Sustentabilidade e o voluntariado individual




Wanda Engel diz que o papel das empresas no tripé da sustentabilidade é educar, incentivar e organizar ações socioambientais

Durante a Conferência Internacional das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, aconteceu o programa 

“Rio+20 e Você: O Futuro que Queremos no Universo do Desenvolvimento Sustentável”, em que foi discutido como a governança social pode ser encarada como um incentivo para reduzir a pobreza e melhorar a condição de vida.

Em entrevista exclusiva ao Portal HSM, Wanda Engel, superintendente executiva do Instituto Unibanco e presidente do Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial, comenta algumas lições da Rio + 20 e fala sobre o papel das empresas no desenvolvimento do tripé da sustentabilidade. 

Wanda foi convidada pela ONU para fazer parte da comissão julgadora do prêmio World Business and Development Awards (WBDA) e traz na bagagem o fato de ter sido a única brasileira a participar do primeiro encontro do Conselho Internacional de Liderança Feminina em Negócios, organizado por Hillary Clinton, Secretária de Estado dos Estados Unidos.

Quais foram os principais ensinamentos que a Rio+20 trouxe para os líderes empresariais brasileiros?

A partir desse importante evento, pudemos ter maior clareza e consciência de que a construção de uma nova postura empresarial exige desenvolvimento na área humana e capacitação do indivíduo para unir governo, sociedade civil e setor privado em uma nova consciência. 

Além disso, pudemos concluir que existe pouco saber sobre como o empresariado tem contribuído para o desenvolvimento sustentável. Entretanto, ter um evento como esse já representa um grande avanço. Para se ter uma ideia, na Rio 92 eram apenas governo e sociedade civil, mas agora está na arena o setor privado. 

E qual é o papel das empresas na melhoria do tripé da sustentabilidade?

Sempre será o de investir e impulsionar o voluntariado individual. As ações empresariais nada mais são do que o aperfeiçoamento de ações isoladas ou de grupos que tem em sua essência a solidariedade. 

Por isso é tão importante que cada corporação ofereça condições e subsídios, seja no âmbito de seus negócios ou não, que intensifiquem as ações desses grupos isolados.

É preciso entender que as empresas têm um poder transformador e possuem maior habilidade de organizar atitudes socioambientais com foco na causa específica e com maior aporte financeiro. Consequentemente, essas atividades tornam-se mais relevantes, ganham força e causam maior impacto.

Como melhorar o desenvolvimento econômico, social e ambiental de uma sociedade?

O voluntariado é um ativo importantíssimo no desenvolvimento sustentado e ter o homem na centralidade de ações que beneficiem esses aspectos da sociedade é fundamental. Por isso que uma nova postura e consciência empresarial só serão possíveis por meio da capacitação e da educação individual. 

Qualquer grupo humano tem a solidariedade incorporada em seus valores e as ações empresariais nada mais são do que um aperfeiçoamento do voluntariado individual. 

Embora ainda estejamos em um cenário amador, sem uma clara noção da importância de novas práticas empresariais, a última década foi representativa para se estudar novos caminhos. 

Algumas empresas têm compartilhado os caminhos que encontraram, associando-se no Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial. A entidade une cerca de 30 das maiores instituições que buscam intercambiar dúvidas, incertezas e avanços de suas ações.


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