Postado em Carros e Transportes
por Savana Caldas, da Redação EcoD
Decretar feriado municipal em datas de jogos apenas alivia os
por Savana Caldas, da Redação EcoD
Decretar feriado municipal em datas de jogos apenas alivia os
congestionamentos nas grandes cidades/Foto: marcuslyra
A contagem regressiva começou e faltam menos de três anos para Brasil sediar uma série de eventos esportivos de grande porte: a Copa das Confederações, em 2013, seguida da Copa do Mundo, em 2014, e dos Jogos Olímpicos, em 2016.
Apesar dos questionamentos sobre a capacidade do setor hoteleiro, a construção ou reforma dos estádios e a eficiência das forças de segurança, é a mobilidade urbana que representa o maior desafio para o país. A afirmação é do coordenador para Assuntos da Copa do Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco) de São Paulo, José Roberto Bernasconi (foto), que aponta que o sistema de transporte, tanto aéreo quanto terrestre, precisa de intervenções significativas sob a pena de entrar em colapso justamente na época em que todos os holofotes estarão concentrados no Brasil.
A última medida adotada para prevenir os engarrafamentos em cidades-sede prevê a criação de feriados municipais nos dias de jogos da Copa. Para Bernasconi, a medida pode reduzir o problema por um curto prazo, porém, sem representar uma solução efetiva. "O governo federal utiliza ferramentas de gestão pública inadequadas, devido à ausência de uma cultura de planejamento". O especialista se refere ao Regime Diferenciado de Contratações (RDC), aprovado no Congresso com o objetivo de acelerar as obras necessárias à realização da Copa 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016.
A contagem regressiva começou e faltam menos de três anos para Brasil sediar uma série de eventos esportivos de grande porte: a Copa das Confederações, em 2013, seguida da Copa do Mundo, em 2014, e dos Jogos Olímpicos, em 2016.
Apesar dos questionamentos sobre a capacidade do setor hoteleiro, a construção ou reforma dos estádios e a eficiência das forças de segurança, é a mobilidade urbana que representa o maior desafio para o país. A afirmação é do coordenador para Assuntos da Copa do Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco) de São Paulo, José Roberto Bernasconi (foto), que aponta que o sistema de transporte, tanto aéreo quanto terrestre, precisa de intervenções significativas sob a pena de entrar em colapso justamente na época em que todos os holofotes estarão concentrados no Brasil.
A última medida adotada para prevenir os engarrafamentos em cidades-sede prevê a criação de feriados municipais nos dias de jogos da Copa. Para Bernasconi, a medida pode reduzir o problema por um curto prazo, porém, sem representar uma solução efetiva. "O governo federal utiliza ferramentas de gestão pública inadequadas, devido à ausência de uma cultura de planejamento". O especialista se refere ao Regime Diferenciado de Contratações (RDC), aprovado no Congresso com o objetivo de acelerar as obras necessárias à realização da Copa 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016.
“O Brasil foi escolhido como sede da Copa 2014 em 30 de outubro de 2007, há exatos 46 meses, portanto”, afirma Bernasconi. “Não há atalho que substitua o planejamento rigoroso e eficientemente desenvolvido e aplicado. A conta é paga pela sociedade, que tem como contrapartida empreendimentos e serviços públicos de qualidade sofrível, nem sempre dimensionados da melhor forma e localizados no lugar mais adequado”, completa.
Investimentos na área são garantidos
Dentre as medidas que visam facilitar o trânsito estão a construção de corredores de ônibus rápidos, os BRTs (Bus Rapid Transit), e de sistemas de transporte sobre trilhos (os VLTs), além de estações de transferência, sistemas de monitoramento e um trem-bala que ligará São Paulo ao Rio de Janeiro.
Para realizar as obras nos 12 municípios, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade Urbana (apresentado em 13 de janeiro de 2010, com 47 iniciativas que podem trazer benefícios para a população) investirá R$ 7,68 bilhões em projetos que visam melhorar os sistemas de transporte nas cidades-sedes da Copa. Ao todo, serão quase R$ 67 bilhões destinados ao setor.
Projetos de mobilidade com foco sustentável, como o uso de ônibus abastecidos com etanol, também podem ser contemplados com financiamento através do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, operado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES. Serão disponibilizados R$ 230 milhões, dos quais R$ 30 milhões foram destinados a pesquisas e ao sistema de alerta contra catástrofes naturais. Nestes casos, os governos municipais precisam associar-se às empresas do setor e solicitar o empréstimo junto ao órgão.
Projetos priorizam BRT
Sudeste
Em São Paulo, para financiar o monotrilho que ligará o aeroporto de Congonhas a Itaquera, local de construção do futuro estádio do Corinthians, serão disponibilizados R$ 1,08 bilhão.
Já em Belo Horizonte, investimentos federais na casa dos R$ 783,3 milhões serão destinados à construção de seis linhas de BRT. A capital mineira ainda vai receber outros R$ 210 milhões do governo federal, destinados a obras viárias, e R$ 30 milhões referentes à ampliação da central de controle de tráfego.
O Rio de Janeiro, que também sediará os Jogos Olímpicos de 2016, contará com a implantação do BRT que ligará o bairro da Penha à Barra da Tijuca. Para financiar o projeto, serão necessários R$ 1,19 bilhão.
Sul
Em Curitiba, dos R$ 440,6 milhões disponibilizados pelo governo, R$ 265,5 milhões são destinados à implantação de corredores expressos, enquanto os outros recursos serão direcionados para a construção de linha de BRT e obras viárias. Na cidade de Porto Alegre serão investidos R$ 273,9 milhões em linhas de BRT e sistemas de monitoramento de tráfego.
Norte
Manaus contará com trem suspenso do Norte ao Centro da cidade, além de uma linha de BRT que facilitará a ligação entre o Leste e Centro. Ao todo serão investidos cerca de R$ 800 milhões.
Nordeste
Em Recife, a implantação de corredores expressos custará R$ 402 milhões. Com duas linhas de BRT e a construção do terminal Cosme Damião, o orçamento atinge a casa dos R$ 648 milhões.
Natal ganhará um novo aeroporto integrado à Arena das Dunas e ao setor hoteleiro da cidade. Além de corredores exclusivos para ônibus, prolongação de rodovias e demais obras viárias que somarão R$ 360,98 milhões vindos do governo federal.
O VLT (Veículos Leves sobre Trilhos) foi escolhido como o principal modal de Fortaleza, que também contará com quatro linhas de BRT. O projeto contempla a construção das estações de metrô Padre Cícero e Montese, totalizando R$ 414,4 milhões.
Em Salvador, R$ 541,8 milhões serão destinados aos projetos de implantação do sistema de BRT. O metrô está em fase de conclusão e estão previstas a construção de novas avenidas e requalificação urbana da Cidade Baixa.
Centro Oeste
Um sistema VLT ligará o aeroporto de Brasília ao terminal Asa Sul e custará R$ 263 milhões. E serão executadas ampliações viárias para facilitar o acesso ao aeroporto. Os investimentos totalizam R$ 361 milhões.
Em Cuiabá, duas linhas de BRT serão implantadas junto ao corredor Mario Andreazza. Ao todo, as obras custarão R$ 423,7 milhões.
BRT estará presente em todas as cidades-sede
Foto: Roberto Costa
Sobre o assunto, José Roberto Bernasconi é enfático ao afirmar que os planos de mobilidade urbana estão estacionados e, da mesma forma, estão os projetos para as áreas de energia, essenciais ao desenvolvimento do país. “Nas obras listadas como essenciais à realização dos eventos de 2014 e 2016, pode-se dizer que em quase 70%, oito capitais, as obras de mobilidade urbana sequer foram iniciadas. Em muitas delas, nem mesmo existe projeto contratado ou em desenvolvimento”, declara.
“Houve tempo mais do que suficiente para o planejamento sério e eficaz. Para a contratação de estudos e projetos que permitissem dimensionar e conceber obras construídas no prazo e ao custo adequados, que poderiam deixar um legado por muitas décadas para a sociedade”, encerra Bernasconi.
Sobre o assunto, José Roberto Bernasconi é enfático ao afirmar que os planos de mobilidade urbana estão estacionados e, da mesma forma, estão os projetos para as áreas de energia, essenciais ao desenvolvimento do país. “Nas obras listadas como essenciais à realização dos eventos de 2014 e 2016, pode-se dizer que em quase 70%, oito capitais, as obras de mobilidade urbana sequer foram iniciadas. Em muitas delas, nem mesmo existe projeto contratado ou em desenvolvimento”, declara.
“Houve tempo mais do que suficiente para o planejamento sério e eficaz. Para a contratação de estudos e projetos que permitissem dimensionar e conceber obras construídas no prazo e ao custo adequados, que poderiam deixar um legado por muitas décadas para a sociedade”, encerra Bernasconi.