Eficiência Energética - Setor Energético Brasileiro


Fonte: NN - Rodrigo Leitão

A entrevista da semana é com o  consultor de Novos Negócios da Reativa S.Engenharia Elétrica e da Empresa Verde Consultoria em Sustentabilidade, Gilbert Simionato, que explica a questão da eficiência energética e as formas de redução nas contas de luz, assim como o problema da emissão de gases.

 
1X O setor energético brasileiro vem passando por profundas mudanças, inclusive a privatização da maior parte das concessões e distribuição de energia elétrica e gás natural. De fato, o que é eficiência energética?

É uma atividade técnico-econômica que visa proporcionar o melhor consumo de energia e água, com redução de custos operacionais correlatos; minimizar contingenciamentos no suprimento desses insumos e introduzir elementos e instrumentos necessários para o gerenciamento energético e hídrico da empresa ou empreendimento.

2X Com todos esses acontecimentos políticos e econômicos que o setor energético vem sofrendo ao longo dos anos, a eficiência energética acabou ficando em segundo plano. Por que uma política nesse sentido é importante e quais vantagens e aspectos positivos podemos perceber no nosso cotidiano?

O próprio termo "Políticas Públicas" define: São programas, elaborados pelos governos que administram, organizam e tomam decisões sobre assuntos públicos, coletivos etc. Sem uma direção criada fatalmente teríamos ações isoladas e aleatórias. 

Pela existência de tais iniciativas é que norteamos nossas ações, nossos projetos, se não existissem estaríamos à mercê de interesses particulares, atitudes isoladas e sem qualquer respaldo legal. A prova de sua eficácia é o que estamos conseguindo atingir nos dias de hoje, além dos inúmeros projetos em andamento.

Enquanto o Ministério de Minas e Energia (MME) prepara o terreno para o Plano Nacional de Eficiência Energética (PNEf), uma das iniciativas cruciais para o país alcançar a meta de redução no consumo de energia elétrica, de 10% em 2030, faz história.  

O Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), instituído pela portaria interministerial nº 1.877 (MME e Ministério da Indústria e Comércio), completa, no dia 30 de dezembro desse ano, 25 anos de existência. 

Os números provam a força das medidas implementadas pelo programa, seja na área da indústria, serviços, residência, saneamento, iluminação pública, edificação, educação e certificação de equipamentos, eletrodomésticos e eletroeletrônicos.

3X  A reforma do setor energético e o Plano Real estão aliviando algumas das grandes barreiras históricas  e a otimização energética no Brasil. Quais os empecilhos que as empresas ainda encontram junto ao Governo Federal?

O maior problema das empresas quanto à eficiência energética se refere à dificuldade na captação de recursos para financiar os projetos. Além disso, as linhas de financiamento disponíveis são um grande problema, pois os bancos têm dificuldades em avaliar o risco de crédito por motivos técnicos. 

Algumas linhas, por exemplo, cobrem apenas equipamentos produzidos no Brasil. Para que esse quadro seja revertido, o governo precisaria dar incentivos, como isenção de impostos e encargos para que os projetos se tornem economicamente viáveis.  

Também se faz necessário que as linhas de crédito sejam mais aderentes às reais necessidades das Empresas.

4X Hoje o mundo inteiro fala em reduzir as emissões de gases de efeito estufa, energias renováveis e sustentabilidade . 
Qual o impacto da eficiência energética na redução de CO2 e na economia?

Em tempos em que o aquecimento global e as mudanças climáticas são motivo de preocupação no mundo, a melhoria da eficiência energética é a solução mais econômica, eficaz e rápida para minimizar impactos ambientais acarretados pela utilização da energia e reduzir emissões de dióxido de carbono (CO2).  Ainda mais para organizações em expansão.

Já somos o terceiro maior emissor de CO2 no mundo, mas ainda bem distante dos números de China e Estados Unidos, que lideram o ranking. 

No entanto, se for considerado apenas o setor de energia, nosso País cai para 11º lugar. A contribuição do setor energético (considerando combustíveis e siderurgia) para as emissões totais no país é de apenas 16,5%, enquanto a média mundial é de 65%. 

Com a projeção do tamanho da população de Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, a meta para a manutenção daquela intensidade de emissão seria de 730 milhões de toneladas. Para fazer isso, o Brasil tem que cumprir o plano decenal (de política energética).  

O cenário que está no plano decenal não é uma referência, mas o caminho para chegar ao cenário firmado em Copenhague até com uma pequena redução da intensidade de emissão em relação a 2005.

5X Quais são os primeiros passos para o consumidor implementar esse projeto em suas residências, escritórios e qualquer tipo de estabelecimento?

Valer ressaltar que, antes de qualquer coisa o empresário deve ter consciência de que o PEE é um dos um critérios fundamentais à adoção da Sustentabilidade, e de que as ações por ele realizadas além de trazerem benefícios à sua Empresa, para o País e ao planeta,  melhoram a qualidade de vida e trabalho de seus funcionários, colaboradores e de toda a comunidade.

Podemos citar algumas iniciais para implementação do projeto como: 

Auditoria energética da instalação para identificar oportunidades de redução do consumo;
 
Análise da fatura de energia (enquadramento no padrão ideal de tarifa, redução de demanda, correção do fator de potência). 

Um bom exemplo é a análise do consumo de energia são os elevadores, sistemas de aquecimentos, iluminação e ar-condicionado.

Nenhum comentário: