Dois terços das indústrias aumentam os investimentos na gestão de resíduos sólidos


Pesquisa da CNI com 55 indústrias de nove setores indica que as empresas veem oportunidades de negócios no reaproveitamento e na reciclagemFonte: Assessoria

Pesquisa inédita da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com 55 indústrias de nove setores mostra que duas em cada três empresas, ou 64%, aumentaram os investimentos na gestão de resíduos sólidos em 2013. 

Conforme o levantamento, realizado pelo Instituto FSB Pesquisa, entre as indústrias que ampliaram os investimentos, 29% incrementaram em mais de 20% o total dos recursos aplicados na área em 2013. 

Os investimentos são destinados à reciclagem, ao reaproveitamento, a não geração de resíduos e ao aproveitamento energético. Os setores consultados foram mineração, têxtil, indústria química, alimentos, construção, siderurgia, alumínio, vidros e óleo e gás.

Além disso, 67% das empresas consultadas pretendem aumentar os investimentos com pesquisas, desenvolvimento e inovação na área nos próximos cinco anos, enquanto 33% têm a intenção de manter as aplicações no mesmo patamar de 2013. 

O principal motivo para o aumento dos investimentos, com 37% das menções, foi o maior controle sobre o gerenciamento e a destinação dos resíduos. 

Em segundo lugar, com 29% das respostas, apareceram as oportunidades de negócios proporcionadas pelos resíduos e, em terceiro, com 23% das assinalações, os empresários citaram o atendimento à legislação.

A sondagem mostra ainda que 88% das indústrias consideram a gestão de resíduos sólidos importante ou muito importante. 

Os resultados confirmam que, nos últimos anos, houve avanços significativos na gestão dos resíduos sólidos, embora ainda faltem políticas públicas para tornar o processo economicamente viável, analisa a diretora de Relações Institucionais da CNI, Mônica Messenberg. 

“A gestão de resíduos sólidos faz parte da preocupação das indústrias. Inclusive, o setor vê isso como oportunidade de melhorar e incentivar novos negócios”, destaca Mônica Messenberg.

Na visão de 91% dos representantes das empresas que responderam a pesquisa, houve mudanças, nos últimos cinco anos, em relação à maneira como a indústria brasileira trata o tema. 

Para dois terços dos entrevistados, o aspecto que mais se destaca é o cuidado cada vez maior com o gerenciamento e a destinação adequada dos resíduos.  

INCENTIVOS E DESIGN - A pesquisa revela também que, para 71% dos entrevistados, faltam incentivos econômicos concretos que estimulem o desenvolvimento do gerenciamento e do mercado de resíduos sólidos no Brasil. 

Entre os entrevistados, 36%  já desenvolveram projetos de ecodesign, processo no qual o produto é desenvolvido com o propósito de reduzir o impacto ambiental.

De acordo com o levantamento, os avanços da indústria brasileira na questão dos resíduos sólidos despontam como um movimento aparentemente irreversível. No entanto, fatores como o entrave no ambiente regulatório e a falta de incentivos tributários desafiam a consolidação desse processo.

O levantamento foi feito entre 3 de junho e 14 de julho com 55 indústrias brasileiras e multinacionais instaladas no Brasil. Dessas, 91% são de grande porte, 7% são médias e 2% são pequenas empresas.

CNI SUSTENTABILIDADE - A Pesquisa sobre Resíduos Sólidos foi apresentada em 20 de agosto,  durante a terceira edição do projeto CNI Sustentabilidade, que, neste ano, teve como tema Resíduos Sólidos: Inovações e Tendências. 

O evento ocorreu no Hotel Sofitel, no Rio de Janeiro. Três assuntos relacionados à Política Nacional de Resíduos Sólidos foram debatidos por especialistas brasileiros e estrangeiros: 

a estratégia inovadora de gestão ambiental;
a requalificação dos resíduos como nova fonte de recursos para a indústria 
e a valorização energética e seu papel na gestão de resíduos sólidos.

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