RIO GRANDE DO NORTE vira modelo de Energia Renovável

Não é só pelas belas praias e dunas que o vento está soprando a favor do Rio Grande do Norte. 

A partir de agora, o Estado pode ser considerado referência nacional em fontes de energia alternativa. Até 2013 a região receberá 69 parques eólicos, com obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que demandarão investimento de R$ 8 bilhões e a tornará exportadora de energias para outros estados brasileiros. 

O governo local está se esforçando para tirar o melhor proveito dos investimentos em energia eólica, que representam quase um quarto do PIB potiguar de 2008, de R$ 25,5 bilhões.

O Rio Grande do Norte já se destaca no setor eólico há alguns anos, desde a construção de uma instalação no Município do Rio do Fogo (a 60 km de Natal). O Parque Eólico Rio do Fogo está em operação comercial desde Julho de 2006 e têm 49.3 MW de potência instalada. 

Atualmente, apenas 1% da energia gerada no mundo provém deste tipo de fonte porque a energia gerada por uma central eólica custa entre 60% e 70% a mais que a mesma quantidade gerada por uma usina hidrelétrica. 

Em entrevista à Nicomex Notícias, o consultor de Novos Negócios da Empresa Verde Consultoria, Gilbert Simionato, diz que o Brasil já poderia estar no topo do pódio em virtude do vasto potencial de energias renováveis.

“O país vem desperdiçando oportunidades de explorar fontes de energia limpa, o grande motor para o desenvolvimento em tempos de mudanças climáticas”, completa Gilbert

Outra questão que o consultor apresenta passa pelas emissões vindas do setor energético, onde a meta do governo é permitir que esse tipo de geração, que hoje representa 16,5% do total emitido, dobre em dez anos. 

O governo usa a desculpa de que, como as emissões desse tipo são baixas, não há problemas em aumentá-las. 

De acordo com Gilbert, se o governo fizesse a mesma campanha que tem feito sobre o pré-sal, o cenário mudaria em muito pouco tempo.

Natal receberá mais investimentos

As obras do PAC incluem a ampliação do porto de Natal (a segunda desde 2008, com investimento total de mais de R$ 200 milhões) e a construção do Terminal Pesqueiro Público de Natal (cerca de R$ 36 milhões). 

Essas obras possibilitarão ao Rio Grande do Norte receber embarcações de grande porte, inclusive internacionais, para recolher seus valiosos atuns, dos quais é o maior produtor e exportador do país. 

Também ficará perto de Natal, em Macaíba, cidade com um parque industrial expressivo, uma das duas Zonas de Processamento de Exportação (ZPE) que o Estado planeja construir.

Em nota enviada pela Secretaria do Desenvolvimento Econômico do Estado do Rio Grande do Norte, o governo afirma que também está trabalhando para que os investimentos se espalhem pelo interior do Estado, que tem menos de 53 mil km² de área e cerca de 3,2 milhões de habitantes. 

Mas os projetos do PAC não vão nessa direção, apesar dos benefícios que acarretarão. Concentram-se na capital e cidades próximas, e na região de Mossoró, onde está a Petrobras.

Por Rodrigo Leitão
rodrigo.leitao@nicomexnoticias.com.br

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