As questões socioambientais são tão complexas e múltiplas que só nos conscientizamos da nossa compreensão superficial, à medida que nos aprofundamos na informação e entendemos a cadeia que move esta causa tão importante.
Numa concepção simplista, a preservação do planeta dependeria apenas dos hábitos e atitudes de cada um de nós, começando dentro da nossa casa, percorrendo as ruas e lugares da nossa cidade e terminando no nosso ambiente de trabalho, onde os processos utilizados na fabricação e utilização de matérias-primas seriam “ecologicamente corretos” e o mundo estaria a salvo.Uma análise subliminar sobre um tema de tantas vertentes.
O comércio, sendo a mola propulsora da economia, exerce um papel fundamental nesse contexto. Para cumprir o seu objetivo, possibilita a negociação de bens e serviços nos mercados internos e externos dos países que formam a ordem econômica, social e política no planeta.
O comércio, portanto, é um estimulador da produção que, por sua vez, impacta diretamente o meio ambiente. Então, se os Estados não cooperam entre si, promovendo desenvolvimento sustentável, os efeitos do crescimento econômico podem gerar degradação ambiental.
O tempo trouxe algumas elucidações. Antes, a proteção ao meio ambiente era vista como um freio para o desenvolvimento econômico, pelo fato de elevar os custos de produção. Hoje, pode representar oportunidade de acesso comercial e estímulo para os países em desenvolvimento buscarem sustentabilidade.
Mas como toda moeda tem dois lados, o livre comércio pode submeter países subdesenvolvidos ao domínio de países ricos. Domínio não só comercial, mas, também, político, através da imposição de modelos que mais atendam os interesses econômicos desse monopólio.
O comercio exterior provoca o desequilíbrio entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento. Atraídas pela oferta de baixa mão-de-obra e legislação ambiental permissiva, grandes indústrias se instalam nesses países menos desenvolvidos, obtendo grandes lucros em detrimento de direitos trabalhistas e salários dignos.
Desta forma, países pobres conquistam a inserção no comércio mundial, mas não têm poder de decisão, pois são subjugados a regras prontas. Ou seja: não há uma “livre competição”, mas uma submissão dissimulada.
Em contrapartida, o comércio exterior favorece o desenvolvimento sustentável do planeta, com a importação e exportação de novas tecnologias de baixo impacto ambiental, além de trazer melhorias na qualidade de vida das pessoas, na educação ambiental e na pesquisa agropecuária.
Resta ao mundo direcionar esforços na busca do ponto de equilíbrio, com a minimização da desigualdade entre as nações. Assim, deixaremos um planeta melhor para as próximas gerações.
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