Já pensou em morar em uma cidade sustentável?

Você já imaginou um lugar planejado sob os princípios do “novo urbanismo”, no qual é possível morar, trabalhar, estudar e se divertir a curtas distâncias feitas a pé?


Uma cidade planejada para atender a todas as faixas socioeconômicas, com as maiores densidades populacionais próximas ao centro, evitando o congestionamento do tráfego. Esse lugar já existe e leva o nome de Lavasa, uma cidade indiana projetada e executada pela Hindustan Construction Company (HCC).

Totalmente planejada, o endereço foi anunciado como um “Hill station” (vilarejos de veraneio existentes na Ásia, situados a grandes altitudes e usados para fuga do grande calor do verão tropical).

O projeto foi apoiado na tendência de uma crescente urbanização observada. Nos próximos 40 anos, cerca de 400 milhões de pessoas migrarão para cidades indianas, sendo que essa migração levou quase 1000 anos se comparado à Europa, ou seja, o movimento acontecerá em um ritmo muito mais rápido.

A maioria das cidades indianas, atualmente, sofre com problemas de colapso da infraestrutura, por conta do aumento de população, falta de planejamento e má gestão. A causa subjacente é, claramente, a ausência de uma estrutura de governança robusta e responsabilidade perante à sociedade.

Isso traz, para as cidades existentes, sérios problemas de infraestruturas e incapacidade de resolução adequada desses problemas, o que faz com que haja uma demanda crescente por novas cidades.

Aprovado pelo governo de Maharashtra, em 2000, o projeto está sendo desenvolvido nas proximidades de Pune e Mumbai, ocupando uma área de 25 mil hectares (100 km²). Estão previstas quatro fases de execução, das quais, a Fase I (Dasve) estará operacional a partir de 2010 com quase 1.000 casas e 500 apartamentos. A última fase deverá ser entregue até 2021.

A cidade foi planejada para dar amplitude aos residentes, com a integração dos projetos urbanísticos à intensa presença de paisagens naturais. Dentro do Novo Urbanismo, todos os bairros possuem estrutura para atender a pé as necessidades diárias (escolas, supermercados e comércio em geral).

Os projetos urbanísticos são atemporais e há uma grande quantidade de espaços públicos, além dos projetos serem concebidos para proporcionar baixo impacto ambiental.

A biomímese tem ajudado a criar uma cidade vibrante que tanto reflete quanto honra seu ecossistema do entorno. Os telhados foram projetados para captar água, como folhas de Ficus, planta nativa da região. As ruas serão equipadas com canais rebaixados multilocais para distribuir a água pela cidade, como fazem as formigas, em seus ninhos.

Um pool de grandes empresas acreditou e investe no projeto, como Cisco, Wipro, Accenture, ACNielsen, Deloitte, Microsoft, Tata Indcom, Rothschild, entre muitas outras. A Lavasa receberá ainda o serviço de líderes mundiais em hotelaria, turismo, educação, negócios, saúde e indústrias, principalmente do ramo de hotelaria em busca de oportunidades na nascente cidade, como Accor, Ecole Hoteliere de Lausane, UK IBR, Fortune Select Dasve Hotel, Berlin University, Apollo Hospitals, Oxford University, entre outras.

Financeiramente, o projeto é uma grande “sacada” da HCC. Fundada em 1926, a empresa de construção civil tem sede em Mumbai, Índia, e é responsável por obras em diversos setores, incluindo transporte, energia, petróleo, e de construção de gasodutos, irrigação, serviços públicos e infra-estrutura urbana.

Com esse know-how, a empresa estabeleceu que todas as propriedades de Lavasa serão obrigatoriamente, construídas pela companhia. Além de garantir contratos por mais de dez anos, a HCC ainda pode contar com o grande poder de compra de uma companhia que será responsável pela execução de residências para 300.000 pessoas, o número previsto de moradores fixos da cidade.

Mas nem tudo são flores em Lavasa. A autorização para construir a cidade permitiu que a localidade se beneficiasse da água da Barragem de Varasgaon, uma das principais fontes de água para a cidade de Pune, que já enfrenta uma grave falta de água nos meses que antecederam a temporada das monções anuais.

Outra questão delicada é o modelo de liberação das terras florestais para fins comerciais. Estamos falando de mais de 25.000 acres de terras, com 60 quilômetros de paisagens de lago e montanhas.

Fonte: Agenda Sustentável

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