Quer conseguir o emprego dos sonhos? Então, mande uma carta (daquelas de papel, lembra?) ao CEO da empresa. Esse é apenas um dos 65 conselhos reunidos no livro Erre Mais! (Editora Campus) do headhunter Marcelo Mariaca.
Aos 65 anos, ele é considerado um dos principais caça-talentos do país. Há vinte, dirige a consultoria de recrutamento Mariaca, que tem clientes como Natura, AmBev e Unilever. Mas já atuou por 12 anos como vice-presidente da subsidiária latino americana da DuPont e ocupou a posição de presidente da Black & Decker do Brasil.
Com base nessa experiência, Mariaca contou quais as melhores estratégias para construir uma carreira bem-sucedida. E, alertou: não tenha medo de se arriscar. Confira abaixo e nas próximas páginas
Em seu livro, o senhor defende que as pessoas devem lidar melhor com o erro na carreira. Tendo em vista casos como do nadador César Cielo, que no último fim de semana perdeu uma competição e ficou muito abalado, por que as pessoas têm tanto medo do fracasso?
Marcelo Mariaca: Ao longo dos séculos, a vida nos ensinou a evitar o erro. Desde os tempos de escola, aprendemos que errar nos trazia consequências muito negativas. Mas há uma diferença entre erro por desleixo e erro por atuar em uma área desconhecida.
Comparo nossa carreira com o trabalho dos cientistas. Há uma série de erros programados para eles chegarem ao certo. Por isso, é muito positivo que as pessoas não tenham medo de errar ao explorar ou experimentar novas situações na vida.
O senhor defende que os profissionais devem estar prontos para se adaptar e abrir o leque de opções. Mas, no livro, também alerta sobre a dispersão. Como abrir o leque sem perder o foco da sua carreira?
Mariaca: É preciso equilíbrio. A ideia não é jogar currículos de um helicóptero ao meio-dia no Parque do Ibirapuera. Mas também não é ter apenas 13 contatos em sua rede de relacionamento. Os profissionais precisam de, pelo menos, algumas centenas de contatos interessantes em sua área de atuação.
Para conseguir um bom emprego, é preciso enviar cartas e currículos para umas 300 empresas. Só assim você poderá fazer com que os dirigentes das empresas conheçam você e ofereçam boas ofertas. No entanto, é necessário uma boa justificativa para manter essas 300 companhias em sua lista alvo.
Quando escolheu o Brasil para morar, o senhor enviou cartas a 3 mil CEOs demonstrando sua disponibilidade para atuar no país. Hoje, o senhor enviaria tantos currículos?
Mariaca: Talvez eu faria de uma maneira mais focada. Eu era jovem e ainda não sabia totalmente onde estava meu potencial. Mas graças ao leque aberto, eu recebi muitas ofertas de emprego. E uma muito boa proposta para dirigir a subsidiária da Black&Decker no Brasil. Mas, para isso, precisei fazer um alto investimento. Contratei os serviços de uma empresa de secretariado que, durante um ano, datilografoi todas as cartas. Hoje, com a informática, seria muito mais fácil.
Aos 65 anos, ele é considerado um dos principais caça-talentos do país. Há vinte, dirige a consultoria de recrutamento Mariaca, que tem clientes como Natura, AmBev e Unilever. Mas já atuou por 12 anos como vice-presidente da subsidiária latino americana da DuPont e ocupou a posição de presidente da Black & Decker do Brasil.
Com base nessa experiência, Mariaca contou quais as melhores estratégias para construir uma carreira bem-sucedida. E, alertou: não tenha medo de se arriscar. Confira abaixo e nas próximas páginas
Em seu livro, o senhor defende que as pessoas devem lidar melhor com o erro na carreira. Tendo em vista casos como do nadador César Cielo, que no último fim de semana perdeu uma competição e ficou muito abalado, por que as pessoas têm tanto medo do fracasso?
Marcelo Mariaca: Ao longo dos séculos, a vida nos ensinou a evitar o erro. Desde os tempos de escola, aprendemos que errar nos trazia consequências muito negativas. Mas há uma diferença entre erro por desleixo e erro por atuar em uma área desconhecida.
Comparo nossa carreira com o trabalho dos cientistas. Há uma série de erros programados para eles chegarem ao certo. Por isso, é muito positivo que as pessoas não tenham medo de errar ao explorar ou experimentar novas situações na vida.
O senhor defende que os profissionais devem estar prontos para se adaptar e abrir o leque de opções. Mas, no livro, também alerta sobre a dispersão. Como abrir o leque sem perder o foco da sua carreira?
Mariaca: É preciso equilíbrio. A ideia não é jogar currículos de um helicóptero ao meio-dia no Parque do Ibirapuera. Mas também não é ter apenas 13 contatos em sua rede de relacionamento. Os profissionais precisam de, pelo menos, algumas centenas de contatos interessantes em sua área de atuação.
Para conseguir um bom emprego, é preciso enviar cartas e currículos para umas 300 empresas. Só assim você poderá fazer com que os dirigentes das empresas conheçam você e ofereçam boas ofertas. No entanto, é necessário uma boa justificativa para manter essas 300 companhias em sua lista alvo.
Quando escolheu o Brasil para morar, o senhor enviou cartas a 3 mil CEOs demonstrando sua disponibilidade para atuar no país. Hoje, o senhor enviaria tantos currículos?
Mariaca: Talvez eu faria de uma maneira mais focada. Eu era jovem e ainda não sabia totalmente onde estava meu potencial. Mas graças ao leque aberto, eu recebi muitas ofertas de emprego. E uma muito boa proposta para dirigir a subsidiária da Black&Decker no Brasil. Mas, para isso, precisei fazer um alto investimento. Contratei os serviços de uma empresa de secretariado que, durante um ano, datilografoi todas as cartas. Hoje, com a informática, seria muito mais fácil.
Apostar em muitas empresas e depois ter que recusar algumas propostas não pode acabar "queimando o filme do candidato"?
Mariaca: Definitivamente não, desde que sejamos educados e cordiais. Nós somos donos de nossa carreira. Às vezes, o brasileiro tem uma visão muito paternalista. Mas ninguém pode esperar que a proposta de emprego seja sempre aceita pelo candidato.
Quando vim para o Brasil, também recebi uma oferta da DuPont para ser diretor financeiro. Mas meu foco era ser o diretor geral de uma empresa no Brasil. Por isso, e com essas justificativas, recusei. Mas mantive o relacionamento. Logo que cheguei ao Brasil, me apresentei ao presidente local da DuPont. Nós marcávamos almoços esporádicos. E, em três anos, fui convidado para assumir o posto de vice-presidente da companhia na América Latina.
Um dos capítulos tem o título "Aprenda com a Geração Y". Mas o que não aprender com esses jovens?
Mariaca: O desprendimento. Essa é uma geração que foca muito no crescimento e não tem muita paciência para esperar por ele. Sabemos que não é bem assim. Devemos deixar claro quais são as nossas ambições, mas não devemos ser demasiadamente impacientes.
Por outro lado, é muito positivo o fato desta geração estar pronta para encarar riscos. Mas é importante lembrar que temos que aprender com os jovenzinhos e não necessariamente imitá-los.
É melhor começar a carreira em uma empresa grande ou em uma de médio e pequeno porte?
Mariaca: Entrar em um programa de trainee é "ouro líquido" para um profissional. É uma boa maneira para que pessoas com uma boa formação chamem muito a atenção. Mas para dar continuidade à carreira as empresas menores são boas opções. Com uma boa experiência em outras companhias, é possível conseguir cargos mais altos ou até assumir a posição de sócio. Isso dá uma perspectiva diferente para o futuro.
O senhor menciona que as pessoas subestimam o próprio nível de inglês. Como avaliar se o seu domínio do idioma é suficiente para o mundo dos negócios?
Mariaca: Não precisa se preocupar com um sotaque perfeito. O ambiente corporativo não pede a fluência de um nativo. Para se considerar fluente no inglês global, é preciso saber falar ao telefone, enviar e-mails e viajar com autonomia. Mas nunca pare de estudar.
Por que o senhor sugere que as pessoas não devem se iludir com os cursos de MBA?
Mariaca: MBA não é garantia de sucesso. Ele é um ingrediente muito importante, mas não é o único. Ter isso no currículo não vai encobrir a sua deficiência em outros aspectos.
Se a gente pudesse resumir o seu livro em uma palavra eu diria que esta palavra seria pró-atividade. Como desenvolver essa habilidade?
Mariaca: Desenvolvendo sua educação acadêmica e cultural. O mundo está mais competitivo a cada dia. Se você preparar sua formação educacional para encará-lo, estará pronto para ser proativo. Mas ainda é necessário auto-estima e ousadia para buscar que as empresas descubram que você existe.
Por isso, eu aconselho que, na era do e-mail, os profissionais enviem cartas aos CEOs. E, no dia da entrevista, não esperem mais do que trinta minutos pelo recrutador. Deixe o cartão e o currículo com a secretária de maneira cortês, mas não tome um chá de cadeira. Antes de qualquer coisa, é preciso respeitar a você mesmo.
Mariaca: Definitivamente não, desde que sejamos educados e cordiais. Nós somos donos de nossa carreira. Às vezes, o brasileiro tem uma visão muito paternalista. Mas ninguém pode esperar que a proposta de emprego seja sempre aceita pelo candidato.
Quando vim para o Brasil, também recebi uma oferta da DuPont para ser diretor financeiro. Mas meu foco era ser o diretor geral de uma empresa no Brasil. Por isso, e com essas justificativas, recusei. Mas mantive o relacionamento. Logo que cheguei ao Brasil, me apresentei ao presidente local da DuPont. Nós marcávamos almoços esporádicos. E, em três anos, fui convidado para assumir o posto de vice-presidente da companhia na América Latina.
Um dos capítulos tem o título "Aprenda com a Geração Y". Mas o que não aprender com esses jovens?
Mariaca: O desprendimento. Essa é uma geração que foca muito no crescimento e não tem muita paciência para esperar por ele. Sabemos que não é bem assim. Devemos deixar claro quais são as nossas ambições, mas não devemos ser demasiadamente impacientes.
Por outro lado, é muito positivo o fato desta geração estar pronta para encarar riscos. Mas é importante lembrar que temos que aprender com os jovenzinhos e não necessariamente imitá-los.
É melhor começar a carreira em uma empresa grande ou em uma de médio e pequeno porte?
Mariaca: Entrar em um programa de trainee é "ouro líquido" para um profissional. É uma boa maneira para que pessoas com uma boa formação chamem muito a atenção. Mas para dar continuidade à carreira as empresas menores são boas opções. Com uma boa experiência em outras companhias, é possível conseguir cargos mais altos ou até assumir a posição de sócio. Isso dá uma perspectiva diferente para o futuro.
O senhor menciona que as pessoas subestimam o próprio nível de inglês. Como avaliar se o seu domínio do idioma é suficiente para o mundo dos negócios?
Mariaca: Não precisa se preocupar com um sotaque perfeito. O ambiente corporativo não pede a fluência de um nativo. Para se considerar fluente no inglês global, é preciso saber falar ao telefone, enviar e-mails e viajar com autonomia. Mas nunca pare de estudar.
Por que o senhor sugere que as pessoas não devem se iludir com os cursos de MBA?
Mariaca: MBA não é garantia de sucesso. Ele é um ingrediente muito importante, mas não é o único. Ter isso no currículo não vai encobrir a sua deficiência em outros aspectos.
Se a gente pudesse resumir o seu livro em uma palavra eu diria que esta palavra seria pró-atividade. Como desenvolver essa habilidade?
Mariaca: Desenvolvendo sua educação acadêmica e cultural. O mundo está mais competitivo a cada dia. Se você preparar sua formação educacional para encará-lo, estará pronto para ser proativo. Mas ainda é necessário auto-estima e ousadia para buscar que as empresas descubram que você existe.
Por isso, eu aconselho que, na era do e-mail, os profissionais enviem cartas aos CEOs. E, no dia da entrevista, não esperem mais do que trinta minutos pelo recrutador. Deixe o cartão e o currículo com a secretária de maneira cortês, mas não tome um chá de cadeira. Antes de qualquer coisa, é preciso respeitar a você mesmo.
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