Mundo – 40 cidades mais populosas do mundo se reúnem para desenvolver projetos a fim de reduzir emissões de gases de efeito estufa
Ivana Varela e Felipe Lima, para o Procel Info
Mundo - A Rede de cidades C40, ou “Climate Leadership Group” é formada por representantes das maiores cidades do mundo e tem como objetivo criar soluções para tornar o planeta cada vez mais sustentável.
O grupo foi criado em Londres, inicialmente por 18 megalópoles em 2005, a fim de oferecer ações mais eficientes às cidades, que servem hoje de referência no mundo inteiro.
Com nove anos de existência, hoje o grupo já conta com mais de 60 cidades entre membros e afiliadas e é responsável por 21% do PIB global. Elas se reúnem anualmente para realizar diversos eventos ao redor do mundo debatendo ideias e descobrindo soluções para fomentar políticas públicas de redução de gases causadores do efeito estufa e promover ações para projetos de eficiência energética.
Ações no setor de iluminação pública e transportes públicos coletivos são prioridades para as cidades participantes. Também são pautadas ações no setor de mobilidade urbana, resíduos residenciais, aterros, regulamentos de obras, fornecimento de água e planejamento urbano.
Mais de 80% dessas ações foram colocadas em prática depois da criação da C40 e a intenção é que as experiências sejam replicadas para outras cidades do mundo.
A cidade de Copenhague foi uma das maiores incentivadoras do uso da bicicleta como meio de transporte e foi replicado com sucesso em Bogotá, Barcelona e Paris.
Los Angeles possui mais de 2 mil ônibus movidos a gás natural e tem faixas exclusivas para carros com mais de uma pessoa, além da alta produção de energia de fonte renovável. Londres, Estocolmo e Tóquio aderiram o pedágio urbano, a ideia é cobrar uma taxa para evitar a circulação de veículos no centro da cidade.
Paris teve a proposta de incentivar o aluguel de carros elétricos, disponibilizando três mil automóveis em estações por toda a cidade. São Paulo está replicando esta ideia. Seul possui o "dia sem carro", quem adere recebe descontos em impostos.
Vem de Chicago o exemplo de usar luzes LED em semáforos da cidade, a medida economizou gastos de energia em 85%. Belo Horizonte destacou-se replicando esta ideia.
O ótimo sistema de transporte público de Nova York é um dos principais pilares da proteção do meio ambiente, lá até o prefeito usa o metrô para se locomover. São Paulo está engajada com a captação de gás que sai dos resíduos e se transformam em energia. Bogotá, Santiago, Rio de Janeiro e São Paulo ganharam projetos com ônibus elétrico e híbridos, que são os modernos BRTs.
Além de aumentar enormemente a capacidade de passageiros em transporte público, diminuindo o número de ônibus nas ruas e engarrafamentos, também reduziu a emissão de poluentes locais e ruídos.
“As cidades da C40 vivem grandes transformações e passaram a receber um olhar mais atento do mundo”
No Brasil, são membros da C40, as metrópoles São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. Porém, alguns municípios possuem projetos transformadores do mercado e se orgulham dos benefícios alcançados.
Como é o caso do Parque da Cidade em São Paulo que hoje possui projetos já em execução de ciclovias, reciclagem, eficiência energética e prédios sustentáveis. E do bairro Pedra Branca, na cidade Palhoça, em Santa Catarina.
|
O projeto de desenvolvimento Pedra Branca tem o objetivo de fornecer a seus residentes todas as funções básicas de uma cidade. Marcelo Gomes, diretor do empreendimento Pedra Branca, afirma que o projeto é utilizado como um laboratório de experiências que poderão ser estendidas para as maiores cidades do mundo.
“Pedra Branca tornou-se uma amostra para o mercado brasileiro, com ciclovias, melhores tecnologias em iluminação e amplo projeto social de integração comunidades ao redor.
O conceito de urbanismo sustentável visa repensar a cidade para a qualidade de vida das pessoas, e não dos automóveis'', esclarece. ''Hoje a Pedra Branca é um case, um exemplo a ser seguido'', completa.
O bairro foi considerado exemplo de sustentabilidade pela Conferência das Nações Unidas na Rio+20, proporcionando a oportunidade de Palhoça participar do grupo como cidade afiliada.
Por falar em Rio+20, o evento ocorrido em 2012 no Rio de Janeiro, que envolveu chefes de Estado, contribuiu para a C40 ganhar maior visibilidade, principalmente quando revelou a missão de que tentaria reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 248 milhões de toneladas até 2020.
Como ressalta Adalberto Maluf, diretor da entidade no Brasil, após o evento, diversas entidades entraram em contato interessadas.
“Estamos dando prioridade à cidades, pois a ideia do grupo é ser uma ação de cidades voltada para as próprias cidades. Nosso objetivo é atingir 100 delas até 2025''.
Ainda segundo Maluf, “As cidades da C40 vivem grandes transformações e passaram a receber um olhar mais atento do mundo”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário