Produtores rurais do Paraná terão recursos do Pronaf - Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar para plantar pequenas florestas em suas propriedades. Destinado a áreas com até 10 hectares, o programa Ouro Verde, lançado nesta terça-feira (19) na Escola do Governo, terá até R$ 800 milhões em oito anos, para investir no reflorestamento de áreas degradadas.
“O projeto servirá como uma poupança para quem tem propriedades, mas não tem recursos. Será garantida, rentável e poderá ser feita, inclusive, através de consórcios”, afirmou o secretario especial Nivaldo Krüger, coordenador de Reflorestamento no Paraná. O Banco do Brasil e o BRDE - Banco Regional de Desenvolvimento Extremo Sul firmaram convênio com o Governo do Estado, para repasse de recursos.
O projeto será focado nas regiões com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Estado, especialmente áreas já degradadas pela indústria da madeira, onde moram 3 milhões de pessoas. O programa ajudará a reduzir a diferença entre consumo e produção de madeira no Estado, que atualmente é de 55 mil hectares, segundo o secretário. “Mantendo este ritmo, os estudos mostram que até 2021 a indústria madeireira do Paraná vai entrar em colapso, excetuando as empresas que investiram e são minoria”, alertou Nivaldo. São 350 mil os trabalhadores no setor de madeira no Paraná.
Nivaldo Krüger citou países que já sofreram com o desmatamento total de suas florestas, caso da Alemanha e Japão, e agora têm sucesso em reflorestamento. “A Alemanha foi totalmente destruída na Guerra, o hoje tem 45% do território florestado. É isso que queremos aplicar no Paraná”, afirmou.
OPERAÇÃO ARAUCÁRIA – Em convênio com a Universidade Federal do Paraná (UFPR), o Governo também vai trabalhar no reflorestamento de Araucária. Segundo o secretário, serão realizados dois tipos de ações: a primeira é desenvolver métodos para aumentar o número de pinheiros; a outra é o desenvolvimento de uma máquina para descascar o pinhão.
“Conseguindo um protótipo deste tipo, teremos como depositar o pinhão em câmaras frias, o que servirá para aumentar a distribuição e o consumo”, afirmou Nivaldo. O secretario informou sobre estudos realizados por empresas, que indicariam que a Araucária é tão produtiva quanto o Pinus, em 20 anos. “A partir do vigésimo ano, há estudos provando isso, e vem de empresas que já estão plantando araucária com objetivo de colher”, disse.
CAPIM ELEFANTE – Foram apresentados estudos também, realizados pela Secretaria Especial, sobre a viabilidade de plantio do Capim Elefante para a produção do carvão. Segundo o secretário, a dificuldade é que não há, ainda, fábricas que façam essa transformação. “Já temos algumas empresas se organizando. O Capim Elefante é viável por crescer rápido e ter de 3 a 4 colheitas por ano”, afirmou.
De acordo com a estimativa do secretário, a cada 100 hectares do produto industrializado, serão economizados 75 hectares de florestas. Krüger lembrou ainda da importância ambiental dessa produção. “Nós usamos, por ano, 15 milhões de metros cúbicos de madeira na indústria, mas queimamos 19 milhões em lenha. Trocando a forma de produção de carvão poupamos árvores”, destacou.
Fonte: Agência Estadual de Notícias - PR
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