Elite política, econômica e cultural se reúne para debater um planeta que vive um cenário de transição
De um lado, alta de preços de matérias-primas que lembra o período anterior à crise de 2008. De outro, países afundados em dívidas provocadas justamente pelos esforços para sair do atoleiro financeiro global.
É um cenário em transição que a 41ª edição do Fórum Econômico Mundial projeta do alto da montanha de Davos (Suíça) a partir desta quarta, dia 26, onde se reúne a elite econômica, política e cultural do planeta, do qual só se participa devidamente convidado.
– As placas tectônicas ainda estão se deslocando, essa reacomodação gera incertezas. Em vez de um mundo multipolar, a perda de poder dos Estados Unidos está gerando um mundo apolar – avalia o ex-ministro da Economia Marcílio Marques Moreira.
O Brasil será representado por um trio de técnicos – o ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, e os presidentes do Banco Central, Alexandre Tombini, e do BNDES, Luciano Coutinho. Um dos maiores interesses do Brasil é discutir câmbio e protecionismo – dois temas da reunião.
– Esse mundo novo é mais complexo e mais difícil de administrar. Há uma nova constelação de poder no mundo, que requer novos organismos e instituições – destaca o embaixador Roberto Abdenur, com experiência nos EUA e na Alemanha.
É sintomático que o tema da segurança alimentar, sempre levantado por países pobres, tenha precedido a abertura do fórum suscitada pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, convidado a Davos. No comando do G-20, o francês propôs medidas para conter o preço das commodities, sob a alegação de que a alta contínua pode suscitar revoltas populares.
– É difícil que prospere essa espécie de Conab global proposta por Sarkozy, porque não interessa nem aos Estados Unidos nem ao Brasil, dois grandes produtores de matérias-primas agrícolas – avalia José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).
ZERO HORA
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