Florianópolis - O engajamento de indústrias catarinenses como Termotécnica e Embraco com clientes, fornecedores e até concorrentes está reduzindo o uso de recursos e o reaproveitamento de materiais, com ganhos para toda a sociedade.
Os cases foram apresentados durante um seminário sobre sustentabilidade promovido pelo Sistema FIESC, realizado na terça (14), na Associação Empresarial de Joinville (Acij). No evento, que também teve a participação da empresa Weg, foram mostrados detalhes do Plano de Sustentabilidade para a Competitividade da Indústria Catarinense, que contempla ações que serão realizadas pelas entidades que compõem o Sistema FIESC ( FIESC, CIESC, SESI, SENAI e IEL) nos próximos anos.
A articulação da empresa Termotécnica com varejistas para recolher o isopor descartado tornou viável o reaproveitamento do material - que possui grande volume, mas rende pouco material reciclado.
Com a criação de mais de 1200 centros de recolhimento pelo mundo, hoje a empresa recicla por mês mais de 500 toneladas do produto (equivalente a cerca de 600 carretas).
O valor já corresponde a 23% da matéria-prima consumida pela empresa, que depois produz embalagens térmicas e blocos para construção civil. O case da empresa foi apresentado pelo proprietário da empresa, Albano Schmidt. Quando o programa foi criado, em 2007, eram 40 toneladas/mês.
Na empresa Embraco, a aliança é feita com os fornecedores, que foram foco de projetos de melhoria elaborados por profissionais da fabricante de compressores.
Mudanças simples, como sugerir a redução de medidas de palhetes de madeira ou o uso desnecessário de pregos, têm ajudado a evitar o corte de 2600 árvores por ano e a transformação de 11 toneladas de aço. Em outras ações, equipes de segurança da empresa foram até os fornecedores e apontaram possíveis mudanças para melhorar a ergonomia no trabalho.
Para o 1º vice-presidente da FIESC e presidente da Acij, Mário Cezar de Aguiar, que esteve presente no evento, os cases servem de exemplo de ações internas e externas que podem ser desenvolvidas pela indústria.
"Precisamos acabar com a visão de que há dicotomia entre a indústria e o meio-ambiente, pois a sustentabilidade hoje é questão estratégica para as empresas. Não dá mais para pensar em produtos sem analisar todas as questões ambientais, sociais e econômicas envolvidas", ressaltou.
Apesar do conceito de sustentabilidade estar muito ligado à preocupação ambiental, o conceito também tem relações com as esferas sociais e de perenidade do próprio negócio.
O consultor da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que participou de uma das palestras, define que, para se considerada sustentável, a empresa deve atender basicamente a cinco itens: depender o menos possível de recursos naturais, usar o máximo de sustâncias recicladas, não contribuir com a degradação ambiental e satisfazer as necessidades das comunidades com que tem relação, mas sem deixar de ter capacidade econômica para fazer investimentos necessários.
"Ser sustentável é ser capaz de manter-se por longo período sem interrupções ou enfraquecimento. Não há como ter sustentabilidade sem ser competitivo, e vice-versa", definiu o consultor.
O Plano de Sustentabilidade da Indústria Catarinense, do Sistema FIESC, foi apresentado pelo presidente da câmara ambiental, José Lourival Magri. A iniciativa contempla 16 grandes áreas de atuação e mais de 60 ações concretas em áreas como energia, mudanças climáticas e desastres naturais; produção mais limpa e recursos hídricos; resíduos sólidos; gestão de riscos e reputação e gestão de impactos sociais.
O empresário também apresentou algumas ações recentes do Sistema FIESC na área de sustentabilidade, como a campanha por isenção de impostos na indústria de materiais recicláveis, consultorias em eficiência energética e cursos de responsabilidade corporativa.
Além de Joinville, o Sistema FIESC promoverá seminários voltados para a sustentabilidade em São Bento do Sul, Jaraguá do Sul, Blumenau, Lages, Criciúma e Chapecó. Em cada encontro serão apresentados cases de empresas que são referência em sustentabilidade.
Diogo Honorato
Assessoria de Imprensa do Sistema FIESC
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