Copel faz estudo para prever impactos dos carros elétricos sobre a rede

Companhia vai lançar táxi elétrico e eletropostos como forma de testar a tecnologia
Por Luciano Costa 

 
A Copel pretende lançar nesta semana aquele que será o primeiro táxi do Brasil movido a energia elétrica. No momento, a companhia paranaense acerta os últimos detalhes com a Infraero e com o Aeroporto de Curitiba para que o veículo possa ficar à disposição do público do terminal aeroportuário. Apesar da iniciativa, a estatal afirma que não tem interesse no desenvolvimento da tecnologia de veículos elétricos, mas sim em estudar qual será o impacto que essa frota pode vir a causar sobre a rede de distribuição de energia das cidades.
"O veículo não é nosso negócio. Nossa preocupação é em estarmos preparados para implementar uma logística que possa prever as demandas que venham pela frente, quando, nos próximos anos, esses carros se popularizarem", esclarece o diretor de distribuição da Copel, Vlademir Santo Daleffe. O executivo afirma que a companhia também já faz estudos e testes referentes à instalação de eletropostos, que serão utilizados para recarregar os veículos.
Ao falar sobre o interesse da Copel na área, Daleffe ressaltou a importância de outro investimento que a companhia tem planejado: a aplicação de R$350 milhões para a implantação de um sistema de redes de energia inteligentes - as smart grids - em toda a cidade de Curitiba até 2014. "O smart grid acaba sendo fundamental para essa tecnologia do carro elétrico", garante o diretor.
Daleffe explica que a grande importância das redes inteligetnes será no aprimoramento da gestão e do acompanhamento da carga na rede elétrica. O diretor acredita que a implantação de eletropostos e veículos que os utilização vai demandar muita inteligência do sistema. "A rede vai ter que ser muito bem gerida. Porque uma coisa é você ter uma carga onde você conhece a demanda e o histórico de consumo. E outra é você ter eletropostos espalhados e que, aleatoriamente, poderão ser demandados ou não".
Outro ponto que tem sido analisado pela Copel é o modo como será comercializada a energia para os usuários do sistema de eletropostos. Daleffe revela que ao menos duas alternativas já foram pensadas. Uma envolve o uso de cartões pré-pagos que dariam direito a carregar os veículos. Na outra ideia, os clientes seriam cadastrados e teriam uma senha que, ao ser usada na compra da carga, fariam com que a cobrança viesse junto com a próxima fatura de luz do consumidor. No momento, o que está sendo adotado nos testes da empresa é o modelo pré-pago.
A estatal paranaense ainda faz planos para a melhor localização e o modelo dos eletropostos que serão espalhados pelo Estado no futuro. "Hoje, cada eletroposto tem custado para a Copel R$13 mil. É um valor ainda alto, mas é um protótipo. Não tenho dúvida de que vamos conseguir introduzir isso com valores muito menores e de forma abrangente. Esse movimento (de lançar eletropostos) vai exigir uma preparação muito grande das distribuidoras", prevê o diretor da Copel.
Fonte: Jornal da Energia

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