Ban Ki-moon pede por resoluções mais rápidas para a Rio+20

Jéssica Lipinski, do Instituto Carbono Brasil



Faltando menos de um mês para a Conferência nas Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que acontece entre os dias 20 e 22 de junho no Rio de Janeiro, um documento de cerca de seis mil páginas foi criado, mas poucas decisões foram de fato tomadas. 

Por essa razão, o coreano Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, pediu na quinta-feira (24) que os participantes da reunião apressem as negociações, a fim de conseguirem resultados concretos do encontro.


“As negociações têm sido dolorosamente lentas”, lamentou o coreano. Por causa das poucas ações criadas nos últimos eventos internacionais para estimular o desenvolvimento sustentável, uma última rodada de debates foi marcada entre os dias 29 de maio e dois de junho para que se chegue a pelo menos alguns acordos primários.

Se nem esta discussão for suficiente para estimular acordos, estes terão que ser desenvolvidos todos na Rio+20, o que torna mais difícil que a reunião chegue a resultados satisfatórios.

Por isso, Ban pediu que os participantes do encontro se atenham às questões mais importantes relacionadas ao desenvolvimento sustentável e não se percam em detalhes. Ele citou como exemplo a produção do documento introdutório do evento, que contou com inacreditáveis seis mil páginas, cortadas posteriormente para 80.

“Mas 80 páginas ainda é muito. Esse não é o momento para argumentar contra os itens pequenos. Por favor, não percam [de vista] o quadro maior. 
Esse não é o fim. A Rio+20 é apenas o começo de muitos processos, então deve-se ser flexível. Deve-se se elevar acima dos interesses nacionais ou interesses de grupos específicos”, comentou o secretário-geral.

Mas apesar do pessimismo generalizado a respeito da Rio+20, o coreano ainda conserva esperanças sobre os possíveis resultados a serem alcançados. “Há algum ceticismo a respeito de a conferência ser um sucesso”, observou o secretário-geral, mas acrescentou que basicamente está “otimista a respeito do resultado dessa reunião”.

Ban deseja que três principais resultados sejam definidos no evento. 

O primeiro é que a Rio+20 inspire um novo pensamento econômico em um momento em que o atual modelo econômico está ruindo; 
o segundo é que o encontro seja uma “conferência para pessoas”, o que exige que os países coloquem os interesses das pessoas em primeiro lugar para tingir o crescimento econômico; 
e o terceiro é que a reunião lance um apelo para o uso mais inteligente dos recursos naturais do planeta, como a água, o ar e as florestas.

“Meu recado é esse: por favor, tentem ter um bom resultado, um resultado conciso, ambicioso, mas prático e implementável. Nosso planeta tem sido muito generoso conosco. Vamos deixar a humanidade retribuir, respeitando nosso planeta Terra”, concluiu.

(Instituto Carbono Brasil)



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