o CH4.
Esses países estão desenvolvendo projetos de MDL baseados na utilização de tecnologias para coletar e dissolver este gás.
Segunda a Ecosecurities, a tonelada de carbono está sendo vendida no Brasil, por cerca de US$ 5, devido ao risco Brasil.
Risco Brasil – no caso do Brasil, como também no da África, é exigida uma série de certificações e avais em função dos riscos de crédito, por todas as questões de credibilidade: o chamado “Risco Brasil”. O Brasil não é considerado no mercado internacional um bom pagador. Já tivemos escândalos financeiros que assustaram investidores sérios, atraindo ao país investimentos de curtíssimo prazo, capital especulativo e volátil, além dos chamados farejadores das Ilhas Cayman, que adoram negócios “nebulosos” para ancorar as operações de lavagem de dinheiro. Tudo isso entra na contabilidade dos empréstimos internacionais, e o risco que corremos é de acontecer de o dinheiro com taxa baixa ou a fundo perdido chegar na mão do pequeno com taxas altíssimas.
Não se deve esquecer ainda da vulnerabilidade deste indivíduo diante de contratos complexos, projetos duvidosos e pressões de especuladores, interessados em comprar terras abaixo do preço do mercado para se credenciarem a esses investimentos.

Perguntas comuns:
Possuo uma área com reflorestamento, posso ganhar créditos de carbono com isso?
R: Para que um projeto se encaixe dentro das regras do MDL este precisa cumprir um critério que se chama adicionalidade, segundo este, um projeto precisa: ou absorver dióxido de carbono da atmosfera (no caso de reflorestamentos) ou evitar o lançamento de gases do efeito estufa (no caso de eficiência energética). Além disso, por este critério, o projeto precisa adicionar alguma vantagem, a qual não ocorreria sem este. Ou seja, no caso de reflorestamentos já ocorridos, o projeto não apresenta a adicionalidade, pois o reflorestamento já existia na ausência do projeto.

Projetos de conservação de mata nativa ou manejo florestal podem se tornar projetos de MDL?
R: Por enquanto, quanto à obtenção de créditos de carbono, a conservação e o manejo florestal não se encaixam dentro dos pré-requisitos para projetos de MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo), ou seja, de comércio de carbono.
O mercado de carbono possui um critério que se chama adicionalidade, segundo este, um projeto precisa: ou absorver dióxido de carbono da atmosfera (no caso de reflorestamentos) ou evitar o lançamento de gases do efeito estufa (no caso de eficiência energética). Assim, no caso de conservação florestal, não há adicionalidade pois, sem o projeto, a absorção do CO2 já ocorreria naturalmente. Mas esta possibilidade está sendo amplamente discutida, e já existem algumas bolsas de participação voluntária que negociam estes créditos, fora do mercado vinculado ao Protocolo de Kyoto. Uma destas bolsas é a Chicago Climate Exchange. Existem também alguns fundos que apóiam este tipo de projeto, como o BioCarbon Fund, do Banco Mundial e o Climate Care (www.climatecare.org). Uma possibilidade concreta para incentivar a preservação de áreas de mata nativa é a criação de uma RPPN (Reserva Privada do Patrimônio Natural). Em alguns estados a criação dessas reservas possibilita a isenção de alguns impostos e a utilização dessas áreas para fins de educação ambiental e ecoturismo.
Para mais informações entre no site www.ibama.gov.br ou www.rppnbrasil.org.br

Fontes:

Brasil pode ser celeiro do mundo, diz Mapa

A liderança brasileira na produção agropecuária e o seu reconhecimento por mercados exigentes em todo o mundo se fizeram não só da porteira para fora, mas também além das fronteiras
 
 
O país é hoje o principal exportador mundial de café, açúcar, etanol e suco de laranja e desponta no mercado de carnes bovina e de frango. “O peso da agricultura no mercado internacional de alimentos é crescente e devemos ampliar ainda mais essa participação como fornecedores de produtos agropecuários ao mundo daqui para a frente”, afirma o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi.

Ele lembra que, nos últimos oito anos, as exportações cresceram 111%, passando de US$ 30,65 bilhões, em 2003, para US$ 64,78 bilhões, em 2009. O pico das vendas ocorreu em 2008, quando a balança comercial fechou o ano em US$ 71,84 bilhões, mas a previsão é que, em 2010, o total dessas vendas chegue a US$ 75 bilhões. Até novembro, as exportações de produtos agropecuários renderam ao país US$ 70,3 bilhões em divisas. Essa performance é 17,7% superior ao volume embarcado no mesmo período de 2009.

O agronegócio foi responsável por 42,5% das exportações brasileiras, em 2009, e esse percentual só não foi o maior da história por conta da queda de 14% nos preços das commodities agrícolas devido à crise financeira internacional de 2008, que é apontada como a maior desde a quebra da Bolsa de Nova York, em 1929.

Estratégia

As exportações brasileiras agrícolas começaram a ampliar sua participação no total mundial a partir de 2003, quando o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se propôs a dar ênfase à internacionalização do setor, com a geração de mais excedentes e ampliação do saldo da balança comercial. Em 2002, a participação do Brasil no comércio mundial total era de 1,2% e de 4,6% no comércio agrícola. Desde então, a fatia do país no setor agrícola aumentou. Foram 2,2 pontos percentuais para o agronegócio (6,8%) e 0,4 ponto (1,6%) em outros setores.

Nos últimos oito anos, as negociações internacionais experimentaram importância crescente. A agenda externa tornou-se mais proativa, a partir de missões frequentes e estratégicas organizadas pelo Ministério da Agricultura. Juntamente com representantes de outros governos, foi possível negociar a abertura oficial de mercados, como o da carne de aves para Coreia do Sul e China, e carne suína para o Vietnã. Além disso, o país conquistou a reabertura do acesso da carne bovina à África do Sul, Chile e Rússia, após o fechamento de mercados por causa dos focos de febre aftosa em Mato Grosso do Sul e Paraná, em 2005.

O secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Célio Porto, diz que ainda há desafios a serem superados nas negociações, em especial na ampliação do mercado da carne suína no Japão, Coreia do Sul, China e União Europeia. “Esses mercados são importantes e podemos ter uma participação ainda maior”, avalia. A expectativa é que, ainda em 2011, os norte-americanos deem o aval para as exportações de carnes bovina in natura e suína in natura.

Célio Porto explica que a produção brasileira ganhou destaque na vitrine internacional também por mérito das diversas ações de promoção comercial. O Ministério da Agricultura organizou a exposição de produtos em feiras e eventos do setor em países da Ásia, Oriente Médio e Europa.
 

Japão adia criação de sistema de cotas industriais de emissão de CO2

O governo do Japão decidiu nesta terça-feira (28) adiar até depois de 2013 a criação de um sistema de cotas de emissão de gases poluentes para a indústria, no meio de uma forte resistência do setor empresarial, informou a agência local Kyodo.


O Partido Democrático do Japão (PD) propôs a criação deste sistema de cotas mais estrito durante as eleições gerais de agosto de 2009, mas no início deste mês quis prorrogar o prazo de aplicação da medida pela oposição empresarial.
Este sistema para controlar as emissões de carbono propõe fixar cotas para cada empresa japonesa e aquelas que excederem o limite comprarão direitos de emissão de outras companhias mais limpas.
O governo japonês, que se comprometeu a reduzir suas emissões de dióxido de carbono em 25% em 2020 frente ao nível de 1990, apresentou recentemente um projeto de lei para resistir aos efeitos do aquecimento global, que inclui a introdução de um imposto meio ambiental e a compra a um preço fixo de eletricidade gerada por energias alternativas.
O novo imposto se traduziria em um aumento dos encargos sobre a gasolina, o gás natural e o carvão, que serão aplicados em vários períodos desde outubro de 2011.
O governo do primeiro-ministro, Naoto Kan, decidiu analisar “cuidadosamente” a proposta para fomentar a partir de 2012 o uso de energias renováveis, entre elas a solar e a eólica, embora tudo aponte que encontrará oposição da indústria energética, segundo alguns analistas. (Fonte: Folha.com)

RIO GRANDE DO NORTE vira modelo de Energia Renovável

Não é só pelas belas praias e dunas que o vento está soprando a favor do Rio Grande do Norte. 

A partir de agora, o Estado pode ser considerado referência nacional em fontes de energia alternativa. Até 2013 a região receberá 69 parques eólicos, com obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que demandarão investimento de R$ 8 bilhões e a tornará exportadora de energias para outros estados brasileiros. 

O governo local está se esforçando para tirar o melhor proveito dos investimentos em energia eólica, que representam quase um quarto do PIB potiguar de 2008, de R$ 25,5 bilhões.

O Rio Grande do Norte já se destaca no setor eólico há alguns anos, desde a construção de uma instalação no Município do Rio do Fogo (a 60 km de Natal). O Parque Eólico Rio do Fogo está em operação comercial desde Julho de 2006 e têm 49.3 MW de potência instalada. 

Atualmente, apenas 1% da energia gerada no mundo provém deste tipo de fonte porque a energia gerada por uma central eólica custa entre 60% e 70% a mais que a mesma quantidade gerada por uma usina hidrelétrica. 

Em entrevista à Nicomex Notícias, o consultor de Novos Negócios da Empresa Verde Consultoria, Gilbert Simionato, diz que o Brasil já poderia estar no topo do pódio em virtude do vasto potencial de energias renováveis.

“O país vem desperdiçando oportunidades de explorar fontes de energia limpa, o grande motor para o desenvolvimento em tempos de mudanças climáticas”, completa Gilbert

Outra questão que o consultor apresenta passa pelas emissões vindas do setor energético, onde a meta do governo é permitir que esse tipo de geração, que hoje representa 16,5% do total emitido, dobre em dez anos. 

O governo usa a desculpa de que, como as emissões desse tipo são baixas, não há problemas em aumentá-las. 

De acordo com Gilbert, se o governo fizesse a mesma campanha que tem feito sobre o pré-sal, o cenário mudaria em muito pouco tempo.

Natal receberá mais investimentos

As obras do PAC incluem a ampliação do porto de Natal (a segunda desde 2008, com investimento total de mais de R$ 200 milhões) e a construção do Terminal Pesqueiro Público de Natal (cerca de R$ 36 milhões). 

Essas obras possibilitarão ao Rio Grande do Norte receber embarcações de grande porte, inclusive internacionais, para recolher seus valiosos atuns, dos quais é o maior produtor e exportador do país. 

Também ficará perto de Natal, em Macaíba, cidade com um parque industrial expressivo, uma das duas Zonas de Processamento de Exportação (ZPE) que o Estado planeja construir.

Em nota enviada pela Secretaria do Desenvolvimento Econômico do Estado do Rio Grande do Norte, o governo afirma que também está trabalhando para que os investimentos se espalhem pelo interior do Estado, que tem menos de 53 mil km² de área e cerca de 3,2 milhões de habitantes. 

Mas os projetos do PAC não vão nessa direção, apesar dos benefícios que acarretarão. Concentram-se na capital e cidades próximas, e na região de Mossoró, onde está a Petrobras.

Por Rodrigo Leitão
rodrigo.leitao@nicomexnoticias.com.br

Programa visa evitar emissão de 165 milhões de toneladas de CO2

O programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), do Ministério da Agricultura, tem por objetivo evitar a emissão em dez anos de 165 milhões de toneladas de CO2 equivalentes.  


“A nova agricultura colocada em prática está voltada para diminuir a quantidade de gases poluentes e tem como consequência um clima menos quente no mundo”, afirma o coordenador de Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, Derli Dossa.
O ABC visa ainda a manutenção de florestas comerciais e a recomposição de áreas de preservação ou de reservas florestais, estimulando a redução do desmatamento, sobretudo no bioma Amazônia. Aumento de produtividade com crescimento econômico, responsabilidade social e respeito ao meio ambiente são os resultados de programas do governo federal nos últimos oito anos, período em que o orçamento para a produção rural quase quadruplicou.
A aposta em projetos sustentáveis na área da agricultura e pecuária posicionou o Brasil entre os países mais adiantados no alcance das metas firmadas na 15ª Conferência das Partes da Convenção do Clima (COP 15), em 2009, visando a minimizar os efeitos nocivos dessas atividades para a natureza.
Dos R$ 18 bilhões oferecidos como crédito rural no Plano Agrícola e Pecuário desta safra, R$ 2 bilhões são destinados ao programa ABC e R$ 1 bilhão ao Produsa. O produtor vai acessar o crédito do Produsa nas agências do Banco do Brasil. “Ao optar pela adoção de práticas sustentáveis, como Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, Produção Orgânica ou Sistema Agropecuário de Produção Integrada, o agricultor poderá obter o crédito a juros de 6,75% ao ano, com a possibilidade de chegar a 5,75%, caso desenvolva essas atividades em áreas degradadas”, destaca o secretário de Desenvolvimento e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Márcio Portocarrero.

Como funcionam os créditos de carbono?

Países desenvolvidos podem comprar créditos para atingir as metas de diminuição da emissão de poluentes

As indústrias são responsáveis por 2/3 das emissões de carbono no mundo. Foto: Pedro Martinelli
As indústrias são responsáveis
por 2/3 das emissões de carbono
no mundo. Foto: Pedro Martinelli
Para entender os créditos de carbono, é preciso compreender primeiro o efeito estufa e o Protocolo de Kyoto. O efeito estufa faz parte da dinâmica do planeta e, graças a ele, a Terra é mais quente do que o espaço e tem a temperatura ideal para que os seres vivos sobrevivam. Funciona da seguinte forma: parte do calor irradiado pelo Sol é devolvido ao espaço. Porém, parte desse calor fica presa na atmosfera e é responsável por manter o planeta aquecido. O problema é que o excesso dos chamados gases estufa (gás carbônico, metano, óxido nitroso, fluoretos de enxofre e vapor d´água) amplifica esse fenômeno e faz com que mais calor seja retido na superfície do planeta, provocando o aquecimento global. Hoje em dia, os pesquisadores descobriram que não são só os gases que provocam esse efeito. O chamado carbono negro, que é a fuligem da fumaça, também tem papel importante nesse mecanismo. "A fuligem provoca o sombreamento da superfície e esquenta a atmosfera. Além disso, modifica a formação das nuvens, o que muda o equilíbrio térmico do planeta", explica Kenny Tanizaki Fonseca professor do Departamento de Análise Geoambiental da Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisador associado da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).
Apesar de ser impossível prever com certeza quanto o planeta deve aquecer nos próximos anos, a preocupação para minimizar os efeitos do aquecimento global é presente no mundo todo. Em 1997, 189 países membros das Nações Unidas se reuniram em Kyoto, no Japão, e assinaram um tratado em que se comprometem a reduzir as emissões de gás estufa em 5% em relação aos níveis de 1991. Em 2005, esse protocolo entrou em vigor e os países signatários deveriam atingir a meta até 2008. Até 2012 deve ser firmado um novo acordo, que já está em negociações. Uma das críticas ao Protocolo é que só estão obrigados a diminuir as emissões os países na lista de nações desenvolvidas. Ou seja, o Brasil ainda não tem metas a cumprir, apesar de estar na lista dos 20 países que mais poluem. "Ao contrário do que acontece no resto do mundo, 2/3 das emissões brasileiras estão ligadas ao uso do solo - desmatamento, queimadas e conversão de florestas em sistemas agropecuários. O próximo acordo também deve  incluir o desmatamento, que tem a ver diretamente com o nosso país", afirma Kenny.

Um dos mecanismos a que os países desenvolvidos podem recorrer para cumprir a meta é comprar os chamados créditos de carbono de países que diminuíram suas emissões. Assim, uma empresa brasileira, por exemplo, pode desenvolver um projeto para reduzir as emissões de suas indústrias. Esse projeto passa pela avaliação de órgãos internacionais e, se for aprovado, é elegível para gerar créditos. Nesse caso, a cada tonelada de CO2 que deixou de ser emitida, a empresa ganha um crédito, que pode ser negociado diretamente com as empresas ou por meio da bolsa de valores. "Porém, os países só podem usar esses créditos para suprir apenas uma pequena parte de suas metas", explica Kenny Fonseca. Mesmo com essa restrição, o mercado de crédito de carbono está em pleno desenvolvimento, principalmente por causa do chamado mercado voluntário. Nele, mesmo países que não precisam diminuir suas emissões ou que não assinaram o Protocolo de Kyoto podem negociar créditos. Segundo um relatório divulgado por duas organizações americanas do setor de mercado ambiental, Ecosystem Marketplace e New Carbon Finance, em 2008 o mercado voluntário de carbono movimentou 705 milhões de dólares, por um preço médio de 7,34 dólares por crédito de carbono. Kenny Fonseca explica que o Brasil é um dos países que mais formulam projetos que geram créditos de carbono e que a expansão desse mercado é inevitável. "É muito difícil para os países desenvolvidos conseguirem atingir suas metas. Desde que o Protocolo de Kyoto foi assinado, houve um aumento populacional, acompanhado do aumento da necessidade de insumos. E isso acarreta um aumento natural da emissão de poluentes", afirma.

Bairro brasileiro vira referência internacional em sustentabilidade

Em Palhoça (SC), está em construção um empreendimento para 30 mil pessoas credenciado por organismos de construção verde dos EUA

Bairro Pedra Branca, em Palhoça (SC): conceito de bairro sustentável vira referência internacional

O Conselho da Construção Verde dos Estados Unidos (USGBC, na sigla em inglês) criou recentemente o programa de desenvolvimento positivo para o clima. O objetivo é acompanhar projetos urbanos que comprovem estar comprometidos com a redução do volume da emissão de CO2. Em todo o planeta, foram escolhidos 16 empreendimentos que servirão de exemplo para comprovar que, com estratégias construtivas, é possível criar áreas ambientalmente sustentáveis. No Brasil, o projeto escolhido é o bairro Pedra Branca, que está em construção no município de Palhoça, em Santa Catarina.

Estruturas do bairro pregam economia de energia, pouca geração de resíduos e mobilidade urbana

A área, com cerca de 1,7 milhão de metros quadrados, deverá abrigar uma população de 30 mil pessoas dentro de 15 anos. A âncora do empreendimento, a universidade Unisul, ganhou um terreno de 150 mil metros quadrados onde construiu seu campus. O conceito urbanístico adotado no Pedra Branca prioriza a caminhabilidade integrada com edificações sustentáveis. O bairro também conta com um sistema de drenagem de águas pluviais. A meta é otimizar a utilização dos recursos naturais e gerar a menor quantidade de resíduos possível.
Sílvia Manfredi:
Diretora-geral da Associação Nacional de Arquitetura Bioecológica

Para a diretora-geral da Associação Nacional de Arquitetura Bioecológica, Silvia Manfredi, o desafio do bairro Pedra Branca será conseguir coexistir com a infraestrutura da cidade, que não prioriza a sustentabilidade. “O conceito puro de bairro sustentável propõe que ele seja totalmente autossuficiente. Por exemplo, deveria gerar a própria energia consumida, gerar alimento para a população, gerar todos os recursos que ele consome ali. O ideal, neste bairro, seria que as pessoas morassem e trabalhassem lá e que tudo o que se consumisse fosse produzido nele. Mas na prática não é isso que ocorre”, diz.
No entanto, ela elogia o projeto. “No Brasil são raras ideias como essa e quando elas surgem devem ser valorizadas. Se, na prática, o Pedra Branca conseguir tornar-se 50% sustentável já será um avanço”, afirma. O bairro em Palhoça prega que as construções utilizem materiais renováveis ou de menor impacto ambiental, com proficiência energética em termos de economia de energia elétrica e economia de água. A ANAB acompanha um desses empreendimentos. Trata-se de uma construção comercial que busca a certificação LEED.
Silvia Manfredi lembra que na China e no Japão já existem cidades sustentáveis. “Lá, além das premissas de sustentabilidade, existe a preocupação com a mobilidade urbana. O transporte público e meios alternativos, como a bicicleta, são priorizados. O carro tem pouco espaço naquelas cidades”, conta. No programa da USGBC, no entanto, os projetos que serão acompanhados, além do de Palhoça, estão em Melbourne, Austrália; Toronto, Canadá; Victoria, Canadá; Ahmedabad, Índia; Jaipur, Índia; área externa da Cidade do Panamá, Panamá; Pretória, África do Sul; Joanesburgo, África do Sul; Seul, Coreia do Sul; Estocolmo, Suécia; Londres, Reino Unido; São Francisco, EUA; e Destiny, Florida, EUA.
Texto complementar
Cidades cada vez mais poluidoras
No ano passado, pela primeira vez, metade da população do mundo (3,2 bilhões de pessoas) morava em cidades – esse número deve crescer para 70% até 2050. As cidades ocupam apenas 2% da massa de terra do planeta e já são responsáveis por mais de dois terços do uso da energia e das emissões de gases causadores do efeito estufa no mundo. O rápido crescimento urbano e as mudanças climáticas estão colocando as cidades do planeta numa situação difícil, com crescentes custos de infraestrutura, energia, serviços de saúde e assistência social que ganharão maior vulto com a pressão da adaptação climática. A maneira como as cidades mudam e crescem é, portanto, um componente essencial para lidar com a crise do clima.
Entrevistada:
Sílvia Manfredi
, diretora-geral da ANAB, arquiteta e Urbanista formada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie em 1997 e especialista em Gestão Ambiental pelo Senac em 2004.
Pesquisa, desde 2002, o tema da sustentabilidade na Construção Civil e saúde nas habitações.
Email: lubra@ig.com.br
ANAB – Associação Nacional de Arquitetura Bioecológica
Site: http://www.anabbrasil.org/index.asp
Jornalista Responsável – Altair Santos MTB 2330 – Vogg Branded Content

Akatu divulga pesquisa que mostra relação entre consumidor e sustentabilidade















A pesquisa “O Consumidor Brasileiro e a Sustentabilidade: Atitudes e Comportamentos frente ao Consumo Consciente, Percepção e Expectativas sobre a Responsabilidade Social Empresarial”, lançada na última terça-feira (14) pelos institutos Akatu e Ethos, mostra hábitos dos consumidores e como eles encaram as ações empresariais relacionadas à sustentabilidade.
Entre os diversos pontos analisados pela pesquisa, dez conclusões merecem destaque. O primeiro ponto é a pequena quantidade de consumidores considerados conscientes. O percentual de pessoas que se enquadram dentro deste perfil ficou em somente 5%, número equivalente a 500 mil consumidores. Outro fator negativo dentro dessa mesma análise é a quantidade de pessoas indiferentes a esse assunto, que chega a 37%.
A segunda conclusão de destaque é um pouco mais positiva e está diretamente relacionada aos consumidores mais conscientes. O resultado da pesquisa mostra que eles são um em cada três consumidores. O dado mais relevante das pessoas que têm esse perfil é o fato de serem ativos e dispostos a influenciar outras pessoas e empresas.
A sustentabilidade ainda é um tema distante da maior parte dos brasileiros. A comprovação disso está no fato de que, mesmo entre a população com altos graus de escolaridade, o percentual de pessoas informadas sobre sustentabilidade não chega nem a 50%. O número aumenta ainda mais quando considera como parte desse grupo as pessoas com baixo envolvimento, chegando a um somatório de 60%.
Mais da metade dos consumidores, de todas as classes, faixas etárias e escolaridade, nunca ouviram falar do termo sustentabilidade. Isso mostra que por ser algo abstrato, o termo ainda é de difícil compreensão e prática.
Uma das áreas relacionadas à sustentabilidade, a Responsabilidade Social Empresarial (RSE), desperta mais preocupação entre os universitários e consumidores das classes A e B. Mesmo assim, ainda tem um percentual pequeno, apenas 16% dos entrevistados afirmaram buscar informações sobre a RSE.
No entanto, mesmo sem uma busca contínua em relação às ações empresariais, os consumidores assumiram que as empresas mais responsáveis têm mais prestígio que as outras. O ponto apontado como uma das ações empresariais mais importantes é em relação aos direitos e ações trabalhistas.

Uma das maneiras apontadas para que essas exigências dos consumidores sejam colocadas em prática é a criação de políticas públicas que direcionem a sociedade para um perfil mais sustentável.
Os locais mais usados para buscar informações sobre sustentabilidade são internet e televisão. No entanto, o primeiro fica para trás quando o quesito é credibilidade, em que se destacam a televisão e os jornais impressos.
Existe um imenso desafio a ser vencido, a dissociação entre consumo e felicidade. A ideia que elevou o crescimento da sociedade de consumo não condiz com os objetivos de “inclusão social e sustentabilidade”. A proposta para chegar a um “final feliz” é transformar esse conceito em práticas concretas, que atinjam diretamente a vida das pessoas.
Para baixar a pesquisa completa acesse o site da Akatu.
Imagem: Terra Magazine
Fonte: www.ciclovivo.com.br

World Energy Outlook: renováveis e nuclear em alta

Da Agência Ambiente Energia – Apesar da manutenção do domínio das fontes fósseis, a nova edição do World Energy Outlook – WEO 2010, da Agência Internacional de Energia (AIE) revela um cenário promissor para as fontes renováveis de energia. 


Segundo o documento, o uso das energias hidrelétrica, eólica, solar, geotérmica e biomassa triplica em 2035, com sua participação na demanda da energia primária total de 7% para 14%. A participação da energia nuclear também aumenta, saltando de 6% em 2008 para 8% em 2035. Veja abaixo um resumo dos principais pontos do World Energy Outlook.
Energia e mudanças climáticas
No tocante às mudanças climáticas, segundo o documento, a reunião das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas realizada em dezembro de 2009, em Copenhague, representou um marco, ainda que tenha ficado aquém das expectativas. O Acordo de Copenhague – ao qual se associaram todos os principais países emissores – definiu um objetivo não vinculativo de limitar o aumento da temperatura global a dois graus Celsius (2°C) acima dos níveis da época pré-industrial. Estabeleceu igualmente para os países industrializados o objetivo de mobilizarem recursos financeiros destinados a mitigar e adaptar as alterações climáticas nos países em desenvolvimento, de 100 bilhões de dólares por ano até 2020, e exigiu dos países industrializados que fixem objetivos de emissões para o mesmo ano. Todavia, os compromissos anunciados subsequentemente, mesmo se fossem integralmente cumpridos, permitiriam percorrer apenas uma parte do caminho em direção ao objetivo dos 2°C. Cumpre mencionar que o Brasil foi dos poucos países que apresentaram metas concretas e substantivas de redução de emissões.
O WEO 2010, salienta ainda que as perspectivas mundiais da energia até 2035 dependerão de uma forma crítica das ações políticas governamentais e da maneira como essas ações afetarem a tecnologia, o preço dos serviços energéticos e o comportamento dos utilizadores finais. Nesse sentido, o cenário central desta nova edição do Outlook – New Policies Scenario (O cenário Novas Políticas) – toma emconsideração os compromissos políticos e os planos anunciados por vários países no mundo, incluindo as promessas nacionais de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e os programas de abandono progressivo dos subsídios às energias fósseis, mesmo se ainda estiverem por identificar ou anunciar as medidas para concretizar esses compromissos. O documento realiza comparações com um Cenário Políticas Atuais (Current Policies Scenario, anteriormente denominado Cenário de Referência – Reference Scenario), que não inclui nenhuma alteração das políticas atuais, em meados de 2010, o que significa que os recentes compromissos não são concretizados. Além disso, são apresentados os resultados do Cenário 450, que foi primeiro apresentado em detalhe no WEO‑2008, e que estabelece uma via coerente com a meta dos 2°C e a limitação da concentração dos gases com efeito de estufa na atmosfera em torno de 450 partes por milhão de equivalente CO2 (ppm eq. CO2).
No Cenário Novas Políticas, a procura de energia primária aumenta 36% entre 2008 e 2035, passando aproximadamente de 12.300 milhões de toneladas equivalentes de petróleo (Mtep) para 16.700 Mtep, correspondendo a uma média anual de 1,2%, uma taxa que deve ser comparada com a média anual de 2% dos últimos 27 anos. A taxa de crescimento da procura projetada é inferior à do Cenário Políticas Atuais, no qual a procura aumenta 1,4% por ano no período 2008‑2035. No Cenário 450, a procura ainda cresce entre 2008 e 2035, mas somente de 0,7% por ano. Os combustíveis fósseis – petróleo, carvão e gás natural – continuam a ser as fontes de energia dominantes em 2035 nos três cenários, embora a sua percentagem no combinado global de combustível primário varie fortemente. As quotas das fontes de energias renováveis e nucleares são comparativamente mais elevadas no Cenário 450  e mais baixas no Cenário Políticas Atuais. As evoluções possíveis – e logo, as incertezas quanto à utilização futura da energia – são muito maiores para o carvão, a energia nuclear e as fontes de energia renováveis não hidroelétricas.
Fontes não renováveis permanecem dominantes
Ainda segundo o documento WEO 2010, no Cenário Novas Políticas, a procura mundial para cada fonte de combustível aumenta, sendo os combustíveis fósseis responsáveis por mais de metade do aumento da procura de energia primária total.
O petróleo continua a ser o combustível dominante no combinado de energia primária durante o período considerado no Outlook, embora a sua participação, que se manteve a 33% em 2008, caia para 28% à medida que os preços elevados e as ações dos governos a favor da eficiência do combustível acarretam uma redução mais acentuada do petróleo nos setores industrial e da geração de eletricidade e que começam a surgir mais oportunidades para substituir os produtos petrolíferos por outros combustíveis no transporte. A procura de carvão aumenta aproximadamente até 2025 e declina lentamente em seguida, durante o resto do período considerado no Outlook. O aumento da procura de gás natural é muito superior à procura de outros combustíveis fósseis devido às suas características ambientais e práticas mais favoráveis e aos constrangimentos ligados à implementação suficientemente rápida das tecnologias de baixo de teor de carbono.
Segundo o WEO 2010, a participação de energia nuclear aumenta, passando de 6% em 2008 para 8% em 2035. A utilização de energias renováveis modernas – incluindo as energias hidroelétrica, eólica, solar, geotérmica, a biomassa moderna e marítima – triplica durante o período do Outlook, passando a sua participação na demanda da energia primária total de 7% para 14%. O consumo da biomassa tradicional cresce ligeiramente até 2020, baixando em 2035 para um nível um pouco inferior ao atual, à medida que os agregados familiares utilizam cada vez mais combustíveis modernos nos países em desenvolvimento.
Crescimento da demanda concentrado nos emergentes
Os países que não são membros da OCDE representam 93% do aumento previsto na procura mundial de energia primária no Cenário Novas Políticas, o que reflete um aumento mais rápido das taxas de crescimento da atividade econômica, da produção industrial, da população e da urbanização.
A China, onde a procura disparou nos últimos dez anos, será responsável por 36% do crescimento previsto na utilização da energia global, e a sua procura aumenta 75% entre 2008 e 2035. Em 2035, a China representa 22% da demanda mundial, a comparar com a sua participação atual de 17%. A Índia é o segundo maior contribuidor para o aumento da procura mundial até 2035, representando 18% desse aumento: durante o período considerado no Outlook, o seu consumo de energia aumenta mais do dobro. Fora da Ásia, é a região do Médio Oriente que registra a taxa de crescimento mais rápida, com um ritmo de 2% por ano. Após um crescimento modesto até 2020, a procura global de energia nos países da OCDE estagna. Todavia, por volta de 2035, os Estados Unidos da América são ainda o segundo maior consumidor de energia no mundo, atrás da China, e muito à frente da Índia (que ocupa um terceiro lugar distante).
A procura mundial de eletricidade deverá continuar a crescer mais solidamente do que qualquer outra forma final de energia. No Cenário Novas Políticas, prevê-se um crescimento de 2,2% por ano entre 2008 e 2035, sendo mais de 80% desse aumento originado por países não OCDE.
Maior participação de fontes renováveis
O WEO 2010, sublinha que a geração de eletricidade está se transformando à medida que o investimento é direcionado para as tecnologias de baixo teor de carbono – consecutivamente ao aumento dos preços dos combustíveis fósseis e às políticas governamentais de estímulo à segurança energética e à redução das emissões de CO2.
No Cenário Novas Políticas, os combustíveis fósseis – principalmente o carvão e o gás natural – continuam a dominar o mercado; contudo, a sua participação na geração total de energia decresce de 68% em 2008 para 55% em 2035, enquanto as energias nuclear e renováveis se desenvolvem. A transição para as tecnologias com baixa emissão de carbono é particularmente destacada nos países da OCDE. De um modo geral, o carvão continua a ser a principal fonte de geração elétrica em 2035, embora a sua participação na geração de eletricidade baixe de 41% atualmente para 32%. Em termos globais, prevê-se que a transição para as energias nuclear, renováveis e outras tecnologias com baixa emissão de carbono diminuirá em um terço a quantidade de CO2 emitido por unidade de eletricidade gerada entre 2008 e 2035.
A expansão das fontes de energia renováveis terá uma influência decisiva na capacidade em conduzir o planeta para um caminho energético mais seguro, fiável e sustentável. O sector elétrico apresenta o maior potencial para desenvolver o uso das energias renováveis em termos absolutos. No Cenário Novas Políticas, a geração elétrica baseada nas energias renováveis triplica entre 2008 e 2035 e a participação de energias renováveis no total da geração de eletricidade, de 19% em 2008, aumenta praticamente um terço (atingindo o nível do carvão). Este aumento provém principalmente das energias eólica e hidroelétrica, embora esta continue a ser a fonte dominante durante o período considerado no Outlook. A eletricidade produzida a partir da energia solar fotovoltaica aumenta muito rapidamente, embora a sua participação na geração global represente apenas cerca de 2% em 2035. A utilização de biocombustíveis cresce mais de quatro vezes entre 2008 e 2035, satisfazendo assim 8% da procura de combustível para o transporte rodoviário no final do período considerado no Outlook (um aumento de 3% em relação à situação atual).
Biocombustíveis
Segundo o WEO 2010, a utilização de biocombustíveis – combustíveis de transporte derivados da matéria-prima da biomassa – deverá continuar a aumentar rapidamente durante o período analisado, graças à subida de preços do petróleo e aos apoios governamentais. No Cenário Novas Políticas, o uso global de biocombustíveis cresce de aproximadamente 1 milhão de barris/dia atualmente para 4,4 mb/d em 2035. Estima-se que os Estados Unidos, o Brasil e a União Europeia permanecerão os maiores produtores e consumidores mundiais de biocombustíveis. Os biocombustíveis avançados, incluindo os derivados de matérias-primas lignocelulósicas, entrarão provavelmente no mercado por volta de 2020, principalmente nos países da OCDE.
Ainda que em países como o Brasil se observe um aumento de competitividade e redução de custos dos biocombustíveis, o WEO 2010 sugere que o custo de produção atual dos biocombustíveis seja muitas vezes superior ao custo atual do petróleo importado, de tal forma que são geralmente necessários incentivos governamentais para torná-los competitivos face aos combustíveis à base de petróleo. O apoio governamental global atingiu 20 bilhões de dólares em 2009 e foi principalmente concedido pelos Estados Unidos e pela União Europeia.
Energia e desenvolvimento humano
Apesar da utilização crescente da energia no mundo inteiro, muitos lares dos países em desenvolvimento não têm ainda acesso aos serviços modernos de energia. Os números são impressionantes: estima-se em 1,4 bilhões o número de pessoas – mais de 20% da população mundial – que não têm acesso à eletricidade e a 2,7 bilhões – cerca de 40% da população mundial – as que dependem ainda do uso tradicional da biomassa para cozinhar. Pior ainda, as projeções da AIE sugerem que se trata de um problema a longo prazo, pois no Cenário Novas Políticas, 1,2 bilhões de pessoas continuam a não ter acesso à eletricidade em 2030 (a meta fixada para o acesso universal aos serviços modernos de energia), 87% das quais residentes em zonas rurais.
Dar a prioridade ao acesso a serviços modernos de energia pode contribuir para acelerar o desenvolvimento econômico e social. O Objetivo de Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas, de erradicar a pobreza extrema e a fome em 2015, não será atingido se o acesso à energia não melhorar substancialmente. Para alcançar esse objetivo, deverá ser facultado a 395 milhões de pessoas suplementares o acesso à eletricidade e a um bilhão de pessoas suplementares o acesso a combustíveis limpos para cozinhar. (fonte: MME, com informações da Agência Internacional de Energia)