RIO DE JANEIRO - Em termos, porém, de consumo per capita e eficiência energética das residências e indústrias, o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer...
Agência Brasil
RIO DE JANEIRO - Das três metas definidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) para serem alcançadas até 2030, dentro da iniciativa Energia Sustentável para Todos (Sustainable Energy for All – SE4ALL), o Brasil é exemplo para o mundo em duas, disse à "Agência Brasil" o coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Gesel/UFRJ), Nivalde de Castro.
A Assembleia Geral das Nações Unidas declarou que o ano de 2012 será o Ano Internacional da Energia Renovável para Todos. A iniciativa SE4ALL é liderada pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que reforçará as três metas durante a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). A Rio+20 começa na próxima quarta, no Rio de Janeiro, e terá a energia renovável como um dos temas debatidos.
As metas da SE4ALL são garantir acesso universal a serviços modernos de energia; dobrar o índice de energia renovável no mix de desenvolvimento global e dobrar o índice global de melhoria em eficiência energética.
Nivalde de Castro destacou que na meta relativa à garantia de acesso universal a serviços modernos de energia, o Brasil tem hoje o Programa Luz para Todos, que visa a universalização do acesso de energia elétrica para todas as famílias brasileiras. “O Brasil conseguiu um avanço muito grande nos últimos oito ou nove anos. Nesse aspecto, o Brasil tem que ser copiado”.
Sobre a meta de dobrar o índice de energia renovável, Castro explicou que o Brasil “é campeão” no que se refere à participação da energia renovável na matriz energética nacional. “Só está abaixo da Noruega, que não tem a dimensão continental, econômica e demográfica do Brasil. Nesse aspecto, o Brasil também serve de exemplo”, disse.
O coordenador do Gesel explicou que a própria política energética brasileira, ao priorizar as hidrelétricas e as energias renováveis, vai garantir a manutenção desse diferencial competitivo que o Brasil possui em relação a outros países.
Sobre a terceira meta entretanto, que se refere à melhoria da eficiência energética, Nivalde de Castro admitiu que o Brasil talvez tenha que fazer um esforço maior. É preciso, salientou, melhorar a eficiência energética, principalmente do ponto de vista do consumo industrial e residencial. Mesmo assim, ele destacou o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), que objetiva promover a racionalização da produção e do consumo de energia elétrica, com eliminação dos desperdícios e redução de custos.
Em termos, porém, de consumo per capita e eficiência energética das residências e indústrias, o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer, na análise do professor da UFRJ. Esse caminho passa pela simplificação dos programas nacionais de eficiência energética. “Eles [os programas] ainda carecem de uma objetividade maior“.
De acordo com informação da assessoria do evento sobre Energia Sustentável para Todos, entre os anúncios a serem feitos durante a Rio+20, destacam-se os compromissos assumidos por governos e empresas globais em apoio ao SE4ALL.
A iniciativa ocorrerá no dia 21 deste mês, a partir das 15 h, no Pavilhão 3 do Riocentro, localizado em Jacarepaguá, zona oeste da cidade.
Antes, no dia 19, será realizado o Rio+20 Dia da Energia, também no Riocentro, a partir das 9h30.
De acordo com dados da ONU, mais de 3 bilhões de pessoas nos países em desenvolvimento dependem da biomassa tradicional e do carvão para cozinhar e para se aquecer e 1,5 bilhão de pessoas ainda vivem hoje sem eletricidade.
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