Eficiência Energética: Prédios com consumo racional

O uso da etiqueta que indica o nível de eficiência no uso da energia elétrica das edificações começa a ganhar terreno no país. Segundo a Eletrobras/Procel, 80 etiquetas já foram emitidas, sendo 54 em residências e 26 no segmento comercial.
   Divulgação/SindicoTV.Net                                  
 
De acordo com dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), estabelecimentos comerciais e residências representam 43% do consumo de energia elétrica no Brasil. A etiqueta é fruto da parceria entre o Procel Edifica, subprograma da Eletrobras/Procel, e o Instituto de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).

A bem-sucedida experiência de classificação e etiquetagem de eletrodomésticos, divididos em cinco faixas de consumo, serviu de modelo para a etiqueta das edificações, que começou a ser emitida em 2009 para edifícios públicos e comerciais e em 2010 para residências.

Uma construção certificada na faixa A, a mais eficiente, chega a proporcionar ao usuário uma economia de 30% a 50% na conta de luz. “Basta que o arquiteto e o engenheiro façam um projeto eficiente. Se isso não ocorrer, o custo acaba transferido para o usuário”, alerta Fernando Perrone, gerente do Departamento de Projetos de Eficiência Energética (DTP) da Eletrobras/Procel.

Bem de maior durabilidade que pode ser adquirido por uma pessoa física, a residência tem seus custos de manutenção cada vez mais levados em conta na hora da compra. Experiências do mercado imobiliário demonstram que o consumidor está, sim, disposto a desembolsar mais agora para economizar no futuro.

“Pesquisas no Guarulhos Flex apontaram que 62% dos clientes que conheciam a etiqueta Procel Edifica estavam dispostos a pagar mais pelo apartamento, ou seja, a perspectiva de aceitação é promissora”, avalia Mauricio Bernardes, gerente de Desenvolvimento Tecnológico da construtora Tecnisa.

Com imóveis avaliados em mais de R$100 mil, o Guarulhos Flex foi o primeiro empreendimento do Estado de São Paulo a receber a etiqueta Procel Edifica. O condomínio ficou classificado na faixa B de consumo, o que representa um aumento de 1% a 1,5% nos preços dos apartamentos.

A tendência, de acordo com o gerente da Tecnisa, é que os consumidores exijam cada vez mais imóveis sustentáveis, pois eles estão entendendo claramente – e valorizando – os benefícios de construções com alto padrão em termos de sustentabilidade. Assim, de acordo com Bernardes, “a aderência da sociedade e a credibilidade da etiqueta Procel para eletroeletrônicos foi vista pela Tecnisa como uma oportunidade de adotar o mesmo conceito para edificações”.

Ventilação, iluminação e água

A boa utilização da ventilação e iluminação naturais, a eficiência dos sistemas de aquecimento de água e o desempenho térmico de revestimentos em coberturas e fachadas são alguns dos requisitos técnicos considerados no processo de etiquetagem, segundo os padrões estabelecidos em conjunto pela Secretaria Técnica de Edificações,coordenada pelo Procel Edifica, e o Laboratório de Eficiência Energética em Edificações da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

A ideia é integrar os conceitos de conforto ambiental da arquitetura aos de construção sustentável da engenharia civil. Para que essa integração seja possível, porém, é essencial que os profissionais que planejam as edificações tenham consciência de que ela não só é possível como desejável. “Atuamos diretamente no processo de formação e capacitação de mão de obra qualificada”, informa Perrone.

Nessa frente educacional, a Eletrobras/Procel trabalha em parceria com 14 universidades federais, espalhadas por todas as regiões brasileiras, e uma privada, a PUC do Paraná. O trabalho do Procel Edifica começa a ser valorizado pela sociedade.

Por atuar não só na elaboração de processos de certificação de eficiência energética para edificações, como também na pesquisa acadêmica, capacitação de profissionais, conscientização da população e disseminação de boas práticas no mercado, o programa foi indicado ao prêmio Green Building Brasil na categoria “Políticas Públicas Sustentáveis”.

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