Finlândia - O projeto da cidade inteligente indica o caminho para a vida urbana sustentável

Dois terços do consumo de energia mundial estão ligados à vida urbana em todo o planeta. Com um pouco mais da metade da população mundial vivendo em cidades grandes e um aumento esperado de cerca de 70% até 2050, é necessária uma mudança dramática na forma como administramos nossos ambientes urbanos, se quisermos reduzir o consumo de energia e as emissões, além de controlar o aquecimento global.


Isso é particularmente importante pelo fato de 90% das áreas urbanas do mundo estarem situadas em áreas costeiras, onde climatólogos esperam os impactos mais devastadores decorrentes de mudanças climáticas, desde elevações no nível do mar até tempestades como o furacão Sandy que ocorreu no último mês de outubro, em Nova York.


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Então, o que pode ser feito? 

Possuímos a tecnologia para tornar nossas cidades "mais inteligentes", o que significa que podemos monitorar, otimizar e controlar os principais sistemas urbanos, como construções, energia e transporte.

Para este fim, um projeto pioneiro está em andamento no distrito de Kalasatama no coração de Helsinki, Finlândia, onde a ABB, a Helsingin Energia e a Fingrid (uma operadora de rede) e o departamento de planejamento da cidade, estão em parceria para desenvolver uma nova área na cidade. O objetivo é oferecer uma rede inteligente com base em padrões do setor para sustentar um sistema de energia estável, seguro, eficiente e ecologicamente sustentável. 

Ela acomodará os sistemas de gestão da resposta de demanda do cliente para garantir que a energia excedente gerada a partir de fontes de energia renováveis no próprio distrito, como, por exemplo, de paineis solares e turbinas eólicas, possam ser introduzidas na rede de energia e permitir que os clientes interajam com a operadora de rede e com o mercado de energia para reduzir os picos de carga e aumentar a eficiência.

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Este projeto pioneiro teve início em 2010 e, juntamente com a edificação do distrito, as mais recentes soluções de rede inteligente estão sendo testadas e desenvolvidas, como é o caso da rede em anel fechada de média tensão, a primeira do seu tipo no mundo. 

Esta tecnologia foi desenvolvida para garantir uma distribuição de energia confiável e um uso de energia eficiente. 


Na rede em anel, a energia é fornecida continuamente a partir de duas direções com proteção separada para cada seção, o que significa que se uma falha se desenvolver, a seção defeituosa é instantaneamente isolada e a energia pode ser fornecida sem interrupção para as seções saudáveis. 

Isto, juntamente a subestações secundárias controladas remotamente, reduz a duração das quedas de energia que, embora sejam raras, podem ser isoladas rapidamente a partir de uma sala de controle centralizada.

Além disso, o sistema de armazenamento de energia de mais de 1 megawatt (MW) será conectado à subestação que está atualmente sendo construída em Kalasatama. Este sistema controla ativamente a frequência e a potência reativa e fornece energia instantaneamente no caso de alguma falha de alta tensão até que os geradores de emergência estejam instalados e em funcionamento.


Este projeto oferecerá áreas de habitação para 18.000 pessoas e cerca de 10.000 locais de trabalho até o início dos anos 2030 e a meta é desenvolver o novo distrito de Kalasatama até que este se torne uma referência mundial para cidades inteligentes, fornecendo evidências de que o sistema de energia neutro em carbono com base em energia eólica e solar renovável local pode sustentar a vida urbana em constante expansão.

Fonte: www.abb.com.br

Mulheres dão início às atividades do Fórum Social Mundial 2013 na Tunísia


Tatiana Félix, da Adital


Mulheres de várias nacionalidades, cores, culturas e segmentos deram início à programação do Fórum Social Mundial (FSM) 2013 na terça-feira (26) na Tunísia (África do Norte), com a Assembleia de Mulheres no Campus Universitário Manar. 

Sob o tema geral “Dignidade”, milhares de participantes caminharam da Praça 19 de janeiro até o Estádio Menzah na Marcha de Abertura do FSM 2013.

Mais de 4.500 organizações sociais de 127 países e diversos segmentos reúnem cerca dezenas de milhares de pessoas na Tunísia, para o evento que segue até o próximo dia 30. São centenas de atividades entre mobilizações, oficinas, seminários e debates, assembleias de convergência, troca de experiências, exposições e manifestações culturais, entre outras ações.

As atividades principais se concentram entre quarta (27) e sexta-feira (29), quando acontecem os eventos auto-organizados e livres no Campus universitário Manar, que trazem para o debate temas como mobilização, revoltas e protestos sociais e política, que estiveram em evidências nos últimos dois anos, especialmente na região do Magreb e Mashreq; democracia, justiça social, economia, mudança climática, direitos humanos, dignidade e cidadania, mulheres, juventude e outros. 

“É um momento de reflexão sobre o futuro destes processos revolucionários e as revoltas que sacudiram a região e o mundo, é uma chamada mundial para a construção de outro mundo”, explica o site do evento.

Em paralelo ao FSM 2013 acontece ainda o III Fórum Mundial de Meios Livres que tratará sobre o fortalecimento e a importância de meios comunitários e alternativos como canais para dar voz às demandas populares. Também o Acampamento da Juventude vem como espaço para jovens de 18 a 30 anos se expressarem em debates e atividades culturais.

O encerramento oficial do Fórum ocorrerá na tarde de sábado (30) com a Marcha de Solidariedade com o povo palestino no marco do Dia da Terra, e que sairá da Praça 14 de Janeiro, passará pela Praça Pasteur e chegará à Embaixada da Palestina.

Surgido no Rio Grande do Sul (Brasil) em 2001, o FSM acontece neste ano no cenário de surgimento e luta da Primavera Árabe, iniciada no final de 2010.

Para mais informações sobre o FSM 2013, acesse: http://www.fsm2013.org/es

Afinal, empresa sustentável dá lucro?


Jorge Abrahão*
Esta é a pergunta do bilhão. A resposta, convincente, pode impulsionar o novo modelo de desenvolvimento para o século 21.

Uma pergunta sempre aparece nos debates sobre negócios e sustentabilidade: empresa sustentável dá lucro?

Uma das muitas entidades a pesquisar o tema, a Universidade de Harvard, nos EUA, não tem dúvidas sobre a resposta: sim, as empresas sustentáveis dão lucro e ainda ganham da sociedade a “licença para lucrar”.

Como a universidade chegou a essa conclusão? 

Pesquisando o desempenho das maiores empresas globais listadas em bolsas de valores, entre 1992 e 2010, e comparando com o número de políticas de sustentabilidade adotadas por elas nesse intervalo.

Na verificação dessas listas, a universidade enumerou vinte e sete políticas de sustentabilidade mais adotadas pelas empresas, nas áreas de meio ambiente (ex: eficiência energética, redução de emissão, destinação de resíduos sólidos), social (ex: promoção da diversidade na empresa e na comunidade, respeito aos direitos humanos, promoção da agenda do trabalho decente) e governança (ex:transparência nas informações, código de ética).

Harvard dividiu essas empresas em dois grupos: as empresas de alta sustentabilidade, que adotam mais de 10 políticas de sustentabilidade que começaram o processo ainda nos anos 1990; e as empresas de baixa sustentabilidade, que possuem menos de 4 políticas de sustentabilidade e estão nesse processo desde os anos 2000.

Para verificar a performance das empresas, Harvard estudou o setor, o porte e a estrutura de capital de cada uma delas. Completou essa análise com os dados obtidos pela leitura de balanços anuais e de informações nos sites institucionais, bem como com entrevistas de 200 executivos, para confirmar o histórico do processo de gestão sustentável das empresas.

Agregando todas essas informações, o resultado obtido foi o seguinte:

• As empresas de alta sustentabilidade apresentaram melhores taxas de retorno, num período de 18 anos. O patrimônio delas valorizou 30% a mais do que aquele das empresas de baixa sustentabilidade; a rentabilidade líquida desse primeiro grupo cresceu o dobro da rentabilidade do grupo de baixa sustentabilidade.

• Analisando a evolução do valor das empresas, ano a ano, também é possível verificar que, mesmo em momentos de queda nas bolsas, a desvalorização das empresas de alta sustentabilidade foi significativamente menor que a das empresas de baixa sustentabilidade.

Por que as empresas de alta sustentabilidade tiveram esse desempenho?

A Universidade de Harvard também encontrou resposta a essa pergunta: 
as empresas de alta sustentabilidade apresentam desempenho superior porque possuem uma governança distinta, como foco no diálogo estruturado com as partes interessadas, metas sustentáveis sob a responsabilidade expressa da Diretoria e maior parte do investimento direcionado para o longo prazo e para suprir as necessidades e demandas dos públicos de interesse da empresa. 

Outras características da gestão dessas empresas são: 

sistema de compensação da liderança atrelado tanto a desempenho financeiro quanto a cumprimento de metas sustentáveis;

tomada de decisões leva em conta dados financeiros e de mercado, bem como informações relativas às partes interessadas.

Vale ressaltar que as empresas de alta sustentabilidade adotaram a gestão sustentável voluntariamente e antes das demais, lançando tendências de mercado. Portanto, não há mais motivo para duvidar dos benefícios da sustentabilidade para os negócios. É hora de pôr mãos à obra!

* Jorge Abrahão é presidente do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social.

(Envolverde)

Supermercados vão ajudar no combate de carne procedente de área desmatada


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A associação dos supermercados se comprometeu a orientar as empresas do setor supermercadista sobre práticas que ajudem a coibir o trabalho degradante na cadeia da carne
Foto: beckstei

Por Agência Brasil

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) vai incentivar os estabelecimentos do setor a divulgar, no ponto de venda, a origem do produto bovino que ocupa suas prateleiras. 

Vai informar também, em seu portal na internet, as ações do governo e do Ministério Público Federal (MPF) para combater o comércio de carne proveniente de áreas desmatadas na Amazônia, de fazendas onde tenha sido constatado trabalho degradante ou invasão de terras públicas.

As medidas fazem parte de um termo de cooperação técnica, assinado na segunda-feira, 25 de março, em Brasília, por representantes da Abras e do MPF. Segundo o procurador da República Daniel César Azeredo Avelino, coordenador do grupo de trabalho Amazônia Legal, trata-se de um passo importante para evitar que os supermercados brasileiros comprem carne bovina produzida em áreas com irregularidades ambientais e sociais.

“O consumidor vai ganhar muito, principalmente em transparência. O acordo prevê uma série de ações específicas para informar tanto pela internet como pela rede física dos estabelecimentos, a origem da carne adquirida”, destacou Avelino à Agência Brasil.
O termo de cooperação não define um prazo para a implementação das ações, mas ressaltou que as medidas devem começar a ser adotadas “em breve”, inicialmente pelos estabelecimentos de maior porte.


“Por um lado, isso aumenta o controle [por parte do consumidor e dos órgãos públicos] e, por outro, fortalece o compromisso das lojas de banir das prateleiras itens de produtores que estejam descumprindo a legislação”, avaliou o procurador.

Orientação às empresas

Avelino destacou que o termo de cooperação não define um prazo para a implementação das ações, mas ressaltou que as medidas devem começar a ser adotadas “em breve”, inicialmente pelos estabelecimentos de maior porte. “Vamos trabalhar para construir um modelo de ações factível, que possa ser replicado pelos negócios menores, mais adiante”, acrescentou.

A associação dos supermercados se comprometeu a orientar as empresas do setor supermercadista sobre práticas que ajudem a coibir o trabalho degradante na cadeia da carne, buscando sua erradicação; 
ampliem a redução do desmatamento e a recuperação de áreas desmatadas; apoiem os direitos indígenas, das populações tradicionais e de quilombolas; 
e combatam o abate clandestino.

De acordo com o MPF, o acordo amplia os resultados do Programa Municípios Verdes, lançado há dois anos, que reúne um pacote de incentivos aos proprietários rurais e aos municípios que se comprometerem a atuar pela regularização fundiária e ambiental no campo. 

Atualmente, 92 municípios estão vinculados ao programa.


Moda limpa


Gisele Neuls, da Página 22
Ninguém para em frente ao espelho do provador se perguntando se a blusa que lhe caiu tão bem contém nonilfenol etoxilado. 

Mas resíduos desse disruptor endócrino – substância capaz de afetar o funcionamento de glândulas como tireoide e ovários – foram encontrados em 14 peças de roupas de marcas famosas.

A descoberta foi possível graças à análise encomendada pelo Greenpeace Internacional [1], que divulgou seus resultados em março de 2012. Os relatórios da ONG trazem relatos de problemas de pele e alergias nos moradores próximos a fábricas na China e no México, onde o despejo de resíduos parece descontrolado.


O trabalho ainda mostrou que a contaminação química gerada pela indústria têxtil não se restringe aos rios dos países em desenvolvimento, onde a maior parte das roupas é fabricada. 

Resíduos químicos perigosos também se encontram presentes nos produtos têxteis à venda no varejo do mundo rico. Dessa forma, o poder de pressão dos consumidores dos países desenvolvidos é a principal arma da campanha Detox, lançada pelo Greenpeace em julho de 2011.

Ao mirar nas grandes marcas, o Greenpeace almeja impactar toda a cadeia de produção, eliminando substâncias perigosas utilizadas 
na lavagem, tingimento e amaciamento de tecidos e couros. 

Até o momento, 15 marcas de peso [2] comprometeram-se a zerar até 2020 o uso de uma série de produtos tóxicos com efeitos mutagênicos, carcinogênicos, bioacumulativos e disruptores endócrinos.

[2] Adidas, Benetton, C&A, Esprit, G-Star Raw and Valentino, H&M, Levi’s, Li-Ning, M&S, Mango, Nike, Puma, Uniqlo, Victoria’s Secret e Zara

Promessa esta nada fácil de cumprir, dada a acentuada ramificação da indústria têxtil. As empresas contratam grandes fornecedores, que contratam médias confecções. Estas, por sua vez, subcontratam pequenas oficinas, de modo que se torna uma missão quase impossível o controle total sobre os produtos químicos empregados nas etapas de produção.

Para enfrentar o gargalo, além da conscientização dos consumidores, a campanha pressiona as empresas a divulgarem dados mais detalhados de seus fornecedores. “Grupos locais com mais informações, mesmo que incompletas, podem fazer pressão sobre as instalações locais”, diz Marietta Harjono, do Greenpeace Internacional.

Embora o alvo esteja nas principais marcas globais, ela acredita que uma conscientização aliada à demanda de mercado pode mudar até os ramos mais finos da cadeia. “A campanha visa estimular a oferta
 de químicos não perigosos à indústria têxtil. O aumento da procura 
por esses produtos deve tornar mais fácil inclusive para as pequenas empresas fabricarem roupas sem produtos tóxicos.”

Até agora, a artilharia mais pesada da campanha foi direcionada à China, principal fornecedor de têxteis ao mercado internacional. Contudo, os acordos assumidos pelas marcas são globais, ou seja, prometem atingir os negócios no mundo todo, inclusive no Brasil. 

Embora a legislação brasileira seja mais exigente que a chinesa do ponto de vista socioambiental, Marcelo Furtado, diretor-executivo 
do Greenpeace Brasil, observa que não estamos livres de casos de contaminação [3] como os denunciados pela campanha. “A legislação brasileira não proíbe o uso da maioria dessas substâncias e o monitoramento é frágil.”

[3] Há vários relatórios denunciando casos graves de contaminação na China e no México, bem como sobre as principais substâncias tóxicas envolvidas, todos em inglês, acessíveis no site

O consumidor brasileiro que quiser saber onde suas roupas foram feitas e checar as condições de produção encontrará dificuldades. Das 15 empresas que aderiram à campanha, apenas a C&A fornece informações em português e apresenta relatório de sustentabilidade específico do Brasil. O de 2011 informa que a empresa possui 274 fornecedores diretos e pouco mais de 1.400 subcontratados, mas não revela os locais de fabricação, apenas sua distribuição por estado.

A reportagem procurou mais de uma vez Nike, Adidas, Levi’s, C&A e Benetton para esclarecimentos sobre os compromissos assumidos com o Greenpeace e eventuais reflexos dos acordos nas suas atividades no Brasil. Até o fechamento desta reportagem, nenhuma dessas companhias respondeu aos pedidos de entrevista e às questões enviadas por email.

Fonte: (Página 22)

Sustentabilidade: menos lágrimas, mais neurônios


Parar de usar elevador e usar escadas também faz bem para a saúde. Lavar roupa a mão e carregar pianos nas horas vagas também. Mas não é por isso que vou acreditar que as pessoas vão começar a fazer isso


Fábio Zugman

Como fiquei feliz com o resultado do meu artigo sobre olhar a sustentabilidade de um modo mais sério e prático, resolvi continuar.

O jornalista João Carlos Santana da Rádio CBN recentemente chamou a atenção para o fato de que por dia, 9 ciclistas são internados em hospitais públicos de São Paulo por causa de acidentes de trânsito, com pelo menos uma morte.

Vamos contrastar isso com o movimento cada vez maior que insiste que a solução para nossas cidades é incentivar o uso da bicicleta como meio de transporte. Para ser justo, não é um movimento só brasileiro. O famoso padrão LEED de construção para edifícios, por exemplo, que é um selo de origem norte-americana que certifica que uma construção passa por vários pré-requisitos “sustentáveis”, premia a construção de infra-estrutura como bicicletários e chuveiros para ciclistas em prédios comerciais. 



Algo que faz sentido em diversas localizações mas dificilmente se justifica em prédios juntos à marginal. (não vou citar nomes, mas sim, existem prédios com bicicletário na Marginal paulista, um ato tanto de consciência sustentável e de suicídio assistido aos que se aventurarem a pedalar por lá).

E é basicamente isso o que me deixa chocado ao ver esses “movimentos”. Uma pesquisa na Internet me contou que o uso maior de bicicletas ia “exercer menos pressão sobre a matriz energética”, “diminuir os problemas de trânsito”, “resolver problemas de mobilidade” entre outras maravilhas. Também não é difícil achar relatos sobre as maravilhas para a saúde.

Como alguém já disse, parar de usar elevador e usar escadas também faz bem para a saúde. Lavar roupa a mão e carregar pianos nas horas vagas também. Mas não é por isso que vou acreditar que as pessoas vão começar a fazer isso (aliás, não consegui disfarçar minha expressão facial quando conheci uma das representantes de um desses movimentos pelo uso de bicicleta como meio de transporte na cidade de São Paulo. 



Duvido que ela usasse uma bicicleta como transporte para andar pela cidade, apesar dela aparentar ser capaz de engolir uma inteira no café da manhã).

Além de não querer andar por aí de bicicleta, basta olhar pela janela em um bom dia de trânsito para me fazer pensar: Sim, gosto do mundo, mas prefiro continuar vivo. As ruas, mesmo com ciclovias, são estreitas, e sempre há trechos pequenos demais entre um erro e um carro de algumas toneladas.

A grande questão aqui não são as bicicletas. Será que a melhor solução, em pleno século 21, é colocar o pessoal para pedalar na rua?

Uma notícia recente da Businessweek diz que não. Segunda a matéria, a prefeitura de Tel Aviv em Israel está trabalhando para tornar realidade um projeto de transporte criado com tecnologia da NASA.

A ideia é simples: Uma espécie de teleférico super moderno. São cápsulas de transporte para duas pessoas, em um trilho elevado que funciona por magnetismo. Você entra em um veículo desses, aponta em uma tela em que estação que chegar, e trilhos magnéticos te levam até lá. 



Em silêncio, com uma vista panorâmica, substituindo táxis, ônibus e outros transportes muito mais poluentes. Como o sistema é magnético, não há manutenção de freios e rodas, o que mantém o custo de operação bastante baixo. As estimativas é que ele custe um pouco mais que um ônibus e menos que um taxi.


Foto: Skytran

Pelas estimativas, algo assim sairá em torno de 50 milhões de dólares para a primeira linha, de pouco mais de 6 quilômetros. Parece caro? Pense nas horas engarrafadas que se perde nas cidades brasileiras hoje em dia, nas internações e mortes por acidente, no combustível e impacto ambiental. 

Não sou urbanista, mas mesmo em uma cidade como São Paulo, aposto que 3 ou 4 dessas linhas fariam maravilhas.

Na verdade pouco me importa se a iniciativa de Tel Aviv ou essa tecnologia específica vai dar certo. O que chama a atenção é que eles estão tentando. Voltando ao Brasil, qual foi a última vez que você viu um político ou instituição brasileira tentar algo REALMENTE inovador? 



E isso que eu passei a maior parte da minha vida em Curitiba, uma cidade que se orgulha de suas inovações - Propostas pelo governo de Jaime Lerner há mais de 20 anos atrás.

Então, por favor, parem de bater em teclas velhas e desgastadas. Andar de bicicleta é ótimo para quem gosta. Assim como surfar e saltar de paraquedas tem seus admiradores. Não é, no entanto, solução para todos. Problemas modernos exigem pensamento modernos, iniciativas ambiciosas e análises com foco no futuro.

De novo, menos lágrimas, mais neurônios.


Inovação e sustentabilidade em jogo



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Por Fernando Mano* - Na busca por criação de valor e maior eficiência, investimentos em inovação ganham espaço na agenda corporativa mundial. No Brasil, não é diferente. 
Estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI) apontam que os investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) deverão crescer 30% em 2013, e chegar a US$ 39 bilhões, 1,3% do PIB, o que demonstra o interesse do setor público e privado em acelerar a inovação no país.


O tema é mais relevante quando se trata de energia. O principal desafio desse século é equilibrar a demanda crescente por energia, com o uso racional dos recursos naturais, e a redução das emissões de efeito estufa. Ciente disso, a CPFL ajustou em 2009 seu planejamento estratégico e introduziu a sustentabilidade em sua agenda corporativa. 

Em 2011, com a restruturação organizacional do Grupo, a diretoria de Estratégia Empresarial se tornou diretoria de Estratégia e Inovação, o que reforça o compromisso da empresa em priorizar a criação e o desenvolvimento de soluções inovadoras e sustentáveis em seus negócios.

Essa nova visão fez o Grupo adotar programas de redução de perdas, reforçar iniciativas de eficiência energética, ampliar o apoio a projetos de inovação, em frentes como construções sustentáveis, veículos elétricos e novas fontes de geração como solar e biogás, e criar a CPFL Renováveis, reforçando a decisão de expandir seu parque gerador com projetos de energia limpa.

A gestão de inovação é feita por um Comitê responsável por fomentar a cultura inovadora, estabelecer metas e prioridades e reportar constantemente à direção executiva os resultados da estratégia. Nessa estrutura, dois pilares são essenciais: o público externo (academia, empresas parceiras e sociedade) e os colaboradores.

Um dos principais meios de interação com o público externo é o programa de P&D da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Serão investidos R$ 190 milhões entre 2013 e 2017 nessa iniciativa, sendo que atualmente existem 34 projetos em andamento, com contratos que somam R$ 148 milhões.

Os projetos são financiados pelas próprias empresas do Grupo, em linha com os objetivos corporativos e da regulamentação do setor. Pela regulamentação, prevê-se que parte da receita operacional líquida seja destinada a projetos de eficiência energética, pesquisa e desenvolvimento.

Buscamos também envolver todo o nosso público interno. Em 2012, foi criado o programa chamado “Usina de Ideias”. Trata-se de um fórum aberto em que todos os nossos cerca de oito mil colaboradores podem sugerir soluções para aperfeiçoar processos, reduzir custos, melhorar a qualidade de serviços e produtos e criar outros que possam impactar positivamente a vida de nossos clientes. 

Nesse espaço, os participantes também podem contribuir com sugestões às ideias de outros. Desde seu início, já tivemos a participação de mais de 2.000 funcionários, o que resultou em um total de 600 novas ideias.

Com essa estrutura, estamos ainda mais aptos a superar dois desafios do setor elétrico: desenvolver novas fontes de energia renovável e transformar a malha de distribuição de energia elétrica em redes inteligentes. Em geração, inauguramos, em novembro de 2012, a usina solar de Tanquinho, com 1,1 MW de potência, a maior planta do segmento em operação no Brasil, e a primeira do estado de São Paulo. 

O investimento de R$ 13,8 milhões no projeto nos tornou uma das pioneiras na inserção da energia solar na matriz elétrica brasileira, cujo futuro é promissor. Ao longo das próximas décadas, usinas solares poderão substituir fontes tradicionais de
geração.

A empresa trabalha nas redes inteligentes de distribuição. Pretende-se investir R$ 215 milhões até este ano em smart grid, nas frentes de telemedição – com instalação de medidores inteligentes, mobilidade e operação. A implementação das redes inteligentes, ao longo dos próximos anos no Brasil, permitirá maiores níveis de eficiência operacional, melhor qualidade de atendimento e menores perdas, contribuindo para a maior eficiência energética.

Desde sua privatização, em 1997, a CPFL, que atuava basicamente em distribuição de energia elétrica, soube aproveitar oportunidades neste novo contexto para expandir significativamente suas atividades, sempre com destaque a eficiência operacional.

Adquirimos outras distribuidoras, entramos no negócio de geração hidrelétrica, estamos entre os pioneiros do negócio de comercialização, criamos uma unidade para prestação de serviços, fomos a primeira entre as recém-privatizadas empresas do setor elétrico a abrir capital, em 2004, e também a primeira empresa de energia elétrica a produzir e comercializar energia elétrica a partir do bagaço de cana-de-açúcar.

Também estamos entre os primeiros a apostar nesta revolução que está acontecendo com a energia eólica e, somando estes projetos com os projetos de biomassa de cana e nossas PCHs, criamos a maior empresa de energia renovável da América Latina.

Continuamos a buscar novas oportunidades de crescimento, com projetos piloto na área de veículos elétricos, eficiência energética, geração solar fotovoltaica, geração a partir de resíduos sólidos, biogás entre outros.

Mas não basta apenas crescer – inovar em negócios, produtos e serviços -, temos que inovar também nos processos para nos manter sempre competitivos e garantir que nosso crescimento seja sustentável. Ao olhar o futuro e desenvolver soluções inovadoras, a CPFL busca reforçar uma cultura de inovação que permeia toda a sua
história centenária.

* Fernando Mano é diretor de Estratégia e Inovação da CPFL Energia

Painéis fotovoltaicos Estádio do Maracanã, Rio de Janeiro

Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro
Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro

Proposta para energia solar no Maracanã

A geração de energia fotovoltaica para o Maracanã é tema deste artigo elaborado pelos engenheiros Knut Göppert e Knut Stockhusen, da empresa alemã schlaich bergermann und partner, responsável pelo projeto estrutural da nova cobertura do estádio, com a participação de Miriam Sayeg, gerente executiva da companhia no Brasil.

Os primeiros conceitos e ideias para a geração de energia solar foram desenvolvidos após a primeira crise do petróleo em 1973, dando então início à experiência na concepção, construção e operação de usinas de energia solar.

Como exemplos de plantas construídas, temos o desenvolvimento da primeira torre solar updraft tower na Espanha, vários espelhos parabólicos, heliostats e sistemas de calha parabólica de grande escala.

A maior fonte de energia que a humanidade tem à sua disposição vem do Sol. Ano após ano, a atmosfera exterior da Terra é atingida pela energia de radiação de cerca de 1,5 x 1.018 kWh ou 5.461.000 exajoules, correspondendo a cerca de 10 mil vezes o nível de consumo de energia primária de hoje em todo o mundo (aproximadamente 600 exajoules em 2010).

Se conseguisse utilizá-la, livre de custos, de forma eficiente, através do desenvolvimento de tecnologias adequadas, uma fonte de energia sustentável e ecológica estaria disponível para o mundo por um período de tempo ilimitado.

Será tarefa das gerações de engenheiros e investidores, presente e futura, promover a tecnologia solar, com ideias e técnicas de grande escala.

A oferta global de energia, que cada vez mais precisará confiar em fontes renováveis, requer uma ampla gama de tecnologias, que vão desde a captação de água quente nas coberturas residenciais, centrais eólicas, usinas de energia das marés, energia fotovoltaica em pequena e grande escalas e sistemas de processo de prestação de calor até usinas solares de larga escala, com produção de dois e três dígitos de megawatts.


Torre solar na Espanha
Torre solar na Espanha

Heliostats e sistemas de calha parabólica de grande escala

Heliostats e sistemas de calha parabólica de grande escala
Heliostats e sistemas de calha parabólica de grande escala


Espelhos parabólicos com painéis fotovoltaicos
Espelhos parabólicos com painéis fotovoltaicos
Nos últimos anos, as soluções técnicas para o aproveitamento da energia solar têm sido promovidas através do estabelecimento de um quadro político adequado. Como resultado, um número cada vez maior de tecnologias estão, felizmente, disponíveis hoje.

A energia fotovoltaica, tecnologia atualmente mais comum para a geração de energia solar, já tem reduzido seus custos de geração em algumas usinas de energia convencionais instaladas em locais favoráveis.

Para garantir que a energia solar se torne um substituto completo no futuro, sistemas com instalações de armazenamento serão necessários, já disponíveis hoje na forma de centrais térmicas solares. Atualmente estão sendo desenvolvidos também para instalações fotovoltaicas.

Também no Brasil, um país destacado por seu enorme potencial de exploração de recursos hídricos e pelas recentes descobertas de combustíveis fósseis em mar aberto, o uso da energia solar para a geração de energia elétrica através de painéis fotovoltaicos tem evoluído muito, com um nível cada vez maior de aceitação entre indústrias, empresas, governos e população em geral. 

Isso resulta não só do apelo ambiental, mas diz respeito também às questões de autonomia e aumento da demanda de acesso comum à energia.

Comparando, no entanto, a utilização da energia solar no Brasil com países como Alemanha, Espanha, Estados Unidos e Japão, por exemplo, a penetração no segmento de energia solar ainda é muito recente, vulnerável e requer maior desenvolvimento em território brasileiro.

O fato de o Brasil possuir um nível muito mais elevado de radiação solar do que os países mencionados (200% maior no caso da Alemanha e Japão), sem dúvida, contribui para uma redução no custo final de fotovoltaicos e outras energias solares e uma propagação contínua de tecnologias relacionadas.

Detalhe da cobertura do estádio do Maracanã
Detalhe da cobertura do estádio do Maracanã

O projeto do Maracanã

Definindo um pequeno, mas importante, sinal de manifestação da responsabilidade comum de preservação do planeta, estádios das copas da Uefa e Fifa têm sido equipados com instalações fotovoltaicas.

Para a Copa do Mundo de 2014, uma oportunidade extraordinária para o Brasil e especialmente para a cidade do Rio de Janeiro vem servir como modelo único e marcante de sustentabilidade, energia limpa e proteção ambiental.

O Estádio do Maracanã, que deverá receber a final da Copa da Fifa de 2014 e a abertura da Olimpíada de 2016, teve suas obras de reestruturação iniciadas em 2010, com remodelação das arquibancadas existentes, construção de novas arquibancadas inferiores, a demolição da cobertura em concreto existente e construção de nova cobertura tensionada em membrana, projetada pelo escritório schlaich bergermann und partner (sbp).

O sistema estrutural dessa cobertura é baseado no princípio simples da roda raiada. Um anel de compressão de aço perimetral é suportado pela estrutura existente de concreto.

O anel equilibra as forças das vigas de cabos radiais, que são tensionadas pelo anel interno de cabos circunferenciais. Uma cobertura em membrana se estende entre os cabos de vale e cume, criando um layout de planos de membrana leve, translúcido e econômico.

Como um marco visível no que diz respeito à necessidade crescente de utilização de fontes de energia renováveis para a geração de energia, desenvolveu-se a ideia de empregar um sistema fotovoltaico sobre o anel de compressão do estádio.

Um estudo de viabilidade, financiado pelo banco alemão KfW e executado por schlaich bergermann und partner, comparou várias tecnologias e fornecedores para a definição das bases para o projeto. A Light Esco e a EDF decidiram apoiar e executar o projeto com o apoio do Consórcio Maracanã, responsável pelos trabalhos de construção em geral no estádio.

Uma vez instalada a estrutura do anel de compressão na cobertura, uma maneira simples de conectar a subestrutura dos fotovoltaicos à estrutura primária foi desenvolvida.

Para evitar aumento dos esforços de vento e da sobrecarga da cobertura, foi previsto um revestimento em alumínio em torno da subestrutura dos painéis fotovoltaicos, que gerasse ao mesmo tempo uma moldura arquitetônica adequada para um projeto de tanta visibilidade.

A maioria das células solares produzida comercialmente é feita de silício. Células de silício monocristalino e policristalino variam em seu método de fabricação, o que também leva a resultados diferentes de eficiência (células policristalinas de 13%-15%, as células monocristalinas 14%-17%).

Os tipos de células têm também diferentes propriedades visuais. Células policristalinas possuem a típica estrutura de cristal cintilante azul, enquanto as monocristalinas apresentam coloração monocromática, que vão desde azul-escuro até cinza/preto. Por várias razões, células policristalinas foram escolhidas para este projeto.

O volume total de radiação global sobre uma superfície horizontal no Rio é de cerca de 0,192 kWh/m² * 8.760 h/a = 1,690 kWh/m² e foi levado em consideração para os cálculos. Diferentes arranjos dos módulos e da colocação de outros componentes foram analisados em conjunto com os tipos de módulos e tecnologias disponíveis, resultando no layout definitivo.
O sistema fotovoltaico será instalado sobre o anel de compressão, na cobertura do estádio do Maracanã
O sistema fotovoltaico será instalado sobre o anel de compressão, na cobertura do estádio do Maracanã

Os painéis fotovoltaicos são incorporados ligeiramente inclinados à malha da subestrutura

Os painéis fotovoltaicos são incorporados ligeiramente inclinados à malha da subestrutura
Os painéis fotovoltaicos são incorporados ligeiramente inclinados à malha da subestrutura

Para evitar aumento dos esforços de vento e da sobrecarga da cobertura, foi previsto um revestimento em alumínio em torno da subestrutura dos painéis fotovoltaicos
Para evitar aumento dos esforços de vento e da sobrecarga da cobertura, foi previsto um revestimento em alumínio em torno da subestrutura dos painéis fotovoltaicos

Células policristalinas foram escolhidas para o sistema fotovoltaico do Maracanã
Células policristalinas foram escolhidas para o sistema fotovoltaico do Maracanã



A energia verde do Maracanã será um fator de impulso para esse tipo de geração de energia e irá contribuir para a sensibilização do público para a necessidade geral de uma mudança de pensamento com relação à geração e, naturalmente, ao consumo de energia.

Com esse projeto ambicioso e uma equipe motivada, composta pelo governo do Rio, a Light Esco, a EDF, o Consórcio Maracanã, o banco KfW e schlaich bergermann und partner, o Rio de Janeiro cria um marco de referência para as abordagens sustentáveis.

O projeto de modernização do estádio do Maracanã foi desenvolvido pelo escritório Fernandes Arquitetos Associados (arquitetos Daniel Hopf Fernandes, Luís Lima, Paulo Eduardo Jr., Janaína Ferreira, Ricardo Noguer e Ricardo Serzedello). 

A construção é do Consórcio Maracanã, composto pelas construtoras Odebrecht, Andrade Gutierrez e Delta.

Publicada originalmente em FINESTRA
Edição 76 Outubro de 2012






Sustentabilidade e design: Can Cit


Sustentabilidade e design: Can CitySustentabilidade e design: Can City














O Coletivo Amor de Madre e o Studio Swine lançam o projeto Can City que agrega design e sustentabilidade.

O projeto ocupa a sede paulistana do Coletivo, nos Jardins. 

O foco é transformar São Paulo em uma fábrica de móveis que usa seu próprio descarte como matéria-prima.

As peças, feitas a partir de garrafas de vidro e do alumínio das latinhas de bebida, têm desenhos inspirados nas folhas das árvores: das garrafas, se fazem luminárias e do alumínio fundido, banquetas.




Para fundir as latas, Azusa Murakami e Alexander Groves, do Studio Swine, criaram uma fornalha móvel feita com um barril de chope e concreto. 

Nela, o combustível que queima é o óleo de cozinha descartado pelos bares e cafés. 

A dupla inglesa, que está no Brasil, aproveitou para ensinar a técnica aos catadores de lixo, que colaboraram no recolhimento da matéria-prima.


Fonte: Sindmóveis

SPFW recicla o tema da sustentabilidade


Com cenografia dos irmãos Campana, a semana de moda paulistana exalta o Brasil e escolhe materiais recicláveis para decorar o evento, que repete temática de junho de 2012

Prédio da Bienal decorado pelos Irmãos Campana para a 35ª edição do SPFW
Prédio da Bienal decorado pelos Irmãos Campana para a 35ª edição do SPFW (Vanessa Carvalho/Folhapress)
Teve início na tarde desta segunda-feira a 35ª edição do São Paulo Fashion Week. Alocado no prédio da Bienal, no parque do Ibirapuera, o evento de moda receberá até a próxima sexta-feira a coleção verão 2013/2014 de importantes marcas nacionais. 

A semana de moda recicla nesta estação o tema da sustentabilidade, que já pautou a edição de junho de 2012. 

Convidados para cuidar da cenografia do prédio, os artistas irmãos Fernando e Humberto Campana escolheram materiais como piaçava e papelão dourado para revestir as paredes do pavilhão desenhado por Oscar Niemeyer. 

A idéia, segundo eles, era tanto chamar a atenção para a sustentabilidade como remeter à natureza brasileira, tema também já utilizado. 

Outros materiais usados foram madeira e ramos de mandacaru, extratos vegetais que criam um elo entre a SPFW e o parque Ibirapuera, ambiente em que está inserida.

Há trinta anos no mercado de design-arte, a dupla pareceu confortável na semana de moda. "A SPFW é importante para o Brasil e para São Paulo. Para projetar novos talentos e também os consagrados", disse Humberto em entrevista coletiva realizada no início da tarde. 

“Trabalhamos muito fora do Brasil, então é bom fazer um evento assim na nossa cidade.”

À parte a preocupação ambiental, a SPFW Verão 2013/2014 vai ser marcada por desfiles no estilo direto ao ponto -- de venda, mesmo. 

Mais do que nunca, o que se espera é que saiam de cena os figurinos conceituais e que as passarelas sejam tomadas por roupas prontas para o uso no dia a dia. 

A tendência, surgida na Europa, reflete o cenário de crise econômica que atinge boa parte do mundo e o crescimento das chamadas fast-fashion, cadeias de lojas de departamento como a C&A e a Rener, que não param de ganhar terreno com mercadorias simples e baratas.



Marina Silva: “Sustentabilidade não é só um adjetivo”



Foi o que disse a ambientalista, ex-ministra do Meio Ambiente e presidente da Rede Sustentabilidade, Marina Silva (foto), participou do Fórum Panrotas, no painel que abordou os desafios do desenvolvimento sustentável. 

Ao lado dela, estavam a editora da revista Cláudia, Patrícia Zaidan, e o vice-presidente da Alatur, Ricardo Ferreira.

No painel, Marina demonstrou preocupação com o tema. “Vivemos uma crise ambiental, mais forte até do que a econômica. O planeta está 50% ‘no vermelho’. Se a temperatura média aumentar cerca de dois graus, a capacidade de regeneração da Terra será afetada irreversivelmente.”

Para atingir alguma mudança, a ambientalista afirma que são necessárias mudanças no processo de democratização. “Vivemos um período de crise política e de valores”, ressaltou ela. 

“Algumas ações fazem com que sejam destruídas centenas de anos de evolução para garantir lucro por algumas décadas. Não é fácil”, disse, em relação às fontes de combustível utilizadas e à degradação do meio ambiente, mas retrucou: 

“Não sou otimista nem pessimista sobre o tema. Sou persistente”.

O Fórum PANROTAS acontece em aliança institucional com a CNC – Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo, patrocínio do Sebrae, patrocínio premium de CVC, Gol e Itaú; patrocínio master de American Airlines, GJP Hotéis e Resorts, Reserva Fácil, Sabre Travel Network e Tap; patrocínio executivo de Beto Carrero, Esferatur, GTA, Iberostar Hotels and Resorts, Instituto Alatur, Localiza e Reserve, patrocínio de gastronomia de Blue Tree Hotels; destinos patronos Pernambuco e Recife; audiovisual da R1 Solutions, consultoria em tecnologia da Bysense e assessoria de comunicação da B4T. 

Além disso, o evento terá compensação de carbono realizada com apoio da Tour House.
Fórum PANROTAS

[Vídeo]: Experiência dá 'nó em pingo d´água', literalmente!


Movimento água som


Quando abrimos a torneira ou mangueira em nossas casas a água sai sempre em um único formato, certo?! Mas, será que seria possível a água fazer outras formas antes de cair no solo? 

O ilusionista Brusspup aceitou o desafio e criou um mecanismo que permite que a água, com a ajuda de ondas sonoras, forme espirais e até quadrados antes de cair no chão. As informações são do site Colossal.

Brusspup colocou uma mangueira muito próxima a uma caixa de som potente que emitia uma onda sonora de 24Hz. A câmera foi posicionada na saída da água e gravou a cena em 24 quadros por segundo. 

"Coloque o tubo da mangueira virado para baixo e próximo do alto-falante, fazendo com que ele toque a caixa de som. 

Deixe a mangueira suspensa cerca de um a dois centímetros abaixo da parte inferior da coluna. Fixe a mangueira ao alto-falante com fita adesiva ou o que melhor funcionar para você. 

O objetivo é garantir que o tubo toque realmente o alto-falante, para quando ele emitir o som (vibrar), o tubo também vibre", explicou o inventor.

O criador do projeto também afirma que quanto maior for a velocidade do obturador da câmera, melhor vai ser a captação de detalhes da silhueta da água. 

Mas, com mais velocidade, as pessoas que tentarem fazer o experimento em suas casas têm que saber que elas precisarão de mais luz durante o processo de captação da imagem. Com tudo ajustado, é só ligar a câmera, o alto-falante e abrir a torneira para ver o show das águas bem no seu quintal.

Confira abaixo o vídeo demonstrativo do projeto de Brusspup:




Matéria completa:
 http://canaltech.com.br/noticia/curiosidades/Video-Experiencia-da-no-em-pingo-dagua-literalmente-Veja/#ixzz2O0KyWpU8 

Entidades buscam comprovar sustentabilidade de produtos


André Trigueiro*

Existem hoje, no Brasil, pelo menos 30 selos confiáveis para identificar se um produto é sustentável, mas existem muitos outros que são apenas propaganda enganosa.
Você já reparou na quantidade de selos verdes que aparecem estampados nas embalagens de diversos produtos espalhados por aí? 

São marcas que se dizem ecológicas, sustentáveis, preocupadas com o meio ambiente. A pergunta é: dá para confiar?

Uma pesquisa recente da Associação de Defesa dos Direitos dos Consumidores, a Proteste, revelou várias irregularidades no uso de selos verdes. “A palha de aço, por exemplo, dizia que não contém bactérias, tem ali um apelo “eco”, mas nós sabemos que isso não é verdade. 

Existe bactéria. Alguns produtos se dizem orgânicos. Quando a Proteste foi analisar, tem componentes químicos. Os xampus também se diziam ecológicos. Na verdade eles têm parabenos, que é uma substância química encontrada nesse tipo de produto”, diz Maria Inês Dolci, coordenadora da Proteste.

Para piorar a situação, em alguns casos, os produtos com selo verde podem custar mais que o dobro da versão original sem nenhuma vantagem para o meio ambiente. Para a Associação Brasileira de Normas Técnicas, falta credibilidade à maioria absoluta dos selos verdes. 

“Eu diria que, no mundo, uma média de uns 500 selos verdes dentro os quais você poderia comparar, em 100 você poderia realmente ter uma confiança”, afirma Guy Ladvocat, gerente de Certificação de Sistemas da ABNT.

A ABNT lançou o próprio selo em 2008. Para obter a certificação, o fabricante é obrigado a seguir até 30 exigências, que variam de acordo com o produto ou serviço. O custo da certificação varia de R$ 15 mil a R$ 150 mil. Ao todo, 235 produtos e três serviços já receberam o selo da ABNT.

Até o bondinho do Pão de Açúcar entrou na onda do selo verde. Reduziu o consumo de água e energia, intensificou a coleta seletiva de recicláveis e realizou vários outros ajustes para se tornar o primeira atração turística certificada ambientalmente do Brasil.

Se a propaganda é a alma do negócio, quem anuncia produtos sustentáveis que não merecem ser chamados assim tem culpa no cartório. Desde 2011, esses anunciantes estão na mira do Conar, o Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária. 

“Para dar veracidade, para dar credibilidade, e mais, responsabilidade de fato socioambiental das empresas, marcas e produtos em sua comunicação”, diz Edney Narchi, vice-presidente executivo do Conar.

Em um ano e meio, foram analisadas 30 campanhas publicitárias suspeitas. Nove foram obrigadas e fazer ajustes, e duas foram suspensas. “A grande maioria das falhas foi na omissão das informações. Alegava-se uma vantagem sem fazer com que o consumidor pudesse comprovar a veracidade daquilo”, afirma Narchi.

Apesar do avanço da consciência ecológica, o Brasil continua sem uma lei que regule a certificação ambiental. Enquanto a lei não vem, não há outro jeito de se proteger senão buscar informações sobre o tal selo verde.

“Principalmente qual foi a instituição que concedeu esse selo porque, sendo uma instituição que você conhece, que você sabe que tem reconhecimento nacional e internacional, vai ter uma certeza muito maior de que aquele trabalho foi feito de acordo com as boas práticas da rotulagem ambiental, que é o mais importante para você saber”, diz Ladvocat.

* André Trigueiro é jornalista com pós-graduação em Gestão Ambiental pela Coppe-UFRJ onde hoje leciona a disciplina geopolítica ambiental, professor e criador do curso de Jornalismo Ambiental da PUC-RJ, autor do livro Mundo Sustentável – Abrindo Espaço na Mídia para um Planeta em Transformação, coordenador editorial e um dos autores dos livros Meio Ambiente no Século XXI, e Espiritismo e Ecologia, lançado na Bienal Internacional do Livro, no Rio de Janeiro, pela Editora FEB, em 2009. 

É apresentador do Jornal das Dez e editor chefe do programa Cidades e Soluções, da Globo News. É também comentarista da Rádio CBN e colaborador voluntário da Rádio Rio de Janeiro.

(Mundo Sustentável)

Via: www.mercadoetico.com.br