A comunicação é o novo ciclo de produção de riquezas, diz Marina Silva

por Danilo Sanches, especial para o Reseller Web

"Quem imaginaria que a produção de riqueza passasse do ouro a algo tão primitivo quanto a relação entre os seres humanos", disse Marina
 
"A sustentabilidade não pode ser apenas objeto de marketing, de propaganda", delineou a ex-ministra do meio ambiente, Marina Silva, durante o evento anual da Officer, o iPlanet, que aconteceu nesta terça-feira (15/03), em São Paulo.

"No mundo, não há referência de economia sustentável de fato para que possamos nos basear", completou a ex-ministra. Marina se apoia em argumentos sociológicos para afirmar que o mundo atravessa três grandes crises: econômica, social e ambiental.

Segundo ela, todas estas crises têm como fio condutor uma crise ética. "Se colocássemos toda nossa técnica a serviço da ética, poderíamos contornar todas estas crises a tempo."

A ex-candidata à presidência do País comparou o rompante do desenvolvimento tecnológico dos últimos 20 anos aos grandes ciclos econômicos da humanidade, como a extração do ouro e a agricultura. "Quem imaginaria que a produção de riquezas passasse do ouro, da agricultura, para algo tão primitivo quanto a relação entre os seres humanos", afirmou Marina. "Os lucros expressivos que estas grandes empresas anunciam se baseiam simplesmente na produção de riquezas a partir da necessidade de se comunicar."

A ex-ministra reforçou o grande mote de sua carreira, que é a preocupação com a sustentabilidade dos pontos de vista social e ambiental.
Segundo ela, a forma inadequada como vivemos tem potencializado os desastres naturais.

Citando os últimos incidentes que atingiram o Japão, Marina destacou o agravamento da situação, já crítica, em função dos terremotos, por conta das explosões nas usinas nucleares. "Precisamos mudar a maneira como produzimos, consumimos e descartamos."

O tom do discurso foi no sentido de enfatizar a urgência das mudanças de atitude, uma vez que as consequências podem ser irreversíveis, segundo Marina. "Chegamos à Era dos limites. Este é o princípio do absurdo, que é quando o desenvolvimento se transforma no risco à vida."

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