Jonathan Campos / Gazeta do Povo
A maioria das pessoas que conheço não se importa com sustentabilidade. Algumas mal sabem do que se trata. Dedico esta postagem a elas.
Aos que acompanham o blog e estão, consequentemente, bem informados do assunto, fica aqui registrado um ponto de vista diferente de alguém que também quer estar bem informado.
Começo buscando uma definição de sustentabilidade: “É uma característica ou condição de um processo ou de um sistema que permite a sua permanência, em certo nível, por um determinado prazo.”.
Tudo árido e inóspito até aqui, como em qualquer definição. Então, a primeira pergunta a se fazer é “de qual processo ou sistema essa permanência diz respeito?”.
Obviamente estamos tratando do nosso planeta, o qual já passou por diversas transformações desde seu surgimento (há aproximadamente 4,5 bilhões de anos) até hoje.
Vivemos em uma transformação contínua, mas é o período contemporâneo que nos interessa agora.
Podemos começar, por exemplo, entendendo conceitos básicos dos ciclos: água, carbono e oxigênio.
No caso da água, temos o armazenamento no topo das grandes montanhas, seu curso vale abaixo através de rios, infiltrações no solo ou escoações, encontro com o oceano, evaporação, e o que não fica retido pelo caminho sofre condensação (nuvens) e torna a se armazenar no topo das montanhas. Simples. Ou não?
Talvez um desavisado perguntasse:
Mas espera aí! E a água novinha que compramos em garrafas de plástico?
Ora, não há “água novinha”. A água que eu acabei de beber é possivelmente a mesma que serviu uma sopa ao Machado de Assis, que por sinal foi a mesma que saiu da bexiga do um apurado Cristovão Colombo, que por sua vez lavou o traseiro de um Tiranossauro Rex algum dia.
A tal “água nova de garrafa de plástico” é uma fração da água de todo o planeta, a chamada água potável, que representa algo em torno de 1,5% do total.
E este total, potável ou não, é algo em torno de 99% a mesma água desde que chegou neste planeta, salvo ínfimas quantidades da mesma que se vão pela atmosfera rumo ao espaço, ou que chegam no nosso planeta através de pequenos corpos celestes.
Por fim, sobra o tal ciclo do oxigênio. Este ciclo tem tudo a ver com os dois anteriores: os vegetais consomem o gás carbônico e a água, transformando-os em hidratos de carbono e oxigênio.
Para nós, o oxigênio molecular O2 é indispensável para o metabolismo através do processo respiratório. Há também o ozônio (O3) – abundante nas camadas mais altas da atmosfera – e sua iteração com o O2 + O (o chamado ciclo ozônio-oxigênio) é o que nos protege da radiação solar.
E ainda é importante ressaltar o ambiente marinho, abrigo dos maiores produtores de oxigênio do planeta (algas).
O planeta está em constante mutação, como já dito. E tais mudanças são implacáveis. A natureza não se importa em “prejudicar” a vida que nela se encontra.
Se em uma visão romântica a natureza é bela, em outra mais realista ela tenta nos exterminar a todo momento. Vulcões, terremotos, maremotos, radiação, etc. Isso sem mencionar os próprios humanos contra eles mesmos.
A natureza é mais forte do que nossa espécie, pois somos sub-produto da mesma. Isso que dizer que não temos controle sobre ela, mas podemos manipulá-la a nosso favor, dentro de determinadas limitações.
Podemos desacelerar o iminente aquecimento global, podemos reaproveitar recursos como a água potável de maneira mais inteligente, podemos reciclar o lixo que produzimos a fim de reduzir o impacto no meio-ambiente. E assim por diante.
Assim encerro com uma outra definição de sustentabilidade:
“Sustentabilidade também pode ser definida como a capacidade do ser humano interagir com o mundo, preservando o meio ambiente para não comprometer os recursos naturais das gerações futuras.”*
Confesso que poderia ter usado essa definição logo no início, afinal ela sintetiza melhor o assunto. Mas, nesse caso, não teria valido a viagem!
*Definições retiradas da Wikipedia.
*Artigo escrito por Gustavo Callado , membro da Associação Mensa Brasil
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