As sessões temáticas sobre Economia Verde, realizada no primeiro dia da SB Rio, apresentou ideias que geram ganhos compartilhados. Foram três painéis:
Oportunidades na economia circular
A primeira sessão temática tratou do conceito cradle to cradle (berço ao berço) de produtos. Ou seja, como empresas reconhecidas no mercado usam inovações para solucionar a questão dos resíduos ao criar produtos para fechar o ciclo de produção.
A moderação foi de Alexandre Fernando, da EPEA Brasil. Participaram do bate papo Maria Paula Villareal (Giroflexforma); Carlos Odhe (Sinctronics) e Jan Van Hecke (Idesso).
Um dos principais pontos da sessão temática foi estabelecer a diferença entre o conceito de reciclagem e de “cradle to cradle”.
O produto de reciclagem passou por um reprocessamento, que envolve consumo de recursos – energia e água, por exemplo –, tendo como resultado um produto de qualidade inferior à do original. Exemplos clássicos são papel e plásticos.
No conceito cradle to cradle, o processo de reaproveitamento do material descartado, ainda que com algum tipo de processamento, resultará em um produto de qualidade igual – e em alguns casos até superior – ao original, e não necessariamente no mercado.
Biomimética: a Inspiração na natureza
“A natureza é obcecada por economia. Ela não suporta o desperdício”. Assim o moderador Fred Gelli, da Tátil Design de Ideias abriu a segunda sessão temática do dia.
O debate envolveu temas de pesquisa e desenvolvimento que estudam a natureza para identificar novas aplicações de produtos, matérias, tecnologias e design. Ines Franck, da Natura; Marko Brajovic, do Atelier Marko Brajovic; e Jorge Lopes, da PUC-Rio, participaram dos debates.
Em pauta, estavam avanços obtidos pela natureza, ao longo de quatro bilhões de anos, aplicados ao dia a dia das pessoas por meio de design. A inspiração pela natureza é um processo “copyleft”, sem pagamento de direitos autorais.
Além disso, não forma os humanos os criados dos negócios. Os ecossistemas são grandes balcões, que oferecem soluções de valor compartilhado, no qual todos ganham – exemplo: a fotossíntese das plantas, que absorvem carbono e devolvem oxigênio. Trata-se de um ciclo fechado de negócios naturalmente sustentável.
Transformando a mobilidade de pessoas e bens
Ficar parado quatro horas no trânsito. Literalmente estacionado no meio da rua. Quem já passou por uma experiência dessas? Motoristas paulistanos certamente, mais de uma vez. Quais as soluções para as grandes cidades “andarem”. Fechando o dia da sala Economia Verde, os painelistas Cornelius Koeblin, da BMW; Hilário Pereira, da Invepar; e Angelo Leite; da Serttel participaram da sessão sob a moderação de Miguel Dantas, da Ehmano Consultoria.
Leite apresentou exemplos de utilização de serviços eletrônicos para o uso de automóveis, incluindo melhorias na fluidez, soluções de estacionamento e monitoramento.
Um dos destaques foi o case Mobilicidade, que cuida do programa de bicicletas urbanas em seis grandes cidades brasileiras, entre elas São Paulo e Rio. As bicicletas da iniciativa já rodaram mais de 2 milhões de quilômetros.
Hilário Pereira relacionou a mobilidade urbana, foco da atuação da Invepar, diretamente à qualidade de vida nas cidades. Para ele, o sucesso das ações de mobilidade urbana dependem da ação conjunta de agentes públicos, iniciativa privada e sociedade civil para que as alternativas compartilhadas sejam implantadas.
Já Cornelius Koeblin explicou como a BMW vem trabalhando para garantir às pessoas a satisfação do desejo de ter um automóvel, sem que isso se torne um ônus para as demais pessoas. Ele defende o não como o principal meio de transporte, mas de modo inteligente, com controle de impactos coletivos.
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