Post do convidado Gustavo Pimentel, sócio da consultoria Dinamus Inovação, Sustentabilidade e Negócios Ltda. gustavo@dinamusconsultoria.com.br
No dicionário da sustentabilidade, o business case pode ser traduzido como a justificativa econômica para incorporar aspectos socioambientais na estratégia, gestão e produtos das empresas.
Parte importante dessebusiness case seria a demanda cada vez maior de consumidores e clientes, que buscam produtos e empresas com atuação sustentável.
O Monitor de Sustentabilidade Corporativa 2012 da Market Analysis aponta para essa tendência no Brasil, embora bem mais suave do que pregam os especialistas: a atuação sustentável do fabricante é apenas o sexto atributo decisório de compra para os consumidores brasileiros, atrás de preço, confiança na marca, característica do produto, disponibilidade e status.
Não há dados organizados para as transações entre empresas, mas algumas evidências apontam que as pequenas e médias empresas que vendem para grandes empresas vão precisar se adequar mais rapidamente ao paradigma da sustentabilidade simplesmente para continuar em seus mercados.
Para as PMEs, sustentabilidade está se tornando uma atividade de conformidade, seja com as leis em vigor, com políticas de concessão de crédito dos financiadores ou com as políticas de fornecimento de outras empresas.
Nas grandes empresas que trabalham sustentabilidade com seus fornecedores, o primeiro motivador é a gestão de riscos. O descumprimento da legislação ambiental, social e trabalhista pode ensejar co-responsabilidade jurídica, além do tradicional impacto na reputação.
Estas empresas também tem sido motivadas por seus investidores e financiadores a trabalhar a sustentabilidade na cadeia produtiva. O BNDES, por exemplo, exige que frigoríficos e usinas de cana monitorem a regularidade socioambiental de seus fornecedores para a liberação de financiamentos.
A exigência dos financiadores também tem chegado diretamente às PMEs, através de políticas de risco socioambiental no crédito.
Antes concentradas nos grandes bancos, estas políticas serão obrigatórias para todos as instituições financeiras, conforme norma do Banco Central que já está em consulta pública e deve entrar em vigor até o fim do ano. Quem precisar de crédito, terá que se adaptar.
Além da conformidade, a incorporação de melhores práticas e certificações de sustentabilidade também pode elevar a competitividade.
É o que detectou o Sebrae 2014, programa que pretende capacitar oito mil pequenas empresas para aproveitar as oportunidades de negócio oriundas da Copa do Mundo a ser realizada no Brasil. Em setores como madeira e móveis e construção civil, a melhoria de competitividade poderia chegar a até 20%.
Incorporar aspectos socioambientais na estratégia, gestão e produtos gradativamente deixa de ser apenas uma opção para empresas de todos os portes, seja por uma necessidade de conformidade, para elevar sua competitividade ou para, no futuro, conquistar novos clientes, a sustentabilidade é fundamental para os negócios.
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