RIO - A área de 1,2 milhão de metros quadrados no entorno do Autódromo de Jacarepaguá ganhará um Plano Diretor. Ele detalhará como será a ocupação da região antes e após as Olimpíadas de 2016, inclusive com imóveis residenciais e comerciais. O prefeito Eduardo Paes lança hoje, em parceria com o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), um concurso internacional de projetos urbanísticos para o chamado Master Plan do Parque Olímpico.
A região abrigará uma das principais instalações esportivas dos Jogos. Ao todo, 15 modalidades serão disputadas no local. Parte das instalações será definitiva e abrigará o centro de treinamento, administrado pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB), que formará atletas de ponta. As demais instalações, como o futuro parque aquático, poderão ser desativadas ou convertidas em salas comerciais, no caso do centro de mídia. Equipamentos do Pan terão utilização obrigatória
Uma das regras do edital prevê a utilização obrigatória do Parque Aquático Maria Lenk e da arena multiuso, construídos para os Jogos Pan-Americanos de 2007. Outro fator a ser levado em conta nas propostas é o uso de materiais de maior durabilidade, além do menor gasto possível de energia e água. Marcos paisagísticos da área precisarão ser observados, como a Pedra da Baleia e a Lagoa de Jacarepaguá, que não poderão ser obstruídas por novas construções.
- Será escolhido o projeto que tiver preocupação ambiental e que evite gastos públicos desnecessários, além de qualidade urbanística. Por isso a exigência de que os equipamentos $sejam aproveitados - disse o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Felipe Goes.
Os arquitetos também irão sugerir a localização das 2 mil vagas de estacionamentos destinadas a veículos das comitivas oficiais, prestadores de serviços e patrocinadores. No caso do paisagismo, ele terá que ser feito de forma que, quando a água da chuva escorrer para a Lagoa de Marapendi, não leve detritos.
Para o presidente do IAB, Sérgio Magalhães, a seleção do projeto por concurso é uma garantia de que a proposta escolhida terá qualidade:
- O Rio tem que ser uma ci$de vanguarda. Os projetos olímpicos não podem cair na mediocridade geral. Devem ser ousados - disse Sérgio.
As propostas também indicarão a localização de prédios destinados às competições esportivas, bem como os espaços reservados para praças, ruas e jardins. A possibilidade do investimento ser feito numa Parceria Público Privada (PPP) deve estar contemplada.
No dossiê de candidatura, a previsão era que o investimento nos equipamentos ficasse com a União. O Ministério do Esporte, porém, analisa proposta da prefeitura para a entrada de capital privado, a fim de cortar gastos tanto durante as obras quanto $a manutenção.
- Os equipamentos esportivos ocuparão apenas 40% da área total. O restante do terreno está bastante valorizado. Nossa sugestão é que parte da arrecadação com a exploração das áreas privadas seja usada na manutenção das ruas, jardins e iluminação pública do Parque Olímpico - afirma Goes.
Os custos para urbanizar o Parque Olímpico são estimados em R$ 590 milhões. Mas o orçamento definitivo depende da conclusão de sondagens feitas por uma empresa contratada pela prefeitura. Esta conta não inclui a construção de um novo autódromo em Deodoro, ainda em fase de detalhamento $projetos pelo Ministério do Esporte. O custo final das instalações esportivas também não está fechado porque os projetos arquitetônicos ainda serão escolhidos por um concurso de projetos. A previsão é que elas comecem a ser construídas em 2013 e fiquem prontas em cerca de dois anos.
O concurso irá premiar os três primeiros colocados com R$ 100 mil, R$ 50 mil e R$ 25 mil, respectivamente. Apenas o projeto vencedor será implementado. O resultado deve ser divulgado até agosto. Estrangeiros só poderão participar se tiverem representação no Brasil ou se estiverem associados a um escritório nacional.
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