Petroleiras começam a explorar novas rotas


ROTA  Com o derretimento do gelo do Polo Norte, o Oceano Ártico  - antes debaixo de uma camada de gelo – se tornou um mar de oportunidades para empresas que transportam mercadorias no Hemisfério Norte.  


Em algumas rotas a viagem pelo região se tornou competitiva quando comparada à passagem da Europa para a Ásia pelo canal de Suez. Os números de dias de travessia pelo Ártico caíram pela metade. 

O primeiro uso dessa nova rota marítima, no entanto , é para dar suporte às indústrias que rumam para o Polo Norte, como as de mineração e exploração de petróleo.


ECONOMIA  Empresas como a norueguesa Tschundi e outros oito países relataram recentemente uma economia considerável ao usar a nova rota. A conta é de USD 300 mil dólares por viagem.  

Em entrevista ao NN, o diretor de Novos Negócios da Empresa Verde Consultoria em Sustentabilidade, Gilbert Simionato, disse que, mesmo com as alegações de diminuição do tempo de travessia (cerca de 1 terço das rotas tradicionais), um  gasto menor de combustível, o percurso não vale a pena. 

“A utilização de tais rotas não se justifica”.

ACIDENTES  Segundo Simionato, além da questão da área ser considerada reserva, as rotas não foram até hoje devidamente mapeadas e pesquisadas. “Grande parte dos navios não têm estrutura e equipamentos para navegar na região e o risco de acidentes é iminente em áreas de forte nevoeiro”, enfatizou o executivo. 

De acordo com o diretor, se um navio petroleiro afundasse o impacto ambiental seria imensurável tendo em vista a total falta de estrutura da região, pois combater derramamentos de óleo em água gelada é quase impossível com a tecnologia atual.  Sem contar a dificuldade de busca e salvamentos.

PROTEÇÃO Segundo Simionato, há grande ameaça à biodiversidade na região e a certeza  de acelerar o aquecimento global devido às emissões do dióxido de carbono pelos navios. 

“A curto e médio prazo os riscos serão infinitamente maiores do que os ganhos”, concluiu o diretor. 

A Antártida é vista como uma região crítica para o estudo das mudanças climáticas, uma vez que seu território gelado fornece dados valiosos sobre níveis de emissão de gases de efeito estufa e temperaturas. 

Entre os membros da Aliança estão as organizações ambientalistas Fundo Mundial para a Natureza (WWF), Greenpeace e a Coalizão Antártica e do Oceano Austral.

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