Energia gerada pelos ventos respondeu por 37,1% dos 62% da nova capacidade de geração de eletricidade instalada na União Europeia em 2009/Foto: clarkmaxwell
As fontes renováveis de energia, alternativas aos combustíveis fósseis, responderam por 19,9% (ou 608 terawatts-hora – TWh) do consumo total de energia na União Europeia (3042 TWh) em 2009. Elas também foram correspondentes a 62% da nova capacidade de geração de eletricidade instalada no mesmo período. Os dados são do relatório 2010 Renewable Energy Snapshots, publicado pelo Joint Research Centre (JRC) – uma instituição politicamente independente que representa e defende os interesses da UE.
Em relação ao consumo, a energia hidrelétrica respondeu pela maior parcela entre as fontes renováveis, com (11,6%), seguida pelas energias eólica (4,2%), biomassa (3,5%) e solar (0,4%). Sobre a nova capacidade de geração instalada em 2009, a energia eólica ficou em primeiro, com 37,1%, seguida pela fotovoltaica (21%), biomassa (2,1%), hidrelétrica (1,4%) e energia solar concentrada (0,4%) - sistema que usa lentes ou espelhos para concentrar uma grande área de luz solar.
Já no que diz respeito às fontes de geração não renováveis, da capacidade instalada em 2009 o gás ficou em primeiro, com 24%, seguido pelo carvão (8,7%), óleo (2,1%), incineração de lixo (1,6%) e energia nuclear (1,6%). Dessas alternativas, apenas a matriz energética nuclear não é considerada suja.
Caso as taxas de crescimento atuais forem mantidas, em 2020 até 1400 TWh de eletricidade poderá ser gerada a partir de fontes renováveis, aponta o relatório, o que representaria de 35% a 40% do consumo de eletricidade geral estimado para os países que compõem a UE.
Bons ventos
A energia eólica é destacada no documento, uma vez que superou já em 2009, com uma capacidade instalada total superior a 74 gigawatts (GW), a meta estabelecida anteriormente para 2010, de 40 GW. Os bons ventos fizeram com que a European Wind Association estabelecesse agora uma nova meta: de ter uma capacidade instalada de 230 GW até 2020.
De acordo com o presidente executivo da Associação Europeia de Energia Eólica (Ewea), Christian Kjaer, todas as necessidades energéticas da Europa poderão ser atendidas pelas energias renováveis em 2050, sendo que só a energia eólica deverá corresponder a 50% de tal procura.
“O potencial existe e a indústria está preparada para isso. A única coisa que temos de fazer é manter as atuais taxas de crescimento [da energia eólica] em terra e no mar”, comentou Kjaer. “As outras energias renováveis podem ‘facilmente’ satisfazer a outra metade das necessidades energéticas da Europa em 2050”, acrescentou.
Outro destaque é a energia de biomassa. De acordo com o relatório da UE, se as taxas de crescimento atuais forem mantidas, a eletricidade gerada dessa fonte poderá dobrar de 2008 a 2010, de 108 TWh para 200 TWh.
Quanto à energia fotovoltaica, desde 2003 a capacidade instalada tem dobrado a cada ano. O documento também destaca o potencial da energia solar concentrada. Atualmente, a maioria dos projetos com a nova tecnologia está concentrada na Espanha.
Brasil
Segundo dados de 2008 da Associação Latino-Americana de Energia Eólica (Lewea, na sigla em inglês), o Brasil ocupa a primeira colocação na América Latina tanto em relação ao potencial eólico (regiões adequadas para a instalação), como em capacidade de potência instalada (volume de Megawatts atuais) – 140 mil MW e 247 MW, respectivamente.
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