Lançamento da ferramenta de 06 passos para a seleção produtos e materiais sustentáveis

A ferramenta indica seis passos básicos para a escolha de empresas fornecedoras alinhadas aos princípios da sustentabilidade, uma iniciativa do CBCS – Conselho Brasileiro de Construção Sustentável em parceria com a ABRAMAT – Associação de Fabricantes de Materiais, a CDHU – Companhia de Desenvolvimento Urbano de São Paulo, Editora PINI e com apoio da ANFACER – Associação de Fabricantes de Revestimentos. A ferramenta é gratuita e está disponível no site www.cbcs.org.br.

A expectativa a partir da utilização dessa ferramenta é que o setor de um salto de qualidade de maneira que a vida útil dos edifícios brasileiros aumentem e que diminua a necessidade de reposição e manutenção freqüentes para evitar o uso de recursos naturais minimizando os impactos ambientais inerentes a própria atividade de construção”, afirma Vanderley John, Coordenador do Comitê de Materiais e Conselheiro do CBCS.

Conheça melhor os 6 passos para seleção de insumos e fornecedores com critérios de sustentabilidade.
PASSO 1 - Verificação da formalidade da empresa fornecedora (CNPJ)
Toda empresa deve estar formalmente regularizada com o Governo Federal. Ela tem que estar presente no CNPJ - Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica. Uma empresa que não esteja cadastrada significa que os impostos não estão sendo recolhidos ou que a empresa não tem existência legal. Em princípio, o CNPJ deve estar impresso na embalagem, no produto ou na nota fiscal. Em alguns casos em que o número não esteja disponível (produtos vendidos em quantidades menores que a embalagem do fabricante ou a granel, por exemplo), é necessário consultar a revenda, o importador ou o fornecedor.
A verificação da validade do CNPJ deve ser feita no site da Receita Federal: http://www.receita.fazenda.gov.br. Caso o CNPJ seja válido, o sistema retorna o nome completo da empresa e o estado da Federação onde a unidade fabril está localizada. Caso o CNPJ não esteja ativo ou válido, o fornecedor deverá ser descartado.
PASSO 2 - Verificação da formalidade da empresa: licença ambiental da unidade fabril
Nenhuma atividade industrial pode operar legalmente sem licença ambiental, concedida pelo órgão ambiental estadual. A existência da licença não é garantia ao meio ambiente, mas a sua ausência praticamente elimina qualquer possibilidade de respeito à lei. Alguns órgãos da federação possibilitam a consulta através do nome completo da empresa e da unidade da federação, enquanto outros órgãos exigem o fornecimento do número do processo. Caso o órgão da federação só possibilite a consulta da licença ambiental através do número do processo, solicite ao fabricante uma cópia da licença ou número do protocolo e confirme a validade da licença nos sites dos órgãos ambientais. O site do CBCS tem um mapa do Brasil, onde basta apontar para um estado e clicar duas vezes que o site do órgão ambiental estadual já é acionado. Acesse o site do CBCS (http://www.cbcs.org.br) e depois basta apertar no ícone “Seleção dos 6 passos”.
PASSO 3 - Legalidade e regularidade da mão de obra
A existência de um fornecedor na lista de empresas que utilizaram mão de obra infantil ou escrava a desqualifica como fornecedor sustentável, pela ilegalidade de seus atos.Deve-se verifar na lista presente na Ferramente de 6 passos se a empresa fornecedora está presente.
PASSO 4 - Qualidade do produto – respeito às normas técnicas
A baixa qualidade dos produtos é uma fonte importante de desperdício: estes produtos não apresentam desempenho adequado e uma grande parcela deles acaba sendo substituída, gerando custos e resíduos. As normas técnicas são o critério mínimo de qualidade vigente e seu respeito é obrigatório no Brasil. Verifique se o fornecedor está na lista de empresas qualificadas pelo SiMaC – Sistema de Qualificação de Materiais, Componentes e Sistemas Construtivos – projeto inserido no PBQP-H – Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat, um programa do governo federal que acompanha a qualidade de um grande número de setores e que publica a relação dos fabricantes que produzem em conformidade e não conformidade às normas técnicas da ABNT.
Neste passo O CBCS contou com a ajuda da Editora PINI na indicação da melhor nomenclatura utilizada pelos projetistas e especificadores na fase de orçamentação dos materiais facilitando a busca por informações sobre as conformidades técnicas aos usuários. Além disso, a CDHU – Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado de São Paulo - cedeu as plantas de edifícios tipos das unidades térreas familiares para incorporação na ferramenta, com isso os usuários da ferramenta dos seis passos poderão fazer uma navegação virtual sobre o edifício levando-os direto para o componente a ser consultado dentro do projeto, onde será possível verificar a conformidade do componente com as normas brasileiras.
Alguns produtos tradicionais ainda não fazem parte do PBQP-H. Neste caso é necessário exigir do fabricante a demonstração da qualidade do produto, a partir de uma avaliação feita por entidade de terceira parte reconhecida. Outros produtos, por serem inovadores, ainda não dispõem de norma técnica nacional, logo é necessário exigir uma avaliação de acordo com as diretrizes do SiNaT – Sistema Nacional de Avaliação Técnica que utilizam a Norma NBR 15.575/2008 “Edifícios Habitacionais de até 5 pavimentos – Desempenho – Partes 1 a 6”, realizada por entidade de terceira parte acreditada pelo PBQP-H, a ITA – Instituição Técnica Avaliadora.
PASSO 5 - Analisar o perfil de responsabilidade socioambiental da empresa
A Responsabilidade Social Empresarial, RSE, está além do que a empresa deve fazer por obrigação legal. A Responsabilidade Social é a tradução e incorporação dos valores e compromissos das empresas em todas suas formas de relações em seus negócios. Podemos dizer que a RSE pode promover negócios sustentáveis, que por sua vez, são conscientes dos impactos positivos e negativos no campo econômico, social e ambiental, sejam eles gerados pelo negócio ou pela sociedade , procurando gerenciar os riscos e as potencialidades ou oportunidades que estão presentes na empresa e na sociedade. A sustentabilidade não está só na empresa ou na sociedade, com os patrões ou com empregados, com as pessoas ou com o meio ambiente, mas nas relações que se estabelecem em todos os níveis e em toda cadeia do negócio. Portanto, a melhor forma de avaliar a RSE de fornecedores é através do relacionamento e de toda forma de realizar o negócio. É assumir uma co-responsabilidade dos insumos e serviços adquiridos, assim como tornar sua própria prática transparente para a sociedade.
PASSO 6 - Cuidado com a Propaganda Enganosa
É necessário que o cliente confirme a consistência e relevância das afirmações de eco-eficiência dos produtos e processos declarados pelos fornecedores. Mesmo produtos certificados podem levar a equívocos: qual o critério da certificação? Estes critérios são públicos? Qual a seriedade do processo?
Lembre que pequenos avanços produzidos em grande escala geram mais benefícios que grandes avanços aplicados a uma pequena parcela da produção: procure julgar a eco-eficiência global da empresa e não apenas do produto de interesse.
Acesse e confira: www.cbcs.org.br.
Sobre o CBCS
O Conselho Brasileiro de Construção Sustentável foi constituído em agosto de 2007 como uma OSCIP com o objetivo de induzir o setor da construção a utilizar práticas mais sustentáveis que venham melhorar a qualidade de vida dos usuários, dos trabalhadores e do ambiente que cerca as edificações. O Conselho é resultado da articulação entre lideranças empresariais, pesquisadores, consultores, profissionais atuantes e formadores de opinião.
O CBCS se relaciona com importantes organizações nacionais e internacionais que se dedicam ao tema, sob diferentes perspectivas, a partir da ótica ambiental, de responsabilidade social e econômica dos negócios. Além disso, os comitês temáticos que estão em funcionamento, debatem e indicam boas práticas para as áreas mais prementes da edificação, como a de Energia, Água, Materiais, Projetos, Avaliação de Sustentabilidade, Urbano além de questões econômicas e financeiras.
 

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