MARA GAMA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Promovido pela União Europeia, acontece em São Paulo nos dias 27 e 28 de novembro o Fórum de Negócios Verdes, para discutir financiamento de iniciativas privadas contra as mudanças climáticas.
O congresso pretende ser uma plataforma para abordar a cooperação entre Europa e Brasil em modelos viáveis de negócios sustentáveis.
Agricultura de baixo carbono, geração de energia distribuída, energia solar, eficiência energética em edifícios e indústrias e créditos de carbono são nichos a serem analisados.
Com o anúncio recente de que um acordo entre Mercosul e União Europeia está prestes a ser selado, o fórum ganha mais relevância.
Os participantes são representantes de companhias e iniciativas privadas, entidades financeiras, indústrias, federações, associações, bancos de desenvolvimento, bancos comerciais, fundos de capital de risco, associações setoriais e organizações de apoio às empresas.
Ao todo, 70 empresas e 22 bancos do Brasil e da Europa.
"Desde a ratificação do Acordo de Paris, em Setembro de 2016, que estabeleceu a meta de redução das emissões de gases de efeito de estufa no mundo, já houve muito trabalho de vários atores.
Um dos pontos mais complexos para avançar é o envolvimento do setor privado", observa João Gomes Cravinho, embaixador da União Europeia no Brasil, à frente do evento.
"Para incluir o setor privado, é fundamental discutir a dimensão financeira para a transição econômica", completa.
"A transformacão da economia não se faz por decreto. É necessária uma grande quantidade de capital para passar a uma economia de baixo carbono e modelos de financiamento diferentes dos tradicionais", observa o embaixador.
"Pela primeira vez no Brasil haverá uma conferência que é ao mesmo tempo momento de reflexão e engajamento prático sobre o assunto", diz.
MUDANÇA DE MENTALIDADE
Para Cravinho, é necessária uma mudança de mentalidade em todos os setores para compreender que a questão climática não é um tema ambiental e sim um desafio para a economia e para o desenvolvimento.
E que há oportunidades de crescimento, novos negócios e geração de empregos.
"Precisamos do engajamento da comunidade financeira, que atua na economia real, para permitir que os fluxos financeiros viabilizem a economia verde", acrescenta o embaixador.
"O setor financeiro é globalizado. O mesmo não acontece com as empresas.
O empresariado do Brasil não está internacionalizado.
É possível refinar esse agente para a construção de um modelo próprio, que atue com as dimensões e potencialidades ainda não desenvolvidas em matéria de energias renováveis no Brasil", diz.
Em artigo conjunto publicado na Folha, Cravinho e Mauricio Voivodic, engenheiro florestal e diretor-executivo do WWF-Brasil, defendem que novos modelos de investimento e empréstimo precisam ser projetados para empresas verdes e outras formas de utilizar fundos públicos e privados devem ser desenvolvidas.
O fórum tem apoio do Ministério do Meio Ambiente (MMA), da Febraban e do WWF Brasil e acontece no Hotel Renaissance. Estão previstas participações da diretora geral do Clima na União Europeia, Yvon Slingenberg, do secretário de Mudanças do Clima e da Floresta do MMA, Everton Lucero, dos presidentes do Banco Central e da Febraban, de Alfredo Sirkis, secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, e Andre Nahur, coordenador do Programa Mudanças Climáticas e Energia do WWF-Brasil.
Fonte: Folhapress
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