Luxo consciente: designer criciumense investe em acessórios sustentáveis




Barbara Barbosa

A preocupação com sustentabilidade alcançou também os acessórios femininos. Uma das provas de que a Moda passou a incorporar o novo modelo de produção baseado na sustentabilidade é o exemplo de uma empresa de semijoias de Criciúma. 

As peças são feitas a mão e seguem um rígido controle de produção, em relação à procedência dos materiais utilizados.

Movida pelo compromisso de aproveitar os recursos naturais com consciência, sem comprometer a disponibilidade para as futuras gerações, a designer Flávia Conti queria, ainda, oferecer acessórios que estivessem de acordo com tendências de moda, seguindo o design clean e minimalista. 

“A ideia surgiu não só como um ateliê de acessórios, mas também com uma preocupação enorme com o impacto que ela causa no mundo. 

Todo o sistema de produção segue o slow fashion, onde se valoriza a qualidade do material, a exclusividade do produto e em uma produção que seja o menos agressiva possível ao meio ambiente”, detalha.


Consumo Consciente

A oportunidade de investir nesse mercado surgiu após os conflitos que existem entre os segmentos. 

“A moda tem essa pegada muito descartável e até consumista. Para se ter uma ideia, 30% do lixo é tecido. 

A vida média de uma peça de roupa é de seis meses. Já na faculdade eu pensava em formas de fugir disso, sem perder de vista o lado fashion. Essa foi a solução que encontrei. 

Tanto é que caso você não queira mais a peça, é só nos enviar que reutilizamos o material”, aponta.

A própria designer fica à frente da criação e produção das peças em seu atelier. “Aqui, fazemos tudo com metal de liga de zinco e cobre, ambos de alta durabilidade. Os banhos são feitos a ródio, livre de níquel”, relata. 

O cuidado com os materiais reflete na saúde das consumidoras. ”Então não há riscos de alergias, bolhas e nem coceiras na pele. 

Como as peças são voltadas para mulheres modernas e atarefadas, temos que pensar em produtos versáteis que não incomodem e nem pesem”, arremata.

A seleção das pedras que compõem as joias também passa pelo rigor do conceito. 

“Não utilizamos pedras naturais, só sintéticas e metálicas. Justamente porque não sabemos se a cadeia produtiva dela também inclui o aspecto da sustentabilidade”, ressalta.


Controle do Processo

A dificuldade em mapear a procedência da extração das pedras impulsiona o trabalho da designer. 

“Trabalho escravo moderno, licenças ambientais burladas, poluição de rios, extração de partes ambientais junto à pedra, mineradoras extrativistas. 

Esses são alguns pontos que ficam por trás das peças e que muita gente não sabe. É disso que queremos ter certeza que não contribuímos”, discorre.


Próximos passos

Para estender a proposta às roupas, a designer já antecipa que uma linha de camisetas e bolsas está a caminho. “Para o ano que vem decidimos ampliar esse conceito para as roupas e bolsas também”, complementa ela. 

“É preciso uma mudança comportamental, de se questionar o que há por trás de cada produto. 

O consumo tem de ser consciente”, aponta Flávia.

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