Por Redação
O “maior mistério de Marte” deve ser revelado na segunda-feira (28).
A Nasa marcou para às 12h30 uma conferência na qual promete anunciar sua maior descoberta sobre o Planeta Vermelho, com a presença de seu diretor de ciências planetárias, Jim Green, além de Michael Meyer, que é chefe do Programa de Exploração do nosso vizinho no Sistema Solar.
Anúncios como este levantam bastante expectativa e, claro, especulação.
E a principal delas tem a ver com a descoberta de vida, uma hipótese com a qual a Nasa trabalha já há alguns anos e tem, até mesmo, encontrado alguns indícios de emissões de metano, sinais de atividade biológica e até mesmo evidências de água líquida.
Não foi o caso desta vez, porém. A revelação, que foi publicada na revista Nature Geoscience, tem a ver com a descoberta de fluxos de água salobra que escorrem pela superfície de Marte a cada verão.
É uma condição que poderia propiciar a existência de vida, pelo menos em forma microbial, uma vez que as temperaturas ficam mais amenas, de forma a permitir esse tipo de existência.
A teoria geral é de que a temperatura média de Marte, de -70 graus Celsius, não seria capaz de sustentar a vida, pelo menos não da maneira como a conhecemos.
É por isso que boa parte da pesquisa da Nasa se concentra não apenas na superfície do planeta, mas também embaixo da terra, onde foram encontrados os resquícios de água salgada e registrados aumentos nos termômetros, gerando condições um pouco mais propícias.
O que se observou, porém, foi um fenômeno semelhante ao que temos na Terra, principalmente em regiões áridas, chamado de RSL, sigla em inglês para linhas recorrentes de encosta.
Quanto a temperatura esquenta, a água deixa seu estado sólido e passa a escorrer, criando marcas mais flagrantes na superfície de crateras e montanhas. O efeito é reduzido no inverno e acontece sempre no verão, que em Marte, já chegou a 0 graus Celsius
A descoberta de sais hidratados na superfície, uma evidência clara de que a água passou por ali, foi a grande novidade.
Eles existem em quatro regiões diferentes de Marte, sempre com o mesmo comportamento, uma indicação de que os filetes passam por diversos locais durante a temporada de verão.
Agora, o estudo segue para descobrir exatamente de onde veio essa água e para onde ela escorre.
Uma das teorias é sobre a existência de gelo sob a superfície, ou então, vapor vindo da atmosfera e se condensando em torno dos sais.
Ou, ainda, mas menos provável, a existência de fluxos subterrâneos do líquido.
Além disso, outro objetivo é testar se micróbios e outros seres vivos terrestres seriam capazes de suportar as condições extremas encontradas em Marte, um passo importante para se entender se poderia ou não existir vida por lá, pelo menos da forma como a conhecemos.
Além disso, a Nasa estuda agora formas de enviar novos robôs ou missões tripuladas, além de mandar amostras de volta, para análise.
Atualmente, a agência espacial tem dois aparatos utilizados na pesquisa.
A sonda Curiosity orbita o planeta, enquanto o Oportunity, um jipe-robô, passeia por sua superfície há mais de uma década. São eles os principais agentes das descobertas sobre o Planeta Vermelho e, acredita-se, os principais astros da revelação que será feita nesta segunda-feira (28).
Foi justamente por meio de imagens feitas à distância que a descoberta foi possível. Uma tecnologia desenvolvida pela Nasa foi capaz de identificar pixels individuais e analisá-los separadamente, de forma a entender exatamente quais substâncias estariam emitindo luz.
O trabalho foi complexo, uma vez que as marcas de água teriam apenas cinco metros de largura.
O anúncio será transmitido ao vivo pela internet, por meio do site da Nasa. Depois da apresentação, os especialistas da agência responderão a perguntas feitas pelos jornalistas presentes e também enviadas pelo Twitter.
Atualização
Durante sua coletiva, a Agência Espacial confirmou para a imprensa que resolveu o mistério de Marte.
Os pesquisadores conseguiram encontrar evidências de água no planeta vermelho, que flui periodicamente por sua superfície. Além disso, o líquido conta com sais como cloratos e percloratos, que impedem a evaporação instantânea.
Ou seja: em algumas épocas do ano marciano, é possível haver córregos de água líquida que, apesar de não fluir como nos rios da Terra, pode gotejar.
Sendo assim, se existe água no planeta vizinho, aumentam-se as chances de existir vida por lá — nem que seja em forma de microorganismos.
E esse é o próximo grande passo da Agência: descobrir que não estamos sozinhos.
Fontes: Nasa, Mensageiro Sideral, Nature Geoscience, Reuters
Matéria completa: http://canaltech.com.br/
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