O artigo do prof. Dowbor para a revista Envolverde argumenta que a sociedade, mais do que sobreviver, quer qualidade de vida efelicidade. Para isso ele recomenda a aplicação de 10 indicadores já aplicados em diferentes escalas com resultados positivos.
São idéias arrojadas, ortodoxas e muitos diriamm, inviáveis, mas que nos fazem pensar sobre as oportunidades para chegarmos a um mundo mais sustentável.
Abaixo um resumo dos dez mandamentos:
- Não reduzirás o próximo a miséria: “o dinheiro é simplesmente mais útil onde é mais necessário”. Acabar com a pobreza além de ser o caminho mais ético (por reduzir a perdas de vidas desnecessárias), defende o professor, também beneficia toda a sociedade. Além disso, o investimento na redução da pobreza permite o desenvolvimento da base da pirâmide e, no futuro, as novas gerações, melhor nutridas e educadas, trarão ganhos de produtividade para todos.
- Não privarás ninguém do direito de ganhar o seu pão: “universalizar a garantia do emprego é viável”. O professor exemplifica com a cidade de Maharashtra na Índia onde cada vila é obrigada a ter um cadastro de iniciativas intensivas em mão de obra. De fato, há muitas melhorias necessárias e investir na infra-estrutura local enquanto reduzindo o seguro-desemprego e outros custos sociais, pode realmente ser a melhor solução para o emprego.
- Não farás contas erradas: o professor lembra que PIB inclui o valor de transações do desmatamento, das doenças, entre outras atividades não sustentáveis. Portanto, diz ele, é necessário medir os resultados e a alocação de recursos financeiros utilizados em prol do desenvolvimento economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente sustentável.
- Não comprarás os representantes do povo: o Estado tem que manter seu poder regulador e, portanto: “… a necessidade de se reduzir a capacidade das corporações privadas ditarem as regras do jogo”. Comentários?
- Não tributarás boas iniciativas: o professor defende a revisão do sistema tributário, “O eixo central não está na redução dos impostos, e sim na cobrança socialmente mais justa e na alocação mais produtiva em termos sociais e ambientais”. Neste ponto não é possível discordar! Ele ainda defende a taxação de transações “especulativas”, impostos para grandes fortunas e heranças.
- Não privarás o próximo do direito do conhecimento: para o professor “A participação efetiva das populações nos processos de desenvolvimento sustentável envolve um denso sistema de acesso público e gratuito à informação necessária”.
- Não trabalharás mais de 40 horas: “A redistribuição social da carga de trabalho torna-se hoje uma necessidade”. O professor comenta que com os avanços tecnológicos há menor necessidade de mão de obra intensiva, e a redução de carga de trabalho, poderá reduzir a desigualdade e aumentar a qualidade de vida, ou seja, mais tempo livre para o lazer e a cultura, por exemplo.
- Não viverás para o dinheiro: nosso cotidiano esta mudando devido às nossas atitudes frente aos desafios econômicos, sociais e ambientais: reciclagem, respeito ao meio ambiente, redução de desperdícios, uso racional dos transportes, entre outros são parte de nossa mudança comportamental, diz o professor.Mas isso não é suficiente, é necessária a promoção de políticas públicas para incentivar ainda mais estas atitudes.
- Não controlarás a palavra do próximo: diz o professor: “Democratizar a comunicação tornou-se essencial…. Expandindo gradualmente as inúmeras formas de mídia que surgem por toda parte, há como introduzir uma cultura nova… pluralismo em vez de fundamentalismos …”
- Não ganharás dinheiro com o dinheiro dos outros: o professor defende a racionalização dos sistemas de intermediação financeira: “O dinheiro não é mais produtivo onde rende mais para o intermediário: devemos buscar a produtividade sistêmica de um recurso que é público”.
E você o que acha? Valeria a pena seguir os 10 mandamentos? Bem pelo menos, deveríamos implementar as pequenas mudanças possíveis e a avançar para um mundo mais justo, limpo e produtivo sem medo. Avançando sempre chegamos mais próximos da sustentabilidade.
Leia o artigo completo em:
http://www.envolverde.com.br
Comentários para o escritor: ladislau@dowbor.org ou www.criseoportunidade.wordpress.com
Sobre a autora:
Sueli Chiozzotto é formada em engenharia de produção pela Escola Politécnica da USP, tem MBA pela Universidade da California em Berkeley e é sócia da MGM Partners, onde desenvolve projetos nas áreas de sustentabilidade, responsabilidade e investimentos sociais para empresas, fundações e ONGs.
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