Arte inclusiva está em alta !

Rede reúne artesãos e organiza comercialização da produção por meio da venda direta e via catálogo pela Internet. Atividade, que segue filosofia da reciclagem e inclui trabalhador de baixa renda, cresceu 800% em três anos
Rio - O mercado de produtos sustentáveis e inclusivos ganha cada vez mais espaço. A primeira rede de venda direta de produtos inclusivos do Brasil, a Rede Asta, abriu inscrições para grupos produtivos interessados em comercializar seus produtos. Há três anos, o modelo beneficia 600 artesãos de comunidades populares do Rio.
São 32 grupos que trabalham produtos exclusivos criados a partir de materiais ecológicos, como bambu, piaçava e fibra de bananeira, além de retalhos e jornal — sempre obtidos a partir da otimização de recursos, da reciclagem e do reaproveitamento.
A Rede Asta foi formada para escoar a produção desses artesãos com fins de geração de renda. Segundo Alice Freitas — co-fundadora e coordenadora executiva do Instituto Realice, que deu origem à Rede Asta —, o projeto teve origem em uma dificuldade inerente a todos os negócios: 69% alegam problemas para vender. “As mulheres não sabiam como chegar ao mercado. O produto artesanal, feito a mão, tem valor agregado, mas elas não conseguiam trabalhar isso. Nós estudamos casos de sucesso, como Natura e Avon, e decidimos estruturar essa forma de venda para produtos inclusivos”, explica.
Antes, as mulheres e grupos em geral não viam a produção como negócio. Era como renda complementar e forma de integração social. “Agora, são tratadas como profissionais. Entendem que esse é um negócio com produção e prazos. A rede é pioneira. Nossas 247 revendedoras, que denominamos conselheiras, são treinadas para falar a linguagem do produto. O catálogo é bem claro. O custo do produto é a metade do preço. Aí, 22% são de comissão da revendedora e 28%, para a gestão”, complementa Alice. O negócio está em alta. Em 2008, a rede faturou R$ 20 mil. Já em 2009, foram R$ 160 mil, marca que já foi batida nos três primeiros meses deste ano, com R$ 180 mil. O período de comparação é pequeno (três meses em relação aos oito meses do primeiro ano), mas o crescimento apurado foi de 800%.
Os artesãos entram em um esquema muito profissional. Não se renovavam, mas agora recebem do núcleo de designers informações sobre moda, cor e tendências. Para participar, cada grupo deve ter, no mínimo, três integrantes, viver em comunidade de baixo poder aquisitivo, ter produto com potencial de mercado e capacidade produtiva de pelo menos 200 peças por mês.
Inscrições no site www.redeasta.com.br. Informações: (21) 3976-3159.

Nenhum comentário: