Jovens no Rio aprendem atitudes sustentáveis no Green Nation Fest

Alunos de escolas do Rio participam de atividades na Quinta da Boa Vista.
Evento, que é aberto ao público, tem diversas tendas interativas.
Janaína Carvalho do G1 RJ



Visitantes observam uma instalação multimídia que alerta a 
respeito dos efeitos do aquecimento global sobre as geleiras 
(Foto: Victor R. Caivano/AP)

Alunos de diversas escolas do Rio começaram a visitar, na manhã desta quinta-feira (31), a primeira edição do Green Nation Fest, um festival interativo e sensorial que estimula o público a ter atitudes mais sustentáveis. 

Segundo o diretor do Centro de Cultura, Informação e Meio Ambiente (Cima), Marcos Didonet, o objetivo é que as pessoas saiam do festival com outra mentalidade.


“Nosso objetivo é levar a sustentabilidade para o grande público. Para as pessoas que não estão acostumadas a discutir, vivenciar ou até a se engajar na questão ambiental. Hoje, ainda, esse tema parece ser complexo e distante das pessoas e o planeta exige a necessidade da grande massa, do grande público”, afirma Marcos.

O Rio de Janeiro recebe em junho a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.

Uma das grandes atrações do festival, que antecede o evento internacional, é o “Gol de bicicleta”, uma tenda onde os participantes pedalam e geram energia para o seu time. 

Além de conhecer e se aproximar de métodos alternativos de produção de energia, o visitante percebe que a união é fundamental para o sucesso da sustentabilidade no planeta.

Alunos de escolas do Rio participam de atividades na 
Quinta da Boa Vista (Foto: Janaína Carvalho/G1)

“Estou aprendendo muita coisa aqui, como economizar água, não jogar lixo nas ruas, cuidar das nossas florestas e não poluir o meio ambiente. É tudo muito interessante e divertido”, afirma a estudante Maria Clara Peçanha, 14 anos, aluna do 9° ano do Ginásio Experimental Nilo Peçanha.

Segundo Didonet, o evento tem como meta chegar ao público de forma agradável, trabalhando, principalmente as paixões das pessoas. “Se você gosta de futebol, vem para cá fazer gols de bicicleta para o seu time e com isso vai gerar energia que vai iluminar outra instalação do festival. 

Se você gosta de cinema, vem para cá assistir um cinema mais engajado. Tem opção para todos os gostos, mas tudo é voltado para a questão da sustentabilidade. 

Você não só vai estar se divertindo, mas também está se informando, se formando e percebendo que você pode mudar de comportamento sem ser obrigado. Você muda de comportamento e percebe que é legal”, afirma o organizador do festival.

Outras atrações

O festival também tem outras atrações, como a Pegada de Carbono, onde, por meio de um sistema informatizado, cada participante poderá calcular a quantidade de gás carbônico que foi lançado na atmosfera para que ele pudesse chegar ao evento. 

O cálculo é feito em função do meio de transporte utilizado e a distância percorrida. Outras tendas que chamam a atenção do público são o espaço quis, onde eles testam conhecimentos sobre sustentabilidade e as oficinas lúdicas, onde crianças de todas as idades conhecem novas práticas de sustentabilidade.

Evento, que é aberto ao público, tem diversas tendas 
interativas (Foto: Janaína Carvalho/G1)

Segundo o coordenador das oficinas, Jaime Pacheco, a principal ideia do espaço é trabalhar com a reutilização de materiais. “Utilizamos uma forma prática para a garotada aprender o impacto que determinadas atitudes podem trazer para o meio ambiente. 

Aqui na oficina eles usam materiais recicláveis para confeccionar materiais como livros de panos e diversos”, explica Jaime, ressaltando que a ideia é que os professores que estão acompanhando os jovens reproduzam os conceitos adquiridos no evento nas escolas.

Muda de árvore de presente

No final do evento, todos os visitantes são presenteados com uma muda de árvore plantada em seu nome no Parque Natural Municipal de Grumari, área de reflorestamento no município do Rio. 

São mais de 40 espécies distribuídas aleatoriamente. Além do certificado da muda, será entregue uma senha para que o visitante acesse o portal Nossas Árvores e conheça mais sobre a espécie recebida.

O evento, que está aberto ao público gratuitamente até o dia 7 de junho, das 8h às 17h, acontece na Quinta da Boa Vista, Zona Norte do Rio. Escolas que ainda não se cadastraram, mas que têm interesse em visitar o festival, podem agendar visita através do site da secretaria municipal de Educação.

Outro ambiente interativo mostra os riscos e efeitos dos 
incêndios florestais (Foto: Victor R. Caivano/AP)

IPT testa degradação de sacolas de supermercado

Agência FAPESP – O Centro Tecnológico de Processos e Produtos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) realizou um estudo para comparar a biodegradação de quatro diferentes embalagens vendidas ou dadas em supermercados.


Nenhuma das amostras analisadas será degradada 
rapidamente na natureza, apontam testes feitos 
com quatro tipos diferentes de sacolas vendidas ou 
distribuídas (IPT)

Os testes foram encomendados pela Rede Globo de Televisão. O resultado apresentou a porcentagem que cada material biodegradou: as de papel biodegradaram cerca de 40%; as de plástico comum 30%; as de amido de milho (feita a partir de fontes retornáveis) 15%; e as oxidegradáveis (que recebem aditivos para se degradarem mais rápido) apenas 2%. A margem de erro é de 10%.

De acordo com o IPT, de modo geral, nas condições do teste realizado no Laboratório de Biotecnologia Industrial, nenhuma das amostras analisadas pode ser considerada como de fácil biodegradação, isto é, não serão degradadas rapidamente na natureza.

O IPT destaca, entretanto, que existem diversos fabricantes de sacolas no mercado e o teste foi realizado em apenas uma amostra de cada material. “A conscientização do consumidor em contribuir com a redução dos lixos, coleta seletiva e reciclagem pode ser tão importante quanto os novos materiais no mercado”, disse a pesquisadora Maria Filomena Rodrigues.

Segundo a determinação do “Teste da Biodegradabilidade Imediata pela Medida do Dióxido de Carbono Desprendido em Sistema Aberto”, facilmente biodegradável é todo material cujo conteúdo orgânico se transforma em água e gás carbônico (mínimo 60%) em até 28 dias.

Compostável, por sua vez, é o material que se biodegradou e gerou húmus com ausência de metais pesados e substâncias nocivas ao meio ambiente, que permitem a germinação e o desenvolvimento normal de plantas.

O ensaio realizado no IPT consistiu em submeter os diferentes tipos de embalagens em uma solução mineral para que elas sejam consumidas por microrganismos naturais, retirados da natureza (solo, lago, lodo), simulando com maior intensidade o que pode ocorrer no meio ambiente.

No ensaio, as sacolinhas são a única substância orgânica fonte de “alimento” para as bactérias. A avaliação da biodegradabilidade foi realizada em condições similares, tanto quanto possível, às do ambiente de destinação.

A biodegradação leva à formação de dióxido de carbono (CO2), água e biomassa. A porcentagem de CO2 apresentado pelo material estudado, em relação ao total de CO2 teoricamente esperado para a completa oxidação do conteúdo de carbono da amostra (CO2 – teórico), informará se a sacola é biodegradável ou biorresistente, determinada nessa metodologia por 28 dias.

No Laboratório de Processos Químicos e Tecnologia de Partículas foram realizados os ensaios para identificação química das sacolas plásticas. Por meio dessa técnica, foi identificado que as sacolas “oxidegradável” e “convencional” são constituídas de polietileno, um dos tipos de plástico mais comum.

Na sacola de “amido” foi identificada a presença de um constituinte polimérico quimicamente diferente das outras duas citadas, um polímero do tipo poliéster, que inclui produtos químicos presentes nas plantas.

Segundo o IPT, é importante ressaltar que as técnicas empregadas não permitem identificar a presença de possíveis aditivos nas sacolas, como os oxidegradáveis. Ainda, não é possível avaliar origem do material polimérico, se é proveniente de uma fonte renovável ou não.

Mais informações: www.ipt.br

Executivos afirmam que sustentabilidade pode custar mais para empresas

Estudo da Accenture entrevistou 250 profissionais de economias maduras e em desenvolvimento para entender a importância de um modelo de negócio sustentável
Por Sylvia de Sá, do Mundo do Marketing 
sylvia@mundodomarketing.com.br




A maioria dos executivos brasileiros acredita que o foco em sustentabilidade pode aumentar os custos de uma companhia. 

De acordo com um estudo da Accenture, 92% dos entrevistados no Brasil disseram que um modelo de negócio sustentável pode custar mais para as empresas do que um modelo que não é sustentável. 

Em seguida, aparece os Estados Unidos, com 85%, enquanto a média geral foi de 78%.

Os profissionais do Brasil, no entanto, também acreditam que uma gestão sustentável é fundamental para os negócios, com 64% das citações, contra a média global de 44%. 

Na Europa, por exemplo, o índice foi de apenas 25%. O levantamento entrevistou 250 executivos de economias maduras e em desenvolvimento.

Quando questionados se poderiam cobrar um preço premium dos clientes pelo produto ou serviço sustentável, 70% dos países dos mercados emergentes responderam que “concordam”. 

No Brasil, o resultado ficou abaixo da média, com 56%. 

Os Estados Unidos aparecem com 67% e o Japão, 36%. 

Os profissionais que participaram da pesquisa também apontaram os Estados Unidos como o país com maior esforço para ser mais sustentável. 

O Brasil ficou em 10º lugar, atrás de mercados como China, Índia e França.

MTur negocia redução dos custos com energia elétrica para hotelaria

A redução dos custos com energia elétrica para os hotéis está na pauta da desoneração da cadeia produtiva do setor turístico. 




Na próxima semana, o Ministro do Turismo, Gastão Vieira, fará uma nova rodada de negociações com representantes dos hoteleiros e do Ministério de Minas e Energia para discutir o assunto. 

“Conseguimos a desoneração da folha de pagamento dos hotéis. Agora, estamos trabalhando com as entidades e outras áreas do governo em medidas para a redução dos gastos com as contas de luz”, afirma o ministro, que encontrou-se no dia 21 de maio, em Brasília (DF), com representantes da hotelaria.

O pedido do setor produtivo é mudar a fórmula de cálculo da conta de energia elétrica, feita hoje pela estimativa antecipada da demanda. 

Os hoteleiros querem alterar a categoria de consumo dos estabelecimentos de comercial para industrial, com menor índice de tributação. A redução de tributos como o PIS/Cofins é outra medida em debate. 

“O governo quer avançar nessa discussão. A desoneração é fundamental para aumentar a competitividade do turismo nacional. 

Se conseguirmos reduzir os custos das empresas, isso terá impacto na geração de empregos no setor e também na redução de preços para o turista. Essas são as contrapartidas que exigiremos dos empresários”, avalia o ministro.

Em abril, depois da articulação coordenada pelo Ministério do Turismo, a presidente Dilma Rousseff anunciou a inclusão da hotelaria no Plano Brasil Maior. 

Assim, houve a substituição da contribuição de 20% sobre a folha de pagamento pela alíquota de 2% do faturamento bruto dos empreendimentos. 

Agora, o ministério parte para a segunda etapa no esforço pela desoneração do setor.

Abu Dhabi ergue 'cidade verde' no deserto

ITALO NOGUEIRA
ENVIADO ESPECIAL A ABU DHAB
I

O dinheiro do petróleo de Abu Dhabi ergue no deserto do Oriente Médio uma espécie de "cidade verde". Um centro para pesquisar e aplicar a eficiência no uso de energia renovável.

Ao custo de R$ 38 bilhões, Masdar City tenta atrair estudantes e empresas para se tornar polo tecnológico.

Criada como modelo de sustentabilidade, Masdar -vinculada ao emirado de Abu Dhabi- tem também função econômica. É uma das apostas do governo para diminuir a dependência do petróleo.

A cidade ainda engatinha. Só 102 dos esperados 40 mil moradores em 2025 habitam o local, todos estudantes. Entre eles, dois brasileiros.

"Queria estudar num lugar voltado para a sustentabilidade", disse o engenheiro Luiz Friedrich, que cursa engenharia de sistema e gestão.

O espírito da ideia, iniciada em 2007, já é visível. O carro elétrico sem motorista, que anda com toque numa tela, é o destaque para curiosos. Mas é no planejamento que ela busca se diferenciar.

O centro foi erguido de modo a aproveitar os ventos do deserto. Ruas estreitas e uma torre de vento ajudam a refrescá-lo. Tudo para reduzir o uso de ar condicionado onde o verão chega a 50ºC.

Editoria de Arte/Folhapress

O plano diretor do arquiteto inglês Norman Foster buscou privilegiar os pedestres. Lá, os carros elétricos ficam escondidos sob o solo. Um contraste com mega-avenidas e escassas calçadas de Abu Dhabi e Dubai, principais cidades do país.

"A função de Masdar é mudar o jeito como as coisas são feitas", diz o diretor de Masdar City, Alan Frost.

Mas a criação do centro também tem críticos. Temem que suas pesquisas não se tornem úteis para as caóticas megacidades já existentes. Masdar já foi chamada até de "Disneylândia verde".

"Sua pureza se baseia na crença de que o único modo de criar uma comunidade harmoniosa é isolá-la do mundo", escreve Nicolai Ouroussoff, ex-crítico de arquitetura do "New York Times".

Frost diz que o isolamento é importante para as pesquisas. Mas reconhece que elas só são úteis se usadas em cidades existentes.

"Numa área limpa temos a chance de fazer algo correto e novo. Mas tudo é feito para aprender lições, voltar e reestruturar as cidades."

O centro fará apresentações na Rio+20, em junho.

Masdar busca atrair empresas com imposto zero e parcerias. A Siemens espera a conclusão do primeiro prédio comercial para instalar ali sua sede no Oriente Médio. A Mitsubishi pesquisa o desempenho de carros a bateria.

Abu Dhabi quer diminuir o peso do petróleo de 60% para 40% na economia até 2030, apostando em tecnologia.

"Não havia um polo global de energia limpa e renovável. A ideia é fazer de Masdar esse polo", diz Frost.
O jornalista ITALO NOGUEIRA viajou a convite da empresa Cassidian

Para Fiergs, economia verde influencia exportações

Postado por Danton Júnior - Meio ambiente
Foto: Marcelo Bertani | Agência ALRS

O êxito da Rio+20 depende, em muito, da definição sobre os rumos da chamada economia verde. Acostumado a ser visto como vilão do meio ambiente, o setor industrial dá mostras de que pretende participar ativamente das negociações. 

 Uma das prioridades é obter o reconhecimento do governo brasileiro para a certificação denominada Produção Mais Limpa (PmaisL), elaborada em conjunto entre o Centro Nacional de Tecnologias Limpas (CNTL), ligado ao Senai, e a ONU.

Para o coordenador do conselho de Meio Ambiente da Fiergs, Torvaldo Marzolla Filho, a economia verde pode influenciar inclusive a competitividade do Brasil no mercado internacional. 

“Hoje temos 1,1% das exportações mundiais e cada vez mais o mundo lá fora vai querer ‘segurar’ a nossa produção”, afirma. “Imaginamos que, junto com o certificado do CNTL, dizendo que aquele produto foi feito desde a sua matéria-prima, passando por toda a sua linha de produção, dentro dos preceitos aprovados e apoiados pela ONU, teremos tranquilidade em manter nossa posição no mercado internacional”, avalia.

O reconhecimento do governo, de acordo com o empresário, tem o poder de oficializar a certificação, que consiste em aumentar a eficiência energética no uso de matérias-primas por meio da reciclagem ou minimização dos resíduos gerados.

Com sede em Porto Alegre, o CNTL visa ainda garantir um apoio às pequenas e médias empresas, que segundo Marzolla muitas vezes não possuem um departamento ambiental. A ideia é capacitar funcionários e adaptar a linha de produção para que seus produtos sejam certificados.

Marzolla reconhece os avanços da Eco92 na conscientização ambiental do empresariado, mas ressalta que o primeiro passo ocorreu em 1972, na Conferência de Estocolmo – a primeira reunião da ONU a tratar do meio ambiente. 

A visão dos participantes, no entanto, ainda era limitada. “Um representante do Brasil dizia, nos corredores, que o país queria ‘importar’ poluição, porque em todos os países evoluídos o povo vive muito bem (com a presença da poluição)”, conta o empresário.

Hoje, segundo Marzolla, não se concebe uma indústria que não respeite o meio ambiente. “Houve tempos em que a coisa não era tão séria porque a natureza era abundante. Hoje o consumo é muito grande e o planeta está sofrendo.”

Consumidor consciente opta pela satisfação do produto e não pela compra em excesso

SÃO PAULO - Muitos consumidores dizem praticar o consumo consciente, no entanto, quando o assunto é tecnologia ou moda, por exemplo, observamos um comportamento oposto do consumidor.


Segundo um artigo publicado Akatu, o verdadeiro consumidor consciente deve ter satisfação pelo uso dos produtos e não pela compra em excesso, assim como fazem as pessoas mantêm um celular por anos, porque estão satisfeitas com a sua funcionalidade e não o troca a cada modelo novo lançado.

Para adotar uma postura sustentável, o consumidor também deve optar por produtos duráveis mais do que os descartáveis ou de degradação acelerada, assim como já acontece com a substituição das sacolas plásticas descartáveis por sacolas retornáveis.

Mais atitudes sustentáveis 

Uma boa atitude sustentável é praticar o uso compartilhado de produtos mais do que aposse individual. 

Um bom exemplo é o uso de bicicletas compartilhadas em diversas cidades, inclusive em São Paulo, onde é possível alugar bicicletas em pontos estratégicos da cidade.

Adquirir produtos que consomem menos energia também pode contribuir com o meio ambiente, uma opção é adquirir eletrodomésticos com o selo Procel que certifica os produtos que gastam menos energia. 

Com isso, além de contribuir para o meio ambiente você ainda gera uma economia para o bolso.

Optar por produtos virtuais, como livros digitais também é uma forma de praticar o consumo consciente.

Caiu na rede

Amália Safatle,


Sem aviso prévio, as empresas dão-se conta de que perderam o controle da comunicação sobre elas mesmas. 

O privado virou público, os manuais se tornaram peças pré-históricas e o greenwashing já era. E agora?

A descoberta de capim no estômago de mamutes congelados na Sibéria indicaria que estes foram surpreendidos, em meio à refeição, por um abrupto fenômeno natural naqueles tempos pré-históricos. Essa mesma imagem é transposta para ilustrar um período mais atual que nunca: é assim que as empresas se sentem hoje, quando o assunto é a maneira como se comunicam e se relacionam com a sociedade.

Em plena transição para a pós-modernidade, o modo paquidérmico de se relacionar é assolado por mudanças implacáveis. Sem aviso prévio, as empresas dão-se conta de que não controlam mais a comunicação. Não detêm mais o enunciado sobre elas próprias. Os muros caíram, os reis ficaram nus e tudo isso foi parar nos facebooks da vida. E agora?

“Agora são tempos muito interessantes para a comunicação corporativa”, diz Hélio Muniz Garcia, diretor de comunicação do McDonald’s no Brasil. Nas entrevistas em off que os comunicadores de 11 grandes empresas concederam a um pesquisador, a aflição com os novos tempos se mostra mais patente, como dá para notar pela metáfora do mamute, citada por um dos respondentes.

“O pessoal está assustado, vendo que os conceitos mudaram e que a antiga fórmula de comunicar não dá mais certo. O que não sabem é como mudar as práticas, até porque percebem que as escolas ainda estão formando profissionais de relações públicas, propaganda e jornalismo nos moldes antigos”, diz Rafael Luis Pompeia Gioielli, que trabalha no Instituto Votorantim e ouviu as companhias para municiar sua tese de doutorado. (mais sobre formação de comunicadores na reportagem “Pauta a cumprir“)

Intitulada Empresas, Sociedade e Comunicação: debates e tendências na transição pós-moderna, a tese defendida na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP [1] recheia-se de exemplos para ilustrar como a era das redes revolucionou a comunicação, e por que comunicação não é mais passar uma mensagem nem convencer o receptor e, sim, fazer parte do processo de transformação daquilo que está a sua volta. ( O estudo estará acessível em teses.usp.br)

O greenwashing já era

Quando a Vale do Rio Doce viu que aparecia em primeiro lugar no ranking de “pior empresa do mundo” da premiação Public Eye Awards [1], a “crise” foi gerida da forma mais equivocada. A área de comunicação abriu o acesso dos funcionários da companhia às redes sociais orientando que votassem na segunda colocada – a Tepco, responsável pelas usinas nucleares de Fukushima – de modo a escapar da “liderança”. Mas os funcionários não só não votaram, como a informação, obviamente, vazou, fazendo com que a emenda ficasse pior que o soneto. E a Vale foi eleita em primeiro.

[1]Conhecido como o Nobel da vergonha corporativa mundial, criado pelas ONGs Greenpeace e Declaração de Berna, é concedido a empresas com graves passivos sociais e ambientais, por voto popular

Segundo Gioielli, a orientação havia sido baseada na ideia antiga, verticalizada e funcionalista da comunicação, de que o emissor controla a informação e o receptor atenderia ao comando. “Mas as empresas não têm mais o poder que tinham. Sua imagem não é mais construída por elas mesmas, e, sim, por meio de um processo colaborativo, em rede”, diz. Ele cita os exemplos da BP e da Chevron, em que os comunicados que atenuavam a gravidade dos vazamentos foram rapidamente confrontados e desmentidos pela informação on-line e viral das redes. “Acabou o greenwashing”, afirma Gioielli. “O greenwashing já era”, reforça um dos maiores estudiosos da sociedade em rede, Augusto de Franco.

Tem que participar

Não basta só emitir uma mensagem. Que o diga a construtora responsável por estádios da Copa do Mundo. A empresa mal podia imaginar a perturbação que causaria uma simples câmera instalada por um vizinho de um dos canteiros e plugada na web, registrando 24 horas por dia a obra que não avançava. Enquanto a empresa se perdia em reuniões com a equipe de comunicação para ver como gerir a crise, a filha do presidente-executivo da construtora – que sofria bullying dos colegas na escola, que cobravam a aceleração das obras – sugeriu que a empresa colocasse um 0800 para prestar as informações.

Foi daí que surgiu a ideia de a empresa criar um hotsite, pelo qual passou a ser possível a qualquer cidadão acompanhar on-line o andamento das obras – assim como fazia o vizinho “bisbilhoteiro”. Só que, desta vez, a empresa passava a assumir o compromisso com a transparência – e precisava realmente de acelerar a construção, para ter o que mostrar. “Percebe como uma menina de 11 anos encontrou a solução para nos comunicarmos de forma adequada com a sociedade?”, ressalta o diretor de comunicação da empresa, ouvido pelo pesquisador.

Mais que o surgimento de ideias e estratégias, produtos e serviços, essa nova dinâmica de diálogo propicia mudanças de comportamento e de cultura também na “psique” organizacional, na opinião de Guilherme Patrus Mundim Pena, diretor de comunicação institucional da Copersucar. (Leia a entrevista na íntegra)

Para ele, a área mais competente para lidar com essa nova demanda complexa é a de comunicação – mas não de forma isolada, pois a profusão dos meios e dos produtores de conteúdos também quebrou seu “monopólio da fala” dentro da instituição. “Nesse novo ambiente, a fala é cada vez mais transversal, interagindo com as áreas de TI, RH, marketing e também com o jurídico, sem falar na constante calibração estratégica com o alto-comando”, diz.

Hélio Muniz, do McDonald’s, lembra que pouco tempo atrás o alto-comando relacionava-se com a área de comunicação assim: “Escreve um press release e espera minha aprovação em uma semana”. Mas, com a informação que flui praticamente livre e incontrolável pelas redes, não só a comunicação passa a ser feita de forma instantânea, em tempo real, como vem abrir um novíssimo capítulo na Teoria da Comunicação.

A grande crítica dos estudiosos da Escola de Frankfurt [2] é que a chamada esfera pública midiática era mediada por veículos controlados por interesses privados, usando a comunicação como instrumento de dominação das massas, para fins específicos. Entre seus principais expoentes, Theodor Adorno, Max Horkheimer, Walter Benjamin, Herbert Marcuse e Jürgen Habermas disseminaram expressões como “indústria cultural” e “cultura de massa”.

[2] Escola de teoria social interdisciplinar neomarxista, criada na década de 1920, associada à Universidade de Frankfurt

Essa importante discussão que permeia a grade curricular das escolas de comunicação desde o século XX agora deve ser revista com o advento das redes, que diluem o poder dos chamados “interesses privados”. Aliás, o que é privado que ainda não se tornou público? Algumas escolas, como a ECA, até criaram disciplinas como Novas Mídias, mas, no entender de Gioielli, estas ainda não aprofundam o debate sobre a mudança estrutural que o advento da sociedade em rede traz à comunicação.

Novo contexto cultural

Como um adolescente cheio de novas ideias e que não cabe mais nas roupas de criança, essa mudança do moderno (visão linear, cartesiana, verticalizada e insustentável) para o pós-moderno (visão complexa, multidimensional, horizontalizada e mais sustentável) provoca um choque cultural quando confrontada com as velhas e limitadas estruturas organizacionais.

“Tudo que é sustentável tem padrão de rede”, afirma Franco, articulador da Escola de Redes. “A vida na Terra se organizou dessa forma, não tem hierarquias. O que é vivo tem membranas permeáveis, e não paredes.” Somente de 6 mil anos para cá é que a civilização “inventou” a verticalidade, expressão na qual Franco remete não somente às construções arquitetônicas, como à hierarquia do patriarcado e do Estado. “São 3,9 milhões de anos [de expertise da natureza] desperdiçados.”

Para Franco, estamos vivendo uma mudança cultural que questiona tudo isso e usou a tecnologia para acelerar o processo. “Se não houvesse esse desejo de mudança, a internet não seria usada para quebrar as hierarquias. Foi a mudança social que levou a esse uso da intenet, e não o contrário”, defende.

Por isso, Gioielli afirma que não se trata de “criminalizar” as empresas, que até então estavam apenas respondendo a um determinado modelo mental e cultural da sociedade. “Antes, por exemplo, a imagem de uma empresa admirável era a de uma chaminé soltando fumaça. O que mudou foi o entendimento da sociedade sobre ela mesma”, diz.

Mas o efeito disso, diz Franco, é que hoje as empresas estão “malucas”, porque são obrigadas a inovar, quando nasceram formatadas apenas para copiar e aperfeiçoar processos já conhecidos. Assim, querem ser inovadoras ao mesmo tempo que as pessoas ficam presas em cinco reuniões por dia, são proibidas de usar o Facebook na empresa e obrigadas a ir todos os dias bater cartão no mesmo horário para fazer coisas que poderiam fazer de outros lugares ou de casa. Isso se chama teletrabalho [3], que permite mais mobilidade, flexibilidade, evita perda de tempo, emissões de carbono e desgates no deslocamento físico, aumentando a produtividade e a qualidade de vida.

[3] Há uma expectativa de que o instrumento do teletrabalho passe a ser mais usado pelas empresas com a promulgação da Lei nº 12.551/2011, que regulamenta o trabalho à distância no Brasil

Alta mortalidade

E Afora isso, Franco diz que há um entendimento equivocado do que é ser sustentável. No caso das empresas, acredita-se que signifique perpetuar o negócio. “Mas o que é sustentável não dura para sempre, e, sim, muda sempre”. No livro Vida e Morte das Empresas na Sociedade em Rede, editado pela Escola de Redes, Franco registra um dado perturbador sobre a expectativa de vida média das empresas americanas, segundo a S&P500: de 75 anos, em 1937, caiu vertiginosamente para 15, em 2011. 

Se mantida essa curva, o que acontecerá com as empresas?

Ao mesmo tempo, existe uma alta natalidade, e não mais atrelada a acúmulo de dinheiro guardado e nem ao bom relacionamento com políticos – fatores que no passado eram cruciais para criar uma empresa. “Não se precisa mais de capital inicial, e sim saber inovar.”

É na gerência média das empresas que Franco vê a menor receptividade à inovação. “São funcionários que desejam crescer na empresa usando o modelo conhecido.” Não que o fortalecimento do status quo seja algo perseguido apenas no ambiente corporativo. “A rotatividade na alta chefia das ONGs é menor que no Partido Comunista”, dispara Franco.

Em um vislumbre do futuro, ele enxerga as empresas como comunidades móveis de negócios, formada por redes de stakeholders. Tudo isso é uma revolução tanto na forma de se relacionar como de comunicar, interagir e transformar a realidade. Até porque, a esta altura, todas essas caixinhas já terão se fundido em uma só.

Comunicar crescimento e sustentabilidade?

Por ser considerada empresa benchmark em sustentabilidade, procuramos a Natura para abordar um ponto nevrálgico: a questão do consumo. Perguntamos como a empresa lida com o fato de que sustentabilidade pressupõe limites – ao consumo, ao uso de recursos e de energia, à geração de resíduos – mas ao mesmo tempo precisa comunicar ao mercado que é uma empresa em crescimento.

“Não existe só uma comunicação, existem muitas. Na comunicação com o mercado, com o acionista, preciso falar da continuidade, da perpetuação do negócio”, diz Rodolfo Guttilla, diretor de assuntos corporativos da Natura. Ele afirma que não existe contradição entre comunicar sustentabilidade e crescimento simultaneamente se a empresa crescer em receita, mas não aumentar o uso de recursos, com ganho de produtividade e aumento de eficiência.

Questionado sobre os limites ao crescimento, considerando que já estamos usando um planeta e meio, Guttilla responde que a Natura tem como meta futura atingir um modo de produção craddle to craddle (do berço ao berço, ou seja, por meio de um ciclo fechado) “Mas, mesmo em uma situação de ciclo fechado, existe um limite ao crescimento, que a gente não sabe qual é”, admite.

Ban Ki-moon pede por resoluções mais rápidas para a Rio+20

Jéssica Lipinski, do Instituto Carbono Brasil



Faltando menos de um mês para a Conferência nas Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que acontece entre os dias 20 e 22 de junho no Rio de Janeiro, um documento de cerca de seis mil páginas foi criado, mas poucas decisões foram de fato tomadas. 

Por essa razão, o coreano Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, pediu na quinta-feira (24) que os participantes da reunião apressem as negociações, a fim de conseguirem resultados concretos do encontro.


“As negociações têm sido dolorosamente lentas”, lamentou o coreano. Por causa das poucas ações criadas nos últimos eventos internacionais para estimular o desenvolvimento sustentável, uma última rodada de debates foi marcada entre os dias 29 de maio e dois de junho para que se chegue a pelo menos alguns acordos primários.

Se nem esta discussão for suficiente para estimular acordos, estes terão que ser desenvolvidos todos na Rio+20, o que torna mais difícil que a reunião chegue a resultados satisfatórios.

Por isso, Ban pediu que os participantes do encontro se atenham às questões mais importantes relacionadas ao desenvolvimento sustentável e não se percam em detalhes. Ele citou como exemplo a produção do documento introdutório do evento, que contou com inacreditáveis seis mil páginas, cortadas posteriormente para 80.

“Mas 80 páginas ainda é muito. Esse não é o momento para argumentar contra os itens pequenos. Por favor, não percam [de vista] o quadro maior. 
Esse não é o fim. A Rio+20 é apenas o começo de muitos processos, então deve-se ser flexível. Deve-se se elevar acima dos interesses nacionais ou interesses de grupos específicos”, comentou o secretário-geral.

Mas apesar do pessimismo generalizado a respeito da Rio+20, o coreano ainda conserva esperanças sobre os possíveis resultados a serem alcançados. “Há algum ceticismo a respeito de a conferência ser um sucesso”, observou o secretário-geral, mas acrescentou que basicamente está “otimista a respeito do resultado dessa reunião”.

Ban deseja que três principais resultados sejam definidos no evento. 

O primeiro é que a Rio+20 inspire um novo pensamento econômico em um momento em que o atual modelo econômico está ruindo; 
o segundo é que o encontro seja uma “conferência para pessoas”, o que exige que os países coloquem os interesses das pessoas em primeiro lugar para tingir o crescimento econômico; 
e o terceiro é que a reunião lance um apelo para o uso mais inteligente dos recursos naturais do planeta, como a água, o ar e as florestas.

“Meu recado é esse: por favor, tentem ter um bom resultado, um resultado conciso, ambicioso, mas prático e implementável. Nosso planeta tem sido muito generoso conosco. Vamos deixar a humanidade retribuir, respeitando nosso planeta Terra”, concluiu.

(Instituto Carbono Brasil)



Brasil está entre os quatro líderes mundiais em construções sustentáveis

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil


Rio de Janeiro - O Brasil já ocupa a quarta posição no ranking mundial  de construções sustentáveis, de acordo com o órgão internacional Green Building Council (US GBC). 

“Começa a despontar como um dos países líderes desse mercado, que vem crescendo muito nos últimos anos”, disse à Agência Brasil o gerente técnico do GBC Brasil, Marcos Casado.
O primeiro prédio sustentável brasileiro foi registrado em 2004. O conceito começou a ganhar força, porém, a partir de 2007, informou Casado. De 2007 até abril de 2012, o Brasil registra um total de 526 empreendimentos sustentáveis, sendo 52 certificados e 474 em processo de certificação no US GBC. Até 2007, eram apenas oito projetos brasileiros certificados.
ranking mundial é liderado pelos Estados Unidos, com um total de 40.262 construções sustentáveis, seguido pela China, com 869, e os Emirados Árabes Unidos, com 767. Marcos Casado lembrou que, nos Estados Unidos, esse processo começou 15 anos antes do que no Brasil. 
“Eles já têm uma cultura toda transformada para isso e nós ainda estamos nessa etapa inicial de mudar a cultura e provar que é viável trabalhar em cima desse conceito na construção civil, que é um dos setores que mais causam impacto ao meio ambiente”.        
Já existe, segundo o gerente técnico do GBC Brasil, o engajamento do setor da construção nesse tipo de mercado, que se mostra bastante aquecido no país e no mundo. Além disso, Casado destacou que há um conhecimento maior por parte das pessoas, devido aos benefícios  que esse conceito acaba introduzindo na construção. “Eles vão desde a economia dos recursos naturais e a redução dos resíduos, até a redução dos custos operacionais da edificação, depois do seu uso. Isso vem levando as construtoras e grandes empresas a adotar esse conceito”.
Para Casado, as construções sustentáveis são uma tendência mundial. “A gente tem hoje, só em certificação Leed (Leadership in Energy and Environmental Design) no mundo, mais de 60 mil projetos. Então, é uma tendência muito grande e a gente percebe que  esse número cresce a cada dia”. Desde agosto do ano passado, vem sendo registrado pelo menos um projeto por dia útil no Brasil, buscando certificação. Marcos Casado estima que até o fim deste ano, o número de empreendimentos sustentáveis brasileiros em certificação alcance entre 650 e 700.
Os chamados prédios verdes não têm, entretanto, nível de emissão zero de gás carbônico. “Mas a gente reduz muito esses impactos”, explicou o gerente. Em vários países do mundo, já existem prédios autossustentáveis, que geram a própria energia que consomem e neutralizam o carbono emitido. Essa tecnologia, entretanto, ainda não foi implantada no Brasil. “A gente está caminhando para isso. Acredito que,  em breve, em cinco ou dez anos no máximo, a gente vai estar com esses edifícios também no Brasil”.
Para os moradores de prédios sustentáveis, também há benefícios, declarou. “Para o usuário comercial ou residencial, a grande vantagem está no custo operacional, porque eu reduzo, em média, em 30% o consumo de energia, entre 30% e 50% o consumo de água, além de diminuir a geração de resíduos”. O custo operacional fica, em média,  entre 8% e 9%  mais barato do que em um prédio convencional. Por isso, relatou Casado, os prédios sustentáveis são mais valorizados pelos construtores e apresentam preço mais alto. “A contrapartida vem  no custo operacional. Acaba sendo mais barata  a operação e ele equilibra esse custo financeiro”.
O GBC Brasil está iniciando um trabalho com a Companhia de Desenvolvimento Urbano de São Paulo  para incorporar o conceito de sustentabilidade também em construções populares. Cobertura verde, aproveitamento da água pluvial, aquecimento solar e aumento do pé direito para melhoria do conforto são alguns dos itens em estudo. “Isso acaba barateando o custo operacional”.
O GBC Brasil desenvolve também o projeto da Copa Verde. Estão sendo certificados com o selo de sustentabilidade 12 estádios que se acham em reforma ou em construção nas cidades que sediarão os jogos da Copa do Mundo de 2014. 
O projeto Greening the Games: How Brazil’s World Cup Is Driving Economic Changes’ (Tornando os Jogos Verdes: Como a Copa do Brasil Está Levando a Mudanças Econômicas) será apresentado no próximo dia 16 de junho, no auditório T9 do Riocentro, onde ocorrerá a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.
No dia 18,  a organização divulgará um documento oficial sobre construção sustentável em evento paralelo à conferência da ONU, no Forte de Copacabana, “visando a expandir essa economia verde no país”. O evento é organizado pelas federações das Indústrias dos estados do Rio de Janeiro (Firjan) e São Paulo (Fiesp), entre outras entidades.
Edição: Graça Adjuto

Campanha do agasalho 2012 - Voluntários da Árvore Azul

Prezados Amigos, 

Iniciamos hoje a nossa Campanha do Agasalho 2012, com novo formato. Além de agasalhos e cobertores estaremos recebendo também alguns itens de alimentação. 

Nesses três anos em que estivemos nas ruas de São Paulo, sempre que entregávamos cobertores, nos era solicitado um agasalho e algo para comer. 
Como não podemos levar comida, optamos por itens com maior prazo de validade: biscoitos, achocolatado e sucos em caixinhas. 
Os Voluntários estarão recebendo as doações até o final de junho e este ano temos 04 saídas programadas para entregas, começando dia 05 de junho de 2012. 

Local de entrega: Av. Roque Petroni Junior 1.000 - Hotel Blue Tree Premium Morumbi 

Contato: 5187-1200 

Procurar: Fábio, Liliane, Ayla 



A todos nossos agradecimentos por mais este apoio a nossa Campanha que reflete o espírito de Solidariedade da Rede Blue Tree Hotels. 

Um abraço, nossos irmãos contam com a sua ajuda!!!!!!! 

Eliana Ribeiro 

Diretoria de Hospitalidade
Blue Tree Premium Morumbi

Microempresários terão capacitação gratuita em espaço do Sebrae na Rio+20

Agência Brasil
Estão abertas as inscrições para micro e pequenos empreendedores se capacitarem na Tenda Sebrae Educação, que o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) vai promover no Aterro do Flamengo entre os dias 15 e 23 de junho. 

O evento faz parte da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, programada para esse mês.


O gerente da Unidade de Inovação e Tecnologia do Sebrae nacional, Ênio Pinto, informou à Agência Brasil que a proposta é fazer capacitações ligadas à temática da sustentabilidade. “O público-alvo são empresários que queiram adotar práticas sustentáveis em seus empreendimentos. A gente vai falar de eficiência energética, de gestão ambiental, de tratamento de resíduos. Ou seja, a gente vai falar aos empresários como eles podem adotar práticas sustentáveis que tornem o empreendimento mais competitivo”.

As inscrições são gratuitas e devem ser feitas exclusivamente pelo hotsite do Sebrae na Rio+20, no portal da entidade. Os pequenos empresários que fizerem a pré-inscrição participarão de clínicas tecnológicas, minicursos e palestras. As inscrições se estenderão até acabar as 2 mil vagas oferecidas, destacou Ênio Pinto. “Há uma demanda boa”, destacou.

Também no Parque do Flamengo, o Sebrae vai promover durante a Rio+20 a Feira do Empreendedor Verde e a Mostra Sebraetec. Segundo o gerente de Inovação, um candidato a empresário que pretenda abrir um negócio levando em conta a questão ambiental, um negócio verde, terá a oportunidade de interagir com pessoas que estão “vendendo negócios, como franquias, equipamentos para montagem de empresas, que já conhecem a questão da sustentabilidade”.

A Mostra Sebraetec, que será realizada no espaço situado atrás do Museu de Arte Moderna (MAM), no Aterro do Flamengo, no mesmo período, é destinada a empresários já estabelecidos que pretendem transformar seu empreendimento em um negócio verde.

“Ele é um empresário tradicional e quer adotar, por exemplo, a questão da eficiência energética, da separação do lixo, do reaproveitamento de água. Se ele quer inovar em seu empreendimento com conteúdo sustentável, terá nessa Mostra Sebraetec entidades parceiras do Sebrae que realizam essas consultorias para implementação de práticas sustentáveis em pequenos negócios”. O mais interessante, acrescentou Ênio Pinto, é que essa consultoria é subsidiada pelo Sebrae. “O Sebrae paga até 90% do que for cobrado em uma consultoria dessas”.

O Sebrae montará também na Rio+20, no Parque dos Atletas, em Jacarepaguá, na zona oeste da cidade, um estande interativo, cuja abertura está prevista para 13 de junho, com encerramento no dia 24. Nesse estande institucional, o Sebrae nacional mostrará os principais projetos apoiados na área de sustentabilidade, como parcerias com incubadoras verdes e com empresas de reciclagem. Haverá restrições para a visitação popular apenas nos dias 20, 21 e 22 de junho, quando ocorrerá a Cúpula dos Chefes de Estado da Rio+20 e o local ficará aberto apenas para delegações estrangeiras oficiais.

Ainda no Parque dos Atletas, será promovido, no dia 18 de junho, o Seminário Sebrae+20. O evento ocorrerá no auditório do Comitê Nacional Organizador da Rio+20, no horário das 14 às 18h, e vai tratar da importância da pequena empresa nos processos sustentáveis. 

“A nossa pregação é que uma pequena empresa, adotando práticas sustentáveis, tem uma contribuição pequena na preservação ambiental e nos aspectos sociais. Mas, se a massa das pequenas empresas, que representam 99% dos negócios formais nesse país, resolver aderir, a gente, efetivamente, vai ter uma contribuição gigantesca na questão sustentável, dentro deste país”, disse Ênio Pinto.

Ele lembrou que o Sebrae orienta 6 milhões de pequenos negócios “e está entrando para valer na briga pela sustentabilidade”. Acrescentou que a adoção de práticas sustentáveis torna o pequeno empreendimento mais competitivo porque reduz custos e desperdícios e, ao mesmo tempo, consegue aumentar sua receita, “porque já existe um consumo consciente. 

Aí, ela (a empresa) fica mais atrativa, mais competitiva que a média das empresas que não têm essas práticas sustentáveis”, concluiu.

Leroy Merlin tem maior número de lojas certificadas sustentáveis no país

LAÍS JIMENEZ NOTÍCIAS


A rede acaba de conquistar sua 14ª Certificação de Alta Qualidade Ambiental tornando-se líder em empreendimentos com essa característica

Além de líder do mercado de material de construção, desde 2010, a Leroy Merlin consolida sua liderança no Brasil também em construções sustentáveis certificadas. A rede acaba de conquistar sua 14ª Certificação AQUA – Alta Qualidade Ambiental, tornando-se assim a empresa com o maior número de empreendimentos sustentáveis certificados do país. Para chegar a tal conclusão considerou-se todos os sistemas de certificação existentes hoje, superando inclusive empresas do mercado imobiliário. A certificação tem a auditoria da Fundação Vanzolini, ligada à USP.

A rede possui hoje 10 selos AQUA no processo de Construção Sustentável, sendo um para o retrofit da matriz, em Interlagos – bairro de São Paulo, e nove para as lojas, destas quatro possuem também a Certificação de Uso e Operação, ou seja, a Leroy Merlin tem quatro lojas 100% sustentáveis - Niterói (RJ), Taguatinga (DF), Jacarepaguá (RJ) e Campinas Anhanguera (SP), algo inédito no Brasil. Em todas as certificações, desde o projeto até a finalização da obra, tudo foi pensado para proporcionar o máximo de conforto, segurança e facilidade de acesso aos usuários em se tratando de eco-eficiência do edifício e um canteiro de obras de baixo impacto, tanto na sua vizinhança, quanto no meio ambiente.

Construir e Sustentar

A Leroy Merlin tem um Programa de Sustentabilidade, o Construir e Sustentar. Essa preocupação de sustentabilidade partiu dos colaboradores da empresa, que há cinco anos perceberam que poderiam ter a maior variedade de produtos para a construção ou reforma numa só loja, aliado aos princípios de gestão ambiental de cada unidade. O processo ganhou força e entendimento dos diretores da Rede que abraçaram os motivos apresentados e hoje a Leroy Merlin se apresenta como uma empresa que se preocupa com o meio em que está inserido. As ações do programa englobam, além das construções sustentáveis, a comercialização de produtos ecossustentáveis, campanhas beneficentes e apoio à instituições carentes no entorno das lojas.

Além disso, há também o programa "Educar para a Sustentabilidade" onde os mais de 5000 colaboradores passam por treinamento de sustentabilidade através de um jogo lúdico. “Tudo isso é fruto do processo de Desenvolvimento Sustentável iniciado em 2008 e que hoje é um dos pilares da Leroy Merlin”, destaca Pedro Sarro, diretor de Projetos e Obras da Leroy Merlin Brasil.

O Processo AQUA – Alta Qualidade Ambiental

O Processo AQUA de construção sustentável é a adaptação para o Brasil da “Démarche HQE” da França, voltado às especificidades brasileiras e oferece uma certificação baseada em avaliação de critérios de desempenho abrangentes e relevantes. O processo é auditado pela Fundação Vanzolini, uma entidade ligada à USP que demonstra, por meio de auditorias e avaliações presenciais independentes, a Alta Qualidade Ambiental do empreendimento. 

Abaixo, seguem alguns exemplos dos benefícios adquiridos com a Certificação AQUA: 

Economia de água: A água da chuva é armazenada em um tanque sendo reaproveitada nos banheiros, na irrigação dos jardins e na limpeza da loja, gerando uma economia de até 50% de água. A água que sobra neste sistema é direcionada para os poços de infiltração, contribuindo para a manutenção do lençol freático, evitando o risco de enchentes. Além disso, os sanitários possuem válvulas de descarga de fluxo duplo que liberam mais ou menos água conforme a necessidade.

Economia de Energia: A iluminação externa e de fechada utilizam tecnologia LED que são eficientes e muito econômicas. Além disso, vidros e brises na fachada, permitem a iluminação natural e minimizam o calor interno do ambiente. O ar condicionado adotado consome 17% menos de energia elétrica que o tradicional. 

Conforto Auditivo: A acústica recebe um cuidado especial para promover o conforto dos usuários, tanto nas salas reunião, quando no espaço de vendas.

Coleta Seletiva: Todas as lojas da rede possuem Estações de Coleta Seletiva, incentivando o cliente a descartar o lixo corretamente, preservando o meio ambiente. Além da coleta de papel, vidro, metal e plástico, a empresa recebe também lâmpadas incandescentes ou fluorescentes, pilhas, baterias, carregadores e celulares, e direciona para correta descontaminação e reciclagem.

Reutilização de materiais descartados: Reutilização de todo entulho da obra como enchimento das áreas de piso.

Acessibilidade: Lay out adaptado para todas as normas de ergonomia e acessibilidade.

Sobre a Leroy Merlin

A Leroy Merlin chegou ao Brasil em 1998 trazendo um novo conceito para o mercado de Material de Construção. Com foco na qualidade de produtos, atendimento e serviços, a empresa oferece em suas lojas ambientes espaçosos e agradáveis para receber melhor seus clientes.

Considerada multiespecialista do lar, por ser especializada em Construção, Acabamento, Bricolagem, Decoração e Jardinagem, a Leroy Merlin apresenta aos seus clientes a maior variedade de produtos em 65 mil itens divididos em 14 setores: Materiais para Construção, Madeiras, Elétrica, Ferramentas, Tapetes, Cerâmica, Sanitários, Encanamentos, Jardinagem, Ferragens, Organização, Pintura, Decoração e Iluminação. As lojas oferecem serviços diferenciados, como Corte de Madeira e Vidro, Enquadramento, Confecção de Cortinas sob Medida, estacionamento e Entrega em Domicílio, entre outros.

Hoje, a rede francesa possui 25 lojas distribuídas em seis estados brasileiros e o Distrito Federal. Entre as unidades, a Leroy Merlin Niterói (RJ) foi a primeira loja de Varejo Certificada do Brasil por meio do processo de construção sustentável AQUA – Alta Qualidade Ambiental, construída e mantida sob os mais rigorosos padrões de economia de recursos naturais. Hoje, as lojas de Taguatinga (DF) e Campinas Anhanguera (SP) também possuem esta certificação. 

A Leroy Merlin é líder, pelo terceiro ano consecutivo, no setor de Varejo da Construção Civil, conforme o Ranking Nacional das Lojas de Material de Construção realizado anualmente pela Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção) e 1º lugar do segmento Varejo de Material de Construção, no Ranking da pesquisa “As empresas mais admiradas no Brasil” (2010 e 2011), realizado pela Revista Carta Capital. 

A Leroy Merlin é também a Empresa do setor de Lojas de Material de Construção com o melhor reconhecimento por parte do consumidor como “Empresa que mais Respeita o Consumidor no Brasil no ano de 2010”, por meio de pesquisa realizada anualmente pela Revista Consumidor Moderno.

Projeto de lei prevê incentivo a empresas de base sustentável

Por Ayrton Maciel, da Editoria de Política do Jornal do Commercio.



Pernambuco vai contar, em breve, com um conjunto de mecanismos legais destinados a estimular a eficiência energética e hídrica no Estado e a utilização de energia elétrica na atividade produtiva, a partir de fontes renováveis. 

A Assembleia Legislativa Estadual aprovou projeto de lei encaminhado pelo Poder Executivo criando o Programa de Sustentabilidade na Atividade Produtiva do Estado de Peranambuco (o PEsustentável), destinado a fomentar a adoção de práticas de sustentabilidade ambiental nas empresas e comunidades produtivas, por meio de concessão de incentivos fiscais e financeiros.

O projeto vai, agora, à sanção do governador Eduardo Campos (PSB), para então entrar em vigor como lei estadual. 

O Programa de Sustentabilidade proposto pelo governo define como “projeto ou prática sustentável” na atividade produtiva as ações que gerem economia de recursos ambientais ou que minimizem as emissões de carbono ou outros tipos de poluentes, no processo de produção vinculado à atividade da empresa ou da comunidade produtiva.

A lei que cria o programa PEsustentável estabelece, como fonte de recursos, a criação do Fundo de Eficiência Hídrica e Energética de Pernambuco (Fehepe), que terá a atribuição de financiador de estudos e projetos. 

Nesse sentido, o fundo vai financiar projetos e eficiência hídrica e energética nas empresas e comunidades produtivas, projetos de fontes de energia renovável - excetuando hidroelétricas com potência nominal superior a 30 megawatts - e estudos e projetos diretamente vinculados às finalidades do próprio PEsustentável.

De acordo com a lei aprovada pelo Legislativo, a concessão de incentivos fiscais e financeiros às empresas e comundiades produtivas será diferenciada em função de seis critérios pré-definidos: 

a atividade produtiva; a natureza do projeto ou da prática sustentável; o porte do empreendimento, da empresa ou da comunidade produtiva; a localização no Estado; o ganho projetado de sustentabilidade (conforme indicadores definidos em decreto específico); e o patamar corrente de sustentabilidade do empreendimento, da empresa ou da comunidade produtiva, quando da apresentação do projeto.

De sacrilégio à aceitação

Regina Scharf, da Página 22



Afinal, qual o valor dos serviços prestados pela natureza – e ignorados pela economia oficial, tema amplamente discutido na edição anterior da revista? 

Há exatos 15 anos, um time multinacional de pesquisadores, encabeçado por Robert Costanza, publicou um estudo seminal controvertido e citado à exaustão que estimava tais serviços em US$ 33 trilhões anuais – quase o dobro do PIB global da época. 

O grosso desse valor estava associado à conservação do solo (US$ 17 trilhões), seguido de bem longe por recreação, ciclo de nutrientes, regulação da água e do clima, entre outros. (Acesse no link)


Passada uma década e meia, o volume de informação disponível cresceu dramaticamente e foi consolidado pelo projeto Economia de Ecossistemas e Biodiversidade (Teeb, na sigla em inglês), uma iniciativa de vários países europeus interessados em mapear a inserção da biodiversidade na economia. 

O Teeb estima, por exemplo, que a Floresta Amazônica preste, sozinha, um serviço da ordem de US$ 1,5 trilhão a US$ 3 trilhões pela estocagem de carbono.

No estudo de Costanza, o sequestro de carbono por florestas tropicais nem entrou na conta, por falta de dados na época, mas o serviço global de manutenção da composição atmosférica havia sido estimado em mero US$ 1,3 trilhão. 

O próprio Costanza, um dos pioneiros da Economia Ecológica e hoje professor emérito de sustentabilidade da Portland State University, acha que, dadas as circunstâncias, tal valor foi bastante subestimado. “Vários acadêmicos estão tentando atualizar o trabalho à luz do Teeb”, diz à Página22.

Mais importante que o número exato é o mérito da discussão – que, nos anos 90, muitos consideravam sacrilégio, uma profanação do valor intrínseco da natureza. Segundo Costanza, a rejeição inicial enfrentada pelo conceito de valoração ambiental foi desaparecendo gradualmente. 

“Entre ambientalistas, sobretudo, havia essa ideia errada de que a valoração indica que aquele bem está sendo colocado à venda, o que não é verdade”, diz. “Valoração nada tem a ver com privatização ou mercantilização.”

Na sua opinião, a inserção dos serviços ambientais na economia é um fato – ainda que eles não recebam o devido valor. “Precisamos pensar diferentes modelos institucionais para monetizar esses bens”, diz, citando duas iniciativas que considera exemplares.

A primeira é o Fonafifo, uma parceria público-privada administrada pelo Ministério do Meio Ambiente da Costa Rica, que paga pelos serviços ambientais prestados por pequenos e médios proprietários de florestas nativas ou plantadas. Eles são remunerados, seja pela manutenção da cobertura vegetal, seja pela promoção do reflorestamento. 

O fundo é formado com parte dos impostos pagos pela comercialização de combustíveis, recursos do Banco Mundial, pagamentos pelo direito de uso de recursos hídricos, entre outros. “Ele funciona muito bem e conseguiu promover o reflorestamento do país e o ecoturismo”, diz.

Outro modelo é o do Alaska Permanent Fund, que recebe royalties da indústria do petróleo, os quais são então distribuídos à população. Vale lembrar que o setor movimenta boa parte da economia do Alasca e é responsável por um terço dos empregos do estado americano. Desde o início da distribuição dos dividendos, em 1982, cada família com quatro membros recebeu US$ 128 mil.

As empresas seguem por caminho semelhante e também começam a contabilizar suas externalidades ambientais. Para Costanza, um otimista declarado quanto à receptividade do mercado a esse conceito, “a crise financeira global ajudou a abrir as mentes para os custos que não são contabilizados hoje”. 

Ele dá o exemplo da indústria de roupas esportivas Puma, cujo conselho consultivo dirige, que decidiu fazer um mapeamento pioneiro do impacto financeiro de suas operações sobre os serviços prestados pelos ecossistemas. Para isso, contratou a Trucost, consultoria especializada na identificação dos riscos financeiros associados à dependência de recursos naturais.

Um primeiro relatório, divulgado pela empresa no ano passado, avaliou que seu impacto seria da ordem de 145 milhões de euros anuais, dos quais 94% desse custo ambiental foi atribuído à sua cadeia de fornecedores. 

O cálculo inclui os impactos associados a emissão de gasesestufa, consumo de água, remoção de vegetação para a produção de matériasprimas, poluição do ar e produção de resíduos. Quando divulgou o estudo, em novembro, o principal executivo da Puma, Jochen Zeitz, declarou que a iniciativa “é indispensável para que percebamos o imenso valor dos serviços prestados pela natureza e que hoje são menosprezados, mas sem os quais as empresas não poderiam se sustentar”. 

É uma conversa que, segundo Robert Costanza, começa a ser cada vez mais ouvida nos meios empresariais.