7 incríveis cidades verdes do futuro

Já imaginou como serão as metrópoles do amanhã? Confira sete fantásticos projetos de arquitetura urbana sustentável que aparecem como solução para driblar os efeitos das mudanças climáticas ou simplesmente para melhorar nossa qualidade de vida 
  
Lilypad: um refúgio à prova de inundações

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Eventos climáticos extremos têm deixado milhares de desabrigados em todo o mundo. Na Tailândia, que enfrenta sua pior inundação em meio século, pelo menos 9 milhões já foram afetados. Se as previsões de elevação dos níveis dos mares se concretizarem, será preciso encontrar um novo lar para os refugiados climáticos.

A solução para nos manter a tona vem do visionário arquiteto belga Vicent Callebaut, que criou a cidade flutuante Lilypad. O complexo é formado por arcas, cada uma com capacidade de abrigar até 50 mil pessoas – quantidade semelhante ao número de habitantes da cidade portuária de Constitución, no Chile, que no ano passado foi invadida por uma onda de 8 metros, obrigando os moradores a se retirar para as montanhas.

Com design inspirado em uma flor, a plataforma flutuante tem de tudo: um lago que recolhe a água da chuva e serve de reservatório natural para a água potável, um ecossistema próprio formado por montanhas, rios e jardins suspensos, além de toda infraestrutura urbana necessária para o povoamento humano. A energia virá de fontes renováveis, solar e eólica e cada cidade será carbono neutra.

Ziggurat, ecopirâmide para 1 milhão de pessoas 


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Dubai é hoje um dos maiores canteiros de obra do mundo. Seu mais recente projeto é uma cidade auto-sustentável chamada Ziggurat, com capacidade para 1 milhão de habitantes.

O escritório de arquitetura Timelink, um dos pioneiros em design ambiental, revisitou o passado para conceber este centro futurista, que se baseia em antigos templos da Mesopotâmia, em formato piramidal, considerados uma “ponte” entre o céu e a terra.

A cidade projetada pelos arquitetos de Dubai deverá ser carbono neutra, com 2,3 quilômetros quadrados voltados só para geração de energia renovável. As áreas verdes vão se dividir em espaços de lazer e de agricultura irrigada e todo o lixo gerado será reciclado ou transformado em energia. 


PTC, centro de eco business em Cingapura 


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Com uma economia moderna, centrada na indústria, educação e principalmente no planejamento urbano, Cingapura, no Sudeste Asiático, quer concluir até 2020, o seu primeiro centro para eco negócios.

Desenvolvido pela empresa JTC Corporation em parceria com a Universidade de Nanyang, o Parque CleanTech (CTP) vai servir de base para empresas de pesquisa e desenvilmento de tecnologias limpas e soluções urbanas sustentáveis.

Seguindo preceitos da construção ecológica, o projeto faz parte de um plano de desenvolvimento sustentável lançado pelo governo local para os próximos 30 anos. Quando estiver conluído, o CTP poderá abrigar uma população ativa de 20 mil trabalhadores.

Mentougou Eco Valey
   
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A área montanhosa de Miaofeng, localizada a cerca de 30 km a oeste de Pequim, está com os dias contados para se tornar uma espécie de Vale do Silício ecológico. Próxima à metrópole urbana de Beijing, a nova cidade vai combinar institutos de pesquisa científicas com foco em inovação, meio ambiente e desenvolvimento de tecnologias de ecoeficiência urbana.

Além disso, o projeto prevê a criação de vilas sustentáveis, com capacidade para até 50 mil pessoas. Quem assina o design é a empresa finlandesa Eriksson Architects, em colaboração com a consultoria Eero Paloheimo.

Com ambições de ser neutra em carbono, o Mentougou Eco Valey pretende reduzir em um terço a sua pegada ambiental, quando comparada a de uma cidade tradicional e de tamanho similar. Atualmente, o projeto aguarda aprovação das autoridades chinesas para poder captar recursos junto a investidores.

Torres autossuficientes seria solução para Seoul 

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Buscando conciliar crescimento urbano, sustentabilidade e qualidade de vida, os arquitetos coreanos da Mass Studies projetaram o Seoul Commune 2026.

Trata-se de um conjunto de torres sustentáveis em formato orgânico, que podem ter entre 16 e 53 andares, no bairro de Apgujongdong, uma das regiões mais densamente povoadas do mundo, em Seoul. Além de apartamentos, cada torre abrigaria restaurantes, teatros, um complexo de compras, além de outras opções de lazer.

Autossuficientes em energia, as torres possuem uma cobertura de cristais fotovoltaicos, além de um revestimento verde composto de plantas, que ajuda a controlar a temperatura interna dos edifícios.
 


Zorlu, um reduto ecológico na Turquia 

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O tráfego de veículos e pessoas no centro histórico de Istambul, na Turquia, é tão intenso que os gestores da cidade estão tentando multiplicar o número de centros urbanos locais para preservar as áreas mais antigas. Zorlu Ecocity faz parte desse plano.

Como uma cidade dentro de outra, esse centro sustentável e 100% planejado serviria à comunidade como uma cidade comum, um lugar para ser viver e trabalhar – só que sem o caos do trânsito, a aridez da paisagem e a poluição sonora e visual caracteristicamente urbanoides.

Suas 14 torres verdes terão entre 8 e 26 apartamentos cada e abrigarão residências, escritórios, hotéis e até mesmo um centro de repouso para idosos. E nada de estacionamento nas ruas, atrapalhando o trânsito e a travessia de pedestres: a cidade poderá receber até seis mil carros em um porão subterrâneo de sete andares. Farta de espaços verdes, o projeto de Zorlu foi concebido pelo badalado escritório oriental de 'eco-arquitetura' Yeang Llewelyn Davies.
 

Dalian Aeropolis, uma “cidade equilibrada” 

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Outra iniciativa que reúne eficiência energética e baixo impacto ambiental é o projeto Dalian Aeropolis, chamada por seus criadores, o escritório NDA, em Shangai, de “cidade equilibrada”. O conceito baiseia-se num modelo sustentável de desenvolvimento econômico, cultural e social em torno de um aeroporto internacional na cidade de Dalian, no norte da China.

Além do complexo aeroportuário, o projeto prevê um bairro central de negócios diretamente conectado a um trem de alta velocidade, um parque tecnológico de pesquisa, áreas de lazer e um santuário marinho, cada parte sendo pensada de maneira integrada. A proposta de remodelação da cidade portuária foi aprovada pelo conelho municipal e deve ser executada entre 2013 e 2016.

Desenvolvimento sustentável começa nas cidades

Rodrigo Zavala*

Um processo de transformação para um desenvolvimento econômico, social e ambientalmente sustentável pode ter início dentro das cidades. 
 
Essa foi uma das conclusões a que chegou a plenária “Planejando Cidades Sustentáveis”, realizada durante a oitava edição do Encontro Ibero-americano sobre Desenvolvimento Sustentável – EIMA 8, organizado pela Fundação Conama (Espanha) e a Fundação Getulio Vargas, que aconteceu entre os dias 17 a 20 de outubro, em São Paulo. 
 


 
O EIMA 8 buscou construir um espaço de diálogo e de convivência do mundo Ibero-americano na área de sustentabilidade, no qual as cidades receberão destaque, como visto nesta mesa. O grupo de palestrantes que participaram do debate, ocorrido na manhã do dia 20, pertenciam a diversos setores da sociedade, com representação do poder público, sociedade civil organizada, academia e empresas.

Entre eles, estava Ladislau Dowbor, professor titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Segundo ele, as reformulações de base são essenciais para o processo de transformação para um modelo econômico mais sustentável, atribuindo aos centros urbanos papel fundamental.

“As cidades devem ser protagonistas das mudanças. A maior parte da população mundial vive nos centros urbanos e é no âmbito local que as pessoas podem cooperar mais efetivamente”, afirmou. Na visão do acadêmico, é das cidades que partem as principais decisões e diretrizes políticas por reunirem melhores condições econômicas para financiar esse processo.

O arquiteto e urbanista espanhol Fernando Prats também foi enfático sobre a importância das cidades quando se fala em forças para mudança. “Elas são o campo de batalha”, frisou, ao lembrar da necessidade de se criar um Estatuto de Sustentabilidade Urbana. Este tipo de documento, que vêm de uma combinação de vontade política e sociedade atuante, daria uma nova lógica ao tratamento do tema.

De cima
Nas vozes dos convidados, no entanto, são várias as dimensões em que isso pode se tornar evidente. A primeira, e mais notória, são as intervenções do poder público em busca de soluções estruturais. O subdiretor de Projetos Metropolitanos de Medellín (Colômbia), Juan Manuel Patino, mostrou exemplos de como contribuir para a mobilidade urbana com sistemas públicos de transporte assertivos e de baixo custo operacional.

O metrô aéreo, um dos símbolos da nova Medellín, que levam os passageiros como se fosse um teleférico, foi uma das apostas da cidade para descongestionar o fluxo de pessoas e veículos pelas vias convencionais. “Não existem fórmulas prontas, mas cada cidade pode encontrar sua própria resposta frente à demanda”, avaliou. Isto é, podem haver ideias, mas as soluções dependem da população e condições culturais locais.

Por outro lado, o secretário municipal do Verde e Meio Ambiente de São Paulo, Eduardo Jorge Martins Alves Sobrinho, mostrou o que a prefeitura está fazendo para mitigar a emissão de carbono. Entre os exemplos dados por ele estavam as usinas de Biogás nos aterros São João e Bandeirantes, com os quais São Paulo conseguiu diminuir em 12% o envio de gases nocivos à atmosfera. “Deveriam colocar uma placa em Brasília mostrando quantas pessoas morrem no Brasil devido a catástrofes naturais, como se viu em Santa Catarina, Rio de Janeiro, Pernambuco e São Paulo”, esbravejou.

De baixo
Entre os principais desafios mostrados durante a plenária estava justamente a articulação social para pressionar por mudanças. O diretor e vice presidente executivo do Instituto Ethos, Paulo Itacarambi, afirmou à audiência que o primeiro passo pode ser “incidir sobre o processo que nos levam a isso (realidade insustentável) para nos levar onde queremos”.

A proposta apresentada por ele, validada pelo processo empreendido pelo instituto, entre outros parceiros, o programa Cidades Sustentáveis, é influenciar as demandas dos cidadãos e, assim, pressionar os agentes econômicos que atuam no processo. Fortalecer os atores sociais, nesse contexto, torna-se essencial.

De forma reducionista, entende-se a sugestão por um efeito dominó. A partir do momento em que se qualifica a demanda, a pertinência e adequação das ações por um desenvolvimento sustentável aumentam. De forma comparativa à educação, seria como fornecer aos pais dos alunos instrumentos de avaliação que levariam a uma pressão pela melhoria do ensino.

Nesse contexto, a sociedade não é apenas um gigante a ser acordado, mas co-responsável pelo processo. Segundo Ladislau Dowbor seu papel não está restrito ao voto, mas a decisões mais procedimentais, como orçamento, e culturais, como atitudes. Paulo Itacarambi chegou a comentar que as crianças de zonas rurais almejam um futuro como um lugar cheio de edifícios e carros, em uma clara alusão ao que se espera como progresso. “Trabalhamos um novo discurso, mas temos as mesmas visões do passado”, concluiu.

A oitava edição do Encontro Ibero-americano sobre Desenvolvimento Sustentável – EIMA 8 não se limitou apenas à discussão sobre Cidades Sustentáveis. Saiba um pouco mais no site do evento.

Conheça Plataforma Cidades Sustentáveis
Banco conta com mais de 300 indicadores, relatórios para prestação de contas e referências internacionais com o objetivo de sensibilizar, mobilizar e oferecer ferramentas para que as cidades brasileiras se desenvolvam de forma econômica, social e ambientalmente sustentável.

Rodrigo Zavala é Editor de Conteúdo do GIFE.
 

Você sabe qual a importância de uma árvore?

Rafael Morais Chiaravalloti* e Luciani Maria Vieira Rocha**

 
 
As árvores são um dos organismos mais incríveis que existem na Terra. Por ficarem paradas, elas apresentam mais variações do que qualquer outro tipo de organismo. 
 
Assim, diante de uma modificação no ambiente, elas não podem se mover para algum lugar mais harmônico, e, a longo prazo, modificações começam a surgir para se adaptarem. Por exemplo, para se proteger contra fungos e bactérias, surgiu na árvore salgueiro uma substância chamada salicina. E como ela, milhares de outras substâncias e adaptações também foram aparecendo.

A importância dessas substâncias para nossa vida é que a partir delas podemos elaborar novos produtos farmacêuticos. A salicina, por exemplo, foi a base para a elaboração da aspirina. Já a Mirta, rosa de Madagascar, é usada para o tratamento de leucemia e o Teixo do Pacífico no tratamento de câncer de ovário. Além disso, essas substâncias também são constantemente usadas para a elaboração de cosméticos, como a essência do perfume Chanel n° 5, que é proveniente da árvore da Amazônia Pau-rosa.

Mas a importância das árvores para o equilíbrio do planeta vai mais longe. Embora com uma grande variedade, elas apresentam uma característica comum: todas fazem fotossíntese. O que significa dizer que durante o dia elas absorvem radiação solar e gás carbônico e liberam oxigênio e água. Pensando que nossa respiração é o contrário desse processo (respiramos oxigênio e liberamos gás carbônico), fica fácil entender a importância de uma árvore para a nossa sobrevivência. No entanto, o ponto forte desse mecanismo não é apenas a produção do oxigênio, mas também a liberação de água. Na Amazônia, por exemplo, a quantidade de água proveniente das árvores é tão grande que regula as chuvas de quase todo o mundo. Porém, mais uma vez, não precisamos ir tão longe, pois as árvores das áreas urbanas também têm um papel muito importante.

O uso da vegetação é sempre apontado por vários pesquisadores como uma importante estratégia para amenização da temperatura do ar nas cidades, relacionada ao controle da radiação solar, ventilação e umidade relativa do ar. Um dos benefícios do uso da vegetação é a absorção de grande quantidade de radiação solar, emitindo uma quantidade menor de calor que qualquer superfície construída, por consumirem a maior parte da energia para sua sobrevivência. Além disso, as árvores oferecem menor resistência à dissipação do calor sob suas copas, garantem uma ação de descontaminação atmosférica e proporcionam sombra para os pedestres caminharem nos passeios durante o dia.

Um dos estudos pioneiros feitos na cidade de São Paulo confirmou, em 1985, que as áreas urbanas com maior adensamento de prédios altos promoviam maior acúmulo de calor enquanto as áreas urbanas com maior cobertura vegetal e presença de árvores contribuíam para a perda de calor mais rapidamente[1]. De lá para cá, diversas pesquisas em várias cidades no mundo e no Brasil, continuam confirmando esses resultados.

Também em São José do Rio Preto, uma cidade média no interior paulista conhecida pelo calor intenso, ficou muito claro que, principalmente no período noturno, há enorme vantagem no uso das árvores como elementos importantes na conformação das cidades. Na comparação das temperaturas do ar entre dois trechos de uma avenida de fundo de vale, um ocupado com prédios altos e outro com margens arborizadas, foram encontradas diferenças de até 3°C2.

Apesar do desconforto térmico, ainda não se percebe a conveniência de se plantar mais árvores na cidade. Se as árvores pudessem se mover, provavelmente sairiam correndo.

* Rafael Morais Chiaravalloti é biólogo e autor do livro “Escolhas Sustentáveis” (Editora Urbana).

**Luciani Maria Vieira Rocha é mestre em planejamento urbano e pesquisadora da Universidade Paulista – UNIP

Notas:
[1] LOMBARDO, Magda. O Clima e a Cidade. Encontro Nacional do Ambiente Construído. ANTAC, p. 59 – 62, Salvador, 1997.
[2] ROCHA, L.M.V.; SOUZA, L.C.L. Contribuição da vegetação e permeabilidade do solo para o ambiente térmico em avenidas de fundo de vale. XI ENCAC, VII ELACAC, Búzios, 2011


(EcoDebate)

COPA DE 2014: SETOR JÁ PERCEBE EFEITOS POSITIVOS DO MUNDIAL

 
Sondagem Especial Indústria da Construção, divulgada nesta terça-feira, dia 18 de outubro, pela Confederação Nacional da Indústria e pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), revela que o setor da construção já percebe os efeitos positivos da Copa do Mundo de 2014. 
 
De acordo com a amostra, realizada junto a 411 empresas, sendo 212 pequenas, 149 médias e 50 grandes, no período de 1º a 15 de julho, quatro em cada cinco empresas (85%) acreditam que a Copa do Mundo gerará um impacto positivo para a Indústria da Construção. 
 
Apenas 7% das empresas afirmam que não haverá impactos para o setor e 8% apontam que o impacto será negativo. O aumento das obras e serviços é esperado por 95% das empresas que acreditam em benefícios para seus negócios. 
 
Em termos de abrangência, os benefícios diversificação de produtos e/ou atividades, maior visibilidade da empresa e disponibilidade de novas tecnologias aparecem empatados, com 86% de registros. 
 
Além disso, 71% das empresas afirmam que a falta ou alto custo da mão de obra é um obstáculo para a realização do evento; 47% das empresas acreditam que a Copa trará benefícios para a própria empresa; 18% das empresas que esperam impactos positivos já percebem esses efeitos em seus negócios, e 48% das empresas veem a burocracia do processo licitatório como um dos gargalos para a realização do evento. 
 
Entre as grandes empresas, a expectativa de um impacto positivo para o setor é unânime. Entre as pequenas, 81% afirmaram que o efeito positivo, contra 12% que apontam que o efeito será negativo.  
 
Clique aqui para acessar a íntegra da Sondagem Especial – Copa do Mundo de 2014.
 

Como adequar meu negócio à Política Nacional de Resíduos Sólidos?

Saiba como se adaptar às exigências da Lei 12.305/10, que obriga fabricantes e varejistas a dar destinação correta ao lixo e aos resíduos produzidos pelo negócio 
por Felipe Datt



Tornar o seu negócio sustentável, com o menor impacto possível para o ambiente, não é mais uma opção, e sim uma obrigação do empreendedor. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) obriga fabricantes, importadores, distribuidores e vendedores a recolher e a destinar corretamente o lixo produzido em diversas etapas: no desenvolvimento do produto, na obtenção de matérias-primas e insumos, na produção, no consumo e na disposição final. 
A lei vai exigir que muitas empresas desenvolvam um sistema de logística reversa, que permita o retorno dos resíduos à indústria para serem reaproveitados. “As novas regras chegaram para dividir a responsabilidade entre todos os players, dos fabricantes aos consumidores”, diz a técnica especializada em Resíduos Perigosos do Ministério do Meio Ambiente, Mirtes Boralli.

A nova lei, sancionada há um ano e regulamentada em dezembro de 2010, está em fase de implementação. Estados e municípios têm até 2012 para definir o modelo de recolhimento, reciclagem e destinação final dos resíduos. Do lado de fabricantes, importadores e varejistas, as discussões estão a cargo de grupos que reúnem representantes do governo e de associações setoriais: a expectativa é que os planos de logística reversa sejam apresentados também até o início de 2012. Enquanto metas e procedimentos específicos de cada setor são discutidos, cabe aos empresários encontrar a melhor maneira de encaminhar os resíduos produzidos por seu negócio — e, quem sabe, até ganhar dinheiro com isso.

1 - PLANO DE RESÍDUOS

Pela nova lei, toda empresa terá de descrever o ciclo de vida de seu produto e a operação de tratamento dos resíduos gerados durante sua fabricação. Há uma exceção. O Decreto 7.404, que regulamenta a PNRS, diz que micro e pequenas (com faturamento anual de até R$ 2,4 milhões) que gerem apenas resí­duos sólidos domiciliares (papel, lixo comum) estão dispensadas de apresentar um plano de gerenciamento de resíduos sólidos. Para todas as demais, o plano é obrigatório: haverá fiscalização por parte dos municípios.

“Os pequenos podem e devem começar a elaborar desde já um diagnóstico dos resíduos que geram”, diz o responsável pelo Departamento de Meio Ambiente e Sustentabilidade do escritório de advocacia Felsberg e Associados, Fabrício Soler. “Está na hora de pequenos e médios empresários reverem seus processos, desde a produção até o destino final do produto, passando por sua função social, seu design, embalagem e transporte”, diz Helio Cesar Oliveira da Silva, coordenador de Bacharelado em Administração — Gestão para Sustentabilidade do Senac-SP.

Na prática, isso significa ir além da simples lição de casa (coleta seletiva de materiais, racionamento de energia e reúso de água, quando apropriado) e passar a ter um entendimento completo de toda a cadeia de matérias-primas e insumos em que a empresa está envolvida. Será necessário ainda treinar os funcionários para que se adaptem a essa nova cultura sustentável. “Essa preparação, aliada a uma campanha de conscientização do consumidor, será um grande facilitador para a parte final, que é o descarte”, diz Silva.

Em vez de encarecer os custos de produção, a nova lei pode até gerar economia para os pequenos empreendedores, desde que usem a criatividade. “Um fabricante de sapatos, por exemplo, pode apostar no fim das caixas como uma oportunidade. O processo envolve mudanças na cultura do consumo, mas, ao mesmo tempo, diminui o custo com fabricação de embalagens e o impacto no ambiente”, diz o coordenador do curso do Senac-SP.

2- A HORA DO DESCARTE

Uma coisa é certa: nenhuma empresa, seja de pequeno ou grande porte, poderá dar conta dos resíduos de forma isolada. Para que a lei funcione, será necessário desenvolver um processo articulado que envolva empresas, prefeituras, associações setoriais, fornecedores, clientes, cooperativas e recicladoras. Não cabe ao empreendedor tentar solucionar, sozinho, a questão do descarte. Em vez disso, deve optar por parcerias com outras empresas ou pela terceirização do serviço.

A primeira medida é descobrir se a associação responsável pelo seu setor já conta com um plano de gerenciamento consolidado, e entender como seu negócio se encaixa nele. Outra providência é entrar em contato com empresas recicladoras e cooperativas de catadores de lixo que atendam ao seu segmento. Verifique se o possível parceiro tem licença ambiental para garantir a correta destinação desses resíduos. Também leve em consideração que a maior parte dessas empresas cobra pelo recolhimento do material: faça uma pesquisa e vá atrás do melhor preço.

Conscientizar clientes e fornecedores sobre a importância da coleta seletiva e centralizar os descartes foi a solução encontrada pela H Print, empresa com sede em Cuiabá que trabalha com gerenciamento eletrônico de documentos e manutenção de máquinas copiadoras. A marca, que tem um faturamento anual de R$ 40 milhões, começou o processo de gestão ambiental em 2009. Na época, iniciou a coleta seletiva de resíduos diversos, como papel, plástico e cartéis de toner, que também eram enviados por seus clientes. 
Só em junho deste ano foram recolhidos 1.149 cartuchos de tinta da filial de Curitiba e outros 528 na matriz em Cuiabá. Os resíduos são separados e posteriormente encaminhados a uma central de reciclagem, parceira da empresa. “Terceirizar a logística de recolhimento é mais barato do que manter uma estrutura com caminhões”, diz a gerente de Qualidade da H Print, Pietra Rosa. Os custos mensais de envio dos resíduos chegam a R$ 1.500, segundo ela.

Outra aposta da empresa foi cobrar dos fornecedores e parceiros termos de responsabilidade socio-ambiental. “Fazemos a medição do nível de fumaça preta emitida pelos caminhões dos transportadores que recolhem lâmpadas, e também daqueles que fornecem produtos químicos. Em alguns casos, solicitamos a manutenção preventiva ou corretiva dos veículos”, conta.

3-  A AÇÃO DAS ENTIDADES

Alguns setores específicos, como os de pneus e embalagens, já contam com legislações próprias para regulamentar o ciclo de vida dos produtos. A Reciclanip, entidade mantida pelos cinco maiores fabricantes de pneus do país, afirma que consegue dar destino final a cada unidade comercializada. Atualmente, são 702 postos de coleta espalhados pelo país, criados em parceria com prefeituras e empresas privadas, em cidades com mais de 100 mil habitantes. Em 2009, foram recicladas 250 mil toneladas dos chamados pneus inservíveis – no ano seguinte, foram 311 mil toneladas. A expectativa é atingir 355 mil toneladas neste ano.

Empresas de menor porte já se beneficiam dessa gerenciadora e destinadora de resíduos. A revendedora Caçula de Pneus, com 22 lojas na Grande São Paulo e faturamento na casa dos R$ 60 milhões, é uma delas. Desde 2006, realiza um processo completo de destinação de pneus e óleos lubrificantes, que inclui a coleta, o armazenamento e a destinação desses pneus, seja para a própria Reciclanip, ou para empresas da cadeia de reciclagem da borracha. “Fizemos questão de homologar os quatro parceiros logísticos da empresa com um selo de qualidade para garantir a correta destinação dos inservíveis”, diz o diretor-executivo da empresa, Carlos Alberto Delphim.
 
Segundo o empresário, a prática da logística reversa ainda é bastante cara para o negócio. As próprias unidades da Caçula fazem a separação dos pneus, que são retirados pelas empresas de coleta. “Como conseguimos vender cerca de 50 mil carcaças por ano, isso acaba reduzindo as despesas com transporte”, diz. Para ele, o processo só passará a ser rentável quando o consumidor valorizar a atitude das empresas, que poderão repassar os custos da reciclagem nos produtos e serviços prestados.

4- O PAPEL DOS MUNICÍPIOS


As prefeituras também podem funcionar como um canal de descarte de lixo. Uma iniciativa nessa linha já é desenvolvida pelo Inovapoa, programa do departamento de Inovação e Tecnologia da Prefeitura de Porto Alegre. O plano começou em 2010, com uma feira de descarte de eletrônicos voltada para pessoas físicas. Foram coletadas 14 toneladas de equipamentos, posteriormente destinadas a empresas especializadas em separar os diferentes elementos da cadeia (plástico, metais, tubos de monitores e placas de circuito interno de computadores), para depois recolocá-los no mercado.

“Após a feira, dez novas empresas de reciclagem de eletrônicos foram criadas em Porto Alegre”, diz o secretário de Inovação e Tecnologia, Newton Braga Rosa. A prefeitura mantém três pontos de coleta onde consumidores e empresas podem despachar seus eletrônicos obsoletos. Também no Rio Grande do Sul, a Fecomércio local lançou em agosto uma campanha com empresas varejistas de 111 municípios. A ideia é estimular os consumidores a descartar corretamente esses itens.

GANHANDO DINHEIRO COM A NOVA LEI

Com a PNRS, deve crescer muito o mercado das empresas que trabalham com reciclagem, utilizando resíduos da produção industrial em seus produtos. A oferta de matéria-prima reciclada deve aumentar exponencialmente, reduzindo os custos de produção e aumentando a competitividade desse tipo de empreendimento.

Uma das empresas que sairão ganhando é a Goóc, que desde 2004 fabrica sandálias e chinelos a partir de pneus reciclados. “Já utilizamos mais de dois milhões de pneus, cuja borracha foi regenerada para a fabricação de 15 milhões de calçados”, diz o vietnamita Thái Q. Nghiã, proprietário da Goóc, que tem um faturamento anual de R$ 20 milhões. Segundo ele, as sandálias da marca foram inspiradas nos modelos utilizados pelos vietcongs nos anos 60, durante a Guerra do Vietnã. Hoje, os calçados já estão espalhados por dois mil pontos de venda no Brasil.

A meta, até 2014, é comercializar 210 milhões de pares. 
“Ninguém no mundo faz um calçado com esse material”, diz.


Novo barco do Greenpeace recebe selo de sustentabilidade

Sua infraestrutura inclui modernos equipamentos de comunicação e de pesquisa científica, dois botes salva-vidas e heliponto

Ciclo Vivo

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Barco Greenpeace


Seu principal motor será a força dos ventos, e o calor dos geradores será reutilizado no aquecimento da água a bordo e para o pré-aquecimento das máquinas

São Paulo - Nesta semana, os oceanos ganharão um novo e destemido defensor. O Rainbow Warrior III integrará oficialmente a frota de navios do Greenpeace.

Projetado totalmente à medida para o Greenpeace, o Rainbow Warrior III leva o selo de sustentabilidade. Em lugar dos combustíveis fósseis, seu principal motor será a força dos ventos. Sua operação por motores só será acionada em caso de condições adversas. Mesmo assim, seu casco foi desenhado para reduzir ao máximo o uso de combustíveis. O calor dos geradores será reutilizado no aquecimento da água a bordo, em cabines e banheiros, e para o pré-aquecimento das máquinas.

Com capacidade para uma tripulação de até 30 pessoas, o novo Rainbow Warrior III continuará a ser uma plataforma segura e funcional para campanhas e estudos. Sua infraestrutura inclui modernos equipamentos de comunicação e de pesquisa científica, dois botes salva-vidas e heliponto.

Tudo isso foi possível graças ao apoio de colaboradores de todo o mundo. Mais de cem mil pessoas fizeram doações, patrocinando a compra de peças e outros equipamentos por meio da internet até que a construção do navio fosse finalizada.

O navio partirá de Berne-Matzen na Alemanha para suas primeiras missões. Kumi Naidoo diretor executivo do Greenpeace Internacional esteve na apresentação e disse que o novo Rainbow Warrior é perfeito para a tempestade de desafios ecológicos, democráticos e financeiros que nosso mundo está encarando.

Na mesma ocasião, a advogada canadense que defende os direitos indígenas e é madrinha da embarcação, Melina Laboucan-Massimo, lembrou uma citação do povo indígena Cree que deu origem ao nome Rainbow Warrior: “Um dia a terra vai adoecer. Os pássaros cairão do céu, os mares vão escurecer e os peixes aparecerão mortos nas correntezas dos rios. Quando esse dia chegar, os índios perderão o seu espírito. Mas vão recuperá-lo para ensinar ao homem branco a reverência pela sagrada terra. Aí, então, todas as raças vão se unir sob o símbolo do arco-íris para terminar com a destruição. Será o tempo dos Guerreiros do Arco-Íris.”

Ambev fortalece marcas com plataforma de consumo responsáve

Empresa realiza programas junto a supermercados, bares e ONGs para inibir a venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos

Por Letícia Alasse, do Mundo do Marketing
leticia@mundodomarketing.com.br
 
A Ambev vive o desafio de conquistar novos consumidores e barrar o consumo de álcool para os menores de 18 anos. 
 
Com o lema de “Consumo responsável”, a empresa busca fortalecer as marcas entre os clientes, apresentando o álcool como um produto de socialização e festa, no entanto, com restrições de idade e moderação. 
 
Em parceria com o Governo, Organizações Não-Governamentais (ONGs) e varejistas, a companhia criou uma grande plataforma de ações de conscientização e em agosto reforçou a iniciativa com outros dois programas.

 
 
Desde 2003, o projeto de Consumo Responsável está presente na empresa e, de lá para cá, foram realizadas ações para fortalecê-lo no Brasil. A Ambev ampliou sua plataforma de atuação e este ano lançou o “Supermercado de Responsa” e o “Bar de Responsa”, além do “Movimento + ID”, que sugere maior idade e mais identidade, lembrando que bebida alcoólica não é para adolescentes e crianças.

“Entendemos que um dos nossos papéis como indústria é fazer parte da sociedade, no entanto, o uso indevido do álcool afeta o nosso trabalho. Por isso, formulamos um plano para atuar em diversas frentes contra o consumo impróprio dos produtos da nossa marca. Em oito anos de ação, por exemplo, já fizemos 80 mil doações de bafômetros para os órgãos públicos”, declara Diana Nascimento, Gerente de Relações Socioambientais da Ambev, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Engajamento Social
No dia 23 de setembro, a Ambev promoveu o Dia de Responsa (Be[er] Responsable Day), uma data escolhida anualmente para simbolizar o projeto no Brasil e no mundo. A iniciativa envolve todos os funcionários e parceiros da empresa, desde o presidente aos operários das fábricas, passando pelos diretores, que saem às ruas visitando os clientes de loja em loja. Um vídeo com as ações realizadas é apresentado para todos os colaboradores no refeitório das cervejarias da marca, mostrando a relevância das práticas de consumo responsável.

O projeto conta ainda com a parceria de 11 ONGs que fazem parte do Jovens de Responsa, um dos programas da Ambev que pretende coibir o consumo inadequado de álcool por jovens em comunidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Os parceiros vão às ruas para conversar com os donos de bares e tentar sensibilizá-los pela necessidade de pedir a carteira de identidades a todos os compradores de bebidas alcoólicas.

A campanha começou em 2010, com apenas quatro ONGs. Agora, o objetivo é trazer mais parceiros e incentivar as pessoas a expandirem a ideia pela sociedade. Em parceria com a ONG UNAS é realizada a Balada Black, uma festa mensal sem álcool na comunidade de Heliopólis, em São Paulo. O evento recebe em média um público de mil pessoas por noite.

“Percebemos nas comunidades de baixa renda que o jovem, por não ter opção de lazer, acaba se envolvendo com o álcool e, às vezes, até com drogas. Quando você monta, no entanto, uma opção de lazer e mostra para ele que é possível se divertir fazendo a coisa certa, o hábito e a compreensão deles mudam. Esta transformação tem impacto na vida dos jovens e no futuro deles”, explica Diana. Para atingir os principais envolvidos na venda direta do álcool, a empresa, em agosto deste ano, lançou duas novas frentes de mobilização.

 
 
Supermercado de Responsa
O Grupo Pão de Açúcar também entrou na campanha a favor do consumo responsável, realizando uma das maiores parcerias de ambas as marcas. Juntas, as companhias produziram comunicados de conscientização aos consumidores e uma tecnologia que busca barrar a venda de bebidas alcoólicas para menores. Ao passar no caixa qualquer produto que contenha álcool, a leitora interrompe a compra e mostra uma mensagem ao operador, pedindo os dados de nascimento do consumidor.

Para liberar o sistema, o cliente deve apresentar a identidade e o funcionário digitará a data na máquina aceitando a compra. A ação contou com o treinamento de mais de 15 mil colaboradores da rede. Atualmente, todos os pontos de venda do Grupo em São Paulo e no Paraná estão equipados com o sistema. A expectativa é que, até o fim deste mês, o filtro esteja em todas as lojas da rede.

O sistema, no entanto, não é de exclusividade do Grupo Pão de Açúcar. A companhia o disponibilizou por meio da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) para que qualquer outro varejista possa utilizar. A partir de uma passo a passo, as redes de varejo espalhadas pelo Brasil também podem participar da iniciativa. A Ambev está presente em todas as lojas do Grupo com cartazes e comunicados de gôndolas avisando sobre o novo sistema.

“Este projeto revela que o varejo está assumindo um papel importante de cumprimento à lei, com a tecnologia nos ajudando a realizar este procedimento. São encontros de valores dos colaboradores e dos clientes que fazem com que a ação tenha 100% de aceitação nos pontos de venda”, comenta Paulo Pompilho, Diretor de Relações Institucionais do Grupo Pão de Açúcar, em entrevista ao portal.

Bar de Responsa

 
 
Semelhante à ação nos supermercados, também são realizadas iniciativas de engajamento e educação nos bares. Com o mesmo objetivo de incentivar a identificação do consumidor antes da compra, a empresa criou um treinamento online que instrui mais de 150 mil garçons e gerentes de bares. Para cativar os donos dos estabelecimentos de rua, a empresa institui o Bar de Responsa, que é uma insígnia recebida pelos locais que corroboram com a lei e são reconhecidos pela comunidade.

As ONGs parceiras do projeto mapeiam os bares da comunidade e, por meio de uma votação, designam aqueles que estão de acordo com as normas. O Bar de Responsa ganha uma reforma, pintura e mobiliários novos. Em Heliopólis, o Bar do Seu Geraldo já foi reformado após a votação de uma enquete no site da ONG Aprendiz. Já no Rio de Janeiro, a Bola Para Frente começou a fazer uma sensibilização com os comerciantes locais e um comitê selecionará aquele que mais se encaixa no perfil da ação.

Para 2012, está prevista a reforma de 30 bares nas sociedades onde atua o programa. “A comunidade vai escolher qual é o bar que tem uma conduta responsável, que pede identidade e não vende álcool para os clientes que já passaram do limite. É uma forma de estimular este tipo de conduta e fazer com que os outros também sigam o mesmo exemplo”, expõe Diana.

Projetos das marcas
Quando surgiu o programa, a Ambev foi uma das empresas do Brasil a ser convidada pela Organização Mundial da Saúde para participar de uma reunião e discutir com todos os países o que poderia ser feito para solucionar o problema do consumo indevido do álcool pelos jovens. De lá para cá, nos últimos oito anos, a empresa desenvolveu campanhas por meio de suas marcas, como a que exaltava a pessoa que ficava sem beber para levar os amigos em casa, da Skol, estrelada pelo jogador Ronaldo. A iniciativa ficou conhecida como o motorista da rodada.

Entre as outras marcas da companhia, a Antarctica se destacou com a comunicação em que a atriz Juliana Paes incentivava o consumo sem exagero “numa boa”. Mas a principal ação da empresa está relacionada à Brahma, com o jogador Cafu como garoto propaganda e o mote “A Regra é clara. Menor de idade não pode beber”.

Todo o movimento é acompanhado pelos mais de 100 mil funcionários da AB Inbev no mundo, sendo cerca de 30 mil no Brasil, Venezuela, Equador, Peru, Guatemala e República Dominicana sob a administração da Ambev. Cada um deles também é convidado a se tornar porta-voz de defesa das práticas de consumo responsável.



Consolidação do Movimento
Para envolver toda a sociedade no programa de conscientização, a empresa lançou em agosto uma campanha nos canais de TV aberta que apresenta o tema responsabilidade de uma maneira descontraída, trazendo pela primeira vez o tópico de venda e consumo controlados em um comercial de cerveja.

“O projeto mostra que cerveja é para todo mundo, pois nosso produto foi criado para momentos de celebração e socialização com os amigos e queremos que seja consumido da forma que foi idealizado, por isso agimos para restringir o consumo entre os menores de idade”, esclarece Diana.

Para 2012, a Ambev pretende consolidar os programas lançados este ano e trazer mais redes para participar do Supermercado de Responsa, além de entregar as reformas dos bares. O principal objetivo da companhia é aumentar o engajamento do trade e a comunicação nos pontos de venda com peças que sensibilizem os consumidores a apoiarem a ideia.
 

Empresas aéreas inauguram as primeiras rotas com “voos verdes”

Fonte: Brasil Econômico

A notícia de que a American Society for Testing and Materials (ASTM), organização que desenvolve normas técnicas para indústrias, aprovou o uso de combustíveis renováveis na aviação comercial e militar, deu a largada para que as companhias aéreas anunciassem seus primeiros voos regulares verdes.


A ASTM divulgou a medida em julho. De lá para cá, Lufthansa, KLM, Thomson, Finnair, Aeromexico e Iberia informaram que estão utilizando até 50% de biocombustível feito a partir de matérias-primas oleaginosas, como pinhão manso, microalgas e camelina (prima da canola), em seus tanques.

A experiência, por enquanto, se aplica a apenas algumas rotas. Mas a Airbus e a Boeing, que juntas fabricam cerca de 80% dos aviões de passageiros do mundo, planejam a criação de cadeias de produção de biocombustíveis para abastecer os aviões pensando em grande escala.

Em comunicado, a Airbus estima que o combustível de aviação a partir de fontes renováveis pode ser responsável por 30% do consumo das companhias aéreas em 2030.

A General Eletric, fabricante mundial do maior motor a jato, diz que essa nova fonte de abastecimento não tem qualquer impacto no funcionamento normal dos aviões.

No Brasil, a companhia aérea Azul e a Embraer vão realizar em meados de 2012 o primeiro voo experimental (sem passageiros) com o uso de bioquerosene inédito, obtido a partir da cana-de-açúcar. O combustível está em fase de desenvolvimento pela Amyris.

A GE também participa do projeto. Segundo o comandante Miguel Dau, vice-presidente da Azul, que deverá pilotar o avião, a ideia é estabelecer uma rota regular a partir de Campinas já em 2013.

Dau acredita que os novos biocombustíveis serão uma fonte significativa de redução de gases de efeito estufa na atmosfera por parte da aviação. Mas as pesquisas visam também reduzir custos. "A diversificação energética deve diminuir a insegurança em relação à flutuação da cotação internacional de petróleo, considerando que atualmente 35 a 40% dos custos da aviação estão associados a combustível", afirma.

Custo alto
Segundo o diretor de Estratégias e Tecnologias para o Meio Ambiente da Embraer, Guilherme de Almeida Freire, por enquanto, os biocombustíveis custam de duas a três vezes mais do que o querosone tradicional de aviação, mas os projetos avançam.

A fabricante e a GE realizaram uma série de voos de teste no mês passado com um jato Embraer 170 utilizando o combustível Hefa (Ésteres e Ácidos Graxos Hidro-processados), derivado da camelina, na proporção aprovada pela ASTM.

Com os testes, a empresa ganha conhecimento também para os ensaios envolvendo outros combustíveis, como o da Amyris, ainda em estudo pela ASTM.

O processo usa reações catalíticas e fermentação bioquímica feita por organismos geneticamente modificados para produzir as moléculas de hidrocarbonetos para o biocombustível de aviação.

"A Embraer considera que esses testes, mais do que vantagens competitivas da empresa, vão levar ao futuro do transporte aéreo", diz Freire.

Ele acrescenta que as emissões de carbono chegarão a 1,2 bilhão ou 1,4 bilhão de toneladas em 2030, dependendo do cenário de crise ou crescimento. A meta global do setor é reduzir em 50% as emissões até 2050, comparado com 2005.

Freire diz ainda que uma condição básica na pesquisa é que os novos biocombustíveis não exijam mudanças nos aviões ou nos motores, para não gerar impactos na segurança e no custo.

Além disso, a opção é utilizar matérias-primas que possam ser misturadas àquelas já utilizadas e que não precisam de infraestrutura diferenciada.

Caixote do lixo que incentiva crianças a reciclarem

Não é tarefa fácil ensinar os pequenos a serem responsáveis e conservarem o ambiente.

O fato de as crianças de hoje serem os líderes de amanhã, inspirou o designer sul coreano YunJin Chang, a criar uma máquina de reciclagem especificamente para o público infantil. 
Imagem Ciclo Vivo








A intenção é ensinar as crianças a reciclarem, e que esse ideal continue em todas as etapas de seu desenvolvimento. Assim é possível que as crianças construam uma consciência evolutiva da qual pode ser compartilhada com as comunidades agora, no futuro e até mesmo ser transmitido à geração seguinte.

Desenvolvido especialmente para crianças, a criação denominada RCV (Recycle Vending Machine) é um caixote do lixo que leva o hábito da reciclagem às crianças.

O caixote do lixo “liberta” doces vitaminados depois que o lixo é inserido, mas apenas se for um item reciclável, ou seja, não sairá doces se for inserida uma moeda ou um item impróprio.

Desta forma, as crianças serão automaticamente atraídas para o hábito da reciclagem, além de aprenderem a reconhecer o que é ou não reciclável.

Máquinas automáticas de reciclagem já têm sido introduzidas na América do Norte onde as pessoas recebem recompensas pelo ato de reciclar.








Imagens: Ciclo Vivo

Fonte: Ciclo Vivo