Com foco na colaboração, o evento é aberto ao público e acontece entre os dias 21 e 24, em São Paulo.
Catarina Mina é uma das marcas que estará no showroom.
(Catarina Mina/Reprodução)
Diversas feiras independentes vêm movimentando o cenário paulistano do slow fashion. Só no mês passado, a plataforma Estilistas Brasileiros realizou o seu primeiro evento reunindo marcas de roupas e acessórios em Pinheiros e o Projeto Gaveta mais uma vez levou ao MIS pessoas interessadas em trocar suas roupas e ouvir sobre sustentabilidade em talks e workshops.
A demanda, de fato, vem aumentando e era questão de tempo até que uma semana de moda inteiramente dedicada ao assunto virasse realidade.
Quem concretizou a ideia foi Fernanda Simon, com a ajuda do amigo Rafael Morais, ambos colaboradores nacionais do Fashion Revolution.
O resultado do esforço coletivo poderá ser visto entre os dias 21 e 24 de novembro, na Unibes Cultural, com a primeira edição da Brasil Eco Fashion Week.
São desfiles e três dias de atividades abertas ao público. “Muita gente me procurava para saber onde encontrar marcas preocupadas com sustentabilidade. Pensamos em começar com um desfile, mas logo evoluímos para um evento completo, que poderia ir desde a apresentação dessas marcas até espaço de compras, workshops e palestras de conscientização”, explica Fernanda.
O showroom fica aberto nos dias 22 e 23, expondo e vendendo produtos de moda e beleza, como os sapatos da Insecta Shos e os batons da Face It, ambos veganos.
As mesas e rodas de conversa foram pensadas em parceria com iniciativas que buscam apresentar soluções inspiradoras para que as mudanças na indústria aconteçam de forma efetiva. Marina Colerato, do Modefica, por exemplo, está à frente de um debate que ainda não recebeu a devida atenção com a “A Importância da Igualdade de Gênero Para Sustentabilidade na Moda“, que fecha o dia 22.
Outro destaque é a mesa “Saberes tradicionais e moda“, que contará com quatro mulheres apontando que um olhar para o passado pode ajudar a indústria a chegar ao futuro de forma mais consciente.
A Comas é uma das marcas que desfilará na BEFW.
(Comas/Divulgação)
Nos dias 22 e 23, o Espaço LAB também promete criar um espaço de trocas com cerca de 15 fornecedores e empreendimentos sociais.
Idealizado pelo Moda Limpa e a FGV, os alunos mapearam projetos incríveis, como o Instituto Alinha, que capacita oficinas de costura de imigrantes.
O dia 23 ainda conta com o lançamento nacional do filme Riverblue, uma espécie de continuação do documentário The True Cost, que expõe o impacto negativo da indústria da moda em rios pelo mundo.
Inspirada em experiências internacionais, como a conexão do Fashion Revolution com a London Fashion Week, Fernanda explica que sempre sentiu que existia no Brasil uma demanda por um evento como este.
Em vez de se conectar com o São Paulo Fashion Week, porém, eles resolveram começar do zero e aproveitar a efervescência do cenário atual, que conta com muita gente apaixonada para espalhar a mensagem de que a moda pode ser justa.
“Nesta primeira edição, queremos conhecer melhor quem vai ser o público. Sabemos que os estudantes são uma parcela forte, vemos uma nova geração bem engajada, mas também esperamos profissionais da moda e da sustentabilidade. Mais importante, queremos engajar o público geral”.
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