Das 50 maiores obras no mundo, 14 estão no Brasil


Juntas, elas movimentam alguns milhões de m³ de concreto, mas avançam lentamente por causa de entraves burocráticos
Por: Altair Santos
Entre projetos já em andamento e ainda não iniciados, o Brasil detém 14 das 50 maiores obras de infraestrutura do mundo. Elas ocupam posição de destaque no ranking, seja por qual ângulo que se queira analisar. 
Sob o ponto de vista de recursos, equivalem a R$ 250 bilhões. Olhando-se pelo volume de concreto, são empreendimentos que precisarão, no mínimo, de 26,3 milhões de m³ para serem concluídos.
Cinturão das Águas no Ceará: obra leva irrigação para produção de frutas no nordeste brasileiro.
A previsão era que todas as construções – boa parte delas vinculadas ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) – fossem concluídas até 2015. Mas hoje estima-se que muitas podem se estender até 2020. Um exemplo clássico é a usina de Belo Monte, no rio Xingu, dentro do território do estado do Pará. Iniciada em 2011, a obra já sofreu 11 interrupções, seja por liminares que paralisam seu andamento, seja por manifestações de movimentos sociais, indígenas e moradores locais ou por invasões dos canteiros de obras.
Belo Monte é também o maior empreendimento em construção no Brasil. Orçada em R$ 26 bilhões, a hidrelétrica envolve 22 mil operários e irá consumir 3,7 milhões de m³ de concreto até ser concluída. A usina, e outras obras, fazem da região norte do país a que mais concentra megaconstruções. Os estados de Amapá, Amazonas, Pará e Rondônia englobam os seguintes projetos, além de Belo Monte: hidrelétricas Teles Pires (na divisa entre Pará e Mato Grosso), Santo Antônio (Rondônia), Jirau (Rondônia), São Luiz de Tapajós (Pará), Linhão Manaus-Tucuruí-Amapá (entre Amazonas e Amapá), Gasoduto Urucu-Coari-Manaus (Amazonas) e Arena Amazônia (Amazonas).

Rodoanel, em São Paulo: confiabilidade de que esteja 100% concluído até 2016 é alta.
Do complexo de obras que faz o Brasil aparecer com destaque na construção civil internacional, o único que deve ser concluído até 2014 é o que envolve os projetos da Copa do Mundo. Doze estádios e obras de mobilidade espalhados pelas subsedes irão consumir 8,6 milhões de m³ de concreto (5,1 milhões de m³ só nos estádios). Também se mostram confiáveis de serem concluídas até 2016 os seguintes empreendimentos: Rodoanel de São Paulo (trechos leste e norte), usina nuclear Angra 3 e Arco rodoviário do Rio de Janeiro. Tratam-se de construções que, além de recursos federais, contam com investimentos estrangeiros e estaduais e, por isso, estão mais rigorosas com o prazo de entrega.
O contraponto dessas obras com previsão para acabar é o que envolve a transposição do rio São Francisco. Iniciada em 2005, passados quase oito anos, a megaobra não tem cronograma de entrega definido. Só seu custo avança. Saiu de R$ 4,7 bilhões para R$ 8,2 bilhões, e somente 43% está concluído. 
O problema é que são trechos que não se interligam e que, portanto, ainda não têm condições de conduzir a água para o sertão nordestino – historicamente afetado pelas secas. Pela quantidade de problemas, é provável que a transposição do São Francisco seja concluída depois de uma obra similar que avança no Ceará: o Cinturão das Águas. Ele parte do sul do estado e envolve todo o território cearense. A 1ª etapa já foi entregue e vem beneficiando diretamente a produção de frutas no nordeste brasileiro.
Usina de Santo Antônio: uma das megaobras em andamento na região norte do país.
Confira as 14 megaobras do Brasil, em volume de concreto:
Obras da Copa – 5,1 milhões m3 (estádios) 3,5 milhões m3 obras de mobilidade
Hidrelétrica Belo Monte – 3,7 milhões m3
Hidrelétrica Santo Antônio – 3,2 milhões m3
Hidrelétrica Jirau – 2,8 milhões m3
Programas de saneamento – 2 milhões m3
Hidrelétrica São Luiz de Tapajós – 1,5 milhão m3
Transposição do São Francisco – 1,3 milhão m3
Rodoanel de São Paulo – 800 mil m3
Gasoduto Urucu-Coari-Manaus – 800 mil m3
Cinturão das Águas do Ceará – 600 mil m3
Hidrelétrica Teles Pires – 480 mil m3
Linhão Manaus-Tucuruí-Amapá – 240 mil m3
Usina nuclear Angra 3 – 200 mil m3
Arco rodoviário do Rio de Janeiro – 92 mil m3

Angra 3: após 23 anos parada, obra no Rio de Janeiro foi retomada em 2010 e avança rapidamente.
Entrevistados
Ministério do Planejamento, SUDAM (Superintendência do desenvolvimento da Amazônia) e governos de São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará (via assessoria de imprensa)
                   www.rj.gov.br / www.sp.gov.br

Créditos fotos: Divulgação




Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330


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