Branding além do greenwashing


Sustainable Brands Conference 2013, evento que reúne empresas, indústrias e profissionais que sabem (ou estão aprendendo) sobre a importância da sustentabilidade. / 
Foto: Eduardo Magalhães
Do greenwashing (maquiagem verde) ao engajamento da comunidade, do verde à policromia, do impulso à melhor opção a longo prazo. Vários lados do que está por trás de marcas que se dizem sustentáveis. 
Esse é o tema do Sustainable Brands Conference 2013, evento que reúne empresas, indústrias e profissionais que sabem (ou estão aprendendo) sobre a importância da sustentabilidade antes, durante e no pós consumo de um produto ou serviço. 
O congresso teve início ontem e vai até hoje, dia 9, no Hotel Windsor, em Copacabana, no Rio de Janeiro.
Essa é primeira edição da conferência no Brasil, um mercado atraente para muitas marcas de olho no crescimento do público consumidores. A diretora de sustentabilidade da SC Johnson, fabricante de inseticidas, aromatizadores de ar e produtos de limpeza, revelou em uma pesquisa que 83% dos brasileiros pagariam a mais por produtos ecofriendly
Kelly Semrau disse que entre os países integrantes do BRIC, o Brasil é o que está mais a frente quando o assunto é preocupação com o meio ambiente.
Muitas empresas ainda mostram que para elas o que importa dentro desse contexto é a diminuição da pegada ambiental. No entanto, para aqueles que estão na busca de uma vivência e compreensão mais profunda sobre o tema, a questão é muito além do “esverdeamento”. 
Envolve questões éticas, morais e está intrinsicamente relacionada ao contexto que envolve um sistema complexo, formado por pessoas e demais seres vivos do planeta e, inclusive, atinge o recanto mais sensível do corpo humano, o bolso.
“A sustentabilidade é uma jornada”, um longo caminho a ser percorrido, afirma a diretora de sustentabilidade da Natura, Denise Ribeiro. Ela contou o quanto a empresa aprendeu e expandiu suas ações em direção à sustentabilidade a partir da experiência com a linha EKOS, lançada em 2000. 
Mostrou o quanto ainda pretende evoluir para fomentar ações que mantenham a floresta em pé, seja na Amazônia ou na Mata Atlântica.
A indústria aproveitou a oportunidade para apresentar seu novo produto: a linha SOU. A novidade será colocada no mercado brasileiro em junho. 
Além da mesma embalagem, tipo refil, utilizar muito menos plástico, ocupar menos espaço e permitir a extração de até a última gota do conteúdo, os produtos têm a mesma fragrância – sabonete, creme, shampoo – o mesmo formato e a mesma base de ativos vegetais. 
E o preço mais em conta que outros produtos da companhia: 6,70 reais o sabonete líquido e 10,70 o hidratante.
Muitas empresas ainda acham que para ser sustentável é preciso ter um departamento de sustentabilidade, usar papel reciclado, criar um departamento de inovação e um instituto com o nome do fundador, contou o designer Fred Gelli, da AgênciaTátil. 
Para ele é muito “chata” essa situação, um tipo de ditadura do “tribotton line”. “Torço para que o futuro não seja verde, a natureza odeia monocromia”. Ele defende o branding integral, onde a multidisciplinariedade seja vivenciada e o fio condutor entre os setores seja o propósito, o DNA da empresa, que “transcenda os departamentos”. 
Gelli argumenta que só marcas vivas farão diferença na vida das pessoas e abrirão possibilidades de novos negócios.
(Silvia Marcuzzo/ Mercado Ético)

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