Publicação traz código de conduta para gestores financeiros de fundações

 
O CFA Institute, associação global que reúne 100 mil profissionais de investimento social, com apoio de 17 organizações internacionais, entre elas o GIFE, lançou o primeiro Código de Conduta na Gestão de Investimentos para Fundações, Fundos Patrimoniais e Organizações Filantrópicas, que estabelece princípios a serem seguidos por pessoas com poder de decisão sobre os investimentos dessas organizações.

“Nosso Código é único, pois traz com ele a expertise global e a dedicação de organizações chave do investimento social privado mundial. Nós esperamos que organizações  sociais utilizem em breve este código como um selo para demonstrar integridade e conhecimento na hora de decidir o futuro de seus investimentos”, acredita o diretor de modelos de práticas do CFA Institute, Jon Stokes.

O CFA Institute é uma associação global profissional, sem fins lucrativos, que estabelece os mais altos padrões de ética, educação e excelência profissional para a indústria de investimentos. A organização proporciona educação a profissionais de investimento, utilizando o seu curso global Body of Investment Knowledge™, que cobre todos os aspectos da profissão de investimentos, incluindo ética.
 
“A grande importância deste código é o que a sua publicação simboliza. Este é o primeiro documento que o CFA, instituição conceituada e renomada no mercado financeiro internacional dedica ao setor sem fins lucrativos. É uma sinalização do crescimento da filantropia internacional e ao mesmo tempo de sua maior profissionalização. Pois os novos investidores sociais privados que estabelecem endowments ou fundações querem cada vez mais contar com gestores financeiros que ofereçam credibilidade nos mesmos níveis dos investimentos financeiros”, avalia o gerente institucional do GIFE, Eleno Gonçalves Jr.

Segundo ele, quando uma instituição que durante décadas apenas se preocupava com as questões relacionadas ao investimento financeiro passa a se preocupar com os investimentos sociais privados é porque este mercado (social) está em crescimento, indicando um novo e importante nicho de atuação para os agentes certificados pelo CFA. E a publicação também traz a tona a importância dos Fundos Patrimoniais “Endowments” e sua boa gestão para o setor sem fins lucrativos.

Gonçalves Jr., que participou da elaboração do código, explica que o CFA organizou um grupo de trabalho com representantes das principais associações e fundações internacionais de apoio à filantropia, tais como o Council on Foundations, o GIFE, o European Foundation Centre, a Atlantic Philantropies, entre outros. “Este grupo se reuniu em NY em dezembro de 2009 para elaboração do primeiro rascunho do documento. Nessa fase houve a decisão de tornar o código abrangente para os gestores de fundações e organizações sem fins lucrativos, e não somente para os gestores de fundos patrimoniais. Durante o primeiro semestre de 2010 o grupo fez uma série  reuniões à distância e finalizou o documento, que ficou no website do CFA para consulta pública”, lembra

Sobre a participação brasileira na produção do documento, o gerente do GIFE elenca três aspectos. Em primeiro lugar, ajudou a ampliar as fronteiras de utilização do código para além da Europa e Estados Unidos. “O GIFE era o único representante dos países em desenvolvimento, de língua não-inglesa”.
 
Em segundo lugar porque o GIFE acabara de lançar em parceria com o IBGC o Guia de Governança para Fundações e Institutos Empresariais, o que deu bastante legitimidade junto ao grupo para que fossem acolhidas sugestões. “Por fim, foi após a nossa sugestão, prontamente acolhida pelo grupo, que um item específico foi alterado: Ao invés de seguir “cegamente” os interesses dos doadores ou instituidores, o gestor deve garantir um equilíbrio entre os interesses de todos os stakeholders, incluindo a comunidade de beneficiários e o interesse público”, garante.
 

Nenhum comentário: