Postado por Danton Júnior - Meio ambiente
O êxito da Rio+20 depende, em muito, da definição sobre os rumos da chamada economia verde. Acostumado a ser visto como vilão do meio ambiente, o setor industrial dá mostras de que pretende participar ativamente das negociações.
Uma das prioridades é obter o reconhecimento do governo brasileiro para a certificação denominada Produção Mais Limpa (PmaisL), elaborada em conjunto entre o Centro Nacional de Tecnologias Limpas (CNTL), ligado ao Senai, e a ONU.
Para o coordenador do conselho de Meio Ambiente da Fiergs, Torvaldo Marzolla Filho, a economia verde pode influenciar inclusive a competitividade do Brasil no mercado internacional.
“Hoje temos 1,1% das exportações mundiais e cada vez mais o mundo lá fora vai querer ‘segurar’ a nossa produção”, afirma. “Imaginamos que, junto com o certificado do CNTL, dizendo que aquele produto foi feito desde a sua matéria-prima, passando por toda a sua linha de produção, dentro dos preceitos aprovados e apoiados pela ONU, teremos tranquilidade em manter nossa posição no mercado internacional”, avalia.
O reconhecimento do governo, de acordo com o empresário, tem o poder de oficializar a certificação, que consiste em aumentar a eficiência energética no uso de matérias-primas por meio da reciclagem ou minimização dos resíduos gerados.
Com sede em Porto Alegre, o CNTL visa ainda garantir um apoio às pequenas e médias empresas, que segundo Marzolla muitas vezes não possuem um departamento ambiental. A ideia é capacitar funcionários e adaptar a linha de produção para que seus produtos sejam certificados.
Marzolla reconhece os avanços da Eco92 na conscientização ambiental do empresariado, mas ressalta que o primeiro passo ocorreu em 1972, na Conferência de Estocolmo – a primeira reunião da ONU a tratar do meio ambiente.
A visão dos participantes, no entanto, ainda era limitada. “Um representante do Brasil dizia, nos corredores, que o país queria ‘importar’ poluição, porque em todos os países evoluídos o povo vive muito bem (com a presença da poluição)”, conta o empresário.
Hoje, segundo Marzolla, não se concebe uma indústria que não respeite o meio ambiente. “Houve tempos em que a coisa não era tão séria porque a natureza era abundante. Hoje o consumo é muito grande e o planeta está sofrendo.”
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