Em busca de construções menos agressivas para o meio ambiente e mais saudáveis para as pessoas que convivem com ela, a organização não governamental Green Building Council (GBC) certifica com o selo LEED prédios e casas que cumprem uma série de exigências que visam à sustentabilidade.
Nessa conversa com o Portal EcoDesenvolvimento.org, o gerente técnico do GBC Brasil, Marcos Casado, fala sobre os critérios de certificação e o cenário da construção sustentável no país.
Portal EcoDesenvolvimento: Como funciona o processo de certificação?
Marcos Casado: Para receber o selo verde a construção deve atender alguns pré-requisitos que são obrigatórios e garantem um desempenho mínimo necessário a estes empreendimentos. Além disso, devem respeitar a vários outros critérios que valem pontos e, conforme o atendimento mínimo de 40 dos 110 pontos possíveis, a empresa obtém o selo nível básico, que ainda pode ser prata, ouro ou platina dependendo do desempenho da construção, que deverá levar estes critérios em consideração desde a escolha do local do empreendimento, desenvolvimento do projeto e construção em si.
Quais os critérios para receber os selos?
Os critérios para certificação LEED referem-se a essas sete categorias:
- eficiência energética;
- uso racional da água;
- materiais e recursos;
- qualidade ambiental interna;
- espaço sustentável;
- inovações e tecnologias;
- prioridades regionais.
Quantas edificações já estão certificadas e quantas estão em processo, no Brasil?
São 33 empreendimentos certificados e 297 empreendimentos em processo de certificação.
São apenas prédios comerciais ou já existem construções residenciais certificadas?
No Brasil não há nenhum empreendimento residencial com certificação LEED, porém, já existem 17 empreendimentos de prédios residenciais em construção, sendo que um já foi entregue, mas ainda está em auditoria para receber o selo. Além de prédios comerciais, também temos hospitais, clínicas, supermercados, centros de distribuição, bancos, escritórios e até pedidos existentes já certificados LEED em suas diversas categorias.
Qual o impacto de um selo LEED para os habitantes da construção e também para a cidade?
A construção civil é um dos setores que mais agride o meio ambiente, sendo responsável pelo consumo de 21% da água tratada, 42% da eletricidade, 25% das emissões de CO2 indiretas e 65% da geração de resíduos. Em contrapartida, construir sustentável traz diversos benefícios ambientais: o consumo de energia é, em média, 30% menor; o consumo de água sofre redução de 30% a 50%; a redução da emissão de CO2 pode alcançar 30% e da geração de resíduos varia de 50% a 90%.
Um dos critérios que a construção deve atender para conseguir o selo LEED é a qualidade ambiental interna que envolve o uso de materiais que não agridam a saúde dos habitantes, a valorização da iluminação natural, a redução do uso do ar condicionado, etc, que, além de proporcionar economia nos custos operacionais, traz conforto e bem estar aos ocupante, aumentando a produtividade.
Quais as diferenças de uma certificação LEED em países tropicais, como o Brasil?
Não existem diferenças no sistema de certificação e sim alguns cuidados maiores na elaboração dos projetos. Devido às condições climáticas diferenciadas, temos que adotar soluções diferentes em relação a outros países.
Os selos LEED tornam a construção de 2% a 7% mais caras. O Sr. acha que ainda assim é uma opção viável para países em desenvolvimento, como o Brasil?
Esse custo maior inicial é rapidamente pago pela economia na operação (manutenção, água, energia, segurança e TI) que pode chegar a 9% durante a vida útil do empreendimento. Além disso, um prédio verde tem payback de 3 a 5 anos, enquanto o convencional se dá entre 5 e 10 anos.
Como o Sr. analisa o mercado da construção sustentável no Brasil hoje?
O crescimento exponencial que percebemos nos últimos anos mostra que o mercado está se adequando a essa nova realidade e tem grandes potenciais de crescimento. Hoje, a construção sustentável é uma demanda do mercado e as empresas não querem ficar de fora desse movimento.
O Sr. acha que com grandes eventos, como Copa do Mundo e Olimpíadas, e as grande obras que os acompanharão, esse modelo de construção tende a crescer?
Sim, será uma grande oportunidade de desenvolvimento desse mercado. Atualmente temos 10 estádios buscando a certificação LEED e há um grande envolvimento do GBC Brasil junto com as autoridades responsáveis para incentivar que esses eventos adotem práticas sustentáveis em suas construções.
Há muito debate em torno dos selos de sustentabilidade para construções, e há quem julgue o processo mais vantajoso em termos de marketing do que de sustentabilidade. O que pensa sobre isso?
Sim, hoje existem empresas preocupadas apenas com o marketing. Porém, vale ressaltar que, caso não haja o comprometimento real da corporação, dificilmente ela terá êxito.
Fonte: www.ecodesenvolvimento.org.br
Nessa conversa com o Portal EcoDesenvolvimento.org, o gerente técnico do GBC Brasil, Marcos Casado, fala sobre os critérios de certificação e o cenário da construção sustentável no país.
Portal EcoDesenvolvimento: Como funciona o processo de certificação?
Marcos Casado: Para receber o selo verde a construção deve atender alguns pré-requisitos que são obrigatórios e garantem um desempenho mínimo necessário a estes empreendimentos. Além disso, devem respeitar a vários outros critérios que valem pontos e, conforme o atendimento mínimo de 40 dos 110 pontos possíveis, a empresa obtém o selo nível básico, que ainda pode ser prata, ouro ou platina dependendo do desempenho da construção, que deverá levar estes critérios em consideração desde a escolha do local do empreendimento, desenvolvimento do projeto e construção em si.
Quais os critérios para receber os selos?
Os critérios para certificação LEED referem-se a essas sete categorias:
- eficiência energética;
- uso racional da água;
- materiais e recursos;
- qualidade ambiental interna;
- espaço sustentável;
- inovações e tecnologias;
- prioridades regionais.
Quantas edificações já estão certificadas e quantas estão em processo, no Brasil?
São 33 empreendimentos certificados e 297 empreendimentos em processo de certificação.
São apenas prédios comerciais ou já existem construções residenciais certificadas?
No Brasil não há nenhum empreendimento residencial com certificação LEED, porém, já existem 17 empreendimentos de prédios residenciais em construção, sendo que um já foi entregue, mas ainda está em auditoria para receber o selo. Além de prédios comerciais, também temos hospitais, clínicas, supermercados, centros de distribuição, bancos, escritórios e até pedidos existentes já certificados LEED em suas diversas categorias.
Qual o impacto de um selo LEED para os habitantes da construção e também para a cidade?
A construção civil é um dos setores que mais agride o meio ambiente, sendo responsável pelo consumo de 21% da água tratada, 42% da eletricidade, 25% das emissões de CO2 indiretas e 65% da geração de resíduos. Em contrapartida, construir sustentável traz diversos benefícios ambientais: o consumo de energia é, em média, 30% menor; o consumo de água sofre redução de 30% a 50%; a redução da emissão de CO2 pode alcançar 30% e da geração de resíduos varia de 50% a 90%.
Um dos critérios que a construção deve atender para conseguir o selo LEED é a qualidade ambiental interna que envolve o uso de materiais que não agridam a saúde dos habitantes, a valorização da iluminação natural, a redução do uso do ar condicionado, etc, que, além de proporcionar economia nos custos operacionais, traz conforto e bem estar aos ocupante, aumentando a produtividade.
Quais as diferenças de uma certificação LEED em países tropicais, como o Brasil?
Não existem diferenças no sistema de certificação e sim alguns cuidados maiores na elaboração dos projetos. Devido às condições climáticas diferenciadas, temos que adotar soluções diferentes em relação a outros países.
Os selos LEED tornam a construção de 2% a 7% mais caras. O Sr. acha que ainda assim é uma opção viável para países em desenvolvimento, como o Brasil?
Esse custo maior inicial é rapidamente pago pela economia na operação (manutenção, água, energia, segurança e TI) que pode chegar a 9% durante a vida útil do empreendimento. Além disso, um prédio verde tem payback de 3 a 5 anos, enquanto o convencional se dá entre 5 e 10 anos.
Como o Sr. analisa o mercado da construção sustentável no Brasil hoje?
O crescimento exponencial que percebemos nos últimos anos mostra que o mercado está se adequando a essa nova realidade e tem grandes potenciais de crescimento. Hoje, a construção sustentável é uma demanda do mercado e as empresas não querem ficar de fora desse movimento.
O Sr. acha que com grandes eventos, como Copa do Mundo e Olimpíadas, e as grande obras que os acompanharão, esse modelo de construção tende a crescer?
Sim, será uma grande oportunidade de desenvolvimento desse mercado. Atualmente temos 10 estádios buscando a certificação LEED e há um grande envolvimento do GBC Brasil junto com as autoridades responsáveis para incentivar que esses eventos adotem práticas sustentáveis em suas construções.
Há muito debate em torno dos selos de sustentabilidade para construções, e há quem julgue o processo mais vantajoso em termos de marketing do que de sustentabilidade. O que pensa sobre isso?
Sim, hoje existem empresas preocupadas apenas com o marketing. Porém, vale ressaltar que, caso não haja o comprometimento real da corporação, dificilmente ela terá êxito.
Fonte: www.ecodesenvolvimento.org.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário