Ambiental
Ecologia ambiental
Esta primeira vertente se preocupa com o meio ambiente, para que não sofra excessiva desfiguração, com qualidade de vida e com a preservação das espécies em extinção. Ela vê a natureza fora do ser humano e da sociedade. Procura tecnologias novas, menos poluentes, privilegiando soluções técnicas. Ela é importante porque procura corrigir os excessos da voracidade do projeto industrialista mundial, que implica sempre custos ecológicos altos.
Esta primeira vertente se preocupa com o meio ambiente, para que não sofra excessiva desfiguração, com qualidade de vida e com a preservação das espécies em extinção. Ela vê a natureza fora do ser humano e da sociedade. Procura tecnologias novas, menos poluentes, privilegiando soluções técnicas. Ela é importante porque procura corrigir os excessos da voracidade do projeto industrialista mundial, que implica sempre custos ecológicos altos.
Se  não cuidarmos do planeta como um todo,                podemos  submetê-lo a graves riscos de destruição                de partes da  biosfera e, no seu termo, inviabilizar a própria                vida no  planeta.
Social
Ecologia social 
A segunda _a ecologia social_ não quer apenas o meio ambiente. Quer o ambiente inteiro. Insere o ser humano e a sociedade dentro da natureza. Preocupa-se não apenas com o embelezamento da cidade, com melhores avenidas, com praças ou praias mais atrativas. Mas prioriza o saneamento básico, uma boa rede escolar e um serviço de saúde decente. A injustiça social significa uma violência contra o ser mais complexo e singular da criação que é o ser humano, homem e mulher. Ele é parte e parcela da natureza.
A segunda _a ecologia social_ não quer apenas o meio ambiente. Quer o ambiente inteiro. Insere o ser humano e a sociedade dentro da natureza. Preocupa-se não apenas com o embelezamento da cidade, com melhores avenidas, com praças ou praias mais atrativas. Mas prioriza o saneamento básico, uma boa rede escolar e um serviço de saúde decente. A injustiça social significa uma violência contra o ser mais complexo e singular da criação que é o ser humano, homem e mulher. Ele é parte e parcela da natureza.
A  ecologia social propugna por um desenvolvimento                 sustentável. É aquele em que se atende às carências                 básicas dos seres humanos hoje sem sacrificar o capital natural                 da Terra e se considera também as necessidades das gerações                 futuras que têm direito à sua satisfação                e de  herdarem uma Terra habitável com relações                humanas  minimamente justas.
Mas  o tipo de sociedade construída nos                últimos 400 anos  impede que se realize um desenvolvimento                sustentável. É  energívora, montou um modelo                de desenvolvimento que  pratica sistematicamente a pilhagem dos recursos                da Terra  e explora a força de trabalho.
No  imaginário dos pais fundadores da sociedade                moderna, o  desenvolvimento se movia dentro de dois infinitos: o                 infinito dos recursos naturais e o infinito do desenvolvimento rumo                 ao futuro. Esta pressuposição se revelou ilusória.                 Os recursos não são infinitos. A maioria está                se  acabando, principalmente a água potável e os combustíveis                 fósseis. E o tipo de desenvolvimento linear e crescente para                 o futuro não é universalizável. Não                é, portanto,  infinito. Se as famílias chinesas quisessem                ter os  automóveis que as famílias americanas têm,                a China  viraria um imenso estacionamento. Não haveria combustível                 suficiente e ninguém se moveria.
Carecemos  de uma sociedade sustentável                que encontra para si o  desenvolvimento viável para as necessidades                de todos. O  bem-estar não pode ser apenas social, mas tem                de ser  também sociocósmico. Ele tem que atender aos                demais seres  da natureza, como as águas, as plantas, os animais,                os  microorganismo, pois todos juntos constituem a comunidade planetária,                 na qual estamos inseridos, e sem os quais nós mesmos
Mental
Ecologia mental
A terceira, a ecologia mental, chamada também de ecologia profunda, sustenta que as causas do déficit da Terra não se encontram apenas no tipo de sociedade que atualmente temos. Mas também no tipo de mentalidade que vigora, cujas raízes alcançam épocas anteriores à nossa história moderna, incluindo a profundidade da vida psíquica humana consciente e inconsciente, pessoal e arquetípica.
A terceira, a ecologia mental, chamada também de ecologia profunda, sustenta que as causas do déficit da Terra não se encontram apenas no tipo de sociedade que atualmente temos. Mas também no tipo de mentalidade que vigora, cujas raízes alcançam épocas anteriores à nossa história moderna, incluindo a profundidade da vida psíquica humana consciente e inconsciente, pessoal e arquetípica.
Há  em nós instintos de violência,                vontade de dominação,  arquétipos sombrios que                nos afastam da benevolência em  relação à                vida e à natureza. Aí dentro da mente humana se  iniciam                os mecanismos que nos levam a uma guerra contra a  Terra. Eles se                expressam por uma categoria: a nossa  cultura antropocêntrica.                O antropocentrismo considera o  ser humano rei/rainha do universo.                Pensa que os demais  seres só têm sentido quando ordenados                ao ser humano; eles  estão aí disponíveis ao                seu bel-prazer. Esta estrutura  quebra com a lei mais universal do                universo: a  solidariedade cósmica. Todos os seres são                 interdependentes e vivem dentro de uma teia intrincadíssima                 de relações. Todos são importantes.
Não  há isso de alguém ser                rei/rainha e considerar-se  independente sem precisar dos demais.                A moderna  cosmologia nos ensina que tudo tem a ver com tudo em todos                 os momentos e em todas as circunstâncias. O ser humano esquece                 esta realidade. Afasta-se e se coloca sobre as coisas em vez de                 sentir-se junto e com elas, numa imensa comunidade  planetária                e cósmica. Importa recuperarmos atitudes de  respeito e veneração                para com a Terra.
Isso  somente se consegue se antes for resgatada                a dimensão do  feminino no homem e na mulher. Pelo feminino                o ser  humano se abre ao cuidado, se sensibiliza pela profundidade                 misteriosa da vida e recupera sua capacidade de maravilhamento.                 O feminino ajuda a resgatar a dimensão do sagrado. O sagrado                 impõe sempre limites à manipulação do                 mundo, pois ele dá origem à veneração                e ao respeito,  fundamentais para a salvaguarda da Terra. Cria a                 capacidade de re-ligar todas as coisas à sua fonte criadora                 que é o Criador e o Ordenador do universo. Desta capacidade                 re-ligadora nascem todas as religiões. Precisamos hoje revitalizar                 as religiões para que cumpram sua função religadora.
Integral
Ecologia integral
Por fim, a quarta - a ecologia integral - parte de uma nova visão da Terra. É a visão inaugurada pelos astronautas a partir dos anos 60 quando se lançaram os primeiros foguetes tripulados. Eles vêem a Terra de fora da Terra. De lá, de sua nave espacial ou da Lua, como testemunharam vários deles, a Terra aparece como resplandecente planeta azul e branco que cabe na palma da mão e que pode ser escondido pelo polegar humano.
Por fim, a quarta - a ecologia integral - parte de uma nova visão da Terra. É a visão inaugurada pelos astronautas a partir dos anos 60 quando se lançaram os primeiros foguetes tripulados. Eles vêem a Terra de fora da Terra. De lá, de sua nave espacial ou da Lua, como testemunharam vários deles, a Terra aparece como resplandecente planeta azul e branco que cabe na palma da mão e que pode ser escondido pelo polegar humano.
Daquela  perspectiva, Terra e seres humanos emergem                como uma  única entidade. O ser humano é a própria                Terra enquanto  sente, pensa, ama, chora e venera. A Terra emerge                como o  terceiro planeta de um Sol que é apenas um entre 100                 bilhõesbilhões de outras do universo, universo                que,  possivelmente, é apenas um entre outros milhões                paralelos  e diversos do nosso. E tudo caminhou com tal calibragem                 que permitiu a nossa existência aqui e agora. Caso contrário                 não estaríamos aqui. Os cosmólogos, vindos                da  astrofísica, da física quântica, da biologia                molecular,  numa palavra, das ciências da Terra, nos advertem                que o  inteiro universo se encontra em cosmogênese. Isto significa:                 ele está em gênese, se constituindo e nascendo, formando                 um sistema aberto, sempre capaz de novas aquisições                e  novas expressões. Portanto ninguém está pronto.                Por  isso, temos que ter paciência com o processo global, uns                 com os outros e também conosco mesmo, pois nós, humanos,                 estamos igualmente em processo de antropogênese, de constituição                 e de nascimento.
Três  grandes emergências ocorrem                na cosmogênese e  antropogênese: (1) a complexidade/diferenciação,                (2) a  auto-organização/consciência e (3) a religação/relação                de  tudo com tudo. A partir de seu primeiro momento, após                o  Big-Bang, a evolução está criando mais e                mais seres  diferentes e complexos (1). Quanto mais complexos mais                se  auto-organizam, mais mostram interioridade e possuem mais e mais                 níveis de consciência (2) até chegaram à                 consciência reflexa no ser humano. O universo, pois, como                 um todo possui uma profundidade espiritual. Para estar no ser humano,                 o espírito estava antes no universo. Agora ele emerge em                 nós na forma da consciência reflexa e da amorização.                 E, quanto mais complexo e consciente, mais se relaciona e se  religa                (3) com todas as coisas, fazendo com que o  universo seja realmente                uni-verso, uma totalidade  orgânica, dinâmica, diversa,                tensa e harmônica, um cosmos  e não um caos.
As  quatro interações existentes,                a gravitacional, a  eletromagnética e a nuclear fraca e forte,                constituem os  princípios diretores do universo, de todos                os seres,  também dos seres humanos. A galáxia mais                distante se  encontra sob a ação destas quatro energias                primordiais,  bem como a formiga que caminha sobre minha mesa e os                 neurônios do cérebro humano com os quais faço                estas  reflexões. Tudo se mantém religado num equilíbrio                 dinâmico, aberto, passando pelo caos que é sempre generativo,                 pois propicia um novo equilíbrio mais alto e complexo, desembocando                 numa ordem, rica de novas potencialidades.
Fonte: Diário do Verde - 2009/2010 . All rights reserved. Todos os direitos reservados. / Antonio Gabriel Cerqueira Gonçalves 

 
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