Projetos de Zaha Hadid, Hopkins Architects, Make, George Hargreaves e Wilkinson Eyre Architects receberão o evento
Da redação de AU
Apesar de a abertura oficial ser nesta sexta-feira (27), Londres iniciou dia 25 os Jogos Olímpicos. É a terceira vez que a capital inglesa abriga o evento, que em 1908 foi o emblema de seu auge econômico, em 1948, símbolo da esperança e da recuperação pós-guerra, e neste ano está cercado pelo fantasma da crise econômica.
Parque Olímpico tem paisagismo assinado por George Hargreaves
Os Jogos Olímpicos têm a força de concentrar esforços e investimentos para alavancar a economia de uma cidade - ou criar grandes elefantes brancos, sem nenhum retorno à sociedade.
Londres, este ano, apostou na reciclagem e no transitório para deixar seu legado. Investiu, por exemplo, na zona Leste da cidade, uma região menos próspera que o Centro, com o objetivo de regenerá-la.
Esta zona - que inclui a região portuária - carece de moradias, parques, centros de educação, saúde e esportivos, e a expectativa de vida é cinco anos menor do que o lado oeste londrino.
Se muitas instalações serão efêmeras - apenas quatro edifícios irão permanecer após os Jogos: o Velódromo (Hopkins Architects, Téchne 166), o Centro Aquático (Zaha Hadid, AU 211), o Pavilhão de Handball (Make) e o Estádio Olímpico (Populous) -, há investimentos nessa região feitos para seu desenvolvimento.
Retirou-se a fiação aérea, construíram-se novas plantas para energia sustentável, além de novas ruas, infraestrutura e o Parque Rainha Isabel, desenhado pelo paisagista George Hargreaves. Após os Jogos, os espaços vazios devem receber moradias, muitas de interesse social.
Dos quatro edifícios que devem permanecer, apenas o Velódromo não terá seu uso reduzido para atender à nova - e menor - demanda pós-Jogos. O centro aquático de Zaha Hadid, por exemplo, terá as duas caixas laterais retiradas, deixando-se ver melhor as linhas sinuosas da arquiteta, com a cobertura que, segundo Zaha, lembra os movimentos do nadador.
O estádio foi construído para evoluir com o tempo. O sistema construtivo é leve e concebido para ser montado ou desmontado, de acordo com as necessidades. Assim, poderá acolher os 80 mil expectadores da cerimônia de abertura e depois chegar a um mínimo de 25 mil assentos. A cobertura foi resolvida de forma econômica: dois anéis, um de tração e um de compressão, tensionam uma cobertura têxtil autoportante.
A flexibilidade é o ponto crucial do pavilhão de handball, com sete mil lugares que, com seus 15,5 mil m2 e graças a um sistema de assentos removíveis, pode ser utilizado para outras partidas, como pentatlon (4,5 mil lugares) e futebol para cegos (seis mil).
E se, por fora, parece um bloco hermético, por dentro destaca-se a luz natural vinda por 88 claraboias de 4,5 m de profundidade.
A maioria dos edifícios temporários possui peles sintéticas suportadas por pórticos desmontáveis de aço - o maior deles é o de basquete (Wilkinson Eyre Architects), uma caixa de 30 m de altura revestida de painéis de PVC brancos, com um jogo tridimensional que anima a fachada.
O escritório de arquitetura Populous, que assina o Estádio Olímpico, também foi responsável por várias estruturas temporárias distribuídas pela cidade, muitas vezes adaptando locais já existentes.
É o caso da quadra de vôlei de praia, instalada no espaço de desfile da guarda, na área central, que também abriga cerimônias no dia da Rainha. Há ainda um espaço temporário para abrigar eventos equestres no Royal Greenwich Park, assentos temporários no Lord's Cricket Ground para receber competições de arco e flecha, além da construção de cinco arenas temporárias no centro de conferências Excel London, para eventos de boxe.
Os Jogos Olímpicos vão até o dia 12 de agosto.
Centro Aquático, por Zaha Hadid
Velódromo, por Hopkins Architects
Estádio Olímpico, por Populous
Pavilhão de Handball, por Make
Pavilhão de Basquete, por Wilkinson Eyre Architects
Quadra de vôlei de praia, por Populous
Fonte: Arquitetura
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