João Antonio dos Santos Lima
Se, por um lado, o Brasil alcançou várias metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), credenciando o país como uma fonte de boas práticas principalmente em áreas sociais, o mesmo não se pode afirmar em questões relativas ao meio ambiente.
De acordo com o Greenpeace, apesar da redução do desmatamento entre 2005 e 2012, o desmatamento entre agosto de 2015 e julho de 2016 foi de 7.989 km², 29% maior que no período 2014-2015. A título de comparação, a liberação de 586 milhões de toneladas de carbono equivalente se compara à missão de gás por todos os automóveis no Brasil em um período de 8 anos.
No entanto, diante da multiplicidade de indicadores, avaliações e desafios, dois conjuntos de rankings devem ser levados em consideração, antes de determinados pré-julgamentos.
Em primeiro lugar, há rankings voltados para a avaliação de capacidades, seja exclusivamente sobre o meio ambiente, seja pela noção de desenvolvimento sustentável, que une também questões sociais e econômicas. Nesse caso, o Environmental Performance Index, da Universidade de Yale, classifica o Brasil em 46º, de um total de 180 países, de acordo com 9 temas:
a) impacto na saúde;
b) qualidade do ar;
c) água e saneamento;
d) recursos hídricos;
e) agricultura;
f) florestas;
g) pesca;
h) biodiversidade e habitat;
e i) clima e energia. No Ranking da Robeco and RobecoSAM, o Brasil está em 42º, após a avaliação de 17 indicadores que compreendem pesos para indicadores sociais, de governança e ambientais.
Em segundo lugar, há rankings relacionados às capacidades naturais, isto é, a balança entre o que a natureza produz e o que se consome dela. De acordo com o Ecological Footprint, o Brasil é o nono país com mais créditos, entre produção e consumo.
A biocapacidade do país excede em 190% o consumo de sua população.
Nesse ranking, o país fica atrás de Guiana, Congo, República Central Africana, Bolívia, República Democrática do Congo, Timor-Leste, Uruguai e Eritreia.
Nesse ranking, dois pontos merecem destaques: a diversidade e riqueza ambiental do país; e o nível econômico, em termos de consumo, da sociedade. Por exemplo, no outro extremo, Cingapura tem uma taxa de consumo de 16.000% superior à biocapacidade do país.
Em suma, diante de inúmeros comunicados, análises, indicadores e objetivos, vale a pena ressaltar a natureza de diferentes indicadores, o sucesso absoluto e relativo de políticas chaves, ligadas não apenas à proteção do meio ambiente, como também, àquelas que garantem a estabilidade de curto, médio e longo prazo, contribuindo, assim, para a estabilidade política e econômica dos países.
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Imagem 1 “Sustentabilidade aninhada ” (Fonte – Ecological Foodprint):
Imagem 2 “Equilíbrio entre meio ambiente, sociedade e economia ” (Fonte):
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