Pesquisa revela que questões ambientais fazem parte do cotidiano do brasileiro

Um total de 2,2 mil pessoas das áreas urbana e rural, das cinco regiões do País, participaram da pesquisa, que confrontou dados, publicados há 20 anos, época da primeira edição 


Mais de 50% dos entrevistados revelou não ter o hábito de separar 
o lixo para a reciclagem (Ney Mendes)

O meio ambiente está em sexto lugar na lista de preocupações do brasileiro, de acordo com os resultados da pesquisa “O que o brasileiro pensa do meio ambiente e do consumo sustentável”, cuja quinta edição foi divulgada nessa quinta-feira (16), em uma coletiva de imprensa pela secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA) Samyra Crespo, que coordenou os trabalhos.

A pesquisa teve a primeira publicação em 1992, e de acordo com Crespo, na ocasião o brasileiro não discutia o consumo sustentável. Ainda segunda ela, os estudos à época se concentravam em São Paulo.

Os trabalhos deste ano foram realizados por meio de uma parceria entre o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e o jornal o Estado de São Paulo (Estadão), além de contar com a cooperação técnica do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).

Um total de 2,2 mil pessoas das áreas urbana (87%) e rural (13%) das cinco regiões do País participaram da pesquisa.

As abordagens foram voltadas para pessoas acima dos 16 anos. A média dos entrevistados foi de 38, 4 anos de idade. O publico feminino respondeu a 51% das perguntas formuladas, enquanto o masculino 49%. Em relação à escolaridade, 44% dos entrevistados disse ter cursado o ensino fundamental, seguido de ensino médio (39%); Superior (9%) e Não frenquentou a escola (7%).

"Cada pesquisa procura explorar um tema em particular. Em 1992 foi sobre o que o brasileiro pensa da Ecologia. Esta é a quinta edição e apresenta o que o brasileiro pensa da Sustentabilidade", disse Samyra chamando a atenção para o fato de que enquanto na primeira edição, os estudos foram feitos na época da Eco 92, o material deste ano ocorreu durante a Rio+20.

Ainda conforme ela, o material gerou informações sobre consciência ambiental, hábitos de consumo e temas associados.

Alguns dados
Entre os problemas ambientais do Brasil apontados pelos entrevistados, o lixo subiu de 4%, em 1992, para 28%, em 2012.

A Região Sul é campeã em consciência ambiental. Conforme as abordagens, 55% dos entrevistados na referida região sabem o que é consumo sustentável e 80% dos participantes declararam separar o lixo.

Em relação à contribuição financeira para campanhas de Biomas ameaçados, 51% demonstrou adesão à Amazônia, seguido de outros 19% para a Mata Atlântica; e 8% para a Caatinga. A maior concentração de “amigos” da Amazônia se encontra na região Norte (80%).

No que diz respeito a hábitos de consumo entre as famílias, a decisão feminina é predominante para aquisição de alimentos, roupas, móveis, carro, entre outros bens. 
Em um período de 20 anos a percepção do brasileiro em identificar problemas relacionados ao meio ambiente saiu da casa dos 47% para 10%.

Na média nacional 34% dos envolvidos na pesquisa sabe o que é o consumo sustentável.

Houve uma descentralização sobre a percepção do brasileiro em relação a quem tem a responsabilidade de solucionar os problemas ambientais. Enquanto em 1992, 33% dos entrevistados atribuíam à responsabilidade ao governo estadual, em 2012, este número subiu para 61% dos pesquisados.

O governo municipal saiu dos 30% para 54%, enquanto o envolvimento da comunidade subiu de 15% para 21%. Entretanto, a noção de que cabe ao governo cuidar do meio ambiente ainda se sobressai à responsabilidade individual e coletiva.

*Com informações de assessoria

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