NASA apresenta mapa do carbono armazenado nas florestas tropicais

Redação do Site Inovação Tecnológica




De forma nada surpreendente, a maior parte do carbono está armazenado na Floresta Amazônica, que se estende por vários países da América Latina. O mapa cobre apenas as florestas tropicais. 
[Imagem: NASA/JPL-Caltech/UCLA/]

Mapa-múndi do carbono

Uma equipe de pesquisadores coordenados pela NASA usou dados de vários satélites para criar uma espécie de mapa-múndi do carbono.

O objetivo é criar uma base de dados para o monitoramento de carbono - sobretudo, para o gerenciamento do dióxido de carbono em escala planetária.

O mapa, contudo, é bem dirigido: ele retrata os dados de 75 países tropicais e suas florestas.

De forma nada surpreendente, a maior parte do carbono, segundo a pesquisa, está armazenado na Floresta Amazônica, que se estende por vários países da América Latina.

Monitoramento do carbono

Apesar dos extensos esforços para controle das emissões de gases de efeito estufa pelos países, em diversos acordos e tratados internacionais, ainda não há uma base científica para monitorar essas emissões.
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"Este é um mapa de referência, que poderá ser usado como uma base de comparação no futuro, quando a cobertura florestal e seu estoque de carbono variarem," propõe Sassan Saatchi, do Laboratório de Propulsão a Jato, da NASA, líder da pesquisa. "O mapa mostra não apenas a quantidade de carbono armazenado na floresta, mas também a precisão da estimativa."

Estima-se que o desmatamento e a degradação florestal contribuam com algo entre 15 e 20 por cento das emissões globais de carbono.

As florestas tropicais armazenam grandes quantidades de carbono na madeira e nas raízes de suas árvores. Quando as árvores são cortadas e se decompõem ou são queimados, o carbono é liberado para a atmosfera.

No ciclo de vida da floresta, contudo, ainda há controvérsias sobre os volumes da absorção e das emissões.
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Mapeamento do carbono nas florestas


Depois do fracasso no lançamento de dois satélites artificiais voltados para o monitoramento do ciclo do carbono na Terra, os pesquisadores resolveram usar o chamado satélite do gelo, o ICESat, o mesmo que já havia servido para construir o mapa-múndi da altura das florestas.

Com a ajuda de dados de campo, amostrados diretamente no solo, eles calcularam a quantidade de biomassa acima do solo e, assim, a quantidade de carbono contido.

A equipe então extrapolou esses dados para a toda a variedade de terrenos e relevos ao redor do globo.

O mapa revela que, no início dos anos 2000, as florestas nos 75 países tropicais estudados continham 247 bilhões de toneladas de carbono - para comparação, são liberados anualmente para a atmosfera cerca de 10 bilhões de toneladas de carbono pela queima de combustíveis fósseis e pela agricultura.

Segundo o mapa, as florestas da América Latina contêm 49 por cento do carbono de todas as florestas tropicais do mundo. Por exemplo, o estoque de carbono do Brasil sozinho, com 61 bilhões de toneladas, é quase igual a todo o estoque de carbono na África Subsaariana, de 62 bilhões de toneladas.

Mercado de carbono

Esses números sobre o carbono, juntamente com informações sobre a incerteza das medições, são importantes para os países que pretendem participar do Programa REDD+ (Reducing Emissions from Deforestation and Degradation - Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação).

O REDD+ é um esforço internacional para criar um valor financeiro para o carbono armazenado nas florestas. Ele oferece incentivos para os países preservarem suas florestas, reduzindo as emissões de carbono e investindo em rotas de desenvolvimento de baixa emissão de carbono.
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Bibliografia:

Benchmark map of forest carbon stocks in tropical regions across three continents
Sassan S. Saatchi, Nancy L. Harris, Sandra Brown, Michael Lefsky, Edward T. A. Mitchard, William Salas, Brian R. Zutta, Wolfgang Buermann, Simon L. Lewis, Stephen Hagen, Silvia Petrova, Lee White, Miles Silman, Alexandra Morel
Proceedings of the National Academy of Sciences
May 31, 2011
Vol.: Published ahead of print
DOI: 10.1073/pnas.1019576108

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